domingo, agosto 31, 2008

aqui ó! ou o jornalismo “chupa que é de uva”

"às vezes exaltamos a importância das idéias e da informação. vamos sonhar com a possibilidade de que num domingo a noite no horário ocupado por ed sulivan, se faça estudo clínico da educação. e que numa semana depois, o horário utilizado por steve allen sirva para uma análise da política americana no oriente médio.

será que a imagem dos nossos patrocinadores sairia arranhada?será que os acionistas ficariam revoltados e reclamariam? o que aconteceria? a não ser que alguns milhões de pessoas se informassem mais sobre assuntos que determinam o futuro do pais e,portanto, o futuro das nossas empresas.

aqueles que dizem que as pessoas não se interessam que são complacentes indiferentes e alienadas, eu apenas respondo na minha opinião de repórter que há provas concretas de que esta afirmação é incorreta. mas, mesmo que não o seja, o que eles têm a perder?

se estiverem certos e o nosso veículo só servir para divertir e alienar, a televisão está em perigo e logo veremos que a luta foi em vão. esse veículo pode ensinar, pode esclarecer e até inspirar. mas só pode fazer isso se as pessoas o usarem com este objetivo. senão será apenas um monte cabos e luzes dentro de uma caixa”.
ed murrow, in good night, good lucky.


o quarto poder agora é negócio. diz o título e lead do alberto dines para o observatório da imprensa na semana passada. a frase de quem já afirmou que a sociedade é maior do que o mercado. e que o leitor não é consumidor, mas cidadão. jornalismo é serviço público, não espetáculo, de certo modo acertou em cheio no que viu e acertou ainda mais no que não viu. dines não se referia, por certo, ao lançamento de meia pataca ou meio real, rodado pelos associados pernambuco. na forma de griffe periférica que no aqui e agora pe, busca o nicho do negócio, escudado na baixaria. paulo francis dizia que o jornalismo é a segunda profissão. mas, pelo andar da carruagem, com lançamentos iguais a este, parece longe de alcançar a dignidade da primeira, a prostituição. até porque, o jornalismo negócio aparece ambivalente em duas frentes(ou seriam traseiras?) : o das celebridades, no melhor estilo baixaria espumante, e da rafaméia, na ala da baixaria borra. uma e outra ideologicamente muito mais perigosas do que a dita influência do quarto poder ao nível do jogo de interesses dos editoriais e matérial pago dos ditos grandes títulos da república.

a baixa tiragem, o baixo índice de leitura dos brasileiros, ainda mais nas chamadas classes baixas - o hífen é para que os incautos se apercebam de como as palavras despretenciosas do cotidiano cimentam como casta, segmentando, esteriotipando, estigmatizando e, acima de tudo, estabelecendo o princípio da dominação que no aqui pe também está presente pelos módicos cinquenta centavos - poderiam ser considerados como itens motivantes a tal lançamento. mas não.

qual seria então o mote da propulsão a tal lançamento? a preocupação de se fazer um novo formato que não o broadsheet para aqueles alijados da informação impressa? ou bloqueio do flanco aberto pela folha de pernambuco, que estigmatizada não consegue se livrar da pecha do "espremendo sai sangue" que notabilizou o dia? antes fosse. mas vai além ou melhor mais aquém. mas se o "novo" formato berliner traz um padrão standard de projeto gráfico aparentemente mais qualitativo, o conteúdo é mesmo do oportunismo tablóide do negócio que perpassa a glote dos dominados dando-lhe um formato de circo com a receita de sempre: mulher boa para renderizar a masturbação;violência para configurar o denuncismo barato e produzir a catarse de calçada; e um toque de texto, frouxo, que se quer cheio do risote humorado e longe do texto que marca o chamado jornalismo sério. a piada sem graça é o falso insight à facilitação de leitura. no geral, o que poderia ser interpretado por textos soltos e leads afinados com a realidade que documenta - mas não intervém - nada mais é que prepúcio que ressurge na forma de um fascismo com sotaque que submete a castração.

onde a preocupação com a in-formação e não a deformação? qual seria o mecanismo ideológico assaz perverso por trás deste lançamento? lançamento repito, destinado aqueles que necessitam de um processo educativo político-social-cultural, no qual a imprensa - seja escrita, televisada, radiofônica e cibernética teriam papel fulcral. mas não é isso que se vê, lê, escuta ou acessa. como classificar uma edição que ao tratar de uma participação de um judoca brasileiro nas olímpiadas, desvia o foco para o afinal, foi gaia ou não foi(sic), nos trazendo perólas do sentido duplo e idiotizante do tipo "bimba ainda luta para subir" , inflando as velas no efeito fácil do apelido do homem da vela brasileiro, além de mais uma sem data de exemplos que denotados como a graçola diariamente vai perpetuando e demolindo as possibilidades do jornalismo incentivar o aparato crítico, cristalizando a forma do pensamento escravizado que hoje se resume ao beber, cair (e nunca mais levantar como convém aos dominantes) e ao chupa que é de uva, a imagem símbolo de cérebros banguelas e mulheres só bunda sem neurônios que consentem o que a delegacia das mulheres se vê impedida de combater violentada pelo princípio que as próprias mulheres deviam recusar em vez de abanar os cachos por eles.

em data muito próxima ao lançamento do aqui pernambuco, clóvis cavalcante, nas páginas do associado que engendrou tal artefato, publicou um artigo entitulado "eu quero meu sertão de volta". na verdade uma apropriação de um também título do jornalista e cineasta de serra talhada, anselmo alves, que ressalta como está tomando corpo um tipo de produção musical que avoluma um cultura de baixíssimo nível mas que leva o delírio a elite pernambucana que se agasalha em gravatá, o novo antro da dodecafonice pernambucana. o jornalismo impresso pelo aqui-pe segue o circuito da lama. e se pensarmos que este é o jornalismo feito pela geração diploma, vemos que o estrago já chegou a proporções nunca antes pensada.

o mesmo ed murrow, também nos avisou: “ a nossa história é o resultado do que fazemos. se continuarmos como estamos a história se vingará e nos fará pagar.
creio que já estamos pagando. porquê, desta forma, os míseros cinquenta centavos são um preço cujo valor tem um custo para o pensamento social que não há dinheiro no mundo que compense, salvo para o caixa associado.
boa noite, boa sorte.
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in progress:
não tem pra ninguém;
a swot do gerente babão;
o publicitário montado: escolas e cursos de portfólio;
românticos de cuba;
derrotados em todos os turnos
até o pescoço metido a merda da deontologia

quinta-feira, agosto 28, 2008

mercado acidentado ou seria mal intencionado?

“Acidentes somente produzem as melhores soluções se você consegue reconhecer a diferença entre um acidente e uma intenção” Jennifer Morla

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domingo, agosto 24, 2008

efeito elba ramalho: a nova diagramação do diário de pernambuco

tem uma marca invejável o diário : o jornal mais antigo em circulação na américa latina. o que é sabido mas não notório enquanto entendimento deste significado para alem da contagem numérica do histórico, e do uso débil, como sublinha em suas fragmentadas ações de comunicação que a estampa sem diferencial. na base de suas estratégias de marca - se é que as tem - faz feio da história, uma vez que o mostrado - principalmente no âmbito da sua publicidade – é antítese disto. em matéria de comunicação e branding o diário nivela-se muito abaixo do nível de quem se acha respeitável. pasquins de sangue e bunda tratam melhor sua marca por mais bunda que ela seja.

longevidade por si só, não é garantia – e muitas vezes nem é sinônimo - de mais longevidade e ou respeitabilidade. e muito menos de share: of mind, market e, acima de tudo, heart. ou seja: para ser uma marca querida na memória dos leitores, para alem da liderança numérica e mnemônica, é preciso bem mais que séculos, cuja referencia, se não transformados em relacionamento emocional profundo, torna-se tão significativa quanto um jornal de ontem.

talvez por isso mesmo, pela inabilidade de lidar com seu patrimônio único de mercado, tira-se da cartola uma “reforma gráfica”, estampada por auto-elogios mas que tem cara de lift realizado em clínica de subúrbio(é nisto que dá usar serviços de um não-especialista) aparentemente determinada pela necessidade de modernização e vá lá que seja, para seguir os acórdãos do momento relativos aos ditos procedimentos de facilitação de leitura e valorização de espaços.

a idéia da modernidade e da jovialidade de fora para dentro costuma ser um desastre. ainda mais na mãos de quem não parece ter habilidade, conhecimento e sensibilidade necessária para realizar algo que quando não bem feito, torna-se a emenda pior que o soneto. daí um diário com cara da elba a nos contristar, senão pior.

jornais centenários não tem que ser modernos só na aparência. isto é, se é que tem que ser modernos no sentido pueril da palavra. quem nasce para ser clássico não se preocupa com a modernidade das aparências, vide os exemplos mundiais que classicamente tornaram-se referencia. a reforma do diário buscou o caminho inverso. tornou-o modernoso. síndrome que afeta toda uma geração que se diz antenada mais é expert em envelhecer no carbureto. esta reforma está muito longe dos padrões de modernidade aplicada a quem tem história e obra feita, e não a chuta para o balde, o que acontece quanto a modernidade visa o conteúdo e não a forma tão somente. lendo-se as justificativas de tal reforma, percebe-se que o equívoco foi levado a sério. e isto é algo que tem se repetido no panorama do mercado de propaganda e comunicação, pernambuco em destaque: esmero no discurso e fragilidade sem volta no projeto, campanha ou ação. tais bull-shits tem a ver com uma concepção distorcida de planejamento: planejamento neste mercado não vem a priori. vem a posteriori para "justificar" o injustificável. e a julgar pelo que se vê, a competência neste tipo de planejamento vai longe.

pra começar a reforma capou um caderno que não comprometia a leitura, em troca de um revistinha que de tão chinfrim vai acusar complexo dos encartes do varejo. não precisava ser uma new yorker. mas a qualidade é tão tosca em tudo: papel, projeto, editorial, conteúdo fotográfico) que não há justificativa que a salve.

já a escolha tipográfica que sinaliza a tal reforma, é outro sinal do equívoco cometido enquanto destruição de sua identidade. o lettering utilizado na identidade é aquele tipo de lettering que vai envelhecer muito antes que o ano acabe e já com endereço certo ao museu de falsas novidades(lettering inclusive marca de identidade visual de uma agência de publicidade lá para as bandas do parnamirim).
para além disso, há uma mistura de famílias cujo objetivo não é buscar o equilíbrio pela enarmonia da mistura, algo que poucos conseguem. é enarmônico mesmo por ignorância a princípios básicos onde salta a vista como um pedregulho a falta de continuidade na rubrica imóveis identificada por outra família. o diário hoje apresenta uma salada tipográfica que somada a "edição de arte" configurada pela diagramação utilizada, pede mais que vinagre balsâmico.

uma das provas maioria dos que se querem modernos é cair no erro pra lá de antigo de achar que ao utilizar fontes "novas" dá-se o efeito da juventude no todo. na maioria das vezes é justamente o inverso, como agora. acontece que só mesmo os grandes profissionais sabem que muitas vezes as tipologias clássicas costumam ser mais modernas do que as modernas sonham ser. principalmente se inseridas num espaço onde o arejamento e o desenho tipográfico da página leva em consideração o conteúdo enquanto formulação na sintaxe da impressão do todo.

no caso do diário, causa estranheza que se faça uma reforma onde o contexto seja amarrado tão frouxamente, inclusive apresentando o recurso de colchetes gráficos de uma pobreza estética lamentável e reveladora da falta de princípios que por sua vez levaram a capitulações que vão alem do recurso gráfico. e olhe que referências não faltam. na vizinha paraíba um outro associado dá o norte, por exemplo, para não falar do exemplo de a união.

assim, nem lift nem luxo. esta reforma só empobrece diariamente um veículo que cada vez mais descaracteriza-se retomando um passado na sua pior forma. e que a continuar assim nunca será um jornal graficamente moderno e atraente como por exemplo o são seus contemporâneos que não distorcem as suas plásticas, mostrando que não são raras as vezes que para ser moderno, principalmente atualmente e graficamente, é preciso saber cultivar o passado na sua projeção do futuro.

com esta reforma o diário reflete o mesmo pensamento que descaracterizou o patrimônio que o fez” pracinha” de uma cidade, para se tornar vizinho de igrejas universais.

e isto não merece, decididamente, primeira página. no máximo a notinha da coluna social que quando elogia registra justamente o contrario, tal como as belezas reformadas que andam por lá.

que o diário tenha voz para segurar a cara que se não fosse a sua não seguraria a de elba.

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quinta-feira, agosto 21, 2008

para quem não trocou de alma

"Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé, nem nada
Se muito for eu sou um Tostão
Fazer um gol nesta partida não é fácil, meu irmão
Entrou de bola, e tudo!"
(meio de campo, gilberto gil)


na propaganda, quase todos os dias temos os nossos dias de marta.
como martas, quase chegamos lá. e a despeito das nossas habilidades(ou de quem as tenha)e da nossa gana de mostrar que as coisas podem ser diferentes, perdemos para o famoso jogo de resultados. e o que é pior: na maior parte das vezes perdemos dentro da nossa próprio campo, quer dizer dentro da própria agência.

ao final das contas, não são os resultados que interessam? de que interessa jogar bonito e não levar o ouro?

mas como é chata e brochante esta vida dourada que nos retira a possibilidade de enfiar o pé na lama a procura do princípio que drible a canhestrice da falsa perfeição.

“Quando estou trabalhando num problema, nunca penso em beleza. Eu penso somente em resolver o problema. Mas quando eu termino, se a solução não é linda, eu acho que está errada” Richard Buckminster Fuller.

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Now playing: joão gilberto - estate
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terça-feira, agosto 19, 2008

legenda dublada


a revista veja ultimamente mais parece estacionamento de shopping . é o reduto dos 4x4 da hyundai, com a kia na cola, só para ficar no segmento dos 4x4 de pantufas.

talvez por isso mesmo – o que os made in japan infligiram aos americanos, os coreanos reproduzem agora com mais agressividade aos carros japoneses(e do resto do mundo) - a mitsubishi tenha feito veiculação, onde a força do número das páginas, seis, tentamostrar na marra da legenda o que o seu full decididamente não tem - apesar da assinatura engatada com todo tipo de catraca que tem de direito: mitsubishi pajero full. o 4x4 mais famoso e respeitado do mundo. e como se não bastasse este share of mind(como isto pode ser comprovado?, arremata em inglês que é para não deixar dúvidas: the 4x4. the legend.

para uma parte da geração, na faixa etária que costuma ter grana pra comprar estes “full” empty de posicionamento, mitsubishi ainda lembra marca de televisão. e para os mais críticos, aquela marca que andou fazendo todo tipo de trapalhada na manufatura dos seus carros, com o japa ceo fazendo tora-tora da segurança dos consumidores da marca. e por isso mesmo sendo responsabilizado publicamente. o que pegou mal pra cacete, principalmente no japão, onde se costuma levar estas coisas a sério. sem lendas?

a pedra de toque da “estratégia” da "concepção do anúncio", é engatar o feito, é fato, do mitsubishi ter vencido por doze vezes o paris-dakar. e assim, full-hand corroborá-lo como o(sic) 4x4 mais famoso e respeitado do mundo.

mas aí entrou areia nesta manobra. acontece que uma lenda, não se constrói tão-somente pela força dos argumentos(full ou empty) e pelo volume de veiculação. há um componente que não costuma ser controlável, chamado tempo.

outrossim, já que falamos de tempo, tempos estranhos estes onde publicitários e agências lançam mão de conceitos(lenda não é uma palavra, é até mais que um conceito, uma categoria) já utilizados, e não por outros segmentos, mas sim dentro do segmento automóveis e 4x4.

ao esboçar seu ângulo de ataque com base no the 4x4, the legend, a áfrica(detentora da conta da mitsubishi) – ironicamente nome do continente onde a verdadeira lenda se afirmou – atropelou o drive the legend, drive a land rover, que permance lendário no inconsciente coletivo dos amantes do 4x4, independentemente de possuírem um ou não ou de outra marca. afinal, os lendários land rover, nascidos para superarem os também lendários willys(bantam), com a peculiaridade que também ajudou a consolidar a lenda – a carroceria em alumínio(durante algum tempo também o teto rígido) surgida pela falta de aço no mercado totalmente alocado às ações de guerra – afirmou-se nas savanas dos territórios africanos então dominados pela inglaterra, onde faziam “paris-dakar” a 3x4, diariamente, por décadas a fio. ou seja: a verdadeira lenda não nasceu a reboque. e sim fez sua trilha lendária muito antes do emprego do guincho da comunicação.

não se discute se o pajero – que tem a particularidade de ter outro nome na espanha (lenda limitada semanticamente?) já que pajero em espanhol é bilau demais para se ter no chaveiro) é melhor ou não do que o land rover(tecnologia embarcada nem sempre traduz superioridade). o que se discute, é a apropriação de um conceito já utilizado anteriormente, baseado na perspicaz observação de que a lenda já existia, e que a categoria de lenda permitia a defesa dos flancos de um 4x4 de mecânica ultrapassada(mas nem por isso menos eficiente) já que foi com esta “imutabilidade” que se tornou lenda, frente a um segmento cada vez mais concorrido, principalmente pelas marcas japonesas.

eis portanto a diferença entre pensamento estratégico aplicado a todo-terreno e a construção(falsa),de um conceito e/ou categoria, cuja rolagem dá-se mais pela força motriz empregada na veiculação pesada do que pelo conceito em sí.

se no mercado automóvel, a cópia pode vir a superar o original, no mercado da propaganda propriamente dito, costuma dar chabu no diferencial.

vamos ver agora como a lenda(a verdadeira) vai se comportar nas mãos indianas, que mais do que os chineses, prometem ser o terror dos coreanos e assim por diante sucessivamente.

in tempo: se você tivesse que dirigir um lenda, o que diria o seu share of mind? mit or land?

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Now playing: john williams - marcha imperial
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domingo, agosto 17, 2008

barco furado ou dois,quatro e oito com quando deveriam ser sem

nunca explique um comercial. o consumidor não precisa, e seus inimigos não vão acreditar.

a frase, de júlio ribeiro, é um daqueles guide-lines que não dá para esquecer no redemoninho de ondas tortas em que se tornou a prática da propaganda comercial. (principalmente em tempos de pré-testes - até para escrever enredo de novelas - o que configura o empobrecimento destas, e da propaganda, que fica com cara de angu requentado e remexido, por um bando de idiotas que busca a perfeição orientada por um outro bando de idiotas que tenta responder a perfeição, ignorando o primado básico da espécie: a imperfeição, a contradição, o farinha pouca meu pirão primeiro) e o talento(em falta) para captar pela sensibilidade, intuição, o momento chave para discernir o que é porra-louquice tão somente e tão somente a porra-louquice aparente que vai acionar a chave da identificação com a marca-produto-serviço nas intrincadas sinapses em que se estabelecem conexões de comunicação que acionam o homem emocionado à compra.

um dos comerciais do bradesco que está no ar nos dá a exata medida do quão ridículo é ignorar o princípio de césar do júlio, e lançar mão da idéia foto-legendada(idéia sempre orquestrada pelo "atendimento" e cliente, que costumam ignorar o outro guide-line mór: nunca subestime a inteligência do consumidor que é sempre mais esperto do que uma agência inteira , caracterizando, neste caso, o raio neo-gama atirado no pé, principalmente quando cria de uma agência que costuma autolegendar-se(porque que raios todas dizem isso? não estaria na hora de fazer valer o que está escrito, lições do bicho?)como guardiã de princípios exigentérrimos para com a busca da idéia diferenciada(“tenho forçado os criativos a encontrarem seus limites e aí expandi-los. Mas nossa metodologia de trabalho ajuda porque é muito própria e baseada na procura por idéias-primas, algo que só nossa rede tem”.)

o tal comercial vende soluções para empresas pequenas, médias e grandes, tendo como fundo a imagem de uma raia onde se vê um double-scull(dois remadores)um quadri-scull(quatro remadores) e um shell(barco para oito remadores - que obrigatoriamente teria de ter um timoneiro) numa analogia já por sí só curta e grossa.

pois bem: para além da locução que acentua a fala pequenas, médias e grandes, os tais barcos aparecem legendados com pequena, média e grande. pode-se dizer que isto não é nada para um cliente que adotou bradescompleto cuja leitura pode querer conotar o completo mais denota sempre o descompleto. mas não é bem assim. os barcos ficam pra lá de pesados. e barco pesado, afunda. principalmente na raia da competição de uma comunicação já repleta de barcos furados fiados no princípio,também furado, de que a idéia deva ser explicada amíude para que se atinja a totalidade dos receptores(objetivo mas nunca meta). e não sugerida, onde reside a perfeição da forma que engloba o conteúdo, de maneira que o conceito flutue e deslize sem maiores esforços, mantendo o shape do barco esguio, assim como seus remadores, para chegar ainda mais frente. chama-se a isto idéia força. mas a sua força só se torna maior quanto mais leve ela for.

se o barco é sem, pra quê os com? se há necessidade de com, a idéia é furada de saída.

a publicar em agosto:

a swot do gerente babão;
efeito elba ramalho: a nova diagramação do diário de pernambuco;
legenda dublada;
o publicitário montado: escolas e cursos de portfólio;
românticos de cuba;
aqui ó


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quinta-feira, agosto 14, 2008

a covadia é nossa, quer dizer, vossa

“O bom não é uma categoria que me interesse” Rem
Koolhaas.


thomas roth, em palestra na espm, diz que a publicidade brasileira está acovardada. só que alivia: atribui a clientes, globalização e executivos das multinacionais da propaganda o que na verdade tem a ver tão-somente conosco.
fomos nós da criação que enfiamos a viola no saco e deixamos as coisas ficarem do jeito que está. sumiu a inquietação, o não conformismo - agências parecem mais repartições públicas, com gerentes, ponto e sabe-se mais o quê)sumiu o orgulho(para além do umbigo)e o senso de colocar coisas na rua que minimamente não ofendam a inteligência de quem quer que seja, muito menos a nossa.

o certo é que onde e quando a covardia cresce as idéias morrem. e assim temos um mercado de mortos-vivos que de tanto engolir sapos tem exatamente a sua cara.

a publicar em agosto:

a swot do gerente babão;
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domingo, agosto 10, 2008

pai herói

Um relato de um ato de pequenas dimensões objetivas, realizado no espaço particular de uma família de classe média brasileira, sem relevantes conseqüências materiais para as finanças da Editora Abril, sem repercussões no latifúndio midiático nacional. A função deste texto é a de provar que meu pai é um herói.

Hoje, dia 10 de junho do ano de 2008, foi o dia em que meu pai cancelou a renovação da revista Veja. É bem verdade que há fatos históricos um tanto quanto mais importantes e você deve estar se perguntando "o que cargas d'água eu tenho a ver com isso?". Não é nenhuma tomada de Constantinopla, queda da Bastilha ou vitória da Baía dos Porcos. É um ato de pequenas dimensões objetivas, realizado no espaço particular de uma família de classe média brasileira, sem relevantes conseqüências materiais para as finanças da Editora Abril, sem repercussões no latifúndio midiático nacional. A função deste texto, portanto, é a de provar que meu pai é um herói.

A revista Veja se diz assim: "indispensável ao país que queremos ser". Começa e termina com propagandas cujo público alvo é a classe média e, nela, claro, meu pai. Banco Bradesco, Hyundai, H. Stern. Pajero, Banco Real, Mizuno. Peugeot, Aracruz, Nokia. Por certo, a classe média – inclusive meu pai – dificilmente terá acesso à grande parte dos bens expostos na vitrine de papel. Não importa. Mais do que o produto, a Veja vende o anseio por seu consumo. Melhor: credita em seu público-alvo, a despeito de quaisquer probabilidades, a idéia de que ele, um dia, chegará lá.

Logo no comecinho, na terceira e quarta folhas, estão as páginas amarelas da revista. Nelas, acham-se as entrevistas com personalidades tidas como renomadas e com muito a dizer ao país. Esta semana a Veja apresenta as opiniões de Patrick Michaels (?), climatologista norte-americano que afirma a inexistência de motivos para temores com o aquecimento global. Na semana passada, deu-se voz ao "jovem herói" Yon Goicoechea (?), um "líder" estudantil venezuelano oposicionista de Chávez e defensor da tese de que a ideologia deve ser afastada para que a liberdade seja conquistada contra o regime "ditatorial" chavista.

Não. Não é que a Veja não conheça o aumento dos níveis dos mares, dos números de casos de câncer de pele, do desmatamento da Amazônia, da escassez da água e dos recursos naturais como um todo e de suas conseqüências na produção mundial de alimentos. Sim, ela conhece. Não. Não é que ela não saiba que um estudante não representa sozinho o posicionamento democrático de uma nação e que um governo legitimamente eleito não possa ser chamado de totalitário. Sim, ela sabe. Do mesmo modo que conhece e sabe da existência de diferentes opiniões (ideológicas, como tudo) sobre ambos os assuntos e não as manifesta. Acontece que isso ela também vende: o silêncio sobre o que não é lucrativo pronunciar.

Do meio pro final da revista estão os casos de corrupção. Esta é a parte do "que vergonha, meu filho, quando isso vai parar?" dito pelo meu pai, com decepção na voz. A Veja desenvolve um movimento interessante de despolitização nesse debate. Ela veste o figurino do combatente primeiro da corrupção, aquele sujeito que desvendará as artimanhas, denunciará os ladrões e revelará "a" verdade, única, inabalável. Com isso, a Veja confere centralidade à corrupção no debate político, transformando a política em caso de polícia e escondendo o fato de que o seu próprio exercício policialesco é inerentemente político. No fim, "todo político é ladrão" – menos os do PSDB, claro, todos "intelectuais" -, "política não presta", o que presta mesmo é a Revista Veja.

A revista é ainda permeada por textos de cronistas e colunistas. Estão, entre seus autores, Cláudio de Moura Castro, Lia Luft e Roberto Pompeu de Toledo. Todos dignos do título de "cidadão de bem", conscientes e responsáveis. Evidentemente, todos de posicionamentos um tanto moralistas e um tanto conservadores. Difere-se deles Diogo Mainardi. Este, conhecido por chamar o Presidente da República de "minha anta" e por sua irreverência desrespeitosa e direitista, escancara a alma da Veja. Mas não se engane. Não é Mainardi o perigo. São os outros. Foram eles que meu pai um dia leu com respeito e é aquela auto-imagem que a Veja quer – como tudo – vender.

Sem dúvida a revista Veja é ainda mais que isso. Suas estratégias de persuasão vão muito além dos limites deste breve texto. Afinal, é ela a revista mais lida no país, parte significativa de um império da concentração do poder de informar. Seja nas suas "frases da semana", nas quais há de costume as fotografias de uma mulher bonita dizendo bobagem e de um homem-autoridade falando coisa inteligente e importante, seja no fetiche da citação "eu li na Veja", faz-se ela um dos mais eficazes instrumentos de convencimento a favor da classe dominante.

Meu pai, por sua vez, é um trabalhador. Casado com Fátima, minha mãe, e pai também de Rafael, criou seus filhos com princípios que ele preserva como inalienáveis. Já votou no PT. Já votou no PSDB e mesmo no PFL ("porque foi o jeito, meu filho!"). Opõe-se a qualquer tipo de ditadura (conceito no qual incluía até pouco tempo o governo de Chávez: coisas da Veja). Já se disse socialista, na juventude. É praticante da doutrina espírita desde menino. Discorda de mim em milhares de coisas. Concorda noutras. É um bom e sonhador homem com quem eu quero sempre parecer.

Hoje, ele cancelou a renovação da Revista Veja, aquilo que para ele já foi seu meio de conhecimento do mundo, depois de chamar de "idiota" a entrevista daquele herói das páginas amarelas sobre o qual falei acima. Antes, havia criticado fortemente um artigo de Reinaldo Azevedo publicado na revista, em que Azevedo falava atrocidades sobre Paulo Freire: "meu filho, veja que besteira esse homem está dizendo sobre Paulo Freire". Hoje, ele operou uma mudança nesta realidade tão acostumada à perpetuação do estabelecido. Hoje, para o mundo, como em todos os dias da minha vida para mim, meu pai é um herói.

(A revista Veja e o meu pai, do Roberto Efrem Filho que é mestrando em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

sexta-feira, agosto 08, 2008

mestres cucarachas

carrefour faz escola. só falta agora convidarem a ana maria braga para madrinha da primeira turma.

não se trata de perder o amigo, a oportunidade de emprego, de puxar o saco, e sabe-se lá o que mais, para não perder a piada. mas francamente, soa oportunista demais uma escola de criativos que se propôe a ser o must mas que sequer quebrou a cuca para achar um nome minimamente verdadeiramente criativo, e que não tivesse na midia atado a batatas, cenouras, pepinos, abacaxis e cortes de frango e carne de segunda.

não haveriam outras correspondências com o nosso mercado que no varejo não passa de mercadinho e no atacado nem super nem hiper é?

(a propósito, para ninguém queimar a mufa, o post versa sobre a cuca, empreendimento publicitário lançado pelo miguel benfica - que já começa criativizando ao falar em "metodologia única", o que não é bem verdade, uma vez que cursos praticos destes já houveram aos montes, inclusive em fortaleza, que a igrejinha que frequenta o ccsp não referencia.

a cuca, usada sob a forma de curso prático, já confere ao matriculado o prêmio de mensalidades titaniun para prepará-lo para aqui e para o mundo. minha nossa! haja cuca para elaborar um discurso de venda de "banha de cobra destes". mas isto aqui é só um teaser do que vamos tratar no post anunciado abaixo. enquanto isto, tente ouvir a sugestão musical: publicitário com cuca mete a mão em cumbuca?

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Now playing: almir sater - na cumbuca
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quinta-feira, agosto 07, 2008

acredite em alá(mas amarre o seu camelo)

“Uma pessoa criativa precisa ser uma sabe-tudo. Ela precisa aprender sobre todos os tipos de coisas: história antiga, matemática do século XIX, técnicas atuais de manufatura, arranjos florais e criação de porcos. Porque ela nunca sabe quando essas idéias podem vir juntas na forma de uma nova idéia. Isso pode acontecer seis minutos mais tarde, seis meses ou seis anos depois. Mas ela tem fé que isso irá acontecer
Carl Ally, designer.

ou como diria um ex-ministro, "andar com fé eu vou porque a fé não costuma faiá".
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Now playing: lee dorsey - yes we can
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quarta-feira, agosto 06, 2008

nem com reza forte?

“Toda noite eu rezo para que os clientes com bom gosto ganhem dinheiro e para os clientes que tenham dinheiro ganhem bom gosto”. Bill Gardner in “401 design meditations”, Catherine Fishel.

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Now playing: eddie bo - if its good to you(its good for you)
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terça-feira, agosto 05, 2008

paraty, para mim, para você e, vá lá, para eles que não estão nem aí

micarlos medeiros publica no ccnat o resumo da sua experiência no terceiro encontro de redatores publicitários que aconteceu no rio, em paraty. o evento da alap, em parceria com o ccsp e ccrj, reuniu duas centenas de profissionais de todo o brasil em oficinas, palestras e eventos paralelos. micarlos destaca o sábado, quando realizou-se um ciclo de palestras cujo resumo ele faz a seguir.

não é para me gambar não, mas não é exatamente isto que defendemos no cemgraus o tempo inteiro, o que tem feito ferver a gosma dos anônimos?

"O dia iniciou com Pedro Cabral – CEO da Agência Click / Isobar Latin, falou de como tratar o conteúdo no novo ambiente 2.0 onde o consumidor transformou-se em protagonista. E apresentou um case dele mesmo. http://clickaqui.agenciaclick.com.br/video/video/show?id=924212%3AVideo%3A33231 Quem acompanha o programa Intervalo no Multishow já sabe desse link, mas não custa nada ver de novo. Nesse case, vale salientar como uma idéia pode ser desenvolvida a partir de diferentes formatos (TV+youtube+msn)8-P.

Em seguida, Stalimir Vieira – ABAP, falou sobre o foco na criação publicitária. E rasgou que os publicitários precisam entender mais sobre ANTROPOLOGIA, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA e PSICOLOGIA porque não dá mais para criar usando fórmulas e base "prontas" expostas na internet e achar que assim vai atingir o consumidor.-/ E pediu que as pessoas perdessem o medo e olhassem mais as ruas e menos as telas do youtube e derivados.-X Disse também que só com o domínio das disciplinas humanas o profissional pode brigar com embasamento por uma idéia.

Para ilustrar, mostrou o case de supermercado Ekonom que ele desenvolveu na DDB Argentina. O público era C, a TV só tinha 3 pontos de audiência e o supermercado só dispunha de 50 dólares para produção do comercial. Ele contou todo o caminho que percorreu para fazer a sua idéia veicular e virar case de sucesso. Da reunião com o cliente, com a emissora, produtora e até assistência de iluminação na gravação, segurando o "pau-de-fogo". Enfim, um exemplo de que para fazer acontecer é preciso fazer acontecer! Numa pequena ou grande agência, onde estamos ou onde desejamos estar.

Depois veio Klaus Rabello, menos conhecido pelo nordeste.-? O cara falou sobre IDÉIAS. E rechaçou o que o Pedro e o Stalimir disseram a respeito da importância dela. Deu seu parecer de como se criar boas idéias e ressaltou a importância de amar o que se faz, seja o que for.-* E aí, mostrou uma idéia que está sendo desenvolvida para Cannes 2009. Trata-se do Humanitarian Lion. A proposta é simples: cada agência presente no Cannes Lions Festival terá que propor uma idéia, escrita numa página de word, para mudar o Mundo para melhor. Quem pensa em enviar peças, é bom dar uma acessada, pois o projeto tem tudo para vingar (www.humanitarianlion.com). E a proposta é que este seja o prêmio máximo de Cannes. 13 pontos! Vale mais que o Titanium88888-)

O último a palestrar foi de Roberto Duailibi – Presidente da DPZ. O "cara" é de uma gentileza formidável. Foi lá pra falar sobre "Monteiro Lobato, redator publicitário".

Sobre o tema, ressaltou 3 coisas: "Lobato explorou o sonho de enriquecimento, normal em todos os seres humanos, e mostrou que, para ser rico, é preciso antes ter saúde. O primeiro dever do homem é cuidar-se, alimentar-se bem, trabalhar e produzir. Mais ainda: deve aproveitar-se do progresso, usar de recursos novos."... "O grande legado de Monteiro Lobato foi o de sua independência. Independência moral e independência intelectual. Era um homem livre, que queria todos os homens livres." E fechou com as palavras de Lobato como conselho: "...tudo conspira para que sejamos meros números, carneiros de variados rebanhos – os rebanhos políticos, religiosos ou estéticos", para dizer que para se dar bem no mercado é preciso ser a si mesmo para ser exceção;-X

E entre esses tópicos, Duailibi deu sua opinião sobre o governo Lula:

- "acho o menos nacionalista de todos";-/

Aproveitou para citar que a falta de defesas está sucateando a indústria publicitária brasileira, pois a compra das agências locais pelos grandes conglomerados internacionais causa alinhamento de marcas, acaba com o direito de escolha delas, impõe concorrências desleais e promove demissões em massa:-O

Opinou sobre a crise da criatividade brasileira, onde o redator não tem mais uma posição importante e disse que os redatores têm que brigar (JÁ!) para que os textos voltem a ocupar espaços nos anúncios;-?!

E deu um recado, que parece eu já tinha ouvido (rsss): estudem mais ANTROPOLOGIA, SOCIOLOGIA, FILOSOFIA e PSICOLOGIA; saiam de frente da internet; briguem pela idéia. Mesmo que isso signifique desentendimento, perdas... E repetiu vááááááááááárias vezes: cobrem caro pelo que fazem, cobrem caros pelas idéias (bis!). E finalizou pedido para não ter medo disso porque é isso que move os diferentes, os que são exceção*;-). "

a questão é - e sempre será: quantos tem capacidade(financeira),nervos e talento para ser exceção num mercado de cumpadres e coronéis onde as igrejinhas colocam a rebeldia necessária para tudo isso de joelhos, empalando - ou tentando - os que seguem o rito pagão da diferenciação, a partir do não a tudo isso que ainda ai está?

neste tópico não se mirem no meu exemplo, pois a casca do biscoito fino é grossa.

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Now playing: Lulu Santos - rito pagão
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sábado, agosto 02, 2008

das calças curtas atadas pelo pescoço

coluna diário econômico também publica nota sobre a extinção das gravatas cujo mercado encolheu mais do que meia vagabunda. realça que executivos novaiorquinos estão começando a trocar as calças pelos shorts," é comôdo e eles querem usar peças cada vez mais estilosas".

o assunto foi tratado no "sisudo new york times" e começa a ganhar adeptos. uma agência de publicidade decidiu que não é preciso usar calças no escritório.

na europa, o costume era generalizado, seja em londres, madri, paris ou lisboa, nas agruras do verão da década de 90 que senti, sem maiores alardes, na pele do trabalho.

em recife, as gravatas pomposas, sem o menor estilo que combine, apesar dos registros colunáveis, semi-enforcam ternos sem estilo que reafirmam a presença de uma herança caricatural. menos da sisudice e mais do peso da herança dos linhos e costuras do coronelato que livrou-se deles mas exige-os na sua presença.

na cidade quente, que a tudo convida para aliviar o calor, o sucesso nos negócios - e as boas entradas - se fazem ainda pelos costumes avessos a harmonia com a natureza e a forma e conteúdo dos processadores de comunicação.

seria por isso que a nossa propaganda é tão mal educada? grita, exagera nas cores mal combinadas - tal como os de terno palitam os dentes à mesa maneirando o ato com a emenda pior do que o soneto de acentuar o ato com a mão na frente da bôca em sí já tapadas por coisas outras. e é tão estúpida apesar da aparência de vestimenta profissional adequada?

bom, bernabach e hegarty, criaram um propaganda descontraida, eficiente e harmônica com bom gosto e resultados, do inverno ao verão, eles próprios sem pernas de fora e com seu visual white collar que no máximo ia as mangas arregaçadas, trabalhadores incansáveis que eram e não por estilo ou manga curta de nerds.

aqui, nem uma coisa nem outra. atados pelo pescoço as calças curtas é o que vestem os monges de sucesso dos negócios, cuja imagem símbolo de descontração é a meia branca que saiu esquecida para o trabalho na segunda, depois daquele churrasco onde o pagode e o furdunço em gravatá ou porto consagrou a divisão do butim no figurino estandarte manequim da maior quantidade de marcas sobrepostas tal como adquiridas no árabe mercado de moda dos shoppings.

é de se imaginar o que não vestirão no circuito do inverno.

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Now playing: ornatos violeta - punk moda funk
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sexta-feira, agosto 01, 2008

objeto sim, objeto não


www.gogojob.com.br
muito gogó e pouco job(pelo menos, por enquanto?)

de qualquer maneira, bob flash, zé bob, bob ferraço. algo me diz que é bob demais pra meu cabelo.

Now playing: Gal Costa - Objeto Sim, Objeto Não
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