sim, propaganda é para ganhar dinheiro e ter prazer. este é o leit motiv do cemgraus.
então, porque sempre tão ácido, causticante? na maioria das vezes? dizem alguns, do cem. de mim dizem muitos ? porque estão querendo roubar o meu fusca, digo.
rebusco uma certa história sobre o almir pernambuquinho, jogador pernambucano que migrou para o sul na década de sessenta, onde fez muito sucesso. quedando-se assassinado pelo gênio. almir, que não levava desaforo pra casa, participando de um jogo beneficente, onde por premiação cada jogador da equipe vencedora teria direito a um fusca, nem bem terminou o primeiro tempo já havia quebrado a perna de dois. terminada a partida, de mais um, com aquela “maranha” de sentar o pau e ainda a falta ser apitada contra o adversário. ao ser inquirido porque tamanha violência, afinal, o que ele tinha contra aqueles jogadores, almir não titubeou – eles queriam roubar meu fusca.
a propaganda está cheia de pulhas. cheia de mau caráteres, tsunamis de medíocres invadem o mercado. o que era um bom negócio, tornou-se um mau negócio, sinônimo do pior, nestes tempos que vivemos agora. tempos de ladrões de fusca.
o que é pior, é que a culpa disso tudo, é nada mais nada menos do que nossa. da criação por sua genuflexão à onda empresarial que em nome da salvação do negócio praticamente determinou o esfaquemento da publicidade criativa na femural. o que de per si já grave, ainda mais em momentos de transição no fim do século XX. do mercado e dos empresários que o lideram, por seu envolvimento em todo o tipo de decisões e atitudes e maracutaias que a confinaram caudatária aos humores aos que são estranhos aos seus procedimentos: ou você é do tipo que fica de joelhos sobre o milho repetindo que o cliente sempre tem razão? ( o cliente do cliente é que tem razão, mas nem sempre. e aí abre-se a oportunidade da publicidade intervir e propor avanços que contribuam no bojo da venda de produtos para a melhoria do caráter da sociedade por mais que pense quem quiser ser isto incompatível com a atividade super-estrutral do capitalismo – não sabe o que é super-estrutura ? bem queria o quê ? você tem diplominha não tem? na sua aeso da vida, eca, miami ad school, não te ensinaram isso? ah! só falaram que tem estúdios os mais completos e que os mais brilhantes vão estagiar na fcb não sei das quantas ? pois.).
o “engraçado” é que semana que passou o clube de criação de são paulo saiu-se com um anúncio sobre o ataque bushiano que a criação vem sofrendo de todos os lados. pediram penico. deixaram de lado, por uns segundos, por uns segundos, aquela pose de il divos e reconheceram que a merda tá feia. tudo a ver com tudo que temos posto, exposto e defendido no cemgraus, ainda que possa parecer que queiramos ser a palmatória do mundo sem enxergar a nossa própria bunda. com a não humilde diferença que temos ido mais além ao questionar como um “ pregador no deserto” o esvaziamento da importância da atividade intra e extra muros atestado pelos números(sempre eles) de remuneração pró agencia e salariais, e das práticas compensatórias para o baixar das calcinhas de tantos. e nisso temos de dar razão ao eloy simões quanto repete-se até se fartar da falta de organização do mercado e do entreguismo das siglas representantes – ABABS, CEMPS, sindicatos – ao não posicionarem-se contra o achatamento, moral inclusive, da atividade.
de resto, é claro que não temos a habilidade do almir, a não ser de nos predispormos ao assassinato, o que já acontece, pelo alijamento no mercado local. mas não me peçam para ser lambe-cús, como o é a quase totalidade da classe, no subservilismo do agacha-encaixa para manutenção de empregos e, ainda assim, procriarem-se como profissionais do pedaço a fazer o que valha a pena.
não são, não é. não vale. o quadro da propaganda local, e não só, é ruim, muito ruim. fede como as tardes de domingo em conjunto com as bufas de quem aje assim.
portanto, não me venham tomar meu fusca e esperar que eu fique calado sem dar as minhas cacetadas ainda que elas não impeçam a entrega de fuscas para os perna-de-paus. e tampouco, haja descaramento de classificar-me de espécime em processo de auto-destruição quando coloco os pontos nos is. tônicos ou não.
o grande problema da publicidade, seja local ou não, da imprensa especializada e dos blogs inclusive, é que são capazes de urdir, tramar, desdizer, queimar, pessoas, agências e profissionais, com a facilidade que se flambam os cordeiros em mesas de bar. sempre pelas costas, como lhes convém. principalmente se exprimem sua opinião na lata. tornando-se os indesejáveis de plantão para os arrivistas e oportunistas para quem o bom senso é manter-se no cargo não importa o senso do bom.
portanto, cemgrauscelsius.blogspot.com não queima, apenas aquece suas opiniões com a verdade profissional de quem na hora do ovo frito sempre teve culhões para chapa doa a quem doer.
porque pra nós, sopa,café,mulher e propaganda, só quente.
requentado, nem follow-up.
(amanhã novo formato e mapa editorial. o sal do ovo é por sua conta)
3 comentários:
Celso, sem babação de ovo, faz tempo que não leio palavras tão lúcidas e ao mesmo tempo alucinadas sobre a realidade da nossa propaganda. Precisamos dessa fúria, precisamos dessas diatribes, dessa acidez, nem que seja pra acabar de foder tudo. Pior não pode ficar. É sim, meu caro Celso, nossos fuscas estão sendo roubados, depenados e mandados aos pedaços pro Paraguai. E se não entrarmos de carrinho no joelho desse bando de parasitas pernas-de-pau , vamos ter que voltar da pelada a pé, fudidos ou de Lada o que é pior ainda.
Um abraço
cada um na sua e todos nessa e olha o resultado: os bons da fita, na verdade os maus, apesar de nós sermos vistos como tal, seguem sempre a estratégia do porco-espinho: no inverno juntam-se, mesmo sabendo que vão espetar-se e sangrar uns aos outros, sobrevivendo e passando como um rolo compressor sobre nós que temos a mania de sermos andorinhas esbeltas e afinadas com manias de falcão, cada qual a bater asas pra tudo que é lado, ainda que ao fim e ao cabo o norte magnético nos leve a mesma direção.
do jeito que está, não só não fazemos verão como não resistimos nem ao chocos das propagandas de cervejas.
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