quinta-feira, junho 28, 2007

o que é que os publicitários estão lendo? ou melhor vendo?


Dia desses fiquei chocada na sala de aula. Não devia, mas fiquei. A tarefa era projetar uma capa, e os alunos deveriam trazer um livro encapado com a peça gráfica para que se pudesse ter uma noção de como ficaria. Não vou comentar a pobreza de cultura visual. Vamos pular essa parte, por ora.

Um aluno apareceu com uma agenda encapada. Como era um modelo de couro estofado, a peça ficou cheia de emendas e remendos, numa lamentável apresentação para alguém que faz um curso tão predominantemente visual. Perguntei porque ele não tinha usado um livro em vez da agenda. A resposta foi taxativa, dita sem nenhum pudor ou constrangimento: porque na minha casa não tinha nenhum livro, só um monte de agendas. Gente, esse menino faz parte da parcela privilegiadíssima da sociedade brasileira que tem acesso ao ensino superior. Ele mora num lugar onde não existe um único volume impresso! Sua intimidade com os livros era tão pouca que nem ocorreu ao futuro designer pegar um emprestado na biblioteca, mesmo que só para fazer o trabalho.

Sinceramente, nessas horas bate um desespero e dá vontade de chorar. Como é um universitário não tem nenhum livro em casa? Como vivem os pais desse projeto de cidadão, aptos a pagar uma mensalidade correspondente a quase 3 salários mínimos, mas incapazes de ler um primário paulo coelho que seja. Pelo menos um dicionário, ó Deus! Essa progressista família não vive no interior do sertão nordestino, o pai certamente não é cortador de cana. Provavelmente eles assinam TV a cabo e cada membro porta seu celular último modelo. Assim, não deve ser porque “os livros no Brasil são muito caros”, como reza a lenda.

Uma pesquisa realizada recentemente pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) na região metropolitana de São Paulo, revelou, pasmem, que pelo menos 20% dos universitários não lêem livros. Você pensa que essa notícia é ruim? Prepare-se para uma pior: dos que disseram que lêem, a Bíblia foi citada como o livro mais influente. Duvido que eles leiam realmente a Bíblia, pois a linguagem é muito sofisticada e de difícil compreensão para não iniciados. Acredito que ela foi citada só porque é o livro mais conhecido, o primeiro que vem à mente de quem não quer passar vergonha. E o segundo livro mais influente? Você não vai acreditar, mas é ninguém menos que “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry. Sim, aquele mesmo das misses!

Gente, como é que nossos rapazes e moças vão desenvolver o senso crítico com essas referências bibliográficas? Como vão se tornar cidadãos completos, com capacidade para se indignar com injustiças? Como vão adquirir cultura para se tornarem pessoas mais ricas e interessantes? Como a história do pensamento vai evoluir, com tão poucos pensantes?

Desse povo, 96% usam freqüentemente a Internet. Agora já deu para entender porque essa galera gosta de usar aquela língua esquisita para se comunicar nos chats e sites de relacionamento; simplesmente porque desconhecem os rudimentos do português.

Essa falta de cultura, de pai e de mãe, tem provocado comportamentos medievais dignos da Idade das Trevas (não por acaso, uma época em que ninguém lia). No limite, faz com que jovens de “boa família” roubem e espanquem pessoas que consideram inferiores. Há 10 anos, um índio foi morto por jovens e promissores estudantes que tiveram a desfaçatez de se justificarem dizendo que achavam se tratar de um mendigo. A vítima dessa semana é uma empregada doméstica, alegadamente confundida com uma prostituta.

Sinceramente, dispenso a convivência com essa nobreza intelectual; se tiver que escolher, opto sem titubear por mendigos e prostitutas. Mendigos têm muitas histórias interessantes e, convém lembrar, pelo menos a Bruna Surfistinha escreveu um livro.

mendigos culturais, da lígia fascioni, no acontecendoaqui.com.br

menos digital e mais "analógico" para melhorar a auto-estima


Premiado no Brasil e no exterior, eleito por duas vezes o “publicitário do século”, Washington Olivetto, fundador e presidente da W/Brasil, agência que atua apenas com empresas privadas, dispensando por princípio a participação em concorrências públicas, apresentou um panorama da publicidade brasileira a partir dos anos setenta, período em que começou a ser reconhecida internacionalmente.

O ano de 1974 marcou a conquista do primeiro leão de ouro de publicidade brasileira com uma campanha feita para o Conselho Nacional de Propaganda contra os anúncios de emprego que declaradamente discriminavam profissionais com mais de quarenta anos de idade.

Em 1978 surgiu a campanha da palha de aço Bom Bril, com o garoto-propaganda Carlos Moreno, um ícone na história da publicidade, presente no Guiness Book pelo número de diferentes peças veiculadas.

Os anos oitenta assinalaram a fase mais exuberante de nossa comunicação. Algumas campanhas antológicas e seus slogans: Guaraná Taí, “Gostoso como o primeiro beijo”; leite de alfazema Phebo, “Desperta o prazer de ser mulher”; e posto São Paulo, “A primeira rede em simpatia”. Neste período emplacamos os dois únicos comerciais em língua não-inglesa entre os cem melhores divulgados no livro “The 100 Best TV Commercials”: “Primeiro Sutiã” (Valisère) e “Hitler” (Folha de S. Paulo).

O advento dos anos noventa trouxe o crescimento da publicidade na mídia impressa e digital. Mas deixou claro uma das máximas de Olivetto: “Não importa o meio, mas a idéia”.

A virada do século denunciou uma baixa auto-estima na publicidade do Brasil e do mundo. A forma ganhou mais evidência que o conteúdo, prejudicando a qualidade da propaganda. Muita edição, grandes trabalhos de produção gráfica e de som, muitas vezes em detrimento da simplicidade, um dos melhores ingredientes da boa publicidade.


O Brasil entrou definitivamente na rota das grandes contas globalizadas trazendo-nos o desafio de sermos mais competitivos, criando campanhas que resistam ao tempo, sejam fascinantes, encantadoras e capazes de gerar resultados para os anunciantes.


"a marca da publicidade brasileira", um resumo da palestra do washington olivetto no word management 2007 pelo tom coelho.

quarta-feira, junho 27, 2007

não pôe na consult que este lado b não é nenhuma brastemp

1. Não permita que eu me canse.

A declaração me pegou de surpresa, até porque não entendi o que disse aquele diretor de marketing da multinacional, cliente da agência que eu ajudava a dirigir. Ele percebeu meu espanto e explicou.

Nossa campanha está fazendo um enorme sucesso. Dentro e fora da empresa as pessoas me cumprimentam. E comentam o trabalho feito. Eu, por outro lado, estou o tempo todo em contato com ela. Isso enjoa. Dá uma vontade danada de mudar.

2.Outra surpresa pra mim. Mudar? De jeito nenhum, e por isso peço a sua ajuda. Temos o péssimo hábito de achar que os clientes cansaram porque nós cansamos. Isso está muito errado.

Segunda-feira, dia 21 deste maio, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria assinada pela Marill Ribeiro, sob o título "O desafio de novas campanhas vencedoras" Brastemp deixa de lado slogan que a marcou em busca de nova imagem -. Nela, uma entrevista de Sérgio Valente, presidente da DM9DDB e do Jerome Cardier, gerente-geral (de marketing da Whirlpool.

Diz a matéria que "a preocupação por trás dessa virada se dá, reconhece Cardier, por conta da disputa mais acirrada nos eletroeletrônicos. Embora a Whirlpool seja líder na linha branca (geladeiras, fogões, máquinas de lavar louça, com mais de 40% de participação com suas duas marcas (Brastemp e Cônsul), seus preços são, em média, 12% mais altos que os de boa parte de seus maiores concorrentes."
"Se a campanha anterior estivesse funcionando, não teriam (a Whirlpool e a agência) mudado", disse Valente ao defender a que está sendo veiculada e que foi criada pela agência que preside, dizendo para o consumidor liberar o lado b.
Pisou na bola.

3.Curioso como algumas empresas e pessoas nunca aprendem a lição. A Whirlpool, por exemplo, cometeu na década de 70 o mesmo erro de tirar do ar uma campanha que caiu no gosto do consumidor. Falo do "Põe na Cônsul", bordão que consagrou a marca e que ela simplesmente jogou no lixo, sob o pretexto de que já havia cansado o consumidor. Cansado nada, essa alegação foi para justificar a decisão de dois diretores - o de atendimento, da agência e o de marketing, no cliente - recém empossados e que desejavam botar sua marca pessoal na comunicação do produto. Não conseguiram. Até hoje.

4. Não pretendo, nem posso, porque ainda não vi, analisar a nova campanha feita para a Brastemp. Mas duvido que "libere seu lado B" seja melhor do que "não é nenhuma Brastemp", porque "não tem comparação". Que, por sinal, não cansou coisa nenhuma. Pelo contrário, continua no gosto do povo.

É PROIBIDO FALAR
Dentro da série de cases que inaugurei recentemente neste espaço, eu queria publicar o da Mueller Eletrodomésticos, premiado na 37a. edição do Top de Marketing da ADVB - São Paulo. Recebi recado da agência dizendo que eu não podia fazer isso.
Perdemos todos: eu, que conheço os bastidores a maioria dos concursos de marketing e de comunicação feitos no país, e sei que é a primeira vez que ocorre esse tipo de censura até porque é impossível manter em segredo cases premiados; você, que junto comigo certamente aprenderia com o case Mueller; a Empresa, que perde a oportunidade de aproveitar este espaço para se divulgar; e a agência, cuja missão, até onde minha parca inteligência alcança, é promover, não vetar a divulgação do cliente.

(o mal do cansaço,do eloy simões)

segunda-feira, junho 25, 2007

perdidos na selva I

Meu primeiro ato após ser nomeado Diretor de Marketing de alguma grande corporaçao seria - "Será demitido por justa causa qualquer membro da equipe de marketing que autorizar a inscriçao de qualquer peça em qualquer festival publicitário". O mesmo iria valer para as agências que estivessem me atendendo e com o ônus irreversivel de perda da conta, sem dó nem piedade.

Acabei de ler o short list de filmes do Brasil e realizei que tudo nao passa de chacota. Se me permitem, gostaria de fazer uma breve análise.

A McCann entrou com um filme para ONG Dorina. A Talent entrou com a ONG Doe Vida. A DM9 com Luft Logística e CDN. E acreditem, a F Nazca entrou com Lúcio Cunha Estúdios. Tomei o cuidado de entrar no site de todas as agências. Na DM9, a Luft e CDN nao aparecem na lista de clientes. Na F Nazca, a Lúcio Cunha Estúdios, muito menos. No site da Talent, adivinha? Nada de Doe Vida. Sem saber se sao fantasmas ou nao, pelo menos Loducca, JWT Curitiba e Santa Clara, afinal, emplacaram no short list clientes que ajudam a pagar os custos todo mês. Ponto pra eles.

Pelas minhas contas, dos 12 pretendentes a Leao, 7 sao escandalosamente ilegítimos, campanhas para clientes que nao sao representativos no faturamento das agências. Cadê Assolan, Brastemp, Itau, Antarctica, Telefonica, Ipiranga, Bavaria, Mastercard, Santander, Brahma, Coca Cola, Skol e as outras grandes verbas? Sao essas empresas que pagam os salários dos geniais publicitários que as atendem.

Publicidade nao é arte contemporânea, é negócio, business. E negócio caro, que consome milhoes e milhoes de reais todos os meses. Até quando os prêmios vao enaltecer anúncios, filmes, sites, sem sequer saber se eles atingiram os objetivos do cliente? Os prêmios deveriam ser dados para as agências que conseguiram fazer o cliente sair de zero de share para conquistar uma boa fatia de mercado. Para as agências que fizeram o cliente ganhar mais dinheiro, agregar mais valor de marca ou vender mais produtos.
(E os clientes ainda acreditam nos festivais, do luciano guilherme no blue bus).

sexta-feira, junho 22, 2007

hemorragia não se estanca com band-aid ou a corrida dos(tolos)desesperados


Todo mundo lembra de um momento na nossa história de “leis que não pegaram” sobre a famigerada norma que exigia que todo carro deveria ter uma bolsinha com meia dúzia de artigos para pequenos ferimentos. O Brasil inteiro comprou o estojo, o fornecedor ficou milionário e alguns meses depois alguém conseguiu na Justiça provar que essa coisa não servia para nada, muito menos para socorrer alguém em um acidente automobilístico. Pois bem, lembrei-me dessa caixinha para fazer uma analogia com outra famigerada obrigação nacional: a necessidade do MBA para qualquer um que queira entrar ou se manter no mercado de trabalho.

Meu MBA é melhor do que o seu
Antes que alguém fale que sou contra o aperfeiçoamento profissional, digo que absolutamente não sou. Acho perfeito que qualquer profissional procure se informar sempre, seja onde for, preferencialmente nas ruas, teatros, livros, cinemas, etc. O que vou discutir aqui é a obrigatoriedade de um diploma que até as próprias instituições que o vende colocam em xeque. Li, por exemplo, uma afirmação interessante do Sr. Luca Borroni-Biancastelli, secretário-executivo da Associação Nacional de MBA, abordando o excesso de cursos no País, que, literalmente, diz o seguinte: “A idéia é separar o joio do trigo dentro do mundo absolutamente prostituído do MBA no Brasil”. Ora, amigos, se esse cara que conhece tudo desse negócio milionário diz com todas as palavras que se trata de um mercado dominado pelos picaretas, porque eu duvidaria disso? Eu, que não sou nenhum emebeísta, duvido até da própria FGV. Sabe por quê? Porque visitei o site da instituição e descobri que eles oferecem todo e qualquer tipo de curso para todo e qualquer tipo de profissional com financiamento do Bradesco ou pagamento no cartão de crédito em 3 x sem juros. Você pode até fazer à distância, freqüentando seu computador em média 5 horas por semana e visitando a escola mais próxima da sua casa apenas no exame final. Não tem um cheirinho parecido com o grill do Foremam ou das facas Ginso?

Quem ganha com o MBA: o profissional ou a empresa?
Nenhum dos dois. No final da famosa “corrida do ouro na Califórnia”, alguém proferiu uma frase absolutamente verdadeira: só quem lucrou foi o fornecedor de pás e picaretas. Ou seja: quem se dá bem, aliás muito bem, com essa fábrica de MBA são os fabricantes. Dados de 2003 mostravam que havia 843 instituições oferecendo cursos de MBA e quase 350 mil alunos cursando. Dados de junho de 2004 colocavam a FGV como a maior escola de negócios do País com 22 mil alunos fazendo MBA em 70 cidades espalhadas pelo Brasil. Como não encontrei dados atualizados, vamos fazer uma pequena projeção: considerando que de lá para cá o negócio só cresceu, vamos imaginar que os números dobraram desde 2003 e temos hoje algo em torno de 700 mil emebeístas pagantes. Nas minhas fuçadas pela internet, fiquei sabendo que os MBAs mais em conta custam algo em torno de 4 mil reais por um curso de 2 meses. Os completos ficam em torno de 35 mil reais e duram de 2 a 3 anos. Se pegarmos uma média bem razoável de 10 mil reais e multiplicarmos pelo número de alunos, teremos algo em torno de 70 milhões em faturamento. Nada mal, hein?

Sua carreira não deslancha? Esqueça um pouco o que você aprendeu e pense diferente
Na minha carreira, encontrei centenas de profissionais que passaram por cursos de atualização ou de extensão. Isso até mesmo antes do MBA invadir o Brasil. Confesso que não encontrei nenhum que ficou melhor depois de perder um ou mais anos de finais de semana em salas de aulas. Mas, por outro lado, constatei a sensível piora desses profissionais. O que antes era decidido pelo feeling, experiência em campo e vontade de inovar foi substituído por regras, medo de errar e pensamentos padronizados incutidos por um grupo de acadêmicos que, na maioria das vezes, jamais teve o poder de decidir alguma coisa. Se você também está sendo obrigado a conseguir esse certificado, faça como a nossa ministra preconizou: relaxe e goze. Mas, depois, analise com calma todas aquelas regrinhas e use seu bom senso para ser o profissional que você sempre sonhou e que todo mundo irá respeitar e admirar.

o mba ou o estojinho de primeiros socorros, do wander levy.

quinta-feira, junho 21, 2007

pérolas dos porcos, uma seleção: comentários ao post anterior

Anônimo disse...

Peraí...Guaraná Antartica não é da DM9????

Kravícula disse...

Vovó,

O Duda não tem sócia, tem cúmplice. O nome correto é Zilmar Fernandes, a rainha do cangaço, a Maria Bonita da propaganda.
Zilmar, por sinal, é proprietária da mais pavorosa dentadura já usada por um ser humano. Na perereca em questão, os dentes parecem ter sido substituídos por várias pastilhas de Mentex. Ao lado da chapa de Zilmar, os dentes de Ronaldo Gordão parecem tenros dentinhos de leite.

6 de Junho de 2007 13:43
Gunga_Din disse...

Está cientificamente comprovado que o desenvolvimento de um povo é tanto maior quanto menor for o número de seus instrumentos de percussão.

6 de Junho de 2007 13:44
Anônimo disse...

A campanha é tão ruim que a vovõ pensou que fosse do Duda.Mas é do Nizan.

6 de Junho de 2007 13:46
Aroldo sá disse...

Vovis, a senhora está me confundindo todo. Peço desculpas pela minha lentidão.
Pelo que sei o guaraná era da Duda, do Duda Mendonça, e foi para DM9 que era do Duda Mendonça Mais 9 e depois foi para o Nizan que um dia foi apadrinhado pelo Duda Mendonça. A senhora diz que o comercial do guaraná parece com a do Terra, feito pela DM9 do Nizan Mendonça, mas ele não era pica grossa do IG. Socorro.

6 de Junho de 2007 13:49
temperance disse...

Boa, vóvis! Agora sim.

Faltou corrigir dizendo que esta campanha marca o retorno do Nizan às suas origens.

6 de Junho de 2007 13:58
Anônimo disse...

Você acertou dois baianos com uma só cajadada

6 de Junho de 2007 14:29
Anônimo disse...

A verdade é que a Escola Bahiana aperfeiçoou apenas a Escola W: bota musica conhecida de fundo e vamos lá.

6 de Junho de 2007 14:36
Anônimo disse...

As coisas estão estranhas.Ontem, assistir a um comercial de carro com pessoas com cabeças em formas de panela de pressão. Sem bula.

6 de Junho de 2007 14:38
Anônimo disse...

Essa camapanha é do Maricio Vieria, pra ser ruim assim tem que dele.

6 de Junho de 2007 14:53

6 de Junho de 2007 15:10
cola benzina disse...

Vovó, a sacanagem foi tirar a conta do Guaraná da Duda e dar pra DM9. Sinceramente, a campanha atual é uma lástima.
E mais: até aceito o seu ódio pelos publicitários baianos, mas o Duda é muito mais decente que o Nizan, este sim um filho da puta inimigo número um da profissão.
E, apesar de aceitar o seu ódio, não acho que o problema da propaganda esteja nos publicitários baianos. Os publicitários baianos, paulistas, cariocas, riograndenses enfim, todos, estamos vivendo uma crise de mediocridade que, desconfio, iniciou-se com a tal da GROBALIZAÇÃO. Os clientes, para economizar uma grana (disfarçada de alinhamento da marca) decidiram que a comunicação serviria para qualquer canto do mundo. Os publicitários sabichões descobriram que essa era uma forma de mamar a grana do cliente mundialmente e aí tome fusão, tome aquisição e, como não poderia ser diferente, tome pasteurização.
Arrocho salarial, jovens que deveriam estar aprendendo começam a assumir o comando, a criaticida implantação sistemática da pesquisa e do pré-teste e temos aí a receita completa para a nossa crise de criatividade e de mercado. Basta dar uma olhadinha nas peças escolhidas para o próximo anuário (que, pelo seu critério, devem ser todas de publicitários baianos).
E pra completar, querida Vovó: Itabuna é uma merda, mas Guarulhos e Cubatão são imbatíveis.
Beijos de netinho.

6 de Junho de 2007 15:17

6 de Junho de 2007 15:29
Anônimo disse...

Achei muito bom o comentário do comercial de carro dirigidos por pessoas com a cabeça em forma de panela de pressão. Por falar em comercial imbecil, tá um pior que o outro. A do pentelhinho que quer cagar na casa do Pedrinho, é imbatível. Quem é o culpado?

6 de Junho de 2007 15:38
Anônimo disse...

ai vovó!
já dava raiva escutar rádio. portanto dá raiva assistir ao break comercial que tenta emular a sonoridade dos sucessos jabá das rádios. pobres produtores de som. agora chamados de trilheiros( devem andar de botina de andarilho e com mochila pesada nas costas). imagino as referências que eles devem escutar!!! deve ser só merda.

6 de Junho de 2007 16:40
Anônimo disse...

Vó, o Duda, se fudeu, sim, por causa desse lance ai, de briga de galos.Os clientes não vieram a publico.Mas sairam de lá, de fininho.

6 de Junho de 2007 16:41
Anônimo disse...

E quem disse que o Duda precisa de clientes.? Só aquela grana depositada no exterior é tranquilidade por gerações

6 de Junho de 2007 16:50
Tocha Humana disse...

É o que é e Zeca-feira.É dose.

6 de Junho de 2007 17:24
Tocha Humana disse...

Ao blogueiro que postou sobre o comercial do Fox:

Aquela é a idéia do !destaque-se da multidão" tratada da maneira mais primária possivel.O mais puro exemplo de obviedade elevada a enésima potência.

6 de Junho de 2007 17:30
Do Contra disse...

Queridos amigos a Vovó não confundiu. Ela sabe e demonstra que sabe, que a conta é da DM9, porém ela aproveita o momento para falar da DUDA, pois além de ser baiano e fazer parte da escola, ele já foi dono da DM9.
Então a conclusão é: A propaganda da escola bahiana está acabando com a propaganda Brasileira(caso dm9). e posturas como a do Duda ajudam para que isso e do m,ercado contribuem.
Por favor, vamos fazer um cursinho de interpretação de textos né.

6 de Junho de 2007 18:39
Anônimo disse...

E aescola paulista de fazer filmes que imitam filmes argentinos? Ninguém fala? E o que são aquelas pessoas verdes? Aquela luz lavada? Aquelas trilhas pseudo modernas tipo comercial bolinhas da sony
( musica do genial gonzales)? e esses textos ridículos com supostas tiradas engraçadas e poeticas? Gente esse tipo de propaganda que ha 10 anos atrás até deu fama argentina já foi abandonada por eles ha exatamente...10 anos. E hoje tome-lhe textos pseudo inteligentes cheios de moral estilo livro de autoajuda escrito por adolescentes... Quer exemplos? as campnhas da ford, a nova da brastemp e mais um milhão por aí. Até negros eles deixaram de usar como atores para ficar mais parecida com a propaganda feita na argentina... É por essa crise de criatrividade e personalidade que o brasil ( com b minusculo mesmo que é o brasil da propaganda) vai tomar PAU em cannes em filmes e mais uma vez os argentinos ( e também dos geniais asiáticos da tailandia, etc, etc) vão rir por último. Porque são honestos e não ficam copiando tendencias da inglaterra, estados unidos. Fala dessa mediocre escola paulista de fazer propaganda copiada, vai, voinha.
A propósito a música dos smiths é Strangeways here we come e armandinho é bem mais do que uma armação. Já viu o cara tocando ao vivo?
Por último mesmo O SAMABA NASCEU NA BAHIA e não no rio. Logo eles não podem exigir nada. E lula é o melhor presidente que esse país já teve. Tá, vóvó cansada?
E não pense que te odeio, porque acho esse blog massa!!!

6 de Junho de 2007 20:20
Anônimo disse...

Vale lembrar que o comercial do Terra ,que tem
uma das trilhas mais abominaveis dos ultimos
tempos, nao passa de uma copia mal feita de
um clipe do Beck.
Aparentemente nao e so o nosso presidentio que
e vagabundo...O mal e endemico..

6 de Junho de 2007 22:31
Anônimo disse...

Danadinha, se você é do tipo que cria comerciais inteligentes para meia dúzia de redatores acharem bacana e sair no Blue Bus, a Caras da publicidade, realmente não passará na Escola Baiana de Criar Títulos, que cria pra alguns milhões de brasileiros, dos quais você não faz parte, aliás você vive em NY, não presencialmente, mas em conexão bluetooh. Acho que a idade e esclerose deve ter feito você esquecer que, antes de pensar no formato, piadinha cool, personagens e trilha, tem que pensar em mais duas coisas: Objetivo e público. Acredito que se tivesse que criar mais uma paródia para a Assolan, faria o "fenômeno" interpretando Jimmi Hendrix.. Não venderia um puto, mas provavelmente seria a bola da vez nas rodinhas paulistas da criação. Mas Objetivos e Público são palavras que não fazem parte do dicionário de cabeceira dos publicitários cools de SP. Aliás... do que paulista menos entende é público. Se chama qualquer pobre-preto-brega de baiano, acha que qualquer nordestino é soteropolitano e torce o nariz pra qualquer cultura nacional, como acha que pode criar qualquer coisa para o povo? Aliás... se bem que campanha pro povo não dá prêmio... deixa pra lá.

Você não passaria no vestibular da EBCT, a Baiana, mas acho que consegue entrar pela janela pra Escola Paulista de Fazer Pessoas Vestidas de Fantasias Gigantes de Objetos Nonsense Correndo Pelas Ruas e No Youtube, como o comercial Plugs da Skol Beats, Mosquito da Dengue (Cicarelli), ou o "Fique de bem com a comida" e tantas outras tosqueiras que têm ganhado share no Arquivo da Propaganda. Eu disse no Arquivo da Propaganda.

Axé-babá e um cheiro!

7 de Junho de 2007 06:40
Anônimo disse...

Que asneira é esta? Não existe escola baiana, nem carioca, nem paulista.
O que existe, é um monte de cariocas e baianos,espanhois, americanos, e um ou outro paulista, comandando as agencias de São Paulo.É só.

7 de Junho de 2007 07:42
Kravícula disse...

Dizem - há controvérsias - que o samba nasceu na Bahia. Fazer o quê? Ninguém escolhe onde nasce. Depois de 9 meses, o cabra sai do seu conforto quentinho, olha em volta e diz:" porra, eu nasci na Bahia, o que eu faço?"
Calma, não há motivo para alarme. Faça como o samba, João Gilberto e Caetano Veloso: mude para o Rio. Até o Nizo Guizo fez isso. Morou no Rio e lá explodiu com a campanha de Caixa, pela falecida Artplan Publicidade. E por que não falar no Gelo Baiano, toco de concreto pintado de branco que divide as faixas de trânsito no Rio? É uma beleza.
Sério, acredito que todo baiano é um publicitário nato e hereditário. Afinal, na única campanha que já dura séculos, eles convenceram boa parte do país a crer que a Bahia é o lugar mais espetacular do mundo. Essa campanha , sim, merecia CONAR, Ministério Público e o cacete.

7 de Junho de 2007 07:49
Anônimo disse...

Deixem pra lá... Essa paulistada sempre vai continuar reclamando da vida.. afinal paulista não tem cultura, tem referência. Qual é a comida típica de São Paulo? Qual a música paulista? Mulher paulistama goza? Se você precisasse desenhar um ícone de cada cidade ou estado, o que poderia desenhar de São Paulo além da Av. Paulista ou um cara de terno com cara de paulista, ops, de babaca? Acordem paulistada.. vocês são o escritório pro Brasil inteiro ganhar o seu salário e voltar pra sua terra pra curtir a vida. Deixem a inveja de lado, esqueçam esse feriado e voltem pra sua agência tocada por algum baiano excêntrico pra ajudar ele a faturar mais alguns milhões esse mês... Voltem pra Europa, paulistada de merda.

7 de Junho de 2007 07:50
Anônimo disse...

Vovó, se todo mundo interpreta um texto da mesma maneira e o autor reclama que essa não era a maneira certa, não são os leitores que devem fazer um curso de interpretação. O autor talvez deva fazer um curso de redação. Aliás, seu blog é bastante parecido com seu trabalho, com o qual tive oportunidade de conviver e até admirar, muito poucas vezes, para ser sincero: precipitado, pouco esforçado, até preguiçoso. Pressupõe um entendimento que inúmeras vezes não acontece, simplesmente porque faltou clareza. É preconceituoso, busca fazer graça mas só consegue ofender. Quantas vezes vi você fazer roteiros que não eram nada a não ser sexistas, ou faziam piadinhas pouco apropriadas para o produto e até escatológicas? Acho que você não percebia, mas as pessoas não riam dos seus roteiros, riam da sua coragem de fazê-los!!! Talvez seja por isso que você foi defenestrada de algumas agências: a soma de preguiça, falta de clareza, arrogância criativa e pseudo genialidade incompreendida realmente joga as pessoas pra fora das agências e as vezes até pra fora do mercado. Um beijo do netinho.

7 de Junho de 2007 07:54
Anônimo disse...

hahahahahahhahaha! eu sabia!

A Vovó é mais uma publicitária cool que faz VTs criativosos para meia dúzia de netinhos também cools..

7 de Junho de 2007 08:15
Anônimo disse...

Restaurante baiano e sistema self-service de criação. Tem musiquinha, gente famosa, gente famosa cantando musiquinha, slogans com ama e brasil, slogans com comando pseudo-jovem, carlinhos brown, funcionários que cantam ou batem palmas, chupada de clipe, animação brega. O cliente entra, escolhe o que quer, mistura, paga metade da comissao e pronto.

7 de Junho de 2007 12:54
Anônimo disse...

Algumas perguntas:

1- Porque comercial de celular mostra tudo, menos as pessoas falando no celular?
2- Porque todo comercial de cerveja tem bunda?
3- Porque comercial de creme dental tem que ter esportes aquáticos?
4- Se alguém batesse na sua porta e pedisse pra ver se o seu banheiro está limpo, você deixaria?
5- Se a vizinha do lado trouxesse o filho pra cagar na sua casa, você acharia normal?
6- Se você estivesse chegando de viagem e alguém pedisse pra lavar sua roupa suja em pleno aeroporto, você toparia?

7 de Junho de 2007 13:34
Tocha Humana disse...

Um dos blogueiros que se assina Anônimo afirmou que o dono do blog é um péssimo criativo, tentando desqualificá-lo como comentarista de assuntos publicitários.
Se o dono do blo é, ou não, um péssimo criativo, não tenho a menor idéia.
Imaginando que o seja isso não o desqualifica como comentarista.
Da mesma forma que Felipao e Luxemburgo, que foram autênticos pernas de pau, são bons técnicos.
Os criticos de cinema não são necessariamente bons cineastas.
Outro perna de pau, o Casagrande, vira comentarista esportivo.
Ou seja, não há relação, no caso do dono do blog, de sua competência como criador com a sua competência como crítico de propaganda.

7 de Junho de 2007 15:10
Anônimo disse...

Mais perguntas para a vovó:

1. você está se tornando o Milton Neves da propaganda brasileira?

2. por que insiste em contar histórias que desconhece, como a muqueta que o Affonso levou do Marcelo Reis, por exemplo?

3. Aliás, se encontrar o Marcelo Reis num restaurante (e ele frequenta alguns que você gosta) você saberia quem ele é?

4. Você resolveu fazer o blog para não ter nenhuma chance de voltar para a propaganda? Queria mesmo fechar todas as portas ou achou que jamais seria descoberto?

5. Por que falar do Tião Bernardi se nunca trabalhou com ele? Eu trabalhei e ele é um lord. Grande pessoa, grande chefe, grande criativo.

6. Por que as pessoas nessa profissão andam com tanto ódio e inveja?

7. Como uma velhinha sábia, você não acha que essa competitividade só ajuda os patrões?

8. Enquanto você era uma veinha anônima, desceu a lenha no Fernando Rodrigues. Agora que todos sabem quem você é, o que diria ao Fernando se encontrasse com ele?

9. Você sempre defendeu seus amigos porque eles são bons mesmo ou porque sabiam sua identidade secreta? É que, tirando o Átila Francucci, o Zanata, o seu namoradinho Meneghini e o Virgilio Neves, o nome dos outros que você fala bem eu nunca vejo em anuários.

7 de Junho de 2007 17:04
Anônimo disse...

Oi Vovó,

Também tinha reparado na mesmíssima
coisa. Não resisti e resolvi gastar uns minutos aqui numa montagem com os dois comerciais. Pelo jeito, na fórmula do guaraná o ingrediente que mais tem é Terra. hahahahahahahaha

guaraná com terra
=================
http://www.youtube.com/watch?v=WfnABefx15U

terra com guaraná
=================
http://www.youtube.com/watch?v=t7nmGyzKMlo

bjs de um netinho bastardo.

7 de Junho de 2007 17:46
Anônimo disse...

O netinho bastardo matou a pau. Muito engraçadas as montagens. Você não sabe qual é um filme, qual é outro, qual trilha pertecen ao que.

7 de Junho de 2007 17:54
Anônimo disse...

O problema não é a cidade de origem, mas a origem dessa cultura whorkaholic escrota que fodeu para sempre a profissão mais bacana que inventaram.
Conheço pernanbucanos escrotos, paulistas escrotos, bauruenses escrotésimos, cariocas babaquíssimos e baianos bem cretinos. Como vocês podem ver, a boçalidade não é uma questão de gps.

7 de Junho de 2007 21:26
Anônimo disse...

Acredito que o grande problema não é o baiano, o carioca nem o paulista. O problema mesmo é o povo brasileiro que está cada vez mais uma merda, sendo tratado e se colocando como tal. Aí fica nessa de "a culpa não é minha é dele", como todo brasileiro sabe e faz muito bem na hora de tirar o seu da reta.
Concordo com uma parte do texto onde a "vóvis" diz que cada vez mais pessoas jovens assumem cargos de liderança sem o devido preparo.
Estou dando meus primeiros passinhos na propaganda e o que mais vejo quando rodo a pasta é: O fodão não vê mais a sua pasta, quem vê, na maioria das vezes é o estagiário ou o superior a ele. E é sempre a mesma coisa, o cara com a maior boa vontade do mundo olha a sua pasta, não entende a maioria das coisas que estão apresentadas ali e te manda mudar isso ou aquilo, pra mostrar que tá sendo bacana e está te dando uma puta dica, e depois te pede pra mandar algumas peças para depois mandar você refazer e fica nesse joguinho até um dos dois encher o saco.
É redator que não se preocupa com a idéia e dá pitaco na direção de arte. É pessoal sempre falando mais alto, "afinal se eu estou aqui e você está aí, você é a merda".
Já até estava um pouco frustrado com meu trabalho, até que aparece pela primeira vez no Brasil, o tal do portfolionight (que muitos criativos deixaram de ir por medo do chefe achar ruim...). Felizmente passei com 2 criativos gente finíssimas, Rodolfo Sampaio (DM9) e Pedro Cappeletti (G7) que olharam todas as peças prestando atenção na idéia e depois colocaram com propriedade o que estava ruim, o que era do caralho, o que era bom mas o que deixava tão bom e que caminho seguir nestes casos. Passei com mais um criativo que fez uma leitura dinâmica da minha pasta e soltou um monte de grosélia e conjecturas pessoais.
Tenho muitos amigos diretores de arte, aliás, redator eu conheço um ou outro. Por que estou dizendo isto? Porque no final da coisa toda, um aspirante a redator solta um pra fechar a noite "Tomara que todos os redatores desistam, assim sobra mais vaga". Já adianto, vaga tem pra todo mundo, é só querer. Mas a grande foda é essa mentalidade de que alguém tem que se dar mal para eu me dar bem que cada vez mais se vê por aí. Ou, os criativos são os da minha panela, os da outra panela tem sorte que o atendimento é bom e o produto excelente.
E parem de brigar, parecem criança pentelha querendo cagar na casa da vizinha.

PS: Fui vizualizar o texto, ví e concordei com isso:
"Conheço pernanbucanos escrotos, paulistas escrotos, bauruenses escrotésimos, cariocas babaquíssimos e baianos bem cretinos. Como vocês podem ver, a boçalidade não é uma questão de gps."

7 de Junho de 2007 21:47
Homopublicitarius disse...

É a vóvis está mais uma vez coberta de razão, algumas coisas dizem algumas coisas pra umas pessoa, mas outras coisas dizem muito pra outras, essa frase doida e sem sentido por exemplo diz muito pra mim, aliás estou convencido de que essa matéria é uma questão muito elucidativa, pelo menos pra mim no que se diz respeito ao respeito, não digo só em respeito dos animais, como foi levantado pela vóvis, mas respeito pelos seres humanos que somos, bem verdade é isso que estamos acostumados a ver esses exemplos de impunidade, a questão agora é saber até aonde temos culpa nisso.

8 de Junho de 2007 05:39
Ovelha disse...

Corrigindo o anônimo pseudo-cult-antenado lá de cima: Heartbeats, do comercial "Balls" para a Sony Bravia, não é do Jose Gonzalez e sim de uma dupla de música eletrônica sueca chama The Knife.

8 de Junho de 2007 06:12
Anônimo disse...

The beautiful track that sets the mood for the commercial is 'Heartbeats', performed by José González from his critically-acclaimed debut Album, 'Veneer'. Released as a single in January 2006, 'Heartbeats' went straight into the Top Ten in UK & Ireland, followed by a sold-out concert tour.

8 de Junho de 2007 06:36
Ovelha disse...

Caro anônimo, sua ignorância exemplifica bem o lodo em que o mercado publicitário está afundando. A versão tocada no comercial "Balls" é sim de Jose Gonzalez, mas não foi ele quem a compôs. Quando for buscar referências, tente ir de um quote incompleto direcionado a indústria da propaganda.

8 de Junho de 2007 07:54
Anônimo disse...

Essa campanha é tão escrota que parece ter sido expelida pela cabeça do comedor mor de travesti, o caga regra número um da propaganda, o escrotíssimo mor cuja ex mulher todo mundo comeu, o Lollo.

8 de Junho de 2007 09:39
Anônimo disse...

Realmente a campanha do guaraná é uma cópia da já péssima campanha do Terra. Mas eu me pergunto até que ponto somente os criadores da campanha têm culpa. Ou se eles só estão seguindo as ordens de um bando de diretores de marketing destes clientes escrotos, que estão cada vez mais bunda moles e que têm verdadeiro horror a algo que seja minimamente inteligente?

8 de Junho de 2007 11:14
Tocha Humana disse...

Duvido muito que o diretor de marketing do Guarará tenha pedido uma campanha igualzinha à da Terra. Duvido.

8 de Junho de 2007 11:35
Anônimo disse...

Se pediu ou não,não sabemos.
Mas que ele aprovou, ah aprovou sim.

8 de Junho de 2007 12:34
Anônimo disse...

Só uma explicaçãozinha, sobre premios, festivais e anuários.
Pra você inscrever uma peça, em determinado festival, ou no próprio anuário, e concorrer. Há uma taxa de inscrição da peça.
Ás vezes, a peça é boa, mas a agencia, opta por escolher o tipo de festival a que quer concorrer.Porque isto, demanda em despesas pagas pela agencia.
E os preços das inscrições, são carissimos.
É mais ou menos isso. Ou você achou, que os organizadores, ficam assistindo TV e decidindo que este comercial, merece um premio? Eles premiam, os que estão inscrito e pagos.
Por exemplo, a agencia do Silvio, inscreveu 140 peças para este ano, em Cannes, sinal que tem dinheiro sobrando lá.

8 de Junho de 2007 14:39
Anônimo disse...

Quanta discussão por nada. Ler o que a Vovó diz é ótimo, ajuda a lavar a alma nesse mercado em que todos nós, só temos coragem de assinar como anônimos... nós, publicitários, somos a escória. A gente se acha inteligente, cool, antenado, esperto mas não ´´nada disso. Somos o cocô do cavalo do bandido. Fingimos ser cineastas porque não temos talento suficiente para sê-lo. Fingimos ser artistas plásticos por que se o fossemos, não ganharíamos dinheiro para comprar aquela roupa de grife que aquele outro publicitário vai reparar e achar do caralho ou vai morrer de inveja e no dia seguinte vai a mesma loja pra comprar algo parecido, não igual pra não dar pala. Publicitários (redator, diretor de arte, de criação, estagiário e afins) paulistas, baianos, cariocas, gremistas, seja lá qual for o gps, somos apenas bosta. Bem fêz a vovó que tá em outra e agora atira pedra e com que pontaria... Valeu Vóvis

8 de Junho de 2007 14:41
Anônimo disse...

Eu convivi com a Vovó dentro de uma agência durante um ano e posso dizer que ela é genial, inteligente, engraçada, uma figuraça. Que bom que ela, que agora cuida de outro barraco, não sabia que Guaraná está na DM9. Se soubesse, não teríamos um texto tão brilhante. O humor da vovó é cáustico e quem não gostar que tome um Omeprazol pra forrar o estômago antes de ler. O grande problema é que essa profissão é mesmo esquisita, as pessoas são amigas quando você é uma cadeira importante, e quando não é o telefone só toca por engano. Por que ser assim, tão invejosos, tão preocupados com o salário alheio e coisas afins? Alguém falou que a Vovó é sexista, suas piadas são racistas, etc. Que sejam! Não é mesmo para todos gotarem. O Nelsão já dizia que a unanimidade é burra, e a vovó é muito inteligente, tem uma clarividência que poucos temos. Não tenho procuração da vovó, sou contra os que usam o site para espinafrar antigos inimigos, mas sou contra também as atitudes pouco amigas desse mercado. Parece um bando de fofoqueira querendo ver quem está ao lado se foder. Todo mundo quer ver o outro mal para se achar bem. Um cara como o Carlão Silvério perde o emprego e tem gente que acha bom. O Brasil é um país onde o sucesso é malvisto. Nos Estados Unidos, quem faz sucesso tem um tapete vermelho estendido na rua. Aqui é diferente. Um dos melhores redatores com quem trabalhei foi o Átila Francucci, mas todo mundo fala mal dele. Tudo bem, ele faz o passaralho por onde passa, mas será que sem o passaralho ele teria a confiança da equipe que sempre carrega para onde vai ou, ao contrário, teria pessoas em sua equipe com inveja dele, querendo justamente o lugar dele? Vamos parar de ser assim. Recebo dezenas de telefonemas semanais porque estou numa agência bacana, mas se não estivesse, não receberia nenhum. Quase ninguém liga porque gosta "de você", ligam porque "num momento você pode ajudá-los a ser algo maior". Pessoal, nossa profissão é como jogador de futebol, é curta, conheço gente que fica 20 anos e é aposentado pelo mercado, os diretores de arte sofrem mais esse preconceito, e isso só é assim por nossa culpa e exclusividade. Será que não dava pra todo mundo se respeitar mais, baixar um pouco a bola, coisas assim? Um dos maiores problemas dessa profissão ainda é o sujeito que nasceu classe média para baixo e de repente começa a ganhar mais que o próprio pai, que camelou a vida inteira, e aí perde a humildade. Vamo com calma, galera. Estou há 10 anos nessa profissão e já me preocupo com o pouco que vi. De 97, quando comecei, para cá, vi cortes e mais cortes, caras pra quem eu mostrava a pasta no início de carreira completamente desaparecidos, alguns esmolando. Está na hora de termos mais memória, mais respeito e lembrarmos sempre: um dia vamos estar na merda. E será que nesse dia vai ter agência como as do pão de açúcar e extra, cheia de gente afastada do mercado e que só está lá porque senão não pagaria as contas de casa?
Vamos falar bem também. Falem do Eugênio Mohallem, que faz coisas brilhantes. Falem do melhor redator low-profile desse país, o Renato simões, que não está nem aí para o resto e manda bem pra cacete. Falem do Fabio Fernandes, que tem uma agência genial. Falem do Alexandre Gama, mas falem bem também, porque todo mundo que hoje trabalha com ele adora o cara. Talvez a coisa melhore. E deixem a parte da espinafração para a vovó, porque ela é uma paladina da verdade e da incoerência alheia. Zoca Moraes, tu és um gênio malvado. Uma metralhadora verborrágica como poucas. Te desejo muito sucesso.

8 de Junho de 2007 15:18
Escarro disse...

Como já disse o velho Iggy Pop: "blah blah blah" Provavelmente ele devia estar numa resenha com publicitários...

8 de Junho de 2007 19:03
Anônimo disse...

Podem chorar a vontade...

Deve ser foda para os tao preparados paulistanos terem de acordar todo dia de manhã para trabalhar sob o comando de um baiano.

Ou ter idéias geniais que não são aprovadas pelo publico ou pelo clientes, que sempre preferem o texto dos baianos.

Ou ver que quase todos os premios internacionais da publicidade brasileira foram e ainda são conquistados por baianos.

Ou ter horror a escola baiana de publicidade e ter de se adequar ou se render a ela para poder trabalhar.

E tudo isso com o dinheiro do anunciante e do consumidor paulista.

É foda... Só lhe resta torcer para que na proxima encarnaçao voce nasça baiano, seja de salvador ou até mesmo de itabuna. Esse é um privilégio de poucos.

8 de Junho de 2007 21:18
Pedro Abelardo disse...

Coca-cola 1977
Isso é o que é

Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=CnALy-nBoIc

Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=IEIfySM9_hY

8 de Junho de 2007 21:20
Paulistaninho de Merda disse...

Bom, essa história de "Escola Baiana" não cabe, porque se assim fosse, seria leve, imaginativa, delicada e bela, como são as coisas mais legais da Bahia.Mas não, é muito mais uma convulsão de origem Magalhanística,onde a truculência e a mão pesada são as ferramentas da vitória. Parabéns moçada, o rancor de vocês está vencendo.

Abs

9 de Junho de 2007 05:40
Kravícula disse...

Nunca nos esqueçamos que a Bahia é o berço do Cumpadi Washington, um dos maiores picaretas e aproveitadores de todos os tempos. O picareta em questão, gerou, inclusive, a criação da categoria "Cumpadi Washington" na propaganda. Nessa categoria, reina absoluto - como não poderia deixar de ser - o baiano Sergio Valente, conhecido na roda da malandragem como Sergio Cultura.

9 de Junho de 2007 06:59
Anônimo disse...

"Uma pessoa, que fala, que deve ser foda para os paulistas..."Não conhece nada dessa terra.
Olha, em São Paulo, tem mais baianos que em Salvador, mais mineiros que em BH, judeus, japoneses, italianos, cariocas,coreanos, arabes.Tem alguns paulistas tambem, poucos.
Então não é foda não. O Gostoso, é sair de manha para trabalhar, ganhar um gordo salario no final do mês.Não esquentar com picuinhas.E no proximo feriado viajar para a praia.Pode ser Florianópolis, Buzios, etc.
Esta terra nos proporciona isto. Não tem nada de foda nisso. Todos que vieram de fora, foram muito bem recebidos e aqui estão como se fosse esta terra sua natal.
A propósito, sou mineiro.
E conheço poucos paulistanos, na propaganda. Todos são de fora.
Obrigado São Paulo!

9 de Junho de 2007 07:56
Anônimo disse...

sem contar q esse conceito éo que é não passa de uma “releitura“ cretina da campanha de Sprite!

9 de Junho de 2007 21:16
Paulistaninho de Merda disse...

E a campanha do ABN "Reinventar"? O que aconteceu com toda aquela convicção do "Sustentabilidade"? Era só para durar 3 meses? Ah...não era para valer, era só discurso?...entendi...quanta seriedade não?

Abs

10 de Junho de 2007 12:05
Anônimo disse...

Danadinha, se você é do tipo que cria comerciais inteligentes para meia dúzia de redatores acharem bacana e sair no Blue Bus, a Caras da publicidade, realmente não passará na Escola Baiana de Criar Títulos, que cria pra alguns milhões de brasileiros, dos quais você não faz parte, aliás você vive em NY, não presencialmente, mas em conexão bluetooh. Acho que a idade e esclerose deve ter feito você esquecer que, antes de pensar no formato, piadinha cool, personagens e trilha, tem que pensar em mais duas coisas: Objetivo e público. Acredito que se tivesse que criar mais uma paródia para a Assolan, faria o "fenômeno" interpretando Jimmi Hendrix.. Não venderia um puto, mas provavelmente seria a bola da vez nas rodinhas paulistas da criação. Mas Objetivos e Público são palavras que não fazem parte do dicionário de cabeceira dos publicitários cools de SP. Aliás... do que paulista menos entende é público. Se chama qualquer pobre-preto-brega de baiano, acha que qualquer nordestino é soteropolitano e torce o nariz pra qualquer cultura nacional, como acha que pode criar qualquer coisa para o povo? Aliás... se bem que campanha pro povo não dá prêmio... deixa pra lá.

Você não passaria no vestibular da EBCT, a Baiana, mas acho que consegue entrar pela janela pra Escola Paulista de Fazer Pessoas Vestidas de Fantasias Gigantes de Objetos Nonsense Correndo Pelas Ruas e No Youtube, como o comercial Plugs da Skol Beats, Mosquito da Dengue (Cicarelli), ou o "Fique de bem com a comida" e tantas outras tosqueiras que têm ganhado share no Arquivo da Propaganda. Eu disse no Arquivo da Propaganda.

Axé-babá e um cheiro!

10 de Junho de 2007 14:32
Anônimo disse...

Vovó, fale da verdinha que geral tá tirando. Coloque numeros$$$ no blog da véia.

11 de Junho de 2007 06:51
ex-publicitario feliz!! disse...

Prezada vovó, concordo com vc sobre a similaridade entre os comerciais do Terra e do Guaraná. Tive a mesma sensação de serem comerciais de uma só campanha. Parabéns por este texto, em minha opinião um dos mais interessantes já escritos ultimamente.
Sucesso e boa semana!

11 de Junho de 2007 07:34
Anônimo disse...

AFF... odeio comerciais com jingle!

11 de Junho de 2007 07:55
Anônimo disse...

O segredo do guaraná. Para quem quiser saber mais updateordie.com.br.

11 de Junho de 2007 07:57
Anônimo disse...

Acho que rolou até uma conversa entre os estagiários e um acabou indicando o conceito pro outro... Pois o LADO B da Brastemp tem muita analogia ao LADO B do Guaraná Antártica... se for pensar, o conceito é o mesmo, não? As pessoas e seu lado B longe do que os olhos podem ver!

11 de Junho de 2007 08:04
Anônimo disse...

sabe o que é melhor? baiano tá nem aí pra o que essa manada de publicitários tirada a cult, bando de fake indie, fala. criticar é a arma de quem não sabe fazer. enquanto você tá aí, vovó, usando seus dedos que já desistiram de te fazer alguém sem precisar escrachar o outro, tem um baiano, com certeza, criando alguma coisa que não precise de meia hora para ser entendida por um consumidor comum, e que em 5 minutos vai conquistar o cliente, o público e tirar mais uma conta da sua agência. pra ser criativo baiano só precisa nascer. Vocês precisam esperar até terem comprado e devorado todos os anuários do mundo.

11 de Junho de 2007 08:22
Anônimo disse...

Pro publicitário uns posts aí pra cima, que se acha o cocô do cavalo do bandido: tira o nós da frase: se você está com a auto-estima submersa na água da privada, problema seu.

11 de Junho de 2007 08:35
Anônimo disse...

ovelha, tu é burro ou chato?

11 de Junho de 2007 10:00
Anônimo disse...

ô da auto-estima alta, sinceramente você deve ser um grande babaca e deve se achar bom pra caralho naquele esteriótipo padrão, no mínimo a campanha do guaraná é sua, eh eh... eu ainda te incluo na descrição que fiz do cocô e tudo o mais.

11 de Junho de 2007 10:40
Anônimo disse...

esqueci de perguntar, você é baiano?

11 de Junho de 2007 10:42
Anônimo disse...

como discutir com um sujeito que se acha um cocô? Fica até dificil ofender....

11 de Junho de 2007 11:09
Anônimo disse...

Anônimo que se acha um cocô, olha como ficou melhor seu post, quando passa pra primeira pessoa do singular...parece até que você tá na terapia...

Quanta discussão por nada. Ler o que a Vovó diz é ótimo, ajuda a lavar a alma nesse mercado em que eu só tenho coragem de assinar como anônimo...

Eu sou a escória. Eu me acho inteligente, cool, antenado, esperto mas não ´´nada disso. Sou o cocô do cavalo do bandido.

Finjo ser cineasta porque não tenho talento suficiente para sê-lo.

Finjo ser artista plástico por que se o fosse, não ganharia dinheiro para comprar aquela roupa de grife que aquele outro publicitário vai reparar e achar do caralho ou vai morrer de inveja e no dia seguinte vai a mesma loja pra comprar algo parecido, não igual pra não dar pala.

Publicitário (redator, diretor de arte, de criação, estagiário e afins) paulista, baiano, carioca, gremista, seja lá qual for o gps, sou apenas bosta.

Bem fez a vovó que tá em outra e agora atira pedra e com que pontaria... Valeu Vóvis

8 de Junho de 2007 14:41

11 de Junho de 2007 11:34
Anônimo disse...

O lançamento da campanha do guaraná Antartica coincidiu com a semana da diversidade cultural que culminou com a parada Gay. Nada por acaso! É o que é, e ponto!

11 de Junho de 2007 11:37
Anônimo disse...

Você gostou de escrever isso no singular, não?
Ficou bom pra você? não precisa responder, acho que você é baiano! ;-)

11 de Junho de 2007 11:40
Paulistaninho DuCaralho disse...

O que vocês ainda não sacaram pequenos gafanhotos é que a coisa mais legal dessa nossa profissãozinha safada é poder contrabandear alguma coisa pessoal no meio do trabalho. Algo bem seu, algo de bom, algo de artítico que você consiga passar para milhões de pessoas bem nas barbas da agência e com a grana do cliente.
Essa sim é uma ambição digna de quem se considera "criativo". Criativo que se preza é rebelde.
O resto é só dinheiro e vulgaridade.

11 de Junho de 2007 11:46
Anônimo disse...

Vóvis, onde é a descarga do blog?

11 de Junho de 2007 11:49
Anônimo disse...

O problema de publicitário que se acha um cocô é que qualquer diarréia vira brainstorm....

11 de Junho de 2007 11:52
Anônimo disse...

Para o sujeito que se acha um cocô, um conselho: não faz marola...

11 de Junho de 2007 11:56
Anônimo disse...

Cara, que se acha um cocô, chega de discussão: ou caga ou sai da moita.

11 de Junho de 2007 11:57
Anônimo disse...

cara que se acha um cocô, pensa do lado bom: sua carreira não vai afundar nunca...

11 de Junho de 2007 11:58
Anônimo disse...

que nada...é só alguém apertar o botão que ela entra pelo cano.

11 de Junho de 2007 12:00
Anônimo disse...

Depois da cerveja número 1, chegou o publicitário número 2!!!

11 de Junho de 2007 12:03
Anônimo disse...

ô do cocô, abre o olho....

11 de Junho de 2007 12:12
Anônimo disse...

esse cara do cocô tá boiando na discussão....

11 de Junho de 2007 12:12
Anônimo disse...

o cara deve ter um poster do Mr. Hank no quarto...

11 de Junho de 2007 12:13
Anônimo disse...

Ei.. o cara de cima comentou e não lavou a mão.

11 de Junho de 2007 12:21
Anônimo disse...

ô do cocô, mais uma vantagem: ninguém vai querer pisar em você.

11 de Junho de 2007 12:25
agua de cocô disse...

Eu sou baiana....só faço comercial com musiquinha...e tomo água de cocô....e adoro o nizan...esse neguinho arretado!

11 de Junho de 2007 12:59
O Cú de Vcs É Meu disse...

Tem muito baiano foda por aí. Mas o que sobra para a propaganda é só o cocô do diabo mesmo.

Porque elite e classe média de Salvador, que é de onde vêm a grande maioria desses baianos publicitários (poucos são quebrados), é aquela putaria no mau sentido que todo mundo sabe. Volúvel e autoritária. Junto com a África do Sul, os únicos que conseguiram permanecer brancos durante séculos em meio a um mar de gente negra.

Nada contra o povo da Bahia. Mas tudo contra esses boçais baianos, arcaicos, que confundem agência de propaganda com sesmaria.

E dá-lhe chibata!

11 de Junho de 2007 13:39
Anônimo disse...

Vó, peloamordideus, manda um texto novo. Este aqui já esgotou, faz tempo.
Nem se sabe mais, o que está se discutindo.

11 de Junho de 2007 14:13
Anacleto Barroso disse...

aliás, alguém já notou a semelhança entre a nova musquinha do Guaraná Antarctica e o famoso, indefectível e funcional jingle da Mack Color? aquela que cola até no tubo de cola.


pensem nisso.

11 de Junho de 2007 15:23
Anônimo disse...

zoca, para de falar de baiano senão
uma hora vão acabar comendo seu cu.

11 de Junho de 2007 17:47
Anônimo disse...

Caralho, cadê a segunda parte da historinha da Lowe? Esse site ficou famoso com o texto do Zuza, ou seja, descendo o porrete. Por que não seguiu o caminho que deu certo? Já encheu a porra do saco.

11 de Junho de 2007 18:31
Carlão do Capão disse...

Seguinte: no post novo a vóvis abriu uma seção de xaveco e eu já me candidatei a regar a flora vaginal de uma balzaca lá. Aroveitando o ensejo de que não se trata de nada aproveitável aqui e o fato de que o cu de todo mundo é mesmo do Nizan pergunto: alguém ai a fim de recolher uma chuileba veiúda?

11 de Junho de 2007 18:50
Jorge Trombada disse...

Carlão do Capão, vá sentar numa toceira de pica. Deixar um cometário chamando para a sua mensagem em outro post é, de fato, um pouco demais. Só posso crer que você acha a tal mensagem hilariante ( e não é).
Não há por aqui nenhum interesse em saber que relva peluda você vai regar. Pela modesta descrição da sua própria genitália (robalo fornido), presumo se tratar de um membro avantajado. Sendo assim, aceite meu conselho: dobre e enfie no lombo.

12 de Junho de 2007 05:40
eduardo lima disse...

Vou sugerir mais uma categoria: Mussum Forévis!

Vovó, minha velha, porque só tem comentário de nêgo anônimo aqui?

Benção,

12 de Junho de 2007 06:03
Carlão do Capão disse...

Trombada, Trombada....você tá que tá hem? Que foi, não arranjou companhia na Parada Gay? E quem falou que meu membro é avantajado? Tua mãe? Ô véia fofoqueira....

12 de Junho de 2007 06:14
Jorge Trombada disse...

Segundo seu próprio e pobre relato, você é proprietário de um "robalo fornido". Reitero minha sugestão: dobre e introduza no brioco.Toma jeito de homem, rapaz. Ficar postando teaser em um post para as bobagens que você escreve em outro é um claro sintoma de comichão anal. Você precisa se abrir com o Ataualpa. Ele quebra seu galho.

12 de Junho de 2007 06:41
Anônimo disse...

brilhante exposição da Vové desta detestável ala bahiana e seu jeito de fazer propaganda.
Há muito tempo não consumo pordutos ou utilizo serviços dos clientes atendidos pelos soteropolitanos.
Dále Vová

12 de Junho de 2007 07:22
Carlão do Capão disse...

Trombada, você é um maníaco. "Robalo Fornido" é uma receita típica de Marataízes, Espírito Santo. É robalo assado, recheado de farofa de ovo e marisco. Só convidei a mina pra jantar, palhaço.
Você deve estar com a rosquinha ardendo e vê membro grande em tudo.
O meu é normal e a sua mãe sabe disso. Manda ela parar com essa fofoca descabida que ainda vai me prejujdicar.

12 de Junho de 2007 08:56
Jorge Trombada disse...

A coisa tá feia, Carlão do Capão, abre teu olho
( mas não pra mim).

12 de Junho de 2007 11:44
Anônimo disse...

Parabéns, cara do cocô! Seu comentário foi a coisa mais adequada que li sobre as "qualidades" dos publicitários.
Muito desses ultra-super-mega criativos são uns bostas arrogantes, vaidosos, egocentrados, preconceituosos.

12 de Junho de 2007 18:45
Anônimo disse...

Praga, queremos Praga
Ricardinho Praga...e seus ossinhos...seu gravadorsinho...seus bracinhos...sua ideias nanicas..por favor, vovó, escreve sobre o Praga, escreve..vc conhece bem a figura...ou melhor, figurinha.

13 de Junho de 2007 18:58
Anônimo disse...

A velha formulazinha das agências: DM9, cores, videoclipe, jingle, tudo igual...campanha do Terra, Guaraná e Brastemp...Já Almap tudo com humorzinho às vezes com alguma graça (Havaianas nunca mais foi boa) e cara de comercial gringo para ganhar prêmio.

14 de Junho de 2007 11:58
Anônimo disse...

Vovó, o pior de tudo é que Guaraná dá câncer.

15 de Junho de 2007 12:59
Anônimo disse...

Essa é só a sua opinião, que não pode nem deve ser tida como única e preconceituosa verdade.


este é o panorama da atual propaganda brasileira. alguma dúvida porque ele anda tão mal ?

quarta-feira, junho 20, 2007

uma estupidez sem tamanho: prólogo.

Há pouco mais de uma semana, passando os olhos sobre algumas chamadas no Blue Bus, me deparei com uma que me atraiu, tanto quanto me afastou da leitura. Algo sobre uma polêmica criada em torno do novo posicionamento do Guaraná Antártica: É O Que É!
Mas antes de nos debruçar sobre esse assunto, já que citei gratuitamente o Blue Bus, aproveito para celebrar esse site por manter em sua equipe de colaboradores o grande Paulo Peres. Grande cultura, grande conhecimento cinematográfico, grande papo. Aliás, meu caro Julio Hungria, seja lá o que você esteja pagando para o Paulo, garanto-lhe que é pouco.
Mas voltemos ao assunto que mobiliza nossas atenções: a campanha de reposicionamento do mais tradicional refrigerante do Brasil.

Tudo começou numa noite qualquer, quando, depois de assistir à segunda parte da Sessão de Descarrego, entra o break comercial e o primeiro filme veiculado é, justamente, o da nova safra do guaraná Antártica. Mas só agora eu sei que era, pois no momento em que se iniciou, juro que pensei que se tratasse de mais uma peça da campanha do Terra Qual É A Sua?
E por que achei isso?
Por duas razões bastante óbvias.
A primeira é a trilha, em minha opinião, extremamente similar, na intenção, a do Terra. A segunda, a sequência clipada de cenas, também bastante parecida com a do portal espanhol. O filtro verde que cobre as imagens, logra distanciar-se das ações do Terra e garante uma unidade entre esse filme e as campanhas anteriores produzidas pela Duda.
Tecnicamente falando, o comercial em si, é a sobreposição de pirotecnias e truques bonitos, mas que não contam uma história.
Pelo menos, no caso desse comercial.
Não quero parecer saudosista, mas o filme pontual do Guaraná Antártica para a Copa, refiro-me ao já quase antológico comercial do Maradona, da mesma agência, dá de camisa 10 nesse que lança o novo conceito.
Num passado remoto, o Guaraná Antártica colocou no ar campanhas que ajudaram a compor a história de nossa cultura popular. Quem tem mais de quarenta, irá lembrar dos maravilhosos filmes do Boko Moko, com o singular personagem Teobaldo. Mais recentemente, Pipoca com Guaraná, Pizza com Guaraná, filmes que marcaram fortemente um período.
Por que, então, dar um passo atrás no que já se havia conquistado, criando uma peça tão facilmente confundível com qualquer outra baseada em musiquinha e dinâmica de vídeo clip?
Porque quando o cliente nos coloca contra a parede, quando o freguês inventa pesquisas e pré-testes, para alguns criativos só lhes resta recorrer à uma escola muito mais próspera do que a ESPM, do que a Miami Ad School, do que algum curso extra-departamental na ECA, na Estácio de Sá, na UFRJ, na SMP&B..... não, essa não é uma escola.
Pensando bem, sim é, mas que ensinava outras disciplinas.
Estou falando da Escola Baiana De Se Fazer Comerciais.
Aquela que pode ser vista nos filmes da Vale do Rio Doce, nas velhas campanhas de Maluf, Pitta e Lula e, nos últimos anos, nos comerciais do Terra,
a melhor expressão desse padrão de se fazer propaganda.
Mas o que é, então, esse padrão Terra / Escola Baiana de se fazer comerciais?
Respondo: uma ligeira sequência de cenas clipadas, montadas pelo estagiário da ilha de edição, acompanhadas por uma trilha tão pegajosa quanto horripilante e animadas por um apresentador meio rapper, meio DJ/VJ, com vitiligo.
Quem não sabe o que é vitiligo, sugiro assistir à Mesa Redonda da Gazeta, aos domingos, e observar as mãos do infame Chico Lang.
Ou sejam, se alguns clientes se julgam muito espertos, tentando nos dar nós com seus malditos pré-testes, nossa memória musical e visual possui mais recursos do que a desses desagradáveis espécimes que nos obrigam a parecer imbecis diante de suas piadinhas à nível de churrasco.
Para que nenhum palhaço venha me dizer que estou sendo preconceituosa, lhes informo que, numa das primeiras vezes em que estive em Cannes, lembro de haver lido um jornalzinho do Festival que publicava uma matéria sobre a escola de se criar títulos de Minneapolis. Títulos que começavam com a palavra Unfortunately. Para os jovens que acreditam que o maior jogador de futebol de todos os tempos é Ronaldinho Gaúcho, os mesmos que vêem genialidade em Silvio Matos e Roberto Justus, recordo-lhes que nos anos 80, a agência que encantava o mundo da propaganda chamava Fallon Mcelligott, sediada no gélido Estado de Minnesota, a meio caminho do Canadá. Criada por Tom Mcelligott, um dos maiores redatores de todos os tempos, ao lado de Bob Levenson, Ed Mccabe e Washington Olivetto, a Fallon Mcelligott surgiu naturalmente depois que o projeto de frilas de Tom e Ron Anderson, a Lunch Hour (Hora do Almoço), começou a adquirir uma dimensão que não mais podia ser administrada só das 12 às 14. No princípio, a agência se chamou Fallon Mcelligott Rice, de Nancy Rice, uma brilhante diretora de arte da cidade que, mais tarde se desligaria da empresa, fundando a sua própria, a Rice & Rice, com seu esposo e uma trajetória efêmera. Nessa época, à partir de 83, Minneapolis começou a revelar um número surpreendente de agências e profissionais excepcionalmente criativos: a Campbell Mithun, a Carmichael Lynch, a Martin Williams, o escritório local da Bozell, Rod Kilpatrick, Luke Sullivan, Bob Barrie, Pat Burnham, Bob Brihn, Tom Lichtenheld, Mike Fazende e tantos outros que levaram seus talentos e experiências para os cinqüenta estados restantes e, até para a Inglaterra, caso de Mike Lescarbeau que, durante um tempo, atuou como redator sênior na Leagas Delaney.
Essas empresas, diretores de arte e redatores, ajudaram a formar uma escola de propaganda, representada pela incrível originalidade e durabilidade de seu trabalho reconhecido até hoje como tão relevante para a propaganda, como a revolução criativa liderada pela DDB, de Bill Bernbach, na passagem da década de 50 para a de 60. Como disse anteriormente, uma das particularidades dessa escola, era o fato de que, num determinado momento, várias dessas agências criaram títulos iniciados pela palavra Infelizmente.
Fartamente aprovada durante o decorrer dos anos 80, pelo menos em Minneapolis, certamente, uma palavra que causaria horror às nossas gordas moderadoras de pesquisa e diretores de marketing que, com certeza, diriam que Infelizmente é uma expressão carregada de muito negativismo.
Conheço uma meia dúzia de diretores de criação, planejamento e atendimento, que baniriam a palavra de seu dicionário prático.
Assim como a de Minneapolis, a baiana é uma escola.
Se não, vejamos: quem apresentou ao Brasil o genro de Chico Buarque de Holanda?
E Daniela Mercury?
Ivete Sangalo?
A axé music nos comerciais de cerveja?
A timbalada?
Quem substituiu o conceito e introduziu esse arremedo de samba praticado naqueles féretros que seguem o trio elétrico conduzido por figurantes de trem fantasma como Araketu, por exemplo?
A vóvis nada entende de MPB, mas sabe que uma das grandes críticas dos sambistas cariocas aos seus simulacros de Salvador, é que, ao contrário destes, a música executada nos carnavais do Rio, além de ser natural do país, é tocada com instrumentos acústicos, milhares deles, por acaso.
Pessoalmente, considero uma afronta pessoal testemunhar a redução, tanto física, como conceitualmente, do instrumento que um dia foi tocado por imortais como Jimi Hendrix, Steve Ray Vaughn, Mick Ronson, pelas mãos fraudulentas de Armandinho e seu chorinho elétrico.
Prefiro assistir, um milhão de vezes, ao comercial de Pepeu Gomes para o HairSink, do que ser ultrajado pela utilização charlatanesca do nobre instrumento.
Se a idéia era popularizar uma manifestação musical tão regional como o axé, melhor teria sido para os ouvidos e a educação das pessoas que fizessem o mesmo com as modas de viola de artistas como Helena Meirelles.
Mas o crime contra a humanidade já foi cometido.
A micareta é uma infeliz realidade em muitas cidades do país, animadas por delinqüentes culturais como essa franquia de esfihas, Jammil e Uma Noites.
E o Carna Facul? Uma pavorosa invenção de universitários mauricinhos paulistanos que, preconceituosamente, não querem se misturar com o populacho. Na opinião da véiota, tendo em vista tamanha barbárie, os preceitos defendidos com unhas e dentes pelo Conar, estão mais do que desatualizados. Axé music e comerciais com mais do que três pessoas, exceto no caso de shoppings e externas, deveriam ser proibidos e, no caso, de violação da legislação, punidos com o rigor da Lei de Segurança Nacional. Celebridades cantando em comerciais, ou dando depoimento sobre assuntos que não lhes correspondem, como recomendação de remédios, ou pastas de dente, deveriam ser submetidas aos justos quinze segundos de nazismo. Os anunciantes que obrigarem as agências a escrever roteiros com essas características, seriam enviados ao degredo eterno em Itabuna. O mesmo tratamento implacável vale para dentistas e médicos que digam algo na linha de Esse É Creme Dental Que Eu Uso, ou, Nesse Eu Confio! Idiotas pagos para dizer Esse É o Creme Dental Que O Meu Dentista Usa, ou frases similares, seriam castigados com a pena mais dura de todas: 30 anos de entrevista com João Dória, sob supervisão de Sergio Waib.
Não irei perder meu tempo para afirmar o que é evidente: uma marca de refrigerante como o Guaraná Antártica, não poderia jamais reutilizar o slogan clássico da Coca Cola: Isso É Que É!
Não me alongarei nesse ponto.
Prefiro falar de como se comportam nossos anunciantes e os meios jornalísticos que cobrem a propaganda, a quem prefiro chamar de as maiores empresas de assessoria de empresa da nação.
Se a Escola Baiana De Se Fazer Comerciais segue firme e forte é porque a mesma grita geral que se ouve toda vez que um político comete um deslize, não se reproduz quando um publicitário importante é pego num ato criminoso.
Sim, Duda Mendonça foi preso, tendo passado uma madrugada em cana, depois de sua detenção numa rinha de galos no Rio, ao lado de um asqueroso vereador do PT local, com sobrenome de combo do Habib´s.
Honestamente, pouco me importam os acontecimentos que culminaram em sua ida e de sua sócia, Gilmar Fernandes, à CPI.
Aparentemente, conviver com a corrupção e licitações arranjadas está em nosso DNA.
O que não dá para engolir é um sujeito que, anos atrás, concede uma entrevista à Veja e reconhece que é um entusiasta e defensor da briga de galo, colecionando cerca de 400 deles.
Já não estaria na hora de adotarmos a tourada?
Se não bastasse ter admitido a prática do ilícito, Duda foi flagrado no ato.
Poucas frases são tão verdadeiras quanto dizer que todo criminoso sempre volta à cena do crime.
Briga de galo quer dizer tortura de animais.
Em qualquer país minimamente decente, Duda teria pedido as contas e perdido as contas.
Pelo menos, as mais evidentes como Guaraná Antártica e Petrobrás.
Por muito menos do que isso, o todo poderoso Paul Wolfowitz, ex-Presidente do Banco Mundial, foi obrigado a renunciar.
Mas não no Brasil.
O clamor que se escuta quando o Presidente do Senado é suspeito de receber contribuições de amigos, não se ouve quando Duda pede para o então Ministro da Justiça que livre sua cara do flagrante.
Não lembro de ter lido uma linha sequer, nos meios que cobrem nossa feliz atividade, manifestando sua repulsa.
Contudo, o que mais impressiona, é a desfaçatez dos anunciantes em preservarem o boa gente que passa as tardes em Itapuã, comendo caranguejo e ouvindo Aquarela de Toquinho.
Perdoem-me o exagero, mas o silêncio desses anunciantes atendidos pela Duda, é tão ensurdecedor quanto aquele que cerca pequenos empresários, comerciantes e prefeitos de cidades do interior onde se comprovou abuso de menores e prostituição infantil com patrocínio municipal.
Os anunciantes, isto é, os mantenedores dessas contas, jamais se pronunciaram sobre o processo contra o infrator.
Se o que aconteceu tivesse ocorrido numa França governada por uma hipotética Presidenta Brigitte Bardot, conhecida por sua militância em favor dos animais, e por ser uma conservacionista de direita, a guilhotina perderia a ferrugem rapidinho.
Numa Inglaterra cujo Primeiro Ministro fosse Morrissey, que um dia afirmou que Meat Is Murder, Strangeways Here I Come, seria a melô de nosso marqueteiro titular.
Revolta também o fato de que seu chegado, aquele que sempre defendeu sua contratação, o Presidente da República, nunca ter se manifestado a respeito da prisão, nem para mostrar indignação, ou, no mínimo, para marcar solidariedade, ou concordância com essa que é uma das mais efetivas expressões de civilidade, que é o respeito aos animais.
Mas o que dizer de um presidente desclassificado que convida Zeca Pagodinho para assistir a um DVD pirata de Zezé de Camargo e Luciano, no Planalto?
Digo isso sem compaixão, pois sou eleitora histórica do PT e como minha crítica é à esquerda, afirmo que o Presidente é um preguiçoso incurável quando se exige dele tomar decisões e assumir posições.
Sugiro, inclusive, ao biógrafo oficial das celebridades históricas, Fernando Morais, que se estiver pensando em escrever a do casal presidencial, já tenho o título:
A Primeira Dama E O Vagabundo.
Quanto a pessoa de Duda como patrão, não tenho por ela nenhuma queixa.
Aliás, nada tenho a reclamar, pois em sua agência ganhei montes de dinheiro.
E lá também, conheci uma criatura tão encantadora, quanto ótimo diretor de arte: Marcelinho Kertesz.
A ironia que fica é que a agência do mesmo homem que trata miseravelmente as pobres aves, continua cuidando de um produto cuja logomarca era um simpático par de pingüins.

é o que é. o pior é que é mesmo. da vó danada ou como dizem as más línguas, o zoca moraes.

terça-feira, junho 19, 2007

tudo com moderação. inclusive a própria.


A propaganda não funciona, dizem alguns. A propaganda está morta, dizem outros. Quem gosta desse tipo de afirmativa são as empresas líderes, pois se seus concorrentes não anunciarem vão perder fatias expressivas de mercado ou nem mesmo terão qualquer chance de crescer e ou de vir a ameaçar uma Marca líder.

Pergunte a Coca-Cola se ela pararia de anunciar? Mas a Coca é um gigante de consumo de massa, não vale! OK... Então pergunte a Intel, que é um fabricante de chip, um componente que vai dentro do computador: será que a Intel deixaria de anunciar? Mas ambos são fabricantes... OK, pergunte então ao Pão de Açúcar ou ao Carrefour: será que eles parariam de anunciar?

Indústria, Varejo, Serviços, Empresas Business-to-Business, não importa: a verdadeira questão não é se a sua empresa deve anunciar ou não. As perguntas deveriam ser: o que deve anunciar? Como deve anunciar? Prá que deve anunciar? Onde deve anunciar? Quando deve anunciar? Quanto deve anunciar? Qual deve ser a dose?

Veja dois fatos relevantes: (1) as verbas de propaganda continuam crescendo, como apontam todos os estudos mais sérios. (2) o investimento em Propaganda envolve muito dinheiro em mídia, por menor que sejam as verbas.

Apesar disso, há também outro fato: (3) milhares de empresas do mundo todo não mais acreditam que a Propaganda possa funcionar para seus negócios, pois não é pequeno o número de executivos e profissionais que perderam o encanto com a Propaganda tradicional.

Mesmo assim, vale lembrar uma historieta sobre um empresário americano que dizia: “metade da minha verba de Propaganda funciona e outra metade é dinheiro jogado no lixo. O problema é que não consigo saber qual das duas metades devo cortar!”.

Em meio a esse cenário confuso, qual a orientação mais adequada a seguir: anunciar para conseguir visibilidade e destaque ou manter-se na categoria das marcas mudas e invisíveis?

Alguns empresários e executivos dirão que é necessário anunciar, mas que isso exige pulso e coragem, ambos os materiais em escassez. Outros optarão por segurar qualquer investimento em propaganda até que se tenha provado que este é o caminho certo (e que sua cabeça não corre qualquer risco). Mas a resposta mais radical, nesse caso, talvez esteja no meio. Nem tanto ao mar nem tanto a terra. Quer prova?

Observe as transformações e mudanças. O século mudou, mudaram as empresas, mudaram os consumidores, mudou a Propaganda (ou já deveria ter mudado). E mudaram as regras para investir e ter obter retorno em Marketing e Propaganda. Ou seja, num mundo que deixou de ser simples e tornou-se muito complexo, não é mais possível continuar fazendo Propaganda como se fazia no século XX.

No século XX, muitas empresas, no desejo de crescer rápido, enxergavam a Propaganda do mesmo modo que os bêbados enxergam a garrafa. Enchiam a cara. Bebiam e anunciavam todas! Havia um verdadeiro porre publicitário. Algo típico dos anunciantes que não sabiam beber ou bebiam errado. Foi a Era dos Anunciantes compulsivos. E os anúncios eram todos para atingir o consumidor, não havia “trade” e outras variáveis. Os veículos publicitários adoravam - e ainda adoram - as Marcas que não sabem como anunciar ou que anunciam compulsivamente, ou que não resistem uma oferta de mídia mesmo sem saber se precisam dela...

Dos anos 80 para cá, nasceu e cresceu o movimento oposto. Propaganda eu, nem pensar? Eu não bebo. São as empresas e marcas que “não tomam uma gota”, que são totalmente “abstêmias” e não anunciam nunca. Algumas delas tentaram fazer Propaganda vez ou outra e, diante dos poucos resultados, concluíram que nunca mais fariam qualquer tipo de anúncio em nenhum tipo de mídia. As racionalizações são muitas: não dá retorno, prefiro fazer PDV, prefiro gastar em outra coisa, etc. Tais empresas parecem àquelas moças puritanas que, como seu namoro não deu certo, passam a dizer que todos os homens são iguais, que nenhum presta. Esse tipo de empresa passa a crer que basta ter um bom produto para que as pessoas façam filas em suas portas. As marcas dessas empresas passam a fazer parte do grupo das marcas sem voz, mudas e eternamente caladas, devido à visão pouco profissional de seus gestores de marketing e vendas. Sem dúvida, os concorrentes mais agressivos mercadologicamente e mais estruturados devem adorar esse tipo de postura...

Logo depois, no final dos anos 80 e início de 90, surgiu o terceiro caminho: anunciar com moderação e de modo diferente das fórmulas até então conhecidas. Toda empresa agora poderia e deveria anunciar, mas com moderação e com foco simultâneo, tanto no crescimento sustentado das Vendas, quanto no aumento do Valor da Marca. Esse caminho foi possível porque ocorreram descobertas e estudos importantes sobre Branding, Marketing e Vending que vieram para mudar o jeito das empresas fazerem sua Propaganda neste século XXI.

Antes disso, Propaganda teve uma primeira fase, no início do século XX, que chamamos de Fase da Inocência, da Ingenuidade ou do Empirismo, onde anunciar era algo parecido com Fazer Arte. Bastava mostrar artisticamente o produto nos anúncios e eles apareciam e vendiam. Não havia sequer concorrência. Fazer bonito e aparecer vendia.

Depois veio a fase da Propaganda Criativa, onde publicitários assumiam um papel de especialistas recomendando modos de anunciar para as empresas. Nessa segunda fase, a Propaganda perdeu a inocência e virou um assunto que misturava aspectos técnicos e criativos, ligados à autoridade dos geniais deuses criativos inspirados, pirados e até premiados. Se as empresas percebessem que o publicitário era uma pessoa normal, ela perdia o encanto e a agência perdia a conta. Mas essa fórmula deu certo em alguns casos e deu errado em muitos outros. Aos poucos, um certo grau de insatisfação com a Propaganda foi se instalando, até surgir e crescer a descrença, que faz com que muitas empresas sejam taxativas em dizer “Propaganda não funciona para nosso negócio!”.

Mas, felizmente, no final dos anos 80 e início de 90, surgiram novos conceitos, novas descobertas e estudos que provaram que é possível evoluir no jeito de fazer Propaganda e conseguir um bom retorno sobre o investimento. Alguns desses estudos mostraram o processo de super-fragmentação das mídias, que fez surgir milhares de oportunidades de gastar em novas mídias, sem que as empresas pudessem anunciar em todas elas, pois não havia recursos para tanto. Na verdade, isso pulverizou as verbas e reduziu a eficácia. As mídias passaram a forçar mais a venda e os anunciantes ficaram mais confusos. Outros estudos mostram claramente que a Propaganda deixou de ser uma especialidade isolada, que precisa ser compreendida dentro de uma Visão Sistêmica, uma coisa típica desses tempos onde reina a Complexidade e a Dinâmica.

Sim, é isso mesmo. O retorno da Propaganda está ligado não apenas a Propaganda, mas ao Sistema que envolve Propaganda, Produtos e uma série de componentes do sistema. Os estudos de Branding mostraram que anunciar a marca é muito mais apropriado e dá melhor resultado que apenas anunciar cada produto isolado. Um bom exemplo é Nívea, uma marca que era sinônimo de creme facial. Ela passou dar mais ênfase para a Marca do que para o produto em sua Propaganda e, ao mesmo tempo, criou um portfólio de quase uma centena de produtos, como novos cremes, shampoos, sabones, protetores solar e muitos outros. Resultado: todos os Produtos vendem mais com a força da mesma Marca que anuncia mais que qualquer concorrente isolado.

Infelizmente, muitas empresas ainda estão no século XX, fazendo uma “propaganda sem ter retorno ou “fazendo coisa alguma”; enquanto outras já estão fazendo uma propaganda que vende mais e constrói ativos reais”, uma atitude mais apropriada ao século XXI. Essas últimas sabem que a Propaganda é necessária, mas para que ela proporcione bons resultados é preciso mudar o jeito de fazê-la. É preciso pensar Sistemicamente. É preciso mudar Paradigmas; mudar formas de Pensar, de Decidir e de Agir.


anuncie com moderação. chegou brandvertising do augusto nascimento, co-autor do livro os 4 e´s de marketing e branding in o mundo do marketing.

domingo, junho 17, 2007

por que hoje é domingo e por que qual é o publicitário que não se sente assim?


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender cedo a luz.
E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder
o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e de que necessita.

E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E, a saber, que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro
de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, se perde de si mesma.


eu sei mas não devia, da marina colassanti, colaboração da graça crady que também, como eu, sabe o que não devia.

sábado, junho 16, 2007

premios de tróia, ou de trolha

Em 5 de junho último, abro o Estadão e vejo um anúncio de página inteira, da SulAmérica, se vangloriando por ter sido eleita “a empresa do ano” pelo “voto popular” dos leitores da revista Consumidor Moderno. Sabem por que? “Por sua qualidade do atendimento e estratégia de relacionamento com seus clientes”. Como campeã na área de seguros, a anunciante completa sua auto-apologia com este estranho slogan esmagador de concorrentes: “Satisfação, mais um benefício que só quem é cliente SulAmérica pode ter”.

Gente, o que é isso? Justo a SulAmérica? Será que o pessoal dessa revista, que se posiciona como defensora da ética na relação entre empresas e consumidores, que divulga o código de defesa do consumidor em seu site, que acolhe reclamações de leitores contra abusos de empresas...

Será que esse pessoal não pesquisou na mídia (e nos cartórios) para saber um pouco mais sobre a SulAmérica? Se tivessem feito uma simples busca no Google, já teriam sabido que esta seguradora é objeto de processos movidos pelos Ministérios Públicos dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia, além de milhares de outras ações individuais de clientes (inclusive a minha, as de amigos e até de corretores).

O motivo desses processos, em que ela vem sendo condenada até o momento: tentativa de calote nos seguros de vida dos seus segurados mais velhos, cujos beneficiários, por motivos óbvios, estão mais perto de receber os seus seguros por morte natural... que ela não quer pagar! E o que fez então a SulAmérica? Mandou uma cartinha aos segurados, informando que, de duas uma: ou concordavam com um novo contrato no qual, para o mesmo benefício, teriam de pagar três vezes mais, ou eles cancelariam unilateralmente o seguro. Esta autêntica chantagem só não conseguiu ser perpetrada por decisões da Justiça, que obrigaram a SulAmérica a respeitar os contratos vigentes (decisões das quais ela recorreu, confirmando que não gosta mesmo de respeitar contratos com os consumidores).

Conhecendo esta folha corrida, o simples fato de aceitarem a SulAmérica numa lista de candidatos a um prêmio por bons serviços ao cliente já seria uma aberração total. Fosse eu o presidente deste júri, vetava de imediato a candidatura. Mas levar a coisa adiante, fazer os leitores de uma revista do “consumidor moderno” votarem nela, já é demais. Ou será que não é? Aparentemente não é porque, ao checar o histórico deste prêmio, verifico que, no ano anterior, a empresa premiada como a maior respeitadora dos consumidores foi... adivinhem... a Vivo!

Colegas editores desta revista, um pouco de semancol não faz mal a ninguém. Vocês não acham que fica no mínimo estranho a campeã de reclamações de consumidores nos Procons ganhar o prêmio do consumidor moderno num ano e a seguradora condenada na Justiça por calote aos clientes ganhar o prêmio no ano seguinte? Só se vocês estiverem agora definindo o “consumidor moderno” como o mais trouxa de todos, o maior engolidor de sapos e falcatruas das empresas.

Não sei como é feita a apuração dos votos dos seus leitores mas sendo estatisticamente improvável que, entre eles, haja uma proporção significativa de clientes das empresas “candidatas” aos prêmios, a maioria dos leitores irá votar, sem conhecimento de causa, naquelas que são mais conhecidas, ou seja, nas que têm maior recall, até por anunciarem mais na mídia. Uma coincidência feliz, aliás, para a revista, porque justamente estas empresas estarão mais propensas a anunciar depois a sua vitória nas páginas da própria revista, não é?

No dia seguinte ao deste anúncio da SulAmérica, quando eu já estava me refazendo do susto, eis que abro o jornal, desta vez a Folha de São Paulo, e deparo com um anúncio de página inteira da W Brasil, vangloriando-se pelo fato de Washington Olivetto ter sido eleito “O Publicitário Mais Confiável do País”, desta vez pelos leitores de outra revista... adivinhem qual... a Seleções!

Gente, eu tenho o maior respeito e admiração pelo WO e não duvido que ele seja de fato um dos mais confiáveis profissionais, e não apenas entre os publicitários. Seria até capaz de votar nele se fosse consultado. Rezei muito por ele quando estava seqüestrado numa casa quase vizinha da minha. Mas será que ele precisa desta consagração da Seleções? Ou será que é Seleções que precisa da boa imagem do WO para melhorar a sua de uma revista cheia de teias de aranha e notória pela “esperteza” de suas malas diretas que vendem gato por lebre, como observei em minha última coluna?

Está na hora de uns e outros (editores e candidatos) tomarem mais cuidado com certas premiações que cheiram a tudo, menos a escolhas verdadeiras e honestas. Não condeno os prêmios em geral, pois sei que há muitos que são sérios. Eu mesmo criei um, o Prêmio ABEMD, e pelo menos enquanto eu presidia o Júri, posso garantir que a seleção dos casos e os julgamentos eram exclusivamente técnicos e levavam em conta também o critério ético. Aliás, agora em 2007, quando nada mais tive a ver com esta premiação, confesso que fiquei um tanto perplexo ao saber que a SulAmérica ganhou também dois dos seus prêmios... Mas pelo menos não foi por respeito ao consumidor. Ufa!

(premiados por que e por quem, direto do derrapadas de marketing)

sexta-feira, junho 15, 2007

ah! os critérios, os tais critérios

Há mais de 40 anos tenho julgado meu próprio trabalho e o trabalho dos outros como diretor de criação, redator, mentor, consultor, cliente ou jurado de prêmios de propaganda. Não é fácil. Muitas vezes a gente desconhece as circunstâncias que conduziram ou até pressionaram a uma idéia ou solução e acabam ocorrendo avaliações equivocadas e injustiças. De qualquer modo acho importante ter critérios para não cair na tentação de analisar somente com base na “experiência” e no gosto pessoal. Eventualmente posso até me orientar por um ou outro fator pontual, mas o fundamental está contido nesses 15. Eles estão listados aleatoriamente, não por ordem de importância. Se você tiver outros, por favor, me envie.

1. Relevância:
- é relevante para o consumidor?

2. Pertinência:
- tem a ver com o produto/serviço, o uso/consumo e o público a que se destina?

3. Ambientação
- está adequado ao momento, clima, tendências, costumes, cultura?

4. Originalidade:
- trata-se de algo novo e original?
- rompe com a norma e a mesmice?

5. Adequação:
- ajusta-se ao meio no qual será veiculado?

6. Beleza:
- é bonito?
- o design é inovador?

7. Emoção:
- provoca a emoção pretendida?

8. Claridade:
- capta-se imediatamente a idéia?
- entende-se facilmente o conteúdo?

9. Convencimento:
- reproduz de forma crível os argumentos a favor do produto/serviço?

10. Realização:
- convence do ponto de vista de realização?
- os componentes formam um todo homogêneo?

11. Alegria:
- é divertido ver, assistir, escutar ou tocar?

12. Desejabilidade;
- dá vontade de ver/assistir/escutar/tocar outras vezes?

13. Indução
- induz à ação objetivada?

14. Verdade
- diz/mostra a verdade?

15. Respeito
- respeita a inteligência do consumidor?

(meus quinze critérios para julgar propaganda, do emílio cerri)

quinta-feira, junho 14, 2007

vagabas e míopes ou desdizendo tudo o que eu disse antes(ou melhor ontem?)

O jornalista Alberto Luchetti, diretor e fundador da AllTV - a primeira emissora de TV por internet do Brasil - tem longa história na imprensa brasileira. Seu currículo conta com passagens por veículos de todas as plataformas - Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Jovem Pan, Rádio Bandeirantes Canal 21, TV Bandeirantes e Rede Globo, onde foi diretor de Núcleo.

Atualmente, além de dirigir a AllTV, Luchetti espalha a idéia da TV por internet por todo o Brasil, e implanta TVs corporativas na web para diversas entidades. Além disso, acaba de assumir a frente das TVs Câmara e Assembléia, em São Paulo. Nesta entrevista, Luchetti levanta polêmica e fala sobre a dificuldade encontrada pela AllTV para convencer os mídias da viabilidade e do sucesso da TV interativa.

Apenas 2% do bolo publicitário é repassado para a internet. No caso de uma TV na internet, essa situação é ainda pior?
Luchetti - Logo que eu montei a televisão, houve uma polêmica em função de uma declaração minha. Na ocasião, eu chamei os mídias de comodistas. Eles reclamaram muito. Então eu consertei isso dizendo que eles eram vagabundos mesmo. São míopes, porque não enxergam o crescimento da internet no mundo todo.

Essa "miopia" é apenas dos mídias ou vale para todos os setores das agências?
L - Há uma grande diferença e isso é bom ressaltar. A criação brasileira de publicidade é umas das mais respeitadas do mundo, mas o mídia brasileiro devia ser o menos respeitado no mundo. Ele anuncia na "mídia da mãe", que é a TV Globo, Folha ou Estadão e revista Veja. Quando ele anuncia qualquer produto nesses meios de comunicação e o produto não vende, eles dizem que é o produto que não presta.

Esse tipo de declaração não fecha as portas do mercado publicitário para a AllTV?
L - Não estou preocupado em fechar portas. Há cinco anos eu venho tocando a AllTV, eles queiram ou não. Não vou calar minha boca e chamar esses profissionais de os "grandes publicitários brasileiros". Os mídias são, para mim, vagabundos e míopes.

Foi essa "miopia" que abriu caminho para agências de publicidade digital?
L - Sim, claro . Ao serem míopes, eles criam a oportunidade de alguém entrar na área de deles e ganhar mercado, o que explica o grande sucesso de empresas como a Agência Click. A Agência Click é fruto da miopia dos mídias. Quanto mais crescem as agências de publicidade digital, mais se comprova a miopia dos mídias.

Como se mantém a AllTV?
L - A AllTV sobrevive de publicidade de TV coorporativa. O modelo da ALLTV está servindo como modelo para TV no Brasil todo. Montei a Câmara Municipal de salvador na internet. Nós fazemos trabalhos para o MEC, OAB, Universidades com Ensino à distância. O modelo é um sucesso, queiram os mídias ou não.

A AllTV é, então, o carro-chefe de uma customização de TVs...
L - Exatamente isso. É assim que mantemos a TV há cinco anos. Mas eu não posso ficar quieto diante dessa miopia e não vou ficar. Que fechem as portas em termos de publicidade para AllTV, eu vou continuar denunciando essa miopia.

Mas é possível, por exemplo, que se faça a negociação direto com o cliente, extra-agência?
L - Claro que sim. E o cliente, hoje em dia, está muito exigente com relação às agências de publicidade. Por isso é que você vê contas de grandes anunciantes trocarem de agência toda a hora. Isso porque o cara não quer mais dar um tiro de canhão em um passarinho.

E isso tem a ligação com fenômenos como a regionalização e a segmentação...
L - A maior prova disso é a internet. Por exemplo, o crescimento da internet é significativo. Hoje no país, você tem nove redes de televisão, com 441 exibidoras. 3668 emissoras de rádio; 3098 jornais, sendo 535 diários. São 3651 revistas e 1958 cinemas. A internet tem 12 anos de idade. Ela é muito nova e tem 2% do mercado brasileiro. Ela está a frente do cinema. Ela está empatando com a TV por assinatura, que tem 2,2%. Além disso, a internet está a dois pontos do rádio, que tem 60, 70 anos de idade. A internet é uma realidade.

Quais os maiores anunciantes da AllTV?
L - Todos os grandes anunciantes já passaram por aqui. Alguns permanecem, outros já foram embora, mas já tivemos todos os bancos, por exemplo. Mas vale ressaltar que aqui nós não temos classificados, não temos pequenos anunciantes, porque nosso target é AB. Todos os que anunciaram nas TVs convencionais, de alguma forma já passaram por aqui. Varejo nós temos pouco, porque não é o perfil do nosso público. Temos 46% de mulheres e 54% homens. 27% são de público A e 50% de B, ou seja, 77% de AB. Com a popularização da internet, já se tem quase 19% de C.

Com a popularização da internet, com vistas à inclusão digital, é possível que esse quadro de anunciantes venha a mudar?
L - A internet está em um crescimento assombroso e eles não estão vendo. Mas, independente da vontade dos mídias, o cliente, o anunciante está vendo. Então, se eles não se modernizarem e resolverem trabalhar, eles serão ultrapassados.

Como funciona o departamento comercial da AllTV?
L - Temos um departamento comercial que funciona como o de uma TV convencional. São quatro pessoas que tocam o departamento comercial da TV. Já tivemos o departamento pessoa todo terceirizado e temos representantes comerciais no Rio de Janeiro e Brasília. É uma estrutura pequena pelo tamanho da televisão, mas atuante como qualquer outro.

Para não inserir anúncios, qual o argumento usado pelos mídias?
L - O primeiro grande argumento é o desconhecimento do veículo. Eles não conhecem a internet direito, muito menos uma TV interativa. Todos os dias, qualquer jornal, tanto no Brasil, quanto no exterior, tem pelo menos uma notícia falando sobre IPTV, TV Digital e interatividade. E, em 2007, o mídia brasileiro ainda não sabe o que é isso. Cinco anos depois que a AllTV foi montada. Eles não se atualizaram ainda.

A que você atribui isso?
L - É que a TV aberta remunera os mídias muito melhor do que a internet, mas o cliente já sabe que isso é um equívoco. Você cliente, hoje, seguir orientação do mídia é dar um tiro no pé. Eles ainda dão 80% da verba publicitária para a TV Globo, que tem 50% de audiência. Se você dividir 50% do seu bolo com as outras TVs abertas, você atingiria mais público. Esse trabalho deveria ser feito pelos mídias.

(entrevista do alberto luchetti, pinçada do adnews)