terça-feira, abril 29, 2014

estupidez em penca é tão mal ou pior que o racismo: até porque ambos são interdependentes

ao dar uma banana "alimento o racismo, me entubo ou mantenho a minha neles" ?
uma das estupidezes mais ferrenhas que já tive oportunidade de ver - e olha que já vi muita - é a oportunista campanha que tem o banana do neymar como cavalo: somos todos macacos. ora, vão a puta que os pariu, que eu não sou macaco nem nada parecido. e tampouco é hora de sequer remexer em teorias evolucionistas com tamanho atraso de espírito manifestado que só tendem a reforçar o nó do estigma.

idem o gesto amplificado do daniel. não o cantor sertanejo. mas o outro. o sertanejo que ganhou o mundo pelo força dos pés, e que agora enfia os pés pela mãos, tamanha é a força do racismo. principalmente quando age sobre aqueles que não tem a compreensão na sua totalidade da chaga e de quão nocivo e entranhado "naturalmente" está o conceito de "raça desqualificada". ainda mais num pais como o brasil onde a escravidão continua sobre todos aqueles que não tem os instrumentos(ideológicos e/ou financeiros) para se livrarem do chicote e das correntes de algo que escapole toda vez que nos deparamos com negros a "usurpar" o direito a liberdade de ser um humano livre de qualquer algoz. seja qual for a situação. e isto acontece de forma ainda mais agressiva do que se o negro fosse marginal, porque também o racismo estabelece que"este é o seu papel".

num ensaio sobre chaplin adorno, e horkheimer,  - o grande ditador - afirmava que era completamento esvaziado de conteúdo político a cena em que chaplin martelava soldados nazistas com panelas, provocando gargalhadas que esvaiam-se como espuma de sabão." para adorno( e horkheimer), de alguma maneira chaplin havia "humanizado" hitler ao fazer a paródia do ditador e brincar com os símbolos do nazismo no filme. esses símbolos deveriam ser tratados com um interdito, jamais como comédia. uma cicatriz de lamento, pois o holocausto será sempre uma ferida eterna na civilização." assim deveríamos tratar a escravidão, e sua consequência maior: o racismo. 

por isso afirmo que dá no mesmo o gesto do daniel alves. comer a banana é mais uma casca de banana do racismo. vê-se também o negro curvando-se para apanhar as sobras - o negro, o pardo, o moreno, o escurinho, o chocolate, eufemismos também ditados pelo amplexo do racismo que degrada a cor em suas gradativizações, com suas cotações transitando por uma escala de cores cuja matiz é a dominação pela força da escravatura do papel incrustado aos negros. papel este que escamoteia até a figura do jesus de pele escura, uma evidência climática-geográfica pela geopolítica de um encaracolado cabeludo de olhos azuis e tez esbranquiçada - jesus não era um macaco também ?, então dá para sentir, literalmente, que nos fodemos com casca, jesus e tudo quando se trata de justificar a "superioridade branca".

além do mais, para amplificar o equivoco - e a estupidez - a campanha da loducca  - na maioria das vezes publicitário tem mania de querer dar jeito no mundo (dito de um certo "cowboy", bjarke rink, enquanto ainda diretor de criação da propeg e não mais afetado aos centauros) mas que sempre, acrescento eu, atrelado a intenções sub-reptícias faz com que acabem(ou comecem) em merda. oportunismo que descamba para a cara de pau(ou seria nariz de pau) da venda de camisetas no site do hulk, que se colore seja do que for, sem dó nem piedade, desde que isso lhe renda alguns carapauszinhos.

e como se mais não bastasse, bastaria ver os comentários no facebook da ana maria braga - macacos sentiriam-se ofendidos em ser comparados aos leitores desta mulher(provavelmente sentiriam-se ofendidos se comparados a mim também) para ver que não somos todos macacos porque macacos não fazem macacadas nem macaquices: isso é literalmente coisa do humano espécie vorazmente predadora de tudo e de todos, e que entre os artefatos de caça, dominação e mortandade usa também o racismo em todas as suas formas: veladas ou bananosas.

somos todos macacos não passa de mais destes equívocos ambivalentes. ao fim e ao cabo soam brandos e socialmente destinados a reinserção(se é para reinserir é porque foi alijado ou posto para fora. adivinhe por quem?) na base do aplaquemos a consciência com a grandeza da nossa permissão - agora igualdade - tal e qual o dito " negro de alma branca" era para nossos avós. e tome mais uma "compressa para a descompressão", só que agora na versão rede social.

definitivamente não somos todos macacos porque ainda precisamos "involuir" bastante para chegar perto desta evolução.

sábado, abril 26, 2014

pra você que não se tocou no último feriadão(fudido na ida ou na volta) já que vem mais um


Desisti do carro há quase 3 anos. A decisão veio acompanhada do desligamento do serviço de telefonia celular, da TV por assinatura e de uma reforma alimentar que eliminou produtos industrializados, carne, café e bebida alcoólica dos meus hábitos. Um processo de desintoxicação, que visava, acima de tudo, expurgar os males da civilização. Queria me proteger da sociedade de consumo – e do espetáculo. 
Sob forte inspiração de Gandhi e influência direta de Lia Diskin, da Palas Athena, posso resumir minha busca numa palavra: práxis. O mal estar da pós-modernidade havia se materializado em mim de forma irreversível e concreta por meio da incoerência absurda entre o que penso e o que faço.
Weber já apontava para essa interdependência entre o nosso comportamento como gerador daquilo que nos aprisiona. “Somos assombrados pelos monstros que criamos”, reforça Edgar Morin referindo-se ao imaginário social construído pelas religiões e, sobretudo, pela mídia. Sair dessa lógica, no entanto, é bem mais difícil e complexo do que simplesmente abrir mão dos fetiches, dos instrumentos de representação – e de coerção – já arraigados nos modos de vida dessa sociedade.
Há duas semanas fui convidado a abrir um seminário sobre educação para o trânsito e mobilidade urbana, na Unicamp. Ali, tentei fazer uma conexão direta entre a cultura do automóvel e a indústria cultural. Parti da minha experiência pessoal, das mudanças provocadas no meu dia-a-dia, mas sobretudo pelo imbricamento entre o tecnologismo capitalista, aqui representado pelo automóvel, como seu símbolo supremo, e a cultura de consumo, exarcebada pela “sociedade do espetáculo”.
Parti de um diálogo entre a ideia de cultura, sua origem etimológica, explorada em meu novo livro, O Poder da Cultura, e a contraposição entre cultura matrística e cultura patriarcal proposta por Humerto Maturana, em Amar e Brincar, editado, não por acaso, pela Palas Athena. E a cultura do automóvel como uma espécie de síntese imagética dessa cultura patriarcal, baseada na competição, no status, na busca do poder, da distinção, da privatização do espaço público, e o consequente modelo de desenvolvimento decorrente dessa cultura.
Mesmo sendo o meio menos eficaz de locomoção no espaço urbano, o automóvel representa um dos maiores itens no orçamento familiar do brasileiro médio e um dos maiores custos para a sociedade, pois exige grandes investimentos de infraestrutura. Isso sem contar a conta ambiental e no sistema de saúde, já que o acidente de automóvel é uma das maiores causas de morte no mundo.
Mesmo assim constitui a base do nosso projeto desenvolvimentista, símbolo do governo JK, de Itamar e até mesmo de Lula, que utilizou o incentivo ao consumo de automóveis como um dos principais agentes provocadores da resistência do país à crise financeira. Ao mesmo tempo que estimulava o endividamento da família brasileira, aumentava os impostos da atividade cultural, que segundo pesquisas do próprio governo, gera mais empregos que a indústria automobilística.
Mas há também uma interdependência entre indústria cultura e do automóvel. Adorno nos deixou a seguinte provocação em seu clássico texto sobre “A Indústria Cultural” (1947):
A racionalidade técnica hoje é a racionalidade da própria dominação. Ela é o caráter compulsivo da sociedade alienada em si mesma. Os automóveis, as bombas e o cinema mantêm coeso o todo e chega o momento em que seu elemento nivelador mostra sua força na própria injustiça a qual servia. Por enquanto, a técnica da indústria cultural levou apenas à padronização e à produção em série, sacrificando o que fazia a diferença entre a lógica da obra e a do sistema social.
A competição, o individualismo, a busca de status, a opção pelos grandes amontoados urbanos e a consequente exclusão das vias de acesso àqueles que não possuem automóveis, são urgências do homem civilizado contemporâneo. A busca incessante por informação, o acúmulo do know-how, a via expressa. O carro potente, veloz, automático, seguro, confortável, tornou-se uma espécie armadura que protege o “homem de bem” das inseguranças do século XXI.
A via asfaltada, a velocidade, a pressa, são necessidades contemporâneas fabricadas por nosso modelo civilizacional. O automóvel torna-se o fetiche supremo, uma espécie de falos coletivo que move, como nenhum outro objeto, em direção ao abismo dos sentidos.
Vivemos num vácuo de significados. O ato do consumo nos conforta, nos dá a segurança e a autoconfiança para continuarmos em frente, fazendo aquilo tudo que já não acreditamos, mas já não temos força ou uma nova utopia que nos redirecione.
O único antídoto que eu conheço para esse vazio é preenchê-lo com arte e cultura. Da boa e também da ruim. Daquilo que eu gosto e do que eu duvido. Um pouco também daquilo que só os loucos, os sonhadores e atrevidos têm condição de nos mostrar.
Enquanto for presa fácil dos meios de comunicação, com sua publicidade e o seu marketing, e da cultura oficial, com demagogia e populismo crescentes, o cidadão, de bem ou do mal, só verá esse vazio aumentar. E gerar os desequilíbrios e distúrbios imaginários que vivemos atualmente.
Seis meses depois religuei o celular; hoje utilizo o automóvel da minha companheira em situações específicas, uma ou duas vezes por semana; bebo moderadamente e estou em busca de uma clínica de reabilitação para viciados em cultura e café. Se alguém aí souber, por favor me avisa!
* Este texto não faz parte do livro O Poder da Cultura.
**texto do leonardo brant, para http://www.culturaemercado.com.br/

domingo, abril 20, 2014

acertos e equívocos. quais, onde e porquê? responda você que se diz publicitário antenado e inteligente

"Sarah Zelinski, Kayla Hatzel e Dylan Lambi-Raine, alunas do curso de estudos de gênero da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, tiveram uma ideia criativa para expor a forma como a publicidade explora massivamente os estereótipos de gênero. As estudantes canadenses produziram um vídeo no qual invertem o papel de homens e mulheres em anúncios reais.
Quando acaba de apresentar os anúncios originais, o vídeo pergunta se o espectador achou os mesmos “ridículos”. Após o questionamento, são apresentados os anúncios com os “papéis” invertidos. O resultado é a sensação de que os estereótipos de gênero estão de tal forma culturalmente enraizados que o ridículo de explorá-los só se torna evidente com a inversão dos “papéis”.
O vídeo, intitulado ‘Representations of gender in advertising’ (‘Representações de gênero na propaganda’), ainda apresenta estatísticas quanto aos números da violência de gênero no Canadá e os relaciona com a representação da mulher nos anúncios publicitários.
“Algumas campanhas retratam a mulher como altamente sexual e submissa. E o homem, como dominante e agressivo”, diz Sarah Zelinsky. 



na revista forum http://www.revistaforum.com.br/ com direito a alguns comentários, dois abaixo servidos como entrada. ah! quem é o mário? sei lá. não vai querer que eu responda que é aquele que te pegou atrás do armário(olha o conteúdo da proposta). no mais, minha nossa, não sei o que é pior: a pretensa densidade dos comentários ou a falta dela ou o tamanho do equívoco - não é de boa intenção que as faculdades andam cheias? na proposta dos estudantes. aliás, é nisso que dá ser estudante de publicidade. argh!

julho 26, 23:49
"O vídeo devia ter parado na crítica ás propagandas usando mulheres. Quando passa para a inversão de esteriótipos, torna-se absurdamente falacioso.
Isso porque mulheres consideradas fisicamente inadequadas para estas propagandas também nos pareceriam estranhas, tanto quanto os homens nos pareceram. Mas seria possível tornar as fotos notoriamente mais atraentes se usassem homens que correspondessem à estética esperada, e atuassem de forma menos caricata.
A inversão de papéis, se tivesse sido realizada com honestidade, não pareceria tão ridícula e absurda. Apenas causaria surpresa nas pessoas, caso fossem divulgadas como marketing real.
É com esse tipo de coisa que o feminismo se estrepa. Não precisamos criar verdades, nem argumentos que subestimam a lógica das pessoas" paula moiana da costa

"acho que trazer à consciência a opressão contras as mulheres e o modo de vida descartável que as propagandas usam para vender seus produtos, a partir das ilustrações dessas mesmas campanhas, é crucial para uma tomada de novos posicionamentos. mas não acho a inversão de papéis, uma boa saída. é emergencial despertarmos para um outro nível de consciência, pela convivência igualitária e não reproduzir os mesmos hábitos machistas, pelas mulheres. é como tornar as coisas perpetuadas pelas mesmas opressões, só que de lado diferentes. o ser humano precisa se conscientizar que a igualdade é elemento básico para uma convivência substancial. penso que a guerra dos sexos, como essa, da troca de papéis não avança em nada numa evolução dos gêneros. ninguém precisa se definir em relação ao outro, precisamos de autonomia, pela própria autonomia. precisamos lutar pelo pensamento de nos reconhecermos, de fato, humanos e semelhantes em sua categoria" mario.


quarta-feira, abril 09, 2014

e tome o conar provando do seu próprio veneno.no mínimo(a feijoada e não só) vai dar dor de barriga

de cara usar palhaço e nariz de palhaço para afirmar cidadania já é um tiro no pé







o conar, você já sabe: é aquela entidade destinada a produzir bobajadas
em nome de um ética e moral gaiatas - e por isso mesmo extremamente perigosas, tal como a bancada evangélica, o bolsonaro, o clube militar, e a tfp - que em nome do politicamente correto procura pelo em ovo e chifre em cabeça de cavalo, enquanto comerciais que propagam nascimento de pelos em cabeça de careca, remédio para varizes e hemorroidas e celulites - manja ai o famigerado goycochea?! (só o nome tem bafo de cadeia), para não falar do aumenta paus(piroca, caralho, pênis, o que você quiser) que não tem o menor problema em ludibriar o cidadão, encher o nosso saco, e foda-se o tal respeito ao consumidor e as diretrizes e guide lines pomposos do conar passam em alto, limpo e bom som(a qualidade é uma merda, mas isto não é privilégio deles).

pois bem, pegaram no pé do conar por conta de sua campanha, criada pela almpap/bbdo(ninguém escapa de fazer merda, não fosse este o destino do brasil e quem mora nele). os argumentos assentes particularizam o fato de que a campanha ridiculariza as demandas dos cidadãos e dissemina informações incorretas sobre a defesa do consumidor.

para encurtar a história e economizar os meus adjetivos, já que não tenho o menor saco para o conar, siga o link abaixo. divirta-se (se puder) ou irrite-se ainda mais com o conar apanhado, desrespeitando, segundo as diversas entidades que solicitaram a retirada da campanha do ar(as campanhas estão no link) já que (segundo as mesmas entidades), cabe ao sistema nacional de defesa do consumidor impor sanções mais efetivas quando há o desrespeito ao consumidor, com a aplicação de multas ou a determinação de uma contrapropaganda, por exemplo. os vídeos omitem ainda que a publicidade é regulada por lei, o código de defesa do consumidor (CDC),  junto com a constituição federal.

conforme o artigo 37, § 2° do CDC, “é abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança”
e agora conar? vai chupar ou chapar esta? alguém duvida que vai dar de ombros e alegar o de sempre? ou seja o que dizem todos aqueles que também dizem defender o bem em nosso nome mesmo que não tenhamos pedido - claro a turma que defende o estupro, a sheherazade, a volta de 64, sempre pede, pois não sabem viver sem que lhes digam o errado como certo e o certo como errado, vide suas argumentações. 
e o sprit de corps dos publicitários, vai peidar nesta feijoada também?

quinta-feira, abril 03, 2014

dor de cotovelo ou indigestão pra lá de premiada?

ganhei mais um ?*
prêmio em propaganda sempre foi – e será – uma excrescência, um proxenetismo. é a prova cabal de que a atividade nunca amadureceu (ou encruou) a ponto de necessitar de tal muleta psicológica para (a) endossar o que é bom. 
quem de nós não sabe o que é bom e não sabe quando está fazendo merda ? que atire o primeiro prêmio?






*veja ilustre leitor(passageiro) que se pergunta porque raios esta ave está, embora não sentada, ilustrando este post?ora! tal ave galiforme, da família dos cracídeos, gênero penélope, é o jacu,símbolo mór do único prêmio - prêmio não, troféu - que faz por merecer a quem o ganha dada a particularidade do pássaro que é capaz de competir com publicitários, graças ao trabalho de conseguir cagar o seu peso - mas não em oiro, como imaginam os jacus publicitários.