sábado, setembro 28, 2013

para os homens, e mulheres, do mercado (do qual também faço parte)

 

Mujica: "humanidade ocupou o templo com o deus mercado"

 

Destoando dos discursos feitos pelos seus pares durante a 68ª Assembleia Geral da ONU, o presidente uruguaio José Mujica criticou veementemente o consumismo e defendeu que “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história".É através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado. “Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida. Deveríamos ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.

O presidente uruguaio Pepe Mujica voltou a surpreender o mundo com o seu discurso desassombrado na última terça-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas. Aos jornais uruguaios, Mujica prometera um “discurso exótico” e de fato fugiu do protocolo ao dizer que “tem angústia pelo futuro” e que a nossa “primeira tarefa é salvar a vida humana”.

“Sou do Sul e carrego inequivocamente milhões de pessoas pobres na América Latina, carrego as culturas originárias esmagadas, o resto do colonialismo nas Malvinas, os bloqueios inúteis a Cuba, carrego a consequência da vigilância eletrônica, que gera desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios, de lutar por pátria para todos e que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, com o dever de lutar pela tolerância.”

A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o “deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão”. No mesmo tom, sublinhou o fracasso do modelo adotado no capitalismo: “o certo hoje é que para a sociedade consumir como um americano médio seriam necessários três planetas. A nossa civilização montou um desafio mentiroso”.
Para o chefe de Estado, que já havia surpreendido o mundo com o seu discurso durante a cúpula Rio+20, criamos uma “civilização que é contra os ciclos naturais, uma civilização que é contra a liberdade, que supõe ter tempo para viver, (…) é uma civilização contra o tempo livre, que não se paga, que não se compra e que é o que nos permite ter tempo para viver as relações humanas”, porque “só o amor, a amizade, a solidariedade, e família transcendem”. “Arrasamos as selvas e implantamos selvas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios. E pensamos que somos felizes ao deixar o humano”.

Mujica defendeu a utilidade da produção de recursos no mundo: temos que “mobilizar as grandes economias não para produzir descartáveis com obsolescência programada, mas para criar coisas úteis para a população mundial. Muito melhor do que fazer guerras. Talvez nosso mundo necessite de menos organismos mundiais, destes que organizam fóruns e conferências. E que no melhor dos casos ninguém obedece”. “O que uns chamam de crise ecológica é consequência da ambição humana, este é nosso triunfo e nossa derrota”.

E defendeu que é através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado.

Paz e guerra

“A cada 2 minutos gastam-se 2 milhões de dólares em orçamentos militares. As investigações médicas correspondem à quinta parte dos investimentos militares”, criticou o presidente ao sustentar que ainda estamos na pré-história: “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história”, defendeu o mandatário ao criticar a política da guerra.

Assim, criamos “este processo do qual não podemos sair e causa ódio, fanatismo, desconfiança, novas guerras; eu sei que é fácil poeticamente autocriticarmos. Mas seria possível se firmássemos acordos de política planetária que nos garanta a paz”. Ao invés disso, “bloqueiam os espaços da ONU, que foi criada com um sonho de paz para a humanidade”.

O uruguaio também abordou a debilidade da ONU, que “se burocratiza por falta de poder e autonomia, de reconhecimento e de uma democracia e de um mundo que corresponda à maioria do planeta”.

“Nosso pequeno país tem a maior quantidade de soldados em missões de paz e estamos onde queiram que estejamos, e somos pequenos”. Dizemos com conhecimento de causa, garantiu o mandatário, que “estes sonhos, estes desafios que estão no horizonte implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais para governar nossa história e superar as ameaças à vida”. Para isso é “preciso entender que os indigentes do mundo não são da África, ou da América Latina e sim de toda humanidade que, globalizada, deve se empenhar no desenvolvimento para a vida”.

“Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida e entendermos que a espécie somos nós” e concluiu: “a espécie deveria ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.


(da vanessa silva, no portal vermelho)

sexta-feira, setembro 20, 2013

o yahoo que não está mais para yaba daba doo

Uma das batalhas mais sangrentas entre as profissões modernas ganhou mais um episódio “interessante” este  mês com a chegada da nova logo do Yahoo! ao mundo. Nova?

Mês passado, a CEO do Yahoo! e mais quatro designers da empresa — sendo um estagiário — se trancaram no escritório durante um sábado e um domingo e saíram de lá com a nova logomarca da gigante finalizada. Marissa Mayer, que recentemente completou um ano no mais alto cargo da companhia, tem feito um ótimo trabalho desde então, salvando o Yahoo! dos apertos financeiros que tem passado nos últimos anos. Mas ela cometeu um dos mais comuns e perigosos erros do marketing: o “deixa que eu faço”. Marissa que ocupava o cargo de VP de Novos Produtos do Google antes de chegar ao concorrente, passou por várias funções em seus 13 anos de empresa, e praticamente viu a empresa nascer. Lá trabalhou como programadora, designer e gerente de produto antes de chegar a vice-presidência. Tendo trabalhado direta ou indiretamente com design todos esses anos, Marissa não apenas adquiriu conhecimento, como se apaixonou pela área. Ela escreveu em seu blog:

No campo pessoal, eu adoro marcas, logos, cores, design e, acima de tudo, Adobe Illustrator. Eu acho que é um dos programas mais incríveis já feitos. Não sou profissional, mas sei o suficiente para ser perigosa. :)

Uma das batalhas mais sangrentas entre as profissões modernas ganhou mais um episódio “interessante” este  mês com a chegada da nova logo do Yahoo! ao mundo. Nova?
Mês passado, a CEO do Yahoo! e mais quatro designers da empresa — sendo um estagiário — se trancaram no escritório durante um sábado e um domingo e saíram de lá com a nova logomarca da gigante finalizada. Marissa Mayer, que recentemente completou um ano no mais alto cargo da companhia, tem feito um ótimo trabalho desde então, salvando o Yahoo! dos apertos financeiros que tem passado nos últimos anos. Mas ela cometeu um dos mais comuns e perigosos erros do marketing: o “deixa que eu faço”. Marissa que ocupava o cargo de VP de Novos Produtos do Google antes de chegar ao concorrente, passou por várias funções em seus 13 anos de empresa, e praticamente viu a empresa nascer. Lá trabalhou como programadora, designer e gerente de produto antes de chegar a vice-presidência. Tendo trabalhado direta ou indiretamente com design todos esses anos, Marissa não apenas adquiriu conhecimento, como se apaixonou pela área. Ela escreveu em seu blog:
No campo pessoal, eu adoro marcas, logos, cores, design e, acima de tudo, Adobe Illustrator. Eu acho que é um dos programas mais incríveis já feitos. Não sou profissional, mas sei o suficiente para ser perigosa. :)
A paixão pessoal desacompanhada de conhecimento técnico profissional tornou Marissa uma ameaça real para a marca do Yahoo!, assim como empreendedor  pessoa que tente desenhar sua própria logo. Quando falo em “marca”, me refiro a muito mais do que uma combinação de cores, formas e símbolos, mas à estratégia, valor e objetivos do negócio. Como escreveu o designer Oliver Reichenstein em um artigo sensacional , “a logo é apenas uma parte de um quebra-cabeças de 1.000 peças”. Fato é que qualquer pessoa que tenha um conhecimento razoável em design gráfico e sabe usar o Illustrator –ou pior, o Corel– pode criar uma marca. E mesmo que você venha de uma grande corporação na qual foi designer no começo da carreira e trabalhe em conjunto com um grupo de talentosos designers, criar uma nova logo para uma empresa de bilhões de dólares em um final de semana é simplesmente falta de profissionalismo. Só porque você pode, não significa que você deve. Esse é um dos mais importantes conselhos que um gestor de marketing pode receber.
Porém, criar a nova logo com a participação do diretor da empresa e um estagiário em dois dias não foi o único erro no processo de criação. Antes de começar, o Yahoo! fez uma enquete com os funcionários perguntando se a logo deveria mudar e o que deveria mudar. 87% disseram querer a mudança, sutil ou radical. E eles deram algumas dicas:
  • Fonte sem serifa
  • Tamanhos variáveis das letras
  • Baseline irregular
  • Ponto de exclamação irregular
  • A maioria das logos favoritass usavam letras maiúsculas
Não há problema nenhum em perguntar, mesmo que as pessoas respondam com base em gostos pessoais em vez de aspectos técnicos, é interessante saber o que o público interno pensa a respeito. O problema está se essas “opiniões” se tornarem “orientações” ou pior, “obrigações”. Segundo Marissa, ela e a equipe não viram isso como requisitos, mas o resultado final acabou contemplando vários desses pontos, meio sem querer. Sei… O designer Oliver, autor do ótimo artigo que mencionei, tem uma sugestão: “Por que ela não faz o mesmo com a estrutura do servidores do Yahoo!? Pergunta a todos sobre qual é a melhor configuração então repassa o relatório aos administradores de rede?”
Na criatividade, poucas coisas são mais nocivas do que as opiniões alheias. Uma crítica pode matar uma ideia em minutos e esterilizar a criatividade de um indivíduo instantaneamente. Por isso, muitos estudos e a história de grandes artistas apontam que menos pessoas levam a melhores resultados. Já pensou se tivesse alguém ao lado de Da Vinci enquanto ele pintava a Monalisa? Jamais teria sido aprovado e a obra não conquistaria a metade da fama que tem hoje.
Encontrei o gráfico acima em algum blog algum tempo atrás e achei interessante. Ele mostra a relação Pessoas x Qualidade na criação do design. Adoro a expressão “design por comitê” e o ditado popular que diz que o camelo era inicialmente um cavalo, mas que de tanto “pitaco” (do comitê) virou  um animal corcunda e babão. Um trabalho artístico deve ser desenvolvido por uma, talvez duas pessoas e decidido por um número igualmente pequeno. Permitir que várias pessoas com mesmo poder de decisão se envolvam no projeto é uma ótima maneira de tornar o genial em banal.
Empresários e gestores com pouco conhecimento de marketing costumam cometer dois pecados graves com frequência quando se trata de criação gráfica:
1) Querem rápido.
2) Envolvem muitas pessoas.
O Yahoo! cometeu essas duas falhas amadoras e o resultado foi uma logo sem novidade, sem graça e que não parece representar a imagem de uma empresa de tecnologia preparada para o futuro. O resultado seria certamente diferente se os três designers tivessem trabalhado 15 dias, sem a presença do estagiário e da diretora. Talento e experiência é vital no processo, mas seus benefícios minguam quando o prazo é curto demais ou há muitas pessoas envolvidas no processo.
Logos podem ser criadas em 1 hora ou em 1 mês. Uma grande logo é resultado de um processo e não de uma mera combinação visual. Já ouvi histórias de clientes que reclamaram por pagar uma grana preta em um trabalho que durou apenas algumas horas. Mas quantas milhares de horas foram necessárias para que esse profissional conseguisse criar algo bom em menos tempo que você leva para comer um brownie? Paula Scher precisou de décadas de trabalhos e sabe-se lá quantas logos, cursos, “nãos” e cafés na madrugada para conseguir desenhar a logo do Citigroup em um guardanapo durante um almoço. Quando a perguntaram como uma empresa bilionária poderia definir toda sua identidade em questão de segundos, Paula respondeu: “é um segundo em 34 anos”. Tempo é dinheiro, mas talento, experiência e criatividade são mais caros.
O que Paula teve foi um insight poderoso, algo raro até mesmo para profissionais do nível dela. Criar uma logo pode ser rápido, demorado, complexo, simples, caro ou barato. Pode ser o que você quiser, para quando quiser e todo mundo pode arcar com uma. Há freelancers que enviam quantas opções você quiser por $30 dólares e outros que criam apenas uma por $500. O que diferencia quem sabe usar o Illustrator de profissionais é a bagagem que se constrói com os anos. O que realmente importa em uma logo é se ela faz sentido para o negócio, se ela transmite a mensagem, passa confiança, se é compatível com valores profissionais e culturais, se ela se encaixa no quebra-cabeça de 1.000 peças da gestão de uma marca. É o gestor quem decide se sua empresa merece o melhor ou qualquer um serve, e lembre-se: você também é qualquer um nesse meio. No fim, a decisão cai sobre uma só pessoa, e se ela não tiver essa visão, nem 100 horas de trabalho de Paula Scher resultarão em uma boa logo.
A resposta para a pergunta com quantas pessoas se faz uma logo é simples: uma, o cliente.


A paixão pessoal desacompanhada de conhecimento técnico profissional tornou Marissa uma ameaça real para a marca do Yahoo!, assim como empreendedor  pessoa que tente desenhar sua própria logo. Quando falo em “marca”, me refiro a muito mais do que uma combinação de cores, formas e símbolos, mas à estratégia, valor e objetivos do negócio. Como escreveu o designer Oliver Reichenstein em um artigo sensacional , “a logo é apenas uma parte de um quebra-cabeças de 1.000 peças”. Fato é que qualquer pessoa que tenha um conhecimento razoável em design gráfico e sabe usar o Illustrator –ou pior, o Corel– pode criar uma marca. E mesmo que você venha de uma grande corporação na qual foi designer no começo da carreira e trabalhe em conjunto com um grupo de talentosos designers, criar uma nova logo para uma empresa de bilhões de dólares em um final de semana é simplesmente falta de profissionalismo. Só porque você pode, não significa que você deve. Esse é um dos mais importantes conselhos que um gestor de marketing pode receber.

Porém, criar a nova logo com a participação do diretor da empresa e um estagiário em dois dias não foi o único erro no processo de criação. Antes de começar, o Yahoo! fez uma enquete com os funcionários perguntando se a logo deveria mudar e o que deveria mudar. 87% disseram querer a mudança, sutil ou radical. E eles deram algumas dicas:

  • Fonte sem serifa
  • Tamanhos variáveis das letras
  • Baseline irregular
  • Ponto de exclamação irregular
  • A maioria das logos favoritass usavam letras maiúsculas
Não há problema nenhum em perguntar, mesmo que as pessoas respondam com base em gostos pessoais em vez de aspectos técnicos, é interessante saber o que o público interno pensa a respeito. O problema está se essas “opiniões” se tornarem “orientações” ou pior, “obrigações”. Segundo Marissa, ela e a equipe não viram isso como requisitos, mas o resultado final acabou contemplando vários desses pontos, meio sem querer. Sei… O designer Oliver, autor do ótimo artigo que mencionei, tem uma sugestão: “Por que ela não faz o mesmo com a estrutura do servidores do Yahoo!? Pergunta a todos sobre qual é a melhor configuração então repassa o relatório aos administradores de rede?”
 

Na criatividade, poucas coisas são mais nocivas do que as opiniões alheias. Uma crítica pode matar uma ideia em minutos e esterilizar a criatividade de um indivíduo instantaneamente. Por isso, muitos estudos e a história de grandes artistas apontam que menos pessoas levam a melhores resultados. Já pensou se tivesse alguém ao lado de Da Vinci enquanto ele pintava a Monalisa? Jamais teria sido aprovado e a obra não conquistaria a metade da fama que tem hoje.



Encontrei o gráfico acima em algum blog algum tempo atrás e achei interessante. Ele mostra a relação Pessoas x Qualidade na criação do design. Adoro a expressão “design por comitê” e o ditado popular que diz que o camelo era inicialmente um cavalo, mas que de tanto “pitaco” (do comitê) virou  um animal corcunda e babão. Um trabalho artístico deve ser desenvolvido por uma, talvez duas pessoas e decidido por um número igualmente pequeno. Permitir que várias pessoas com mesmo poder de decisão se envolvam no projeto é uma ótima maneira de tornar o genial em banal.


Empresários e gestores com pouco conhecimento de marketing costumam cometer dois pecados graves com frequência quando se trata de criação gráfica:
 
1) Querem rápido.
2) Envolvem muitas pessoas.

O Yahoo! cometeu essas duas falhas amadoras e o resultado foi uma logo sem novidade, sem graça e que não parece representar a imagem de uma empresa de tecnologia preparada para o futuro. O resultado seria certamente diferente se os três designers tivessem trabalhado 15 dias, sem a presença do estagiário e da diretora. Talento e experiência é vital no processo, mas seus benefícios minguam quando o prazo é curto demais ou há muitas pessoas envolvidas no processo.

Logos podem ser criadas em 1 hora ou em 1 mês. Uma grande logo é resultado de um processo e não de uma mera combinação visual. Já ouvi histórias de clientes que reclamaram por pagar uma grana preta em um trabalho que durou apenas algumas horas. Mas quantas milhares de horas foram necessárias para que esse profissional conseguisse criar algo bom em menos tempo que você leva para comer um brownie? Paula Scher precisou de décadas de trabalhos e sabe-se lá quantas logos, cursos, “nãos” e cafés na madrugada para conseguir desenhar a logo do Citigroup em um guardanapo durante um almoço. Quando a perguntaram como uma empresa bilionária poderia definir toda sua identidade em questão de segundos, Paula respondeu: “é um segundo em 34 anos”. Tempo é dinheiro, mas talento, experiência e criatividade são mais caros.

O que Paula teve foi um insight poderoso, algo raro até mesmo para profissionais do nível dela. Criar uma logo pode ser rápido, demorado, complexo, simples, caro ou barato. Pode ser o que você quiser, para quando quiser e todo mundo pode arcar com uma. Há freelancers que enviam quantas opções você quiser por $30 dólares e outros que criam apenas uma por $500. O que diferencia quem sabe usar o Illustrator de profissionais é a bagagem que se constrói com os anos. O que realmente importa em uma logo é se ela faz sentido para o negócio, se ela transmite a mensagem, passa confiança, se é compatível com valores profissionais e culturais, se ela se encaixa no quebra-cabeça de 1.000 peças da gestão de uma marca. É o gestor quem decide se sua empresa merece o melhor ou qualquer um serve, e lembre-se: você também é qualquer um nesse meio. No fim, a decisão cai sobre uma só pessoa, e se ela não tiver essa visão, nem 100 horas de trabalho de Paula Scher resultarão em uma boa logo.


A resposta para a pergunta com quantas pessoas se faz uma logo é simples: uma, o cliente.
 
(artigo do sylvio ribeiro publicado no "pequeno guru" www.pequenoguru.com.br)

misterwalk observa: se aconteceu com o yahoo imagine o que não deve acontecer com você que é um merdinha, segundo seus clientes.

sábado, setembro 07, 2013

faça sua marca(não tire casquinha com ou na dos outros)





























é cacoete, pérfido, da profissão. morre alguém que vale a pena, e por falsa pena ou vá lá sentimento de perda sem sentido, deserdados assomam na busca dos tais 15 minutos - ou segundos - de fama. e tomem anúncios de oportunismo(anúncio de oportunidade é outra coisa),depoimentos de convivência feitos aos moldes de intimidades duvidosas, algo tal como se conviver com alguém de talento fosse medida do seu e sabe-se lá o que se resgata para dar a ideia de que o resgatador também é um valor.

pois bem. petit foi-se. é redundante falar da sua importância para quem com ele conviveu e ou conheceu o trabalho que ofuscou gerações. para os mais novos, principalmente aos pretensos diretores de arte que nunca ouviram, de que adiantaria falar? não valem a pena, digo.

da minha parte, creio que a melhor homenagem a petit é, no mínimo, ler - ou reler - seus livros, privilegiando propaganda ilimitada. lá, entre outros achados, não se envergonhe(isso pode)de apropriar-se de enunciado que deveria ser o leit-motiv de quem quiser fazer o máximo pela memória do diretor de arte e da profissão. principalmente os de agora que o desprezavam pela idade ou ignoram por desconhecimento, leviandade ou simplesmente pela mediocridade do que chamam arte e dos desvios de caráter que a alcunha de diretor propicia.

" o que tem de ser moderno é a ideia. e não o layout". isto posto, me é impossível não arrematar: sabem quantos diretores de arte, seguindo este princípio, hoje são modernos?

pois é. não foi petit que envelheceu e morreu. foi a direção de arte. sublimada/sufocada em profusões de imagens sem sentido, de efeitos sem conceito, de concessões no lugar de soluções, de aparências em vez de pertinência, em suma: absolutamente desfigurada na ânsia de querer se mostrar antenada.

" o p de pirelli virou marca de sapatos". o p de petit não precisou virar mais nada. marcou sendo apenas o que era: um puta diretor de arte, como já não se fazem mais. ou, pelo menos, se tenta.