domingo, maio 25, 2008

agencias que dão "banho"

banho de ofertas. guide-line para comercial de ofertas de varejo da agência que se vende como criadora de publicidade ampla.

não estaria na hora de trocar a água?

(para os mais obtusos, muito antes de pelé e romário completarem os mil gols, este "conceito", useiro e vezeiro dos que fazem propaganda no grito, já havia completado a marca de uso no milhar, sem nada acrescentar a marca nenhuma. ainda mais lavado assim a sério, sequer em tom jocoso de paródia, que ainda assim banho de água fria na marca de quem diz que marca)

seria o caso de dizer, coisa de estagiário que escorregou na hora de apanhar o sabonete? ou tem gente se banhando na água morna de diretores de criação que banham-se à seco?

quarta-feira, maio 21, 2008

interruptor ou comercial que apaga a luz

agência se diz moderna. capaz de soluções criativas, ousadas. idéias coerentes e de grande poder de impacto e resultados. e anuncia isso em meio de massa no intervalo de alguma novela.

mas perái? desde quando agências modernas - você já viu alguma agência que não se diga moderna(que coisa mais antiga não?) - faz este tipo de comercial? antítese de tudo o que foi afirmado, passando ao largo das inúmeras possibilidades oferecidas pelos novos meios e não-meios?

quem compra uma agência e pra quem a vendemos em meio de massa? nem se fosse a nossa família. tampouco opinion makers e muito menos ainda os clientes que nos interessam, grupo decisório extremamente restrito, mesmo que o tal comercial seja acompanhado de alguma ação "portifolesca".

isto é tudo que o planejamento, estratégias de mídia e insight criativo de uma agência considerada, no passado, referência, conseguiu por no ar? com ajuda, certamente, de algum maioral global que aliviou o custo da tabela ego contra ego?

qual o eco desta ação? pum? eis aí algo extremamente perigoso. principalmente quando se aciona o tal interruptor.

terça-feira, maio 13, 2008

quando pagar mais é melhor que a pague menos

há um princípio zen que diz: tudo com moderação, inclusive a própria moderação.
mas como marketeiro só é zen nas citações, hermafroditas do marketing em suas hiperbolizadas taras de resultados confundem a eficiência dos preceitos do marketing com a hipertrofia de serviços que somente em sua visão de curto prazo são um achado no tangenciamento da venda como ponto de encontro desejos do consumidor rumo a satisfação de suas necessidades(para ficar de bem com mister kotler).

farmácias são um nó górdio no marketing de serviços. confluência de interesses mascavos entre a saúde mental, emocional e financeira, por isso mesmo onde a confiança e a excelência de serviços devem ser tratadas como vacina com necessidades de imunização diárias.

pois bem, a pague menos, orgulha-se de ser a maior rede nacional de boticas(antes fosse mas não passa de drogaria)e para tanto, até lançou um comercial territorial onde o pernambucano é brindado com um sotaque e um vice que caracterizam a preguiça mental, decerto um tipo de doença, que abate-se sobre quem justamente pretende cuidar da nossa. aliás, os mentores de tal comercial deveriam assistir cabaceiras, recém exibido no cine-pe, onde o tema é justamente a estigmatização do nordestino como senhor da miserabilidade e do sotaque risível reverso maldito do sotaque gaúcho, quiçá).

mas voltando a rede fria, as pague menos, título literalmente de fachada, mais parece a "bodega do veio". tem de tudo um pouco e nada do que é realmente axilar. mistura-se batata frita com anti-histaminico, sorvete com anti-distônico, refrigerante com anti-hipertensivo e por ai vai em uma lista de itens anti que difíceis de imaginar numa farmácia que se pretenda honesta em nome dos farmácos.

do balcão ao caixa a empurroterapia é fichinha praticada pela pague menos. a última é empurrar um complexo vitamínico, ginseng à bordo, caixa vermelha que mais parece o livro do mao. e isto num momento onde as ana marias bragas, mesmo em meio ao merchandising de panela não deixam de afirmar que as melhores vitaminas são aquelas ingeridas numa alimentação saudável e nunca empacotadas na receita de balcão da oferta do dia de resultados bastante questionáveis para a marca e praticamente nulos para o receitado.

na mesma política o caixa é uma engrenagem emperrada onde a empurroterapia recebe o apelo final: empurra-se de tudo na tática da indução do impulso:já que o pato, quer dizer o freguês, o consumidor, está com a carteira na mão aberta, vamos lá meter a mão pra sacar mais uma venda no forceps ao susto. isto é que é o entendimento do marketing diferenciado para o setor, cuja agressividade é vitaminada pelo produto que sobra no balcão misturado ao excipiente seboso da falta de ética e respeito para quem dirige-se a farmácia com certeza noutro intuito que não o de quem frequenta um shopping.

pra terminar - por aqui, porque a lista é grande - a arma de fidelização, que era o cartão pague-menos foi pro espaço. dava trabalho montar a operação de preço praticado, preço do cartão. deve ser porque os computadores não tomavam a tal vitamina. e assim, de uma hora para outra, o desconto já é dado a todo mundo que acredita realmente que está pagando menos quando pelo custo do atendimento praticado na base da fichinha denota que algo só pode estar errado quando uma estrutura que se diz moderna recorre a expedientes do passado de um comércio onde a idéia era tanto passar a perna no consumidor quanto no funcionário.

p.s. se cuida eva vilma, ver a sua imagem na fila do caixa abonando tal instituição só condiz com seus piores personagens. mas este pelo menos assumem que querem o que querem todos os que querem sempre mais não importa os meios. certamente há outras maneiras de crescer e se tornar líder. que não fazendo os clientes de títeres. quem se habilita a esta receita de botica que um dia já foi vista como natural ?

domingo, maio 11, 2008

filhos desnaturados, mâes estúpidas?

até no globo repórter, a filial da sociologia das sextas, atesta o fim da geleira da família nuclear. e que os estereótipos não mais se sobrepôem aos papéis antes determinados de mães em formatos únicos. estas cada vez mais multifacetadas inclusive sob a forma de pães, não os de farinha, mas na figura dos pais que se tornaram mães.

a sociedade muda, diz-se, moderniza-se, multifaceta-se. mas a propaganda parece que não acompanha as mudanças. ressalvo que eu disse não acompanha, para não fugir ao também estereótipo que a propaganda é modulada sempre a reboque das conquistas da sociedade e nunca antepondo-se a cumprir papéis inovadores e ou libertadores.

mas caramba! se assim é, e se os up-to-date estão no comando e na criação das peças publicitárias que apregoam o dia das mães, o que acontece para que se tenha um produto publicitário que mais parece ser criado por propagandistas de xarope?

afinal, é a tal geração moderna que se diz antenada, que usa i-pod, que assina a archive, que é young isso, young aquilo, que tem a pasta cheia de sacadas de fazer corar os dinossauros mais avançados. e esta mesma geração que faz, por exemplo, as campanhas jugulares dos shoppings, sejam boa vista, tacaruna, recife, que nos levam a peguntar, que mal fizeram estas mães dos ditos cujos para merecer uma publicidade assim tão desapaixonada?

nem mesmo um filho da mãe, por mais que fosse, faria isto com a sua. ou não? porque como diria ogilvy, deve se fazer anúncios pensando que sua mãe pode ler,ver ou ouvir. eu pelo menos não faria isso com a minha. e olhe que minha mãe não é melhor do que a de ninguém, e muito menos estúpida como tantos filhos acham que a mãe é.

fazer campanhas num nível onde as mães em matéria de idéia, criatividade, estratégia, branding, realização estão cada vez mais orfãs, desamparadas e sem nenhum afeto, tratadas como se fossem madrastas, no pior sentido distorcido da palavra, equivale a um parricídio.

para a mãe de publicitários assim haverá presente que compense estes pontapés de sete meses?

sexta-feira, maio 09, 2008

listerine neles

Essa é pros estudantes. Ontem à noite teve Portfolio Night aqui na agência - Blue Bus deu nota sobre isso, leia aqui. No Brasil rolou em Sao Paulo, na DM9. Cada diretor de criaçao, na media, viu pastas de 9 pessoas, ou duplas, mas eu acabei vendo bem umas 12.

Fiquei impressionada. Em 1o lugar, com a quantidade de pessoas. Tinha pelo menos umas 200 aqui pra mostrar seu trabalho. Entre os meus 12, dois brasileiros, dois portugueses, uma meia dúzia de ingleses, duas americanas, um coreano.

E apenas 2 pastas tinham alguma coisa de internet. Em media, os estudantes que vêm ao Portofilio Night têm 22 ou 23 anos. Todos estao procurando emprego, todos estao estudando ou terminando um curso de propaganda. Nenhum deles - eu perguntei - lê jornal impresso e todos têm Facebook, falam com os amigos no Messenger e usam o Google pra tudo. "E por que na tua pasta nao tem nada de web?' - eu perguntei. A resposta - "Ah, nao sei, na escola eles nao pedem isso".

Pior do que nao ter nada de web é ver uma sequência de anúncios bem feitinhos, aquelas coisas que exageram o benefício do produto com uma sacadinha. Página inteira preta - shampoo anti-caspa. Página inteira branca - shampoo antiqueda.

Ambient é uma categoria que a molecada gosta. "Uns adesivos, no chao, virados pra cima. Mas quando você pisa é um ingresso pro evento" Ou um carro estacionado em cima de outro carro. É, eu também já vi.

Aí eu perguntei - "Por que você só tem print?". E ele respondeu - "Ah, porque eu achei que ficava mais fácil mostrar que eu sei fazer". O papo continua - "Você assina a Archive, né?". E a resposta - "Claro! Minha biblia". Socorro...

Teve uma dupla bem bacana. Nenhuma sacadinha. Tudo era uma idéia. Os dois criaram produtos, serviços, até uma empresa nova.
Fui conversar com o Bruno e o Ronnie, uma dupla de brasileiros que trabalhou aqui. E o Bruno resumiu - "Gente que faz anúncio têm de monte, precisamos de criativos". Pois é. Precisamos de criativos.

da fernanda romano, hoje no ônibus azul, "gente que faz anúncio têm de monte".

(que para os estudantes que nada! vale pro mercado inteiro, ainda mais mercados que tem coisas incentivando a sacadinha, como o na pasta ou o museu de novidades do ccsp, idem os festivais de spray. de há muito que se sabe que pasta de dente não necessita de espuma. mas todo mundo insiste em aprimorar a espuma e continuar com o bafo da falta de idéias mascaradas por anúncios cheios de gás(metano).

quinta-feira, maio 01, 2008

para muitos que ainda são muitos poucos


Um levantamento feito pela consultoria Millward Brown, especializada em pesquisas de mercado, revela que a marca mais valiosa do mundo é o Google, com um valor de mercado de US$ 86 bilhões, o que representa uma alta de 30% em relação ao ano passado. Para muitos publicitários, a construção da marca é um dos principais objetivos quando uma empresa investe em propaganda. Principalmente, quando levamos em consideração as campanhas institucionais, ou seja, as campanhas publicitárias que não divulgam preços, formas de pagamento ou promoções, mas sim valores e idéias compartilhadas por essa empresa.

Há décadas a indústria da propaganda vem lembrando o mercado a importância da construção das marcas. Desde o lendário David Ogilvy, que registrou a famosa frase "Toda propaganda deve contribuir para o complexo símbolo que é a marca", até os dias atuais. Por isso,uma das principais formas de medir a eficácia de uma estratégia de comunicação continua sendo o recall, ou seja, a lembrança da marca.

Analisando os investimentos publicitários no Brasil, podemos observar que as principais marcas brasileiras investem a maior parte do seu budget em mídias tradicionais como televisão, revistas e jornais. Ou seja, as empresas brasileiras continuam apostando que essas mídias irão contribuir de forma mais relevante para a construção de suas marcas.

Esta não parece ser a mesma opinião do Google, a marca mais valiosa do mundo. Quem já assistiu um comercial de TV do Google? Ou um anúncio de jornal ou revista (não vale anúncio de empregos, só institucional)?

Entretanto, já tive contato várias vezes com a marca Google em reportagens de jornais, revistas, programas de TV e websites. Já li inclusive livros sobre a história da empresa. Também já recebi convites de meus amigos para participar do Orkut e fazer meu Gmail (era difícil conseguir um). Sei também que o Google promove feiras, concursos e outros eventos muito comentados no meio tecnológico e de marketing.

Outra forma com a qual me relacionei com a marca foi através de campanhas virais na internet. Todavia, nada me faz lembrar mais a marca do Google do que as inusitadas experiências que tive quando utilizei seus produtos. Como me marcou a primeira vez que vi minha casa no Google Earth.

Isso mostra que a estratégia de construção de marca do Google é bem diferente da maioria das empresas nacionais. Suas ações estão baseadas em novas disciplinas de propaganda e marketing como Mídias Digitais, Marketing Promocional, Relações Públicas, e, principalmente, em um produto inovador. E o pior, de acordo com o levantamento da Millward Brown, somos nós que estamos errados.

(uma nova forma de construir marcas, no adnews)