quarta-feira, junho 16, 2010

responda quem souber


Dentre as campanhas publicitárias dos anos 80 pontifica a da revista Rolling Stone que acabou sendo copiada, referenciada e multiplicada pelos quatro cantos do mundo.

Não obstante o enorme sucesso da campanha, muitas empresas não entenderam a verdade contida em seu tema: que no marketing, como na vida, a PERCEPÇÃO É A REALIDADE. As pessoas compram o que percebem e acreditam, e não, necessariamente, o que é, de verdade.

E assim caminhava a humanidade quando um articulista de FORTUNE fez um artigo primoroso oferecendo importante contribuição para o melhor entendimento do tema.

Ele se chama ANDREW FERGUSON, e inventou, com muito talento e sensibilidade, a LFM – Lei da Futilidade Marginal. Que é exatamente o oposto da Lei da Utilidade Marginal, ensinadas nos livros e escolas de economia.

A Lei da Utilidade Marginal é a satisfação adicional derivada do consumo de uma unidade adicional de produto ou serviço. Já a LFM – Lei da Futilidade Marginal é a satisfação adicional derivada do não consumo de uma unidade adicional de produto ou serviço.

Confiram agora como FERGUSON sacou, na época, sua Lei da Futilidade Marginal: “Meu primeiro contato com essa Lei foi no colégio, quando um colega rico me convidou para visitar sua casa. Era um verdadeiro palácio, com 8 suítes, 4 Jacuzzis, 2 cozinhas, 3 quartos para os empregados, e muito mais. Assim que chegamos na casa, e antes de entrarmos, meu amigo me disse que seus pais tinham acabado de redecorá-la, contratando o melhor decorador da cidade, pela bagatela de US$ 200.000. Aí entramos na casa e quase caí de costa. O decorador defendia e praticou o estilo “clean”. A casa estava praticamente vazia. Um pequeno lustre no centro da sala, uma cadeira num dos cantos, sem tapetes e cortinas. E o mesmo “despojamento” em todas as demais dependências. Ou seja, estavam pagando uma grana para quase ‘não decorarem’ a casa…”.

Segundo FERGUSON, uma boa definição da Lei da Futilidade Marginal é “Pagar mais, para ter menos”. Ou, mais custos, menos benefícios, e ampla e irrestrita satisfação emocional.

FERGUSON disse, também, que esse comportamento estava se disseminando pelo mundo inteiro, muito especialmente nos EUA: “Em nosso país as pessoas pagam 75 cents de dólar por uma mistura de água com gás, açúcar, e uma infinidade de outros ingredientes, embalados numa lata onde se apõe a marca COKE. Essas mesmas pessoas pagam 3 vezes mais só pela água com gás numa mesma lata onde se apõe a marca PERRIER.

E ainda conta que recentemente fez uma viagem com sua mulher e diante de duas alternativas de hotéis, uma por US$ 99 a diária com tudo, inclusive refeições, e outra de US$450 com nada incluído mas com uma linda vista e o oxigênio da montanha optou pela segunda… E que nos restaurantes da moda, hoje, “quanto menor a porção, maior o cheque”…

É isso amigo. Se na sua empresa ainda não entenderam que as pessoas compram percepções não realidades, tente fazê-los entender usando a divertida, criativa, e verdadeira LFM – Lei da Futilidade Marginal. Criada em 1984 e mais que válida até hoje.

( lei da futilidade marginal, do francisco madia)

p.s. quando clientes contratam agências, como as que temos no mercado, eles estão usando a LFM? (pagando para não ter nada mais que puxa saquismo, modorra e estupidez aloprada? ou a idéia é esta mesmo, pagar para receber uma trouxa de nada em troca. em vez de conteúdos? é sempre bom lembrar, para os que argumentam que paga-se muito pouco hoje em dia, que mesmo o quase nada é muito para quem o recebe em troca. como diria o júlio ribeiro, quem quer custo zero em propaganda acaba por ter o mesmo denominador como retorno- pessoalmente, acho que o estrago, para além do prejuízo, é ainda maior. mas, como diria o bardo, a inteligência tem limites, a estupidez não. e tome prêmio para as idéias fúteis, mas esta é outra história para outro dia ainda mais fútil, ou seria estúpido?


segunda-feira, junho 07, 2010

diferenças entre a puta idéia e idéia de puta ou o dia em que olivetto teve uma idéia de dunga

washington olivetto não é mais aquele? depois de andar mal das pernas, com a w mais parecendo banheiro de rodoviária, após malfadadas tentativas de globalizaçao, resurrge alvissareiro, " por cima da carne seca". braços dados com a mccann,marca que definitivamente não casa bem com a idéia de puta, seja ela puta ou não. como demonstra sua história de grandeza absoluta, construida com base numa visão formalizada da propaganda - com raras execeções de algumas unidades asiáticas, por exemplo - sempre pregou em nosso mercado o "futebol eficiência" e jamais se destacou pelo uso da criatividade, da tal puta idéia, como drible elástico que não outro para se encastelar no trono do faturamento que tanto exibiu como orgulho, e pela força do qual buscou tantas vezes empastelar agências criativas, tratando-as como peladeiros de subúrbio e, portanto, não capazes de participar do campeonato de atendimento de grandes contas.

já washington, de há muito perdeu o espírito do discurso que soa pra lá de fake após uma década de franca decadência criativa ou como diria um colunista observador, tornando-se mais encantado por restaurantes e futebolidades outras. aliás cada vez mais publicitários tem discurso para tudo, justificam tudo, menos a falta de puta idéias, como pode ver qualquer um mal ensaboado pela mediocridade que bate a nossa porta analogica ou digitalmente.

assim, com um discurso que não faz jus ao seu mais mediocre título washington usa e abusa do poder de geração de "factotuns", a começar do estardalhaço de festas de lançamento, onde a idéiaé o que menos conta e mais as "celebridades" e o show de ex-ministros, de proximidades conquistadas pelo lugar que ocupou graças as idéias, sejam elas putas ou não. fato concreto é que todos os nossos grandes criativos - assim como o nizan, o fábio fernandes - perderam-se num ideal de grandeza que transformou as sandálias do pescador nas tais sandálias de milhares de reais, coisa que só mesmo puta(de luxo usa). no fundo, é isto que todos ambicionam quando pregam pela puta idéia, apenas uma idéia de puta, voltada para a manutenção do faturamento rasteiro não importa a altura que ele atinja.

abaixo o artigo do olivetto entitulado de puta idéia,

" Neste mundo globalizado e digitalizado, para uma agência de publicidade ser realmente fora de série, ela precisa ser uma espécie de Maria Sharapova das agências: grande e sexy. Presente na maioria dos países, associada a uma das maiores redes, forte na América Latina, (no Brasil, principalmente) confiável para gerir contas locais, regionais e globais, com capacidade de monitorar as áreas de interesse dos clientes e descobrir o que pode trazer verdadeiras vantagens competitivas.

Mais do que isso, tem que saber detectar, testar e entender novas soluções e serviços, ter capacidade de criar encontros personalizados, trazendo os seus mais brilhantes talentos mundiais para junto dos clientes locais e buscar soluções inovadoras.

Deve também ser capaz de contar com uma plataforma que acione digitalmente os seus melhores cérebros, para gerar respostas rápidas a desafios que necessitem de uma solução imediata. A Maria Sharapova das agências tem ainda que ter especialistas em construção de marcas, planejamento de mídia, soluções digitais, ativação, eventos, pontos de venda e relações públicas.

Tem que ter uma ferramenta própria de ROI (Retorno sobre Investimento), que simule milhares de variáveis e saiba responder qual ponto de contato traz mais resultados entre todas as alternativas existentes e qual combinação de pontos de contato garante maior retorno.

Tem também que saber detectar os hábitos e valores dos públicos-chave, saber como se comportam os construtores de identidades (adolescentes), os construtores de carreira (jovens adultos), os construtores de família (jovens casais) e os construtores de uma nova vida (pessoas na maturidade). Saber as escolhas e preferências do consumidor de alta renda, descobrir para onde vai a classe C e antecipar quais são as novas tendências que estão prestes a virar comportamento de massa. Esses são, basicamente, alguns dos ingredientes para uma agência ser fora de série, mas só eles somados ainda não são suficientes.

Sem grandes criadores, capazes de gerar ideias surpreendentes, nenhuma agência chega a ser uma Maria Sharapova, mesmo contando com grande aparato intelectual e tecnológico. Chega no máximo, a ser uma Maria Vai com as Outras, particularmente aquelas outras que também são grandes, mas não são sexy. A verdade é que, apesar de todas as mudanças que aconteceram no quadro social e no universo da comunicação, uma coisa continua absolutamente igual. Só a grande ideia continua tendo o poder de seduzir, porque só a grande ideia é sexy.

Só a grande ideia é capaz de produzir "excelence in advertising". A grande ideia ("puta ideia", para os íntimos) é a origem e a razão dessa profissão. Foi assim na idade do "lay" lascado, é assim nestes tempos de iPads ambicionados e será assim no futuro, que a nós pertence."

sábado, junho 05, 2010

cada vez mais todo mundo chupando dedo

Primeiro, ele achou que ela queria pedir alguma coisa: assim que terminasse de preparar aquele coquetel que estava fazendo, iria atendê-la.
Depois, observou: ela não tirava os olhos dele. Era uma loira linda, muito sensual. Sem dúvida, a mais bonita do bar. E parecia estar dando bola pra ele. Então, terminou rapidamente o que estava fazendo e foi o lugar onde ela estava sentada.
“Pois não, senhorita.”
Ela não disse nada. Para surpresa dele, começou a acariciá-lo. Desabotoou-o ali mesmo, passou-lhe a mão pelo corpo. Depois, acariciou-lhe o rosto, e enfiou-lhe os dedos na boca. Ele sentiu um cheio esquisito, mas correspondeu, chupou-os. Estava bom demais. O bar estava completamente vazio e ela a cliente demonstrava uma baita tensão. Ele não viu nada demais em ceder.
Aí, ela puxou o rosto dele bem pra perto do dela. Ele estava excitadíssimo, achou que ia ganhar um beijo na boca. Então, ela sussurrou:“Você é o dono?”
Envergonhado, ele respondeu:
“Não, sou apenas o barman.”
“E o dono está aí?”
“Não, ele ainda não chegou.”
Nesse momento ela o afastou e deixou recado:
“Então, diga pra ele que o banheiro não tem papel higiênico e as torneirasestão secas.”
Aí ele percebeu de onde vinha aquele cheiro.
Não sei quantas vezes assisti – muitas até participei – das cenas:
. Primeira – O Cliente passa um brief para a agência.
. Segunda – Na Agência, a criação se mata para encontrar uma boa idéia e para convencer o atendimento a apresentá-la.
. Terceira – O cliente acha que entende de comunicação e começa a modificar o assunto: “ao invés dessa palavra, ponha....”; “aumente a assinatura”...; ‘. “diminua a ilustração”...; “o texto está muito grande...”; “acrescente......no texto.
. Quarta – O atendimento vai para a criação, layout todo rabiscado, e determina: “o cliente quer desse jeito.” A criação obedece. O anúncio fica com aquele cheirinho esquisito dos dedos da loira.
. Quinta – O cliente se lambuza, sem perceber a merda que lambeu.

( o cheiro da loura, do eloy simões)