sábado, julho 29, 2006

hiipertrofia

os textos jornalísticos de intervenção que durante bom tempo eram publicados aos domingos, passam agora a ser publicados no:

hayquetenercojones.blogspot.com

no mesmo endereço, críticas de teatro, televisão, literatura, publicadas principalmente no jornal da cidade, jornal da semana, jornal do commércio, diário de pernambuco, correio da paraíba, o norte, a república, no tempo em que comer chambaril na nova pernambucana não era politicamente incorreto. pouco mais de cincoenta serão adicionados semanalmente aos que lá já estão.

apareça. mas limpe os pés ao entrar ou depois de ser respingar.

novamente na idade do leiaute da pedra lascada?

Para quem nada tem a dizer, as palavras são úteis.
- Goethe

As peças vão-se encaixando, aos poucos. Na primeira vez em que vi - e não gostei - a moça da TV fazer um gesto com a mão significando "faz um vinte-e-um" veio-me a reflexão: gostar ou não gostar, pessoalmente, nunca foi nem será o critério para avaliar uma campanha de comunicação. Era claro que a campanha tinha o mérito de ter criado um bordão, como se diz, que se podia adaptar a uma variedade de suportes, desde um comercial de TV de 15 segundos, até um outdoor, cartazete de ponto de venda ou anúncio impresso.

Depois vieram outras: a do nã-nã-nã, da cerveja, mãe ou tia torta desta execrável da-da-da do refrigerante, o gestual da dor-de-cotovelo, dos automóveis- e, por que não, o ÃO do Estadão?...

Então li uma palestra, feita em Cannes, por Lord Maurice Saatchi, propondo que a nova fórmula da propaganda moderna seja: quanto menos palavras, maior a possibilidade de a estratégia ser eficaz. Literalmente: a posse de uma palavra é o ativo de maior valor na era digital. É bem verdade que, nessa palestra,Lord Saatchi não conseguiu dar um só exemplo de campanha de sucesso baseada em uma única palavra. Mas acentuou, sem dúvida,o conceito de que o caminho do sucesso, na nova propaganda, passa pela descoberta de um ingrediente único, singular, que se possa associar positivamente à marca de um produto ou serviço.

Estará aí, talvez, o germe da grande insatisfação que sentimos diante da propaganda atual?

A minha geração começou a trabalhar em propaganda em cima do que se chamava "copy". O texto dos anúncios impressos - e, algumas vezes, as suas ilustrações - determinavam a qualidade da percepção dos consumidores. "Se é Bayer é bom", "É melhor e não faz mal" - e depois – "Isso é que é", para Coca Cola. "Pense pequeno para o Fusca.

A chegada da TV trouxe um formato novo e generoso (embora não o considerássemos assim, na época) no comercial de 30 segundos: palavras, imagens com cores e movimento, trilha sonora e pack-shots, para encerrar. Reputações foram construídas- nesses limites - tanto para os produtos anunciados como para os profissionais que,em duplas de criação, bolavam as mensagens. A bonança durou quase meio século. Quase todas as grandes campanhas das últimas décadas, em especial até os anos 90, desenvolveram-se a partir de um memorável comercial de 30 segundos.

E agora? A evolução da tecnologia resultou numa multiplicidade de suportes para a transmissão de idéias - e em novos hábitos das pessoas, em relação à mídia, que trouxe sérias dissonâncias ao próprio processo de percepção. Diante da tradicional tarefa de transformar estratégias em símbolo, os publicitários estão ficando, literalmente, sem palavras.
Não é um problema de fácil solução. Na verdade, encontrar o caminho tornou-se, para a nova propaganda, uma estratégia para a própria sobrevivência. Pode-se até aceitar que nã-nã-nã e da-da-da sejam precursores de alguma coisa. Mas corre-se o risco de que - de bordão em bordão, de grunhido em grunhido - em vez de evoluir, a propaganda reverta à idade da pedra.

nã-nã-nã-da-da-da, do j.r.w.p.

quarta-feira, julho 26, 2006

clube sim. mas clube de quê?

tenho a maior simpatia por movimentos(ou lesões)associativos que buscam organizar-se para aperfeiçoar qualquer coisa que seja(até o ego, vá lá) e ou reivindicar posturas críticas ou ditas profissionais, até para campeonato de arremesso de cuspe.

mas porra! a tentativa de reorganizar o clube de criação de pernambuco é um vexame d´um perrengue só. e isso, não é só desestimulante, é revelador da aglutinação em torno, e do torcer contra de tantos, desde os comentários de "como é que pode? um natalense a frente, xenofobismo de descarga, ao rame-rame na hora do gargarejo tempos e tempos depois, pela falta de um web-designer que fizesse a atualização do site que convenhamos, é só um site, não é um lançamento da nasa, mais parece.

até lá já vi lá minha cara, meu nome, minha coluna cervical, no rough que foi retirado do ar, duplo vexame, rough e retirada, já que o endereço era acessado por quem quisesse. e muita gente, inclusive do exterior, quis.

o passado do clube o condena. o presente, e esta nova tentativa, mostram que decididamente não teremos, apesar de algumas cólicas na lista, um clube de luta.
e assim la nave vá.
tentem um novo clube. de biriba. quem sabe dá certo.

recuerdos de ycaparati ou não deixa de ser isso ou quase isso, e se não, é tão-somente uma questão de estilo

A história de uma empresa pode ser contada através da qualidade dos textos e das imagens de seus impressos e audiovisuais. Economizar na qualidade das palavras e imagens é economizar no potencial de atrair e manter clientes. Quantas empresas e profissionais da área de propaganda e marketing prestam atenção nisso?

Designer de origem, redator por opção e circunstância, clássico jurássico, aprendi a profissão publicitária no tempo do paste-up, quando a cola de benzina gerava um bom astral nos estúdios e as fotocomposições tinham três dimensões reais nada virtuais. Colávamos títulos letra por letra com as arcaicas letraset, prismávamos imagens e fotos e confiávamos que o pessoal da fotomecânica conseguiria entender nossas indicações de cor e sombra nos layers de papel vegetal. Mais tarde, quando assumi o papel de redator quase cem por cento do tempo, escrevia mais manuscritos que datilografava em máquinas de escrever mecânicas. Foi um tempo romântico.

Publicidade é feita para ser lida e ouvida, não apenas ser vista.
Com a chegada dos computadores de mesa e seus editores de texto e de imagem ficou bem mais fácil, a dupla de criação não precisou mais do estúdio, de ilustradores, letristas. Um anúncio que levaria semanas para ser feito nos anos 80, não ocupava mais que algumas horas trabalho no fim dos anos 90. Em pouco tempo, a atividade de especialistas escapou das fronteiras das agências e tomou o mundo. Qualquer um poderia fazer anúncios. As agências reduziram seus quadros e se multiplicaram exponencialmente esquina por esquina, compartilhando verbas cada vez menores. Hoje um cliente pode se dar ao luxo de contar com diversas agências a seu serviço, ao mesmo tempo, sem esquecer as que estão na fila em compasso de espera. Infelizmente, o mercado perdeu com isso. A qualidade estética da propaganda deu lugar a experimentalismos e brincadeiras visuais, justificadas apenas pelo mundo da arte conceitual e não pelo universo da comunicação comercial. O apelo visual se tornou mais importante que a comunicação. Não é de estranhar que nas agências atuais encontremos tantos computadores e especialistas em photoshops e coréis, enquanto a figura do redator é cada vez menos presente. De repente, a mensagem publicitária se tornou “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Falta-lhe conteúdo e persuasão. Criatividade virou raridade. E a crise da propaganda se agrava a cada anúncio, reproduzindo fórmulas do passado e deixando de criar o próprio futuro.

A imagem atrai, o texto conquista.
Obviamente, é importante valorizar a imagem geral de uma mensagem publicitária, ela é o contexto sensorial imediato, isto é, sem intermediários. E não estou falando de beleza, pois essa varia conforme a moda, estou falando de estética, adequação contextual, o prazer sinestésico que chamamos de bom gosto. O que vemos é nosso termômetro de qualidade. E é verdadeiro que antes de ler, os olhos humanos apenas vêem. Assim, um texto sem apelo visual é apenas uma mancha perdida no papel. O que não significa que podemos esquecer do texto, ele é a alma do que desejamos comunicar. Uma palavra ou letra errada acaba com qualquer primeira impreção (sic). E já que o texto pelo texto não atrai facilmente, ele precisa atender nossas necessidades sensoriais antes, para só depois as informações contidas nele serem assimiladas e apreciadas. Nenhum texto é ilegível ou longo se bem equilibrado. Aliás, entrelinhas são mais fundamentais que o tamanho de uma fonte (lembre-se disso, diagramador). Ler dá trabalho e é sempre necessário criar contrapontos sensoriais. Livros e revistas, nós compramos pela capa, pela cor, cheiro, maciez ou aspereza do papel. A sensação de conforto é preponderante para a leitura. Se o papel brilhar demais ou de menos e a tinta causar náuseas ou manchar as mãos, a leitura se torna um desconforto. O texto deve exigir e permitir que o designer experimente e ouse até os limites possíveis das cores, formas e letras. Reunir o máximo de ousadia com o máximo de adequação. Um bom título não é apenas texto, é arte visual integrada. Cada detalhe é importante, e o designer, um diretor de arte, é o profissional adequado para decidir cores, tamanhos e formas de cada milímetro de um material publicitário, em todas as mídias, da mesma forma que textos devem ser escritos com competência. É um erro confiar em clichês, gostos individuais, usar esta imagem, palavra ou aquela cor por achômetro imediato. O feeling profissional costuma ser mais afiado que o feeling casual ou emocional.

Um outdoor com texto demais é falha de redação, não de layout.
Um design eficiente, uma marca bem calculada ganha mercado diante de qualquer concorrência e, para não dizer que não falei das flores, vence eleições. Mas um design só é eficiente se integrado a um texto eficaz, bem escrito e legível. Sem um texto adequado, um bom design arrisca ser apenas arte pela arte e não publicidade. Pode ser bonito de se ver mas não comunicar nada, ou comunicar errado.

Que tal exigir mais qualidade de texto na publicidade daqui por diante?
Do cartão de visita ao outdoor, do anúncio de jornal ao comercial de TV, palavras e imagens constroem, juntas, a história de sucesso e de profissionalismo de uma empresa. Faça o teste, todo anúncio fraco que você já viu tinha um layout até razoável, você foi atraído para a leitura. Mas o texto era fraco e a lembrança que ficou foi a fraqueza do anunciante, se ficou alguma lembrança. Mas veja, você chegou até aqui, leu este artigo do começo ao fim e, se não tem ânimo de ler o texto do anúncio mais próximo, sabe que o problema do texto em propaganda jamais é o leitor.

quem diria, texto também é publicidade, do antonio valter kuntz

segunda-feira, julho 24, 2006

passando o esfregão

pode-se discutir variadas nuances do comercial da brilux.

pode-se se dizer que a produção é melhor que a idéia(obrigação da produção);que a locação exógena - problema de custos? ou recife não tem a luz e arquitetura para fazer algo esteta plástico, minimalista, high-tech, cult, "europeizado" ou que raios seja? - quebra a relação de proximidade com o universo do consumidor local, regional(que tem orgulho de ser nordestino?)do produto, apesar da quina defensável da referenciação externa que é martelo de bigorna para determinados extratos, avançando também na composição de tipos e figurinos; e a sempre questão mais do que discutível,para "homens de marketing",da sempre clamada representação realista/naturalista, seja do ambiente de compra, representado pelo supermercado, com indefectíveis carrinhos, prateleiras ou passagem pelo caixa, seja na demonstração pelo uso no lar, pelas " rainhas do lar" ou suas escravas, que almas sejam salvas, não estão presentes nesta produção, o que mancharia qualquer consciência conceitual.

mas, discutível ou não, vamos poupá-los de elencar itens mais, equivocado ou não, os ares da televisão ficaram mais limpos com esta campanha.

já a consciência, profissional, ou não, são outros quinhentos. seria o caso de dizer que da lima ou do lima, foi feita limonada. se a dose de açúcar e o copo translúcido não são os mais recomendáveis, digo - e luto por isso - que é sempre melhor a queda para cima do que a mesmice acocorada. vamos ver até onde há músculos para esta guinada não retroceder ao que era de rastos, que é o que costuma acontecer em mercados onde a filariose continua endêmica.

agora se gosto ou não gosto, finalmente? well, propaganda não é uma questão de gosto ou achismos. funciona ou não funciona. bom seria se além de funcionar no quesito cumprimento dos objetivos de marketing , ainda avançasse na educação estética,comportamental,educacional, valorativa(e não só do produto, mas moral)e, aqui e alí, política, no sentido de adotar parâmetros de criticidade ante a verdadeira responsabilidade social. mas isto também seria pedir demais na lógica do mercado pois não? então que já nos baste, não corroer os dedos e as roupas de baixo dos e das usuárias,e da inteligência mínima da audiência não queimar o endométrio nos bocejos(o tecido do interior da boca. propaganda também é cultura, é o mesmo, senhoras e senhores, da vagina)

assim como água sanitária não é perfume, embora algumas o tenham. e vice-versa. quem faz do uso, seu costume, que o diga.

dá dá dá, blá blá blá,k k k ?

Prezado leitor,

Não sei se em toda a história da publicidade já se criou (e se teve a ousadia de veicular) uma campanha tão grosseira e vulgar quanto esta "DáDáDá" da Pepsi. Recebi várias mensagens de leitores, indignados, pedindo que eu aborde este tema e não deixe barato esta derrapada. E não dádádá pra deixar mesmo, pois cada etapa desta campanha se revela pior que a anterior.

Para quem não lembra, ela começou com um comercial de dois sujeitos num bar, falando de uma promoção da Pepsi que, em si, é até original, pelo fato de inserir códigos nas tampinhas, que devem ser mandados por mensagens de texto pelo celular, para concorrer a prêmios. Só que a explicação do concurso é de tal modo cortada por um irritante áudio “dádádá” que só mesmo assistindo várias vezes ou lendo algo escrito é que algum mortal consegue entender a mecânica do concurso. Eu sei que publicitário “geninho” não gosta de dar explicações claras (seria muito banal para eles), mas também não precisava exagerar na criação de dificuldades.

O comercial seguinte se esqueceu da promoção (a única coisa sensata, nesta campanha) e já começou a “apelar”. Doentes graves, numa UTI, ouvem o barulhinho da lata de Pepsi sendo aberta por um médico, acordam do seu torpor e começam a dançar, pedindo a tão desejada bebida.
O médico recusa, sadicamente, e os doentes afundam, aparentemente mortos. Em outro comercial, não sei se foi o seguinte, um jovem abre uma latinha dessa poção mágica na rua e é perseguido por uma multidão que tenta lhe tomar a bebida, à força. Finalmente, no comercial mais recente, uma moça abre a latinha num cemitério e os mortos saem dos túmulos, todos decompostos, implorando Pepsi. À sua sádica recusa de lhes prover este bálsamo da salvação, os cadáveres se desfazem em pó e a mocinha sai andando, toda lépida e fagueira, gozando o fato de estar viva e eles mortos.

Deixando um pouco mais barato o comercial da perseguição, que estimula atitudes agressivas nos jovens (como se precisássemos de mais violência, hoje), vamos focar primeiro no do hospital. Que família ainda não passou (ou passa) pela amarga situação de estar com um ente querido internado numa UTI, entre a vida e a morte? Que sentimento poderá lhes despertar esta grosseira gozação de doentes terminais, sendo sadicados por um médico-monstro, que pratica a eutanásia com uma latinha de Pepsi? Muitas salas de espera de UTIs têm TV e ela fica ligada. Já imaginaram a reação? “Isso não é nem mais derrapada, é um abuso de mau gosto. Trata o consumidor como demente” escreveu a leitora Denise Campielo Barros.

O comercial do cemitério então, ultrapassa todos os limites do mau gosto. Não há cultura que não tenha respeito pelos mortos e não há família que não tenha os seus, já sendo bem doloroso imaginar em que estado estão lá embaixo os corpos daquelas pessoas que amamos, nossos avós, pais, irmãos ou, pior, nossos filhos. (tanto que muitos preferem cremar os seus, só para não terem que pensar nisso). A imagem grosseira de cadáveres decompostos, implorando desesperadamente por um gole de Pepsi, como se esta fosse fazê-los ressuscitar... e o sadismo de uma jovem que lhes nega a salvação e, gozando dos mortos, os transforma em pó, é de uma brutalidade atroz.

Parece que esta campanha está sendo veiculada apenas no Brasil. Sim, pois nos Estados Unidos ela seria considerada como “politicamente incorretíssima” e despertaria as mais iradas contestações. Eu não sou a favor da chatice do politicamente correto, tipo chamar os negros de african-americans e outras bobagens. Mas tudo tem limites e esta campanha ultrapassa todos. Uma propaganda de produto não pode insultar um Presidente e também não pode insultar os doentes e os mortos. Até porque desta forma insulta também os vivos saudáveis e agride o mercado, em vez de conquistá-lo.

Que resultado será que esperam a Pepsi e sua agência de uma barbaridade dessas? Será que acreditam que o público vai achar graça nessas grosserias? Se a intenção é mostrar que este refrigerante é muito desejado, a campanha nos faz lembrar exatamente do contrário. Ou seja, o quanto a maioria dos consumidores prefere a concorrente, Coca Cola, e o quanto freqüentemente somos obrigados a engolir (ou rejeitar) a Pepsi porque ela é imposta a muitos bares, em venda casada (não era proibida?..) com o Guaraná Antártica, este sim, desejado pelo sabor que tem... Se a Pepsi fosse tão desejada assim não precisaria dessas promoções gigante para vendê-la – e muito menos desses grosseiros superlativos para mostrar um desejo, se este fosse óbvio.

E o que se quer provar com o comportamento egoísta dos personagens que se recusam a dividir com outros a latinha? Todos sabemos que beber é um hábito social e é de bom tom partilhar o prazer e a alegria de viver, como nos (bons) comerciais de cerveja. Beber sozinho, escondido, é coisa de alcoólatra ou de indivíduos anti-sociais, rejeitados pelo grupo. Só podemos então concluir que os bebedores compulsivos e obsessivos de Pepsi destes comerciais devem estar sendo vistos pelo público-alvo como marginais e idiotas, além de sádicos. Será esta a imagem que os marqueteiros da Pepsi desejam projetar dos seus clientes, para conquistar outros? Assim NãodáNãodáNãodá.

Até a próxima!
Abraço,
Silvio Lefèvre in Derrapadas de Marketing.

não sei qual é a bebida ou refrigerante que o sílvio bebe. mas parece nunca ter visto o clip do michael jackson, referência, presumo, do comercial mortos-vivos, e que já serviu de "inspiração" a uma boa dose de comerciais, incluindo este.

contudo não é por aí, na minha modestíssima opinião, incluíndo a questão da sugestão de violência em um dos comerciais. hay que tener distanciamento crítico e a compreensão de que as referências estéticas e valorativas do target pretendido talvez sejam estes, entendendo-se que a pepsi quer nichar o seu refrigerante? e não mais para a família.

o problema do dádádá, quanto a mim, é que piada de gago torna-se chata já na segunda vez, quanto mais tendo necessidade imperiosa de saturação da mídia para o entendimento da promoção e do próprio comercial em sí. se de incompreensível a princípio(tem de ser ficar bastante ligado para matar de primeira ou de segunda, curtido a posteriori pela repetição do dádádá, o que contraria a noção de entropia, não ouvi ninguém ainda fazendo piada na rua com o dá dá dá para obter favores sexuais de alguém, por exemplo, que se dá, também não me pareçe que valha a pena. o comercial " uti " é o mais desagradável, e a sua desagrabilidade, acontece justamente porque o seu desfecho não tem gás, não tem pegada. e creio que mesmo significativa parte de pessoas, tão bombardeada por humores negros de todos os lados - eu sou otimista - faz a separação entre a campanha, e desgraças pessoais, ainda que lhes bata soluço de vez em quando para quem viveu situação recente. não se pode agradar a todos(o importante é agradar a quem nos dirijimos prioritariamente, o tal heavy user, se for este o caso da campanha, e não fazer a pegada do light user.

o mal é que leva a campanha a gagueira, a perseguição,a uti e ao cemitério, é que a campanha é velha, no sentido de ultrapassada, quanto mais moderna se pretende, não conseguindo afastar cacoetes de fins dos anos 80, meados dos 90.
como alguém já disse, existem mil maneiras de esfolar um gato. mas ele só gosta de uma. saberia você qual é ?

sábado, julho 22, 2006

torcicolo

você não só fica com a consciência pesada, como com o bom português lesado, quando redige um texto de água sobre produto(em)que não confia.
sintaxe publicitária é outra coisa. e silepse em publicidade só quando joga a favor, nunca contra.

a voz do morto vivo

Eu, redator, confesso: morro de inveja de quem vai ao 1º Encontro de Latino-americano de Redação Publicitária de Parati. Não tanto pela programação, que não é lá uma Brastemp (www.alaprio.com.br). Tem coquetel, exposição de anúncios (espero que com textos), lançamento de livro em que o autor ou autores não são citados, palestras com debate sem citar os palestrantes, homenagens e entrega de prêmios. Tudo bem. Um passeio por Parati compensa. E com folga.
Brincadeiras (de redator) à parte, a iniciativa da ALAP e dos Clubes de Criação do Rio e São Paulo é mais do que oportuna. É, no mínimo, curiosa. Acreditem, o redator publicitário já foi dado como morto e enterrado numa campanha do Festival Mundial de Publicidade de Gramado - de 2001, se já não me falha o hd. O referido vt comparava o redator a coisas obsoletas como o papel carbono.
Confesso também que o comercial me deixou chocado não só por descobrir que eu havia fenecido, mas porque a afirmação vinha de uma instituição mundialmente reconhecida. Apesar da respeitabilidade do anunciante, não dava pra concordar com a própria morte anunciada, a não ser que ela fosse redigida por um Gabriel Garcia Marquez. Soava mais como uma ameaça. Ou um atentado.
O comercial em questão gerou até uma certa polêmica, um pequeno bate-boca em que o veredito foi reforçado: no mundo da imagem e da direção de arte, o homem das palavras estaria com os seus dias contados. Poucos dias. Minutos, segundos, talvez. Só tem uma coisa: pelo texto do comercial, todo ele muito bem produzido, ficava evidente a participação de um redator. E bom. Traidor.
É por essas e outras que eu, redator, continuo aqui me confessando: tenho curiosidade de saber o que os colegas-defuntos vão falar e ouvir durante os dois dias desse encontro histórico. Vítimas do mundo esmagador das imagens, qual será o texto desses homens de palavras?
Com tantas certezas pairando no ar poluído e imediatamente sumindo sem nem deixar rastro, a supremacia da imagem na comunicação é uma das que continua por aí . O momento é mais do que oportuno para atirar palavras sobre o assunto. Estou fazendo a minha parte.
Outra coisa que sou forçado a confessar é que sinto falta de presenças, digamos, mais significativas no evento. Redatores famosos e outros nem tanto, mas igualmente ótimos poderiam estar entre os palestrantes. E escritores, também. Muito embora redação publicitária não seja literatura, um escritor talvez emprestasse um olhar novo, de fora, um olhar de primo rico. Luiz Fernando Verissimo, que já foi redator publicitário, e que certa feita escreveu que textos publicitários quando tentam ser literários viram, no máximo, má literatura. Mas como ele não é de falar, quem sabe o João Ubaldo Ribeiro. Ele é bom de palavra escrita, falada e debochada. E já pensaram em Saramago tergiversando à lusitana sobre a redação de reclames? Imperdível. Quem sabe até o Amyr Klink, que mora nas redondezas e é um mestre em ousadia, planejamento e criatividade aplicada a aventuras marítimas.
O pessoal que organizou o evento também poderia ter pensado em um slogan, afinal, o encontro é de fazedores de slogans. Tenho uma sugestão: Uma imagem vale por mil palavras; diga isso sem elas. O ponto e vírgula é pra dar um ar obsoleto à frase do (genial) Millôr, que provoca: diga que uma imagem vale por mil palavras usando apenas imagens.
É por isso que eu, redator, confesso: gostaria de estar lá para testemunhar o texto do encontro sendo redigido. Numa máquina de escrever e com papel carbono. Com tanta gente de palavra junto e Parati ao fundo, o clima não está para velório.

papel carbono, do andré martins

bom, eu não concordo com o andré sobre ir a tal encontro, como já postado aqui. compre bons livros e leia. leia poetas, eles é que sabem de poiésis(criação de linguagem) leia sobre o básico sobre semiótica e semântica. o dinheiro que você economiza não indo a tal encontro dá de sobra, e ainda para ler os tais livros num bom café. por outro lado, concordo plenamente com o andré sobre o mito plantado já nos anos 90 sobre a obsolescência do redator. como também já postado aqui(tô ficando repetitivo) imagem não vende nada. o que vende é estatisticamente desprezível(está lá no copy criativo do roberto menna barreto, suspeito porque ele é redator?. propaganda sem texto, principalmente quando o head-line é conceitual, é o que se vê. sacadinhas amorais de imagem - tem gente que ainda confunde operador de máquina com diretor de arte. e diretor de arte com criativo. e criativo com diretor de arte - gelatinosas e fracas como galinhas de granja.
e por falar em copy criativo no meio da semana vamos falar de escola de redatores e colocar o pescoço na guilhotina. afiem as lâminas.

hora do angelis

"humor a favor não é comigo. deixo isso com os publicitários".

quarta-feira, julho 19, 2006

brilux

devemos concluir, então, pela lógica vertebral, que boa parte do congresso e da câmara anda absinto em tonéis da água tal, sanitariedade mesmo precisa, tamanha desenvoltura e equilíbrio postural dos pescoços em corte, que de limpa consciência envergam mas não partem, a quem não duvide da sua eficácia, se tal se usa.
pensando melhor ainda, pescoços de toda sorte, acaba de ser descoberta a salvação nacional.a questão é do modo de usar à canalha toda, incluindo os da classe: basta comprar e tomar amônias do tal hipoclorito de sódio.
(se dose me couber, pra mim on the rocks, please.)

artesiana

jorra fraca dita fonte fidedigna, que escuta em certa festa mezzo boca livre(com salários de mil e duzentos reais, publicitário só vai mesmo é a festa assim)onde dois diretores de criação de recife, falavam cobras&lagartos da minha menosprezível pessoa - o mercado de recife, vocês sabem, é muito vip, minha nossa - por conta de observações, entre elas a ausência de nomes de recém-entrando estar ausente no site da agência, que dizem está a dirigir.
ora, ora, mequetrefes: não posso refestelar-me em cagada como chanel. dêem-me chanel e ora eu vos direi então, ouvis estrelas.

vanuatu vai lotar

1. O último número da Revista Propaganda, edição 663 de junho, publica entrevista do presidente da ABAP. Diz a material entre outras coisas: “Segundo ele (o presidente da ABAP) das cerca de quatro mil agências certificadas pelo Cenp, apenas 250 atendem aos critérios e requisitos para se associar à ABAP. “Mas elas representam 75% do bolo publicitário”, ressalta. As exigências básicas são: ter contrato social (CNPJ ativo, estar em dia com a Receita Federal e atuar com os departamentos fundamentais para uma agência, como atendimento, planejamento, mídia e criação.”

Li a entrevista, fiquei confuso e falei das minhas dúvidas para os meus botões.

2. Perguntei: quer dizer que as cerca de 3.750 agências brasileiras que estão fora da ABAP têm pelo menos algum tipo de irregularidade? Ou não têm condição de atender os clientes, porque sua estrutura está incompleta? Perguntei também sobre o papel do CENP que, a partir dos critérios estabelecidos pela ABAP anda certificando agências irregulares. As 3.750 agências vão tomar conhecimento daquelas declarações em silêncio? 0s Sindicatos das agências e a Fenapro engolirão silenciosamente o desaforo? Meus botões não gostaram das perguntas.

Não gostaram, mas responderam com outra: lembra-se do cedampa? Lembrei-me.

3. O Cedampa – Centro de Estudos, Desenvolvimento e Apoio às Médias e Pequenas Agências de Propaganda é uma entidade fundada em março de 1978 por um grupo de empresários do setor, entre eles o nosso Júlio Pimentel. Seu primeiro presidente, e acho que único, foi Armando Sant’Ana. Acompanhei de perto a curta existência dessa entidade. Um dos seus objetivos era reunir as agênciascuja associação da ABAP recusava para, claro, defender seus interesses. Pelos quais essa entidade nunca se interessou.

Recebeu, logo de início,o apoio de uma aguerrida massa de pequenas e médias. Chegou a fazer, no Hotel Maksoud em S. Paulo, um evento que contou com a participação de um bom número delas. Infelizmente, desapareceu, desconheço a razão.

Hoje, ao ler as declarações do presidente da ABAP, vejo quanta falta o Cedampa está fazendo. Sem um porta-voz adequado (a Fenapro nunca se manifesta quando se trata de contrariar a Abap), sem uma liderança forte, as 3.750 agências se calam.

Que pena!

4. Assisto esse triste espetáculo e tenho vontade de me mudar. De profissão não dá mais, não sei fazer outra coisa nem tenho mais idade pra isso. Mas de país. Mais precisamente, para Vanuatu. Vanuatu, você sabe, é um conjunto de 80 ilhas situadas ao sul do Oceano Pacífico, das quais 65 são habitadas por pescadores e agricultores. Segundo a New Economics Foundation, localizada em Londres, é o lugar mais feliz do munddo
Estou com uma baita vontade de ficar por lá. Pescando. Ou plantando bananeira. Nos dois sentidos.

Assim, não aporrinho meus botões. Nem você, com problemas como esse. Muito menos a ABAP, que poderia continuar dizendo, sem este chato para dar palpitar, que no Brasil há dois tipos de agência: as associadas dela, cujos interesses defende, e as outras, as parias, com algum tipo de irregularidade. Pelo menos.

eloy simões, no seu " quero ir apra vanuatu", uma "quase continuação do edial das arábias, e que em florianópolis, muito mais perto do que nós. afinal, floripa é uma ilha e nós apenas caudatários da mesma bosta que se joga no capibaribe e que entope as artérias símbolo da nossa cidade.

urubu

quando uma empresa, inda mais farmacêutica como a roche, monta uma ação de comunicação auto-capitaneando sua auto-medicação, e na forma de plantar verde e colher maduro, usa como alcapão um introdução de texto com o alpiste do “um passarinho me contou “ na voz de um pomba gira, devo chegar a conclusão, de que quem nasceu pra pena de cu de urubu nunca vai ser pena de cu de passarinho, ainda que assim se pavoneie.

domingo, julho 16, 2006

pan!pan!pan!

como noticiado no blue bus, o símbolo do pan, mesmo depois do falso jogo da democracia da escolha do nome,incluindo as variantes indígenas, será sempre um bastardo,tamanha similitude com o"soleil! da nestlé.

coincidência é o caralho. agora não é mais só o consciente. o inconsciente, que dizem, dita as coincidências, também sucumbiu a ausência total de valores de toda uma geração. qualquer filho da puta menos esclarecido, de imediato, vetaria o símbolo, e partiria para outro caminho. mas qual o quê. agora nem jeitinho brasileiro mais tapa o sol com a peneira.
e vá logo escolhendo seu calibre para o pan. vai ser no rio, esqueceu?

um edital das arábias*

talento!serviços!mérito!bah!entrai para um grupinho.
telêmaco

verbas publicitárias são sempre disputadas "quiscunque viis". excetuando-se agências e homens de comunicação que não participam de tais expedientes - e há muitos - como júlio ribeirto(talent/detroit), washington olivetto(w.brasil), só para citar os dois exemplos mais famosos, e que nem por isso diminuem seu sucesso,reconhecimento,e faturamento - todos os demias tem sobre sí o fantasma do enriquecimento ilícito, do conchavo, da propina, do desperdício, da esperteza e do "talento" em conseguí-las.

desastroso, como se vê, é que a esperteza e o "talento" não são demonstrados nas campanhas e peças que apresentam, com o mesmo arroubo com que se lançam a tal disputa. Quem se lembra da Assessor, agência que evidenciou-se nos ditames do governo figueirêdo e que logo passou a popstar no "clube dos dez"? pudera! a agência que tinha como sócio majoritário um dos filhos do então presidente, acabado o governo, desabou. Como tantas outras, era só um meio, uma fachada, pra turma do mete a mão fazer carreira fácil na propaganda. a paraíba também tem a sua assessor pois não? e seus assesores "mui talentosos".

malgré tout, a prefeitura de joão pessoa resolveu agir francamente. e lançou um edital para a área, seguindo o princípio da transparência mais que transparente que tem feito moda ultimamente na administração brasileira federal, estadual e municipal - deve ser por isso mesmo que se vê o que se vê ? - com o meticuloso propósito de eliminar a sombra do improbus administrador.

pulchre!bene!recte! mas saberia o prefeito chico franca, e o secretário de comunicação raimundo nonato, que tal edital, ad hominen, é duplamente criminoso? já que permite e incita o exercício fraudulento de profissão reconhecida e homologada perante o ministério do trabalho?

se sabem, são ejusden farinae. se não, estão sendo vítimas de mais um arrumadinho da política local de propaganda que, associada ao coronelismo de asfalto, vitima a lisura, os homens de caráter, o profissionalismo, além do prazer e a possibilidade do fazer bem-feito. sem falar no bote no bolso do contribuinte, este palerma, que como eu, paga impostos. tudo em favor da expansão de negócios ue jamais se expandiriam a tal ponto no ramo da propaganda local, se não houvessem tais expedientes. e esta é a mais forte razão para a probreza de um mercado desequilibirado, achatado na média, no tempo e paupérrimo e milionário nos extremos, mix muito pouco recomendável.

de saída, o edital nº 01/93, colocado a venda pela bagatela de U.S.$20,faz o imbróglio de atividades caudatárias e terciárias a atividade das agências de propaganda, tais como filmagem e montagem, com as próprias. agência é agência. produtora é produtora ( e corretor não é agência). por mais que espertezas de donos de cameras ditos produtora ou agências, que costumam travestir-se de uma coisa e de outra ou das duas ao mesmo tempo, gabando-se de serem mais completas(sic!), digam o contrário. se assim for, coitada da dm9, a segundo do mundo, no ranking cannes 93: ela seria incompleta segundo as normas de tal edial. também o seriam a dpz, almap, bbdo, salles, mpm/lintas,jwt, pelo critério conspurcado de tal edital que fecha os olhos - por ignorância ou submissão a jogo de interesses ? ao primado básico de toda agência que é a geração de idéias apoiadas axilarmente em capital intelectual humano. o despautério é tal que ignora que muitas destas mesmas agências, aprovadas por tal edital, não tem sequer sede própria, o que as encalacraria no item instalações, equipamentos(que são alugados e não próprios) rá!rá!rá!, coisa para o macaco simão. e olha que tudo foi feito com base na lei 4.680. não é uma gracinha?

é sabido no mundo da propaganda que a atividade da produção é caudatária, terciária, desde os primórdios. isto muito antes da febre da terceirização nos anos 90 que despachou sedes pomposas, departamentos de pessoal, contabilidade, merchand, embalagens, para terceiros. é patente que as diretrizes do edital visam proteger interesses. os mesmos. dos mesmos.

a liberdade de escolha dos fornecedores por critério específico de cada trabalho a ser desenvolvido, além do direito jurisprudente, é o que permite equacionar - criativamente também - os binômios exibição-eficácia, custo -benefício. esta história de que não sendo assim iríamos ter custos onerados, é desonestidade juramentada, já que os preços da propaganda governamental são sempre superestimados - uma vez que o governo costuma atrasar os pagamentos(quando paga), e também, pela "questão cultural" que dita as normas do meter a faca: senão, cumequié que se compram as fazendas, os carros do ano, a casa de praia- e tudo isso num mercado paraibano, pobre? -. some-se a isto o fato de que as produtoras locais são desprovidas de recursos-humanos principalmente(não tem assistentes de produção sequer, já que as agências acabam por produzir)-. e qualquer trabalho mais elaborado requer a sub-locação de equipamentos(nao falo nem dos mais modernos, ao nível de nordeste - o que onera,quinquilhões, pela engenhosidade na composição dos custos, o orçamento. tdo é fruto da distônia crônica local entre cliente-agência-fornecedor. basta imaginar que se quisessemos produzir um comercial usando super-8(como foi feito na campanha do hobby escort) e 16mm, para dar mais textura e dinâmicas outras de imagem, não teríamos como. assim como não temos beta,super-beta e muito menos polegada, que vai morrer sem chegar ao mercado. mas dane-se a qualidade. o que importa é ser licitado. porque o negócio é faturar. o resto é pentelhação de quem não está comendo também. lever derideau ?

mais adiante o edital da basófia administrativa exige registro ou inscrição na entidade profissional competente ou sindicato de classe. problemas senhor prefeito e secretário de comunicação. o sindicato que existe? é patronal. está " freezado". não existe sindicato dos publicitários. registro quem emite é a delegacia regional do ministério do trabalho. como se isso não bastasse, qualquer declaração teria de ser expedida em data a posteriori da publicação do edital, assim como os comprovantes fiscais. como fica então? como é que se pede algo que não pode ser de antemão dado? e não pode como é que a classificação pode ter ido adiante. aliás, a presidente da comissão central permanente da licitação, maria fátima m. de carvalho, autora de pérolas como "outdoor não é veículo de comunicação", cometeu outro estapafúrdio, como se já não o fosse permitir que elementos cegos, surdos, mudos à propaganda fossem presidir tal coisa, ainda que montados num dispositivo manco que reconhece sua incapacidade ao criar uma comissão de assessoria especializada, que em matéria de propaganda é uma bosta também, para atuar em caráter suplementar? rá!rá!rá!. sim, estapafúrdio também, ao desconsiderar verbalmente um pedido de adiamento e alteração baseado no que previa o próprio edital - na verdade o impetrante usou de eufemismo, deveria ter partido logo para impugnação, tamanho abusrdo -e tudo fundamentado na lei 4.680, que tal comissão parece desconhecer,apesar de anexada, mas que embalsamou para dar aparência de legalidade documental. tal pedido nem foi registrado em ata, como prevê o edital rá!rá!rá!, procedimento cabível e jurisprudente a qualquer malta que se preze. até porque a mesma não dispunha de conhecimento para descartar o que fosse, não fosse o pau mandado que é. e tudo isso foi feito como a coisa mais natural do mundo. o que é para panelinha que nestas horas não tem fair-play.

por último a questão primeira: o exercício da profissão de publicitário, lei 4.680,art.8º parágrafo único, não pode ser feito por não habilitados. seria pedir demais que tal comissão publicasse os registros profissionais dos classificados e suas responsabilidades nas "agências" que dirigem. afinal, uma farmácia sem farmacêutico,a prefeitura não perdoa(ou perdôa?). um cirurgião sem CRM, vai pra cadeia. publicitário que exerce a profissão ilegalmente,não? eu não sou a nadja palitor, mas não seria isso crime editado por sua própria natureza? e pela incitação? já que uma simples declaração imiscuiu não habilitados em tal concorrência ? tornando-os deus ex machina aptos ao ofício? devemos então consultar helena zóia, autoridade mór no assunto, com escritórios em são paulo, de onde presta assistência jurídica as mega-agências para que suas campanhas não se enredem no código do consumidor e nos intrincados das licitações?(endereço à disposição).

sou voto vencido na GCA. mas mantenho a posição. participar de uma concorrência destas é emprestar o nome para corroborar falcatruas. neste caso, maiores, porque nem as regras do jogo, elaboradas pelos próprios vencedores foi respeitada(que falta de savoir faire) de sorte que mesmo agências licitadas que não fazem o jogo não podem realizar um só trabalho, caso não sigam o esquema " cala a bôca".

o fato é que agências não participaram. produtoras também(tem gente no mercado com vergonha na cara sim senhor) enquanto outros e outras, mudaram razões sociais, às pressas, varrendo o lixo para debaixo do tapete, para que lá pudessem estar, mendigando migalhas. e que coincidência rá!rá!rá!, os de sempre.

só faltou aparecer a agência/produtora ali babá e os 40 ladrões. mas, por certo, espantou-se com a concorrência desleal num terra que só nasta um ali para ser considerado como agência, completa, em tal edital.
é ou não é das arábias ?


celso muniz é publicitário, registro profissional 1348, na delegacia regional do trabalho, do ministério do trabalho do rio de janeiro e diretor de cena, registro 4528 DRT/MT/RJ.

* o presente artigo foi "ignorado" pelo então editor do correio da paraíba. voto vencido, abandonei a sociedade e direção de criação da GCA, grupo criativo de atendimento em marketing e propaganda, que existe até hoje.

quase década e meia depois, pergunto: mudou alguma coisa nas licitações de agora para atendimento do govêrno? não? então como querem que eu mude?
fato é que o mesmo mix continua por lá. e no popular, comendo filé e distribuindo ossos para os demais comensais que participantes da refestança, andam palitando à mesa.
não sei se por excesso de apetite, intra ou exta, houve anos que a verba da propaganda de algumas secretárias e autarquias acabou bem em meio ao ano? coisa do regime da transparência ?

sexta-feira, julho 14, 2006

para ti

encontro não sei das quanta de redação publicitária.
depois do blefe e do enorme desserviço das cadeiras de redação publicitária nos cursos de publicidade nas faculdades fast-food) e das "miami ad scholl"( tem miami na frente, não se esqueça) mais este tipo de picaretagem de texto pra turistas: ou você acha mesmo que vai aprender a escrever (sequer melhorar)publicitariamente ouvindo palestras e dicas de famosos?

como turismo paraty já deveria ser reescrito.
pegue o dinheiro a ser gasto na viagem e compre bom livros(e-books, também se for o caso) e leia.
quem não lê não vai escrever bem nunca, nem sentando no colinho do seu copy-star,que é o que já acontece faz bastante tempo.
pretexto, por melhor que seja, não é texto e ponto final.

salva republicana

a unilever, uma das multis mais multis que se conhece dando uma de barão de araruna, como seria de se esperar. enquanto a maioria dos publicitários só consegue pensar em patterns de família, no melhor estilo, família de margarinas, coube a uma das empresas mais conservadoras que se conhece em sua publicidade, sem deixar de sê-lo, a ousadia de veicular comercial, com sutileza, protagonizado por criança e pais separados.

dizem que a propaganda é a retagurada da vanguarda, portanto sempre a reboque das mudanças sociais, não as provocando, no máximo as amplificando. contudo, em que pese a idéia majoritária do formato da família cristã de classe média, onde e da qual boa parte da nova geração de publicitários não foi nascida - seus pais já se casaram novamente, uma, duas ou até mudaram de sexo e de religião, ajudando a consolidar outros tipos de uniões - continuamos a ver comerciais com uma irrealidade no mínimo irresponsável para quem fala tanto e tano falta em responsabilidade social, para além de se dizer antenado, pelo que lhe dizem as pesquisas.

o tunel do tempo retrógrado nos congela nos anos anos 60, quando uma mulher desquitada era execrada. basta ver os nossos comerciais de shoppings, carimbados de avos e avós, familinhas de catecismo e outros cromos de albuns de recordações - estamos devendo o post - de um conservadorismo que só pode ser explicado por muita dor de corno. e isso tudo, após os próprios consumidores terem rebatizados shoppings de boa bicha, pragmatismo extraido da realidade com a qual não souberam lidar muito bem publicitários e ditos homens de marketing que tudo percebem.

não que se vá transformar nossos comerciais em paradas gays - um segmento muito interessante sob o ponto de vista criativo, e não falo de caricaturas, e faturamento - ou ditirambos a satirycon. mas significativo percentual de um novo consumidor está nos corredores e nas lojas dos shoppings, dos supermercados, exercitando sua nova pratica de vida e completamente ingnorados pela miopia de marketing dos gerenciadores de comunicação. mulheres cada vez mais chefes de família e libertas sexualmente do patriacardo, sem por isso deixar de serem mães e cidadãs - e consumidoras - idem homens que já se safam bem no papel de mães e babás, nem que seja de fim de semana, o que já perceberam algumas prateleiras de supermercado, avançando no mercado " single".

uma boa leitura em quase uma centena de teses de mestrado de antropologia e sociologia, recém-produzidas, boa parte já com os punhos e intelecto deste mesmo público ( isto não está nem nas archives e nem nos rolos de cannes) mostra fatos e números - ôces não adoram números ? - bastante significativos e interessantes e quem bem poderiam dar um refreshmentet na visão de mercado de quem anda mais congelado que peixe de balcão frigorífico de supermercado, daqueles que não desligam a noite para economizar energia nos candidatanto a infecções terminais, e por isso mesmo a exalar aquele cheiro peculiar na propaganda que cria, produz e veicula, claro devidamente aprovado pelos peixe-espada do marketing.

manual de marketing político: o anti-manual do anti-marketing político eleiçoeiro

recife tem fama de ser celeiro de marketeiros politicos(e redatores) de mão cheia pra e na política. dizem as más línguas. cheias de mais, dizem certos piercings à boca chiusa. laivos de tanto meter a mão no que lhes é indevido, fruta das maracutaias enxertadas de promessas de conchavos para atendimentos de contas governamentais. velha prática coronelista, que passa gerações e gerações incólume as cpis e já vai conbinata com os arranjos de algibeira praticados na eleição de então.

comentário acima à guisa de tempero para o manual de anti-marketing-político do anarcovagamarxisbundista que vos escreve. se você atende conta governamental ou vai participar de campanha ponha o piloro de molho ou fique na réstia.

leitura labial:notas sobre a imprensa especializada em publcidade

pauta da semana vindoura

não foi surpresa que tivesse sido censurado

um edital das arábias, neste domingo. na paraíba também o arrumadinho da comunicação governamental vai bem sim senhor?

terça-feira, julho 11, 2006

isto também é um outro tipo cabeçada. ou não ?

o complexo de seleção, ao que tudo indica, abateu-se sobre quem tatibate um bolão na auto-proclamação de ser a agência mais criativa do nordeste. só mesmo um espírito de time muito criativo pode elencar o termo "goleada" como cabeça de chave das promoções copulares ou seriam copenhas? do cliente ferreira costa.

habemos parreiras também na propaganda sim senhor. e haja quadrados mágicos de tanto posicionamento estratégico e criatividade. afinal, goleada só mesmo neste aproach, já que na copa a média de gols por partida foi tão baixa. seria por isso, o lance de gênio, perfazendo ironia? então tá bom, tá explicado. afinal, até locutor de fiteiro, dribla o termo mais desgastado que a careca do roberto carlos.

farmácia charuto

a farmácia dos pobres despenca ainda mais com um comercial assentado na premissa de que 135 anos são suficientes para preencher a elasticidade das necessidades do consumidor na área farmacèutica, praticando também o blefe dos números de logística.

a peça é típica de agência e publicitários que não "encostam a barriga no balcão", já que o aproach dos 135 aplica-se, e tão-somente, com perfeição, por exemplo, a unidade da getúlio vargas em olinda, onde o aspecto sujo, prateleiras desengonçadas, desconexas e vazias, sujerem parecença com unidades de atendimento de serviço público, aliás, justiça seja feita, alguns postos de saúde estão mais salubres.

redes de farmácias com muito menos tempo de existência, como a pague-menos e tantas outras, dão um banho não só no aspecto do tal processamento de estoque, como também no preço, por muitas e muitas vezes, apesar da publicidade enxaqueca também praticada.

e para completar ainda temos uma sósia da monica levinsky, no pedaço, vestida a caráter, o que nos faz perguntar, quem foi o clinton da vez?

e nem pensem em procurar tira-manchas na farmácia dos pobres, porque a deste comercial já não sai mais.

demasiadamente humano

o herói burguês não peida, não caga, não vomita, não desafrouxa o nó da gravata. marco ferretti, em a comilança(le grand boeuf)já havia nos submetido a denúncia.

a cabeçada de zidane foi caracterizada pela mídia(burguêsa) com a grande debâcle da copa. fim de carreira melancólico, vergonha inesperada, e tantas outras mais construções, inclusive a apontar zidane como culpado pela derrota da frança. o culpado não seria quem o perdeu o penalti, na lógica tíbia das acusações?.

não sou "zizófilo", nem francófilo nem nada. mas acredito piamente que zidane fez o que deveria ter sido feito enquanto qualquer um de nós no calor da disputa de um jogo. tudo bem que não era uma pelada, era a copa do mundo. e espera-se na copa do mundo a frieza do comportamento de quem, já vivido, sabe da importância da presença de espírito num certame que envolve descomunais somas e interesses. e que certamente já defrontou-se com tais situações criadas artificialmente ou não para destabilizar o emocional.

o fato de ser craque, ao contrário do que se imprimiu a torto e a direito, em sua despedida de jogador vitorioso, ainda mais após reacender a chama de quase-gênio em outras cabeçadas, não só a gol, como o chapéu que deu em ronaldo, colocou zidane na posição privilegiada de que pode mandar tudo e todos a puta-que-os-pariu, ao sentir-se espicaçado, seja pela comentário de que sua irmã era prostituta ou pelo agora quase confirmado, aposto de "terrorista argelino".

como se diz, pimenta no cu da irmã dos outros é refresco. ser bicampeão era mais importante? havia uma pátria por defender em seu comportamento? a recepção a zidane mostra que não. e cá, para nós, duvido que uma porcentagem bastante significativa de franceses, de italianos também, não fizesse a mesma coisa, cabendo neste momento só aos franceses um certo orgulho de ter cabeceado aquele beque de uzina que de repente virou vítima.

zidane trocou uma tal possibilidade do título(graças a ele a frança empatou o jogo) pela afirmação de sua convicção sobre o que vale ou não vale a pena defender, custe o que custar.

não se trata de um incentivo a violência. perto de outros lances, inclusive acontecidos nesta mesma copa, a cabeçada foi de lady, sem deixar de ser um acontecimento estético, afinal também aí está o craque. mas do direito a ser algo mais que demasiadamente humano. talvez nós publicitários devessemos tirar ilações do acontecido.

andamos a dar cabeçadas a torto e a direito. mas outras. não aquelas em defesa da nossa profissão e da dignidade mínima que alguns de nós ainda são portadores. afinal somos tratados abaixo de putas(e muitos o são mesmo) e nos conformamos com isso em nome do tal campeonato da sobrevivência, da manutenção das contas, do status-cu, da falsa epopéia da maledicência vitoriosa. clientes podem nos xingar a vontade, mandar refazer centilhões de vezes o trabalho(falo daqueles que o fazem sem razão) contradizendo o próprio briefing, inclusive, rabiscá-lo, rasgá-lo, adulterá-lo, acertar honorários e os descumprir. enfim colocar-nos em posição genuflexória(posição de chupa pau) plenamente certos de que nos comportaremos com uma subserviência de boca cheira tal que decididamente não cabe na pele de quem se auto-entitula profissional. e num contexto que não é o de copa do mundo. é pelada vagabunda de fim-de-semana.

há que se jogar o jogo. há que se ter frieza para contornar o dia-a-dia repleto de bicos na canela. contudo, tivessemos mais zidanes em nossa profissão e a situação poderia ser outra. pois deveríamos ter em conta de que nosso trabalho, quando feito com seriedade tal, é sagrado. tal como o cu da nossa mãe. mexeu nele, seja atendimento, seja dono de agência, seja cliente, seja veículo, leva cabeçada (começe de leve, e vá praticando, chama-se a isso endurance). não se perde conta por isso. eu por exemplo nunca perdi uma conta por brigar ferrenhamente por pontos de vista defensáveis, e olhe que sequer amarro a chuteira do zidane. aliás, muito importante, não se esqueça de que contas há que já estão perdidas no exato momento em que entram na agência. e ai, certamente, não vale a pena ter dores de cabeça por isso.

como diria iago(é shakespeare meus filhos) homems há que são derrotados, não por seus defeitos e sim por suas próprias virtudes.

há quem prefira ser o vencedor italiano ao "perdedor frances". visões de mundo diferentes. qualquer uma delas, neste momento, motivo de orgulho e mutio distantes da pecha de ser um perdedor brasileiro.

p.s. desmistifiquemos. a itália chegou a campeã por uma série de penalties não marcados. só no jogo contra portugal foram dois. e como tem penalties não marcados em nossa atividade.

domingo, julho 09, 2006

careca de saber

você confiaria seu voto para presidente num homem que penteia o cabelo de lado para esconder a calvície?(misterwalk.blogspot.com)

perfeito para os criativos locais que dizem bombar

o festival de publicidade do cano - o que "premeia" a pior publicidade que se faz em portugal - está de volta, após sofrer um perseguição janota, por parte, claro, dos de sempre: aqueles que se julgam o máximo.

volta este ano, com ainda mais força. as peças que participam são aquelas que ao longo do ano dão vontade de ir correndo para a casa de banho, ou seja wc.

já imaginaram um festival destes em recife, natal, joão pessoa, ceará? cá pra nós,tenho dúvidas se ainda assim não haveriam fantasmas. sabe como é, tem muita gente que acha que o cagalhão produzido diariamente não bóia.

o spot que valeu por sete

" o humor é uma característica excelsa. ainda mais no futebol e na publicidade. o drible é um exercício do humor sobre a violência. oxigênio para mentes extenuadas, no tenso jogo do tempo que vivemos "

no futebol como na publicidade não existem campeões morais. joga-se conforme regras pré-determinadas. vence quem tem talento. e usa e ousa, mas não abusa, da criativade. ninguém joga para perder.

as derrotas existem, porém. são parte da essência do futebol. da sua mística. do esplendor e do calvário das pequenas ou grandes equipas. em qualquer continente, só se tornam desmoralizantes quando tentam explicar os falhanços com falhanços ainda maiores, principalmente ao nível da comunicação. a dignidade é uma senhora respeitável. não faz comunicação apregoando a integridade dos seus valores sobre o que destoou da sua imagem. tão pouco lança mão de vitupérios quando é pegada no contra-pé. tem a sabedoria de absorver o impacto sem perder a compostura. sabe que o mundo é uma bola.

o humor é uma característica excelsa. ainda mais no futebol e na publicidade. o drible é um exercício do humor sobre a violência. osigênio para mentes extenuadas, no tenso jogo do tempo que vivemos. faz a (arqui)bancada delirar com seu feitio irreverente. desequilibra jogos de vida ou morte. quase nos convence de que, também nós, podemos driblar o inevitável no lance final de nossas vidas. bergson, em " o riso", filosofa e decifra o sistema do poder desconstrutivo-construtivo do riso. na publicidade é igual. milhões de de anúncios estão em campo. poucos emocionam como um golo. e o golo(gol), definiu, roberto dinamite, ex-atacante do vasco da gama(o time dos portugueses no rio de janeiro) é como um orgasmo. como é um golo, o anúncio que dribla a mediocridade apesar " da consciência da desimportância da publicidade na vida das pessoas".

expulsamos de campo um jogador que consegue arrasar a defesa adversária, deixando estatelada no chão, por sua habilidade? o drible é tão-somente a humilhação do adversário? ou meio de chegada à meta, que é o golo? enxovalhamos, com impropérios e estultícies, quem aproveito a oportunidade, criada pelo próprio adversário, ao escancarar sua defesa? ilibados profissionais, passa-se a usar métodos rasteiros ? ou esta é simplesmente mais uma afirmação infeliz, que baixou o nível à perspectiva de quem ficou de rastos com o drible que levou ?

no futebol, na publicidade, os velhos do restelo costumam apelar com ranzizices e golpes baixos. tentativa malsã de arrebentar com os joelhos dos craques. é típico. o pior, é que nem pareciam falar de um assunto onde as claques(torcidas)se espicaçavam até se fartar, com saídas sublimes. saídas que nem o melhor publicitário do mundo conseguiria criar. o que, convenhamos, é totalmente mais saudável, e revigorante, do que andar à porrada. seja na bancada ou nos debates da tv.

pedro batalha(torpedro) e joão matado(zangado) são a dupla da área no momento. publicitários do porto, sim senhor. dominam a diferença entre o que é paródia e o que é parolo. fazem uma tabelinha com habilidade e intimidade tal, como só os meninos simples e abençoados têm com o futebol. assim fizemos uma campanha, privilegiando o rádio, este craque tão injustiçado. simplesmente um spot. nada mais do que isso. mais foi um golo que valeu por sete. sem qualquer impedimento legal, ético ou moral. foi lícito e legítimo. acima de tudo, profissional.

bilhetes vendidos. a torcida agradece e pede bis. pedro batalha, joão matado e eu, continuamos na área. prontos a aproveitar outra oportunidade.

porque, como já dizia nenen prancha(o tio olavo do relvado*) no futebol - e na publicidade - quem não faz, leva. e nos apetece fazer bem mais do que fazemos.

(* relvado, gramado. tio olavo é um personagem criado pelo publicitário edson athayde que sábia e peraltamente destila suas máximas).

o texto acima foi publicado em 24 de dezembro de 1999, no semanário especializado sobre publicidade portuguesa meios&publicidade, enquanto diretor criativo da opal publicidade. deveu-se ao fato do spot que criamos para o futebol clube do porto(do bom e velho jardel e deco, entre outros) para a venda de bilhetes antecipados para a copa européia dos campeões.

com uma veiculação de apenas dois dias numa rádio, e pelo serviço de auto-falantes do estádio, não só cumpriu as metas de venda, como foi notícia por vários dias, em todos os jornais de portugal( e não só os de esportes) rádios e programas de debastes, pela irreverência e criatividade ao glosarmos em forma de paródia a declaração do então capitão joão pinto, do benfica, que leu um comunicado à torcida, após seu time perder de 7x0 para o celta de vigo, o que foi um desastre e de um constrangimento, pela ação em sí e pelos termos usados.

e, já agora, puxando brasa para minha sardinha, a experiência de ganhar um leão, de criar uma campanha cujo clain(bordão) vai para a boca do povo, talvez não se compare a experiência de se "parar um país", principalmente de um país que não é nosso, despertando ainda em outros, pedidos de veiculação daquilo que você criou, debaixo de enorme pressão para fazer o feijão com arroz, no caso "pataniscas de bacalhau". esta, eu já tive pelo menos por umas três vezes. as outras, quem sabe há tempos?

p.s: não conseguindo arrebentar meus joelhos, o mercado nordestino em boa parte é refratário ao meu trabalho. mas só porque meia dúzia de pernas de pau levaram uns dribles daqueles? e, principalmente, pelo fato de eu nunca ter apelado às convulsões? não justificaria tal. afinal, o que se espera de um atacante: não é fazer gols? ora pois, pois, é o que faço, onde jogo. que campeonato é este que só tem time jogando para o empate ou para cumprir tabela, repleto de artilheiros do gol contra para camisaria dos resultados combinados?

sexta-feira, julho 07, 2006

egolatria ou síndrome de zagalo

13 mil leitores não podem estar ferrados. só eu.

pernambuco (não) dá sorte

bons atores. alguns diálogos e composições, hilários. criação infelizmente descontínua. a comunicação do pernambuco da sorte ainda assim, de vez em quando, destaca-se na baboseira, pastoseira, pasmaceira, que é o habitual nas produções locais. e o faz sem maquiar-se do complexo short-list de festivais.

qual a razão determinante desta descontinuidade que fragmenta uma comunicação que tem tudo para ser anti-zapping, sem deixar de ser efetiva enquanto propulsora de vendas? preguiça a todos os níveis? ausência de planificação de comunicação(isto não é planejamento, é parte ínfima dele), vipes motivados pelo mapa de vendas?

alguns outros motivos poderiam ser elencados. mas o importante é a resultante: a inconstância do formato achado, que revela, se não falta de crédito no criado(uma aparente contradição) a perpetuação da mistificação de quando se trata de vender pra valer é mandatory a entrada de apresentadores, no velho formato atabalhoado do hard sell. o que, no caso do pernambuco dá sorte, é ainda um cagalhão maior. mesmo com o tique do sorriso feminino, na tríade, que também dá a cara em formatos caricatos para outros anunciantes.

recentemente, tivemos o uso, como endorsment, desde um colunista social, a pessoas de “maior projeção”, para reforçar a credibilidade do valor agregado a premiação, na forma de um chácara em aldeia, o que poderia ter sua razão de ser. mas acontece que isso também denotou falta de burilação no formato e na sinergia para com o restante da comunicação, que repito, é aderente, pertinente – algumas vezes de temática conceitual extremamente focada ao público popular, conseguindo algumas vezes ser engraçada, persuasiva, cativante, hilária, sem apelar para o populacho(e o pastiche que instrumentaliza a criação dos anúncios vistos no na pasta, celeiro de cópias deterioradas do archive) o escracho gratuito e a grossura, que muitas vezes estão no discurso(e na cara) dos apresentadores dos sorteios que se revezam também na apresentação dos comerciais mal-ditos hardsell.

ainda poderia se dizer que tais apresentadores são um recurso institucional, “imagem da voz de companhia” , do pernambuco dá sorte. mas isto não cola. é simplesmente chulo e a anti-solução tampão de sempre.

o formato achado ainda tem o plus da longevidade. permitida, desde que os textos e situações fossem melhor trabalhados(a preguiça e a soberba matam mais criadores que o infarto) inclusive explorando-se o caminho da publicidade de oportunidade, extensão ao calendário temático trilhado algumas vezes(carnaval, festas juninas).

mas lamentavelmente não é o que acontece. recentemente tivemos também um exemplo com a comunicação da insinuante que buscou um formato diferenciado – foi motivo de post no cemgraus – mas que não guentou uma semana e logo rendeu-se, melhor dizendo, vendeu-se ao formato “papelão”( “cartela, grito e preço).

em ambos os casos de parece ser mais falta de pulso da agência( do diretor de criação) do que falta de talento. falta de vontade de ir além(resist the usual) e culhão, faz um estrago na propaganda sem tamanho. perde o cliente, a agência, o consumidor, a sociedade, a cultura e o país.

mas todo mundo diz que não - principalmente os publicitários, ai meu culhãozinho - que é justamente o contrário. e dizem isso no grito em alto e mau tom.
e ai, em vez de rir, eu rasgo o bilhete da propaganda que que é feita deste jeito.

não devo ser mesmo um sujeito de sorte por acreditar cada vez mais na simplicidade, na emoção, no bom humor, na sofisticação, sem afetação, cumplicitada com inteligência por despertar(sim e não) do consumidor, como salvação da profissão que anda em estado terminal, apesar de tantas possibilidades recém –chegadas e já abordadas com os vícios de sempre. e, como não jogo, não ganho.

quarta-feira, julho 05, 2006

vai ser criativo assim na puta que o pariu

brasil cria nova categoria em cannes: devolução de leões. publicitários europeus e americanos jamais serão capazes de fazer uma cagada sem tamanho destas.

de véspera

na onda do simples, amanhã o pernambuco não dá sorte. animem-se as línguas aftosas que vamos quase elogiar. mas não tanto.

terça-feira, julho 04, 2006

cabeça dinossauro

dos titâs, um marco na iconoclastia. rasgo frontal contra igreja e família. dois dos valores mais nocivos a liberdade do homem. pelo menos da maneira como tais valores nos são inculcados. repletos de hipocrisia e gritos e sussurros de um falso moralismo em nada ascético.

não é preciso ter vivido a época. qualquer audição revela que a música não tá ali pra servir de fundo musical a campanha de automóveis e detergentes, ainda mais para tecer loas a familiariade sonora como símbolo de união e prestação de serviço.

mas não. os nossos publicitários descolados, modernos, avant-garde e up-to-dates como ninguém acham que basta cortar a parte cáustica da letra, perfazer um arranjo denorex, e pronto. briefing resolvido. a família vai adorar. perfeito. vai dar colunistas.

"eu não gosto de padre, eu não goste de bispo, eu não gosto de missas": eu não gosto de publicitários preguiçosos mais ainda. bichos escrotos vocês vão se fuder.

não. isto não é a minha versão. é aversão a este tipo de expediente sub-lingual.

é muito simples

1. Li o roteiro, fiquei impressionado: cheio de cenas, tomadas as mais diversas. Chamei o redator, propus: vamos simplificar?

Ele não gostou: assim, você vai matar a idéia.

Que idéia, perguntei. Ele tentou responder, não conseguiu. Simplesmente, não tinha uma idéia.

Havia, ali, um emaranhado de cenas. Algumas, até interessantes, é verdade. Mas idéia – pior, raciocínio, com começo, meio e fim – nada.

Além disso, perguntei, cadê o texto?

O redator, agora em companhia do diretor de arte, que naquele dia chegou atrasado, ficou ainda mais indignado. Texto? Pra que texto? As imagens falam por si só.

Pra desgosto deles, recusei o roteiro. Foi, infelizmente, por sinal, o início de uma série de desgastes que culminou com a demissão deles.

2. O pessoal que esteve em Cannes trouxe de lá um recado: sejam simples, apostem na idéia.

Eureka!

3. Simplicidade na propaganda e aposta na idéia não são novidades. Elas vêm lá da década de 60, a partir da bandeira içada nos Estados Unidos pela DDB, com a fantástica campanha criada para o Fusca: fundo branco, o carro, um título fantástico e um primor de texto. Estavam prontos os antológicos saia e blusa. No Brasil, por obra e graça do Alex Pericinoto e do talento do Sérgio Toni, do Hans Damman e do Laerte Agneli, ela se propagou rapidamente.

No entanto a tecnologia e o próprio Cannes foram carrascos com a idéia e a simplicidade.

Lembro-me de quando surgiu o A.D.O., um recurso revolucionário na época, que permitia ao operador de vídeo tape brincar com a imagem. Foi o suficiente para que roteiros e mais roteiros saíssem das agências assim: “homem (ou mulher) fala para a câmera. Usar recursos do A.D.O.” E tome texto, qualquer um servia. E saia o que eu chamo de comercial de engenheiro. Arrumadinho, gelado, vazio de idéia.

Cannes também foi colaborando, na medida em que privilegiava a qualidade da produção, em detrimento da idéia.

4. No Brasil não foi diferente. Rapidamente a idéia foi colocada de lado, e a busca da simplicidade arrefeceu. Resultado: os intervalos comerciais ficaram cada vez mais chatos. Ao contrário do que acontecia antes, o consumidor foi se desinteressando dele, e o anunciante que não é burro, percebeu isso. No entanto...

5. No entanto, uma boa idéia é inesquecível. Faz bem ao produto, ao anunciante, à agência, ao criativo. E apesar disso, é cada vez mais rara. Faça um teste com você mesmo: tente se lembrar de alguns comerciais com grandes idéias publicitárias veiculadas ultimamente. Pessoalmente, lembro-me de muito poucas:

. Bom Bril – um texto fantástico, um grande ator e pronto.

. Brastemp (não é nenhuma Brastemp, não tem comparação) – um texto excelente, um ou dois atores, uma câmera parada, e estamos conversados.

. Brahma – a úmero um, conceito que a agência, criativos e a própria empresa assassinaram para nunca mais encontrar o caminho.

. Hitler – filme feito para a Folha de S. Paulo que, afinal, já não é tão recente assim.

. Valisére, primeiro soutien – tinha uma história, com começo, meio e fim, e muita emoção.

Que mais? Ajude-me aí, o que mais?

6. Vamos levar a sério o recado de Cannes. Consumidor, anunciantes, agências e você vão gostar. Pode parecer complicado, mas não é: bastam talento e vontade de criar. Além do que ter boas idéias, idéias simples, é que nem coceira: basta começar.

cannes, lição número dois, do eloy simões.

três pontos nos is

o mercado pernambucano, quem diria, está chegando lá, evoluindo a ofertas vistas. haja olhos para a oferta de vaga(temporária) para direção de arte na 3 pontos, anunciada na lista do ccpe com o chamariz do baita saláriozão de 1.200 reais(não se sabe se líquidos)para a função de direção de arte.
ou seja: evoluimos tanto que já estamos pagando salarios iguais ao do mercado paraibano. a diferença é que lá, pelo menos, usufrui-se o benefício do adicional de insalubridade por viver numa cidade imensamente mais saudável que a recifilis, que se finda em bosta em todos os sentidos, apesar de uma propaganda governamental comprometida com todo tipo de achaques, e que ainda fala em nossa redenção, enquanto sucumbimos com merda em lama ao pescoço a menor chuviscada(escolha a sua variável.
e já agora, nem mais nos bairros de periferia.
and last but not least, todo este salário para tabalhar numa agência onde a única coisa realmente grande é o nome do diretor de criação. pra sua compensação ?

domingo, julho 02, 2006

mal da copa: similitudes com a publicidade

pico na veia, palavra de especialista em segurança: segurança total não há, nunca houve, jamais haverá.
pico na veia, n´outro braço, de outro especialista - jogador vitorioso(e perdedor) de copas passadas - o futebol que jogamos hoje, e que jogamos ao ganhar as duas últimas copas, não é o futebol do brasil. eu prefiro mil vezes perder jogando como jogaram a seleção de zico, falcão e sócrates a jogar o que, e como jogamos, hoje(o depoimento foi antes da nossa eliminação).

a publicidade pernambucana, brasileira, portuguêsa, e quiçá mundial, nunca deu tanto tiro no pé em nome da segurança. principalmente ao trocar a segurança por uma falta de atitude profissional de beira-cú do mais réles caráter. por uma produção medíocre, e sem exageros, em alguns casos ofensiva aos mais parcos intelectos, ao não criar, não ousar, não quebrar regras para, resumidamente, não correr o risco de perder clientes. vendemos a mãe e passamos recibo em nome de uma falsa segurança. e de um sucesso financeiro conseguido em 99% dos casos pela mais absoluta falta de honestidade e honradez para com a profissão e para com os bons valores, apesar de tanto publicitário cristão, evangélico, espírita, budista e umbandista. somos uns cabrões para conosco próprios. mas quem quer saber disso não é mesmo? tres-chic é ter cobertura triplex na avenida boa viagem e casa de verão em cap ferrat. tá bom, casinha meia bomba em porto de galinhas. a glória da profissão, de uma geração condensada a gols de canela, é viver de títulos de aparências calcados num amontoado de prestações atrasadas.

acovardados, nos portamos abaixo de prostitutas e traficantes(reparem como tem em comum o uso do celular)com um falta de sutileza tal, que até o mais rasteiro dos comerciantes percebe a nossa avidez e as nossas tonturas de galos capados. depois ficamos reclamando da falta de respeito por parte de clientes que nos fazem ouvidos de mercador, com toda razão. pois quem presta atenção em discursos - táticas e estratégias - repetidas por todo o mundo ?

o resultado do jogo de ontem, espelha um pouco o quadro da nossa profissão. parreira é o dono de agência, o cara do atendimento, o fake do planejamento, que abomina o brilho da criação em troca do plano estratégico quadrado, mais "seguro". em lugar do sentimento obstinado que traça o caminho da superação pelo suor e pela visão profissional não demagógica do jogo e do movimento de quebra de suas regras pela invenção de momentos que fazem história. se você argumenta que no futebol não se quebra regras tamanha demarcação, eu lembraria maradona fazendo mão de gol e tornando isso um lance de gênio e não aquela mão medíocre de ronaldo na barreira que é o que tem se feito em tantos e tantos lances na publicidade.

e já que falamos nele, os jogadores são nossas estrêlas. gordo ronaldo, nizan está mais. há quanto tempo nizan não nos brinda com algo desconcertante. onde está o nosso zidane? prestes a se aposentar, mas sem deixar de jogar como um garoto sério e objetivo, para desespero dos caça-defeitos da criação. abusado, sem deixar de ser elegantemente criativo, brindando-nos com um chapéu desmoralizante - e inesperado - (que é o que se espera da boa publicidade) para toda uma vida. como diriam vesgo e sílvio santos, em diálogo com o nizam. o nizam está cada vez mais bom de papo(referindo-se a sua gordura no pescoço) em programa recentemente exibido. mas foi o papo ou o resultado de suas criações que levaram nizan ao cume mundial da publicidade ?

é lógico que nizan e tantos outros profissionais de peso não perderam a capacidade e o brilho criativo. quero continuar otimista. haverá quem venha substituir(não somos um celeiro de craques?) quem trocou o brilho criativo, pelo brilho de políticas de resultados nas esferas de cifras estelares, outro mérito. contudo, que a nossa publicidade ficou mais feia de ser ver, tal como nosso futebol, e também de resultados bastante contestáveis, não há o que discutir, como bem o provam a reinscrição de peças com o artifício do nome trocado o que equivale a adiantar a barreira ou ao goleiro se mexer antes do chute, já que em impedimento tem tanta gente chegando ao bronze. mas que nem assim nos fizeram superiores em números de premiações conquistadas no passado. isto falando-se em prêmios. prêmios que cada vez mais mostram a quem vem ou a quem veio, em alguns casos bastante depreciativos e o que são os espaços intersticiais das regras.

resultados, isso é o que importa. é a regra geral, no futebol e na publicidade. esta conversa de supremacia de futebol arte, e publicidade realmente criativa(de pulhice, haja archives) é coisa de derrotados, românticos, de gente que não tem senso de realidade. afinal, o que vale jogar tão bonito e não levar o caneco e sim levar no caneco?

depois do jogo de ontem, a vida prática dá sinais de vida novamente para quem não tem vinho nas veias. da seleção de telê, nós vamos sempre nos lembrar por exibirmos um refinamento, reconhecido aplaudidamente até pelos vencedores de então. o que nos dá um orgulho livre da pecha da vergonha de ser derrotados por ter feito o melhor como seria de se esperar dos melhores.

e da seleção de ontem, filha e amante espúria do quadrado, da não ousadia, do falso planejamento, da teimosia da obviedade, do convencionalismo, do futebol inexistente para além das pernas, no coração e na cabeça, quem se lembrará? a não ser com o gosto inchado de uma tristeza de: sendo os melhores, não o saber ser ser para além dos comerciais hiper-adjetivados, tal qual a seleção, equivalentes e equidistantes em monotonia a crônica de uma morte anunciada pela ironia da história que mais uma vez por absoluta falta de criação e excesso de pseudo- planejamento, nos delegou a frança e zidane para novamente nos deixar em convulsão geral, e desta vez com ainda maior propriedade e paixão, coisa bonita de ser ver, principalmente para quem brasileiro diz ser o futebol sua maior paixão.

a grana, no futebol e na publicidade, de tal modo quedou-nos gordos que a tal gordura dá-nos o trono da imobilidade e lentidão ?

não se trata buscar vitórias morais. trata-se de vencer ou perder, sem perder a moral. gol impossível no futebol e na publicidade que se faz hoje em dia? em meio a todo tipo de interesses que hoje ditam as regras e não regras do jogo em campos tão próximos como o futebol, a publicidade enfim, a vida?

procuram-se jogadores e publicitários que sejam capazes de dar este chapéu na mediocridade que cada vez engorda mais, mesmo em tempo de vacas magras?

p.s. coincidência ou não, as agências francesas lideraram o ranking de premiação em press. mas nem todo anúncio tinha toques de zizou.

sábado, julho 01, 2006

je suis bresilien ?

misterwalk.blogspot.com
comenta brasil e frança, com pinta de argentino?
(se o brasil ganhasse, seria com pinta de súdito da rainha?)

não vamos postergar

ainda esta quinzena:

mal da copa: similitudes com a publicidade;
comportamentalmente falando a ética(ou a falta) dos publicitários na defesa de sí mesmos;
pernambuco não dá sorte(se não fosse a preguiça, e a falta de um pouco de método daria);
a criatividade em ferreira costa é de “goleada”. contra-quem?
a comunicação dos shoppings no grande recife: a agência de quem se salva é criativa?
(e absolutamente nada sobre agência bbb)

capitão caverna

quase que concomitantemente a campanha estrelada para a eletroshopping "pelo capitão", tinhamos a imagem de um outro carlos alberto no desfile de abertura da copa: sem manchas e inchaços no rosto, e barriga devidamente disfarçada, pela utilização inteligente,e aplicada, de terno com cor adequada, para dar a ilusão de emagrecimento.
já a eletroshopping, parece ter tratado o tal capitão literalmente a choques: o homem aparece com cara e corpo de torcedor pinguço que rolou na sarjeta, quem sabe antecipando o figurino adotado após a partida brasil e frança.
medonha “caracterização”, fica a dúvida: criação, produção, direção de cena e direção de criação, fizeram o que fizeram - esta coisa rasteira( é varejão dizem) – também pela ótica dos preços baixos, conforme discurso do comercial que diz que é disso que o brasileiro precisa ?