sábado, abril 25, 2009

o "mal exemplo " que vem de cima

na avidez de mostrar o furo na cueca do partido que está no poder, o psb, do cada vez mais suspeito raul jungmann e do outrora respeitado roberto freire, enfiou a parte suja da dita cuja na cabeça. e assim foi pego de calças curtas, com a utilização grafada do mal exemplo no lugar do mau exemplo, em sua última transmissão da modorra partidária obrigatória, que de novidade, nem tão nova assim, foi fustigar a já chamuscada e combalida ortografia dos cada vez mais analfabetos políticos eivados de phdês de criados mudos.



estava lá na legenda. e não só para surdos e deficientes políticos verem - só cego político que não viu, dentro do partido inclusive. como se não bastasse na produção do programa rebitado à prego.



a questão não se resume a um mero cochilo cacográfico(erro de digitação). mas sim tem a ver com a octanagem com que o teor do programa que quis se fazer incendiário às barbas do lula, apregoando-se sem máculas de qualquer espécie. e decente, onde decência não há.



e assim sendo, tiro no chulé: um partido que não sabe a diferença entre o uso do mal e mau, pode arvorar-se a dizer o que é bem ou bom? para além do bem-bom deles? doutrinando a quem quer que seja?



responsáveis pelo programa devem fazer sempre a revisão ortográfica, que não se separa da política. principalmente nestes casos. onde um uma letra desanda todo o alfabeto. seja da coerência, seja da malemolência. mas estes programas são concebidos e dirigidos pelo que costumou se acochambrar de marketeiros(políticos) o que já é mau de per si, não fosse o mal que os ronda e governa.

e já que falamos de programas, o do pmn é realmente uma peça que vai para o ânus, vá lá, anais da história. como diria a ivete sangalo - ao receber o prêmio de cantora revelação?!?!?! deste ano(não é só em marketing e propaganda que o exdrúxulo mora ao lado dos prêmios) dado por uma rádio baiana - o que é que estes caras estão fumando?

foi de muito topete, colocar um pré-adolescente, de camisa branca a exultar o alvor do partido? a adornar um texto onde conjuminou-se o mau oitocentismo com um gongorismo de estafeta, somado a inserção de tipos cuja linguagem onde palavras catadas a dedo - tríade, no lugar de triplo, que já é osso duro para o eleitor comum - enquando era cofiada a barba de gente cuja eloquência mais parecia tirado das cédulas dos reis e cruzeiros que já foram reais neste país.

é certo que o rebuscamento, no sentido da elevação da linguagem, é desejável num pais onde até eu sou destestado porque não falo naum e fallow. mas nas diretivas de um partido sem força, num veículo de massa, é outra obra dos lanceiros marketeiros de plantão?

talvez seja hora de adotar-mos o, mau ou o bom, exemplo que venha de baixo. porque o que vem de cima está nos atingindo com um fedor ainda pior do que já é peculiar.

sexta-feira, abril 24, 2009

lá, como cá, os palhacinhos do intervalo abundam

(já que portugal está moda por cá, vejamos o que também anda(desanda) igual do lado de lá)

O director criativo da Excentric diz que há medo e preguiça na publicidade.«Os clientes vêem os publicitários como o palhacinho do intervalo»"

Jorge Teixeira, director criativo da Excentric explicou ao briefing porque razão as agências de publicidade tradicionais estão a perder importância junto dos clientes, entre vários outros temas do dia-a-dia do mercado português de publicidade

Nos últimos seis a oito anos as agências de publicidade começaram a perder influência e poder de decisão junto dos clientes, um ciclo vicioso que está a tirar a talentos e dinheiro das agências. Esta é uma das principais ideias de uma entrevista com Jorge Teixeira, actual director criativo da Excentric, que o briefing publica amanhã na edição em papel.

O ex-DDB, Euro RSCG, BBDO e Y&R não poupou críticas às agências de publicidade tradicionais e disse há um misto de «preguiça e medo de arriscar» no mercado português, «quer de quem cria quer de quem aprova». «Acho que as agências têm preguiça porque querem jogar pelo seguro, ir pelo caminho já percorrido. Há tantas campanhas de testemunhos... o que é que é isso? É isso que dá segurança, ver um actor dizer «Eu uso isto»?

Teixeira afirmou ainda que as agências deixaram de ter voz junto dos clientes. «Os publicitários já foram importantes no país, no tempo do Edson [Athayde], mas as agências foram-se descapitalizando dessa importância política. E não ganham tanto dinheiro como antigamente», explicou.

Segundo Teixeira este não é um defeito de uma só agência, acontece com todas. «Nos últimos seis, sete ou oito anos notei que os publicitário são vistos, junto dos clientes, como o artista e o palhacinho do intervalo. O momento alto na relação cliente-agência é quando vem também o director criativo. Apresentávamos a ideia, eles gostavam, mas depois iam decidir. Ou seja, não nos chamavam para a parte da decisão. Nós devíamos ser os consultores de comunicação deles, mas não, somos uns palhacinhos que vamos vender uma ideia».

O profissional também é bastante crítico para os accounts. «Nas agências, o processo de nos ouvirem acabou. E acabou, em primeiro lugar, porque a competência das pessoas que atendem os clientes na agência, os accounts, é muito fraca. Entrou-se neste ciclo vicioso em que os clientes não querem ouvir as agências, e em vez de contratarem pessoas de qualidade, contratam carregadores de maquetes», referiu.

Numa entrevista em que se considerou um «estagiário» no marketing digital e admitiu que «se tivesse tanta certeza [que tomei uma boa decisão ao vir para a Excentric] já a tinha tomado antes», Teixeira elogiou as agências digitais portugueses, como a View, Fullsix e Seara, e disse que as agências digitais conseguem fazer com que os marketeers ouçam os seus projectos.
«[No digital] somos muito mais consultores e os clientes pagam-nos para os aconselharmos. Eles não sabem do nosso metier, enquanto que não há um cliente no país que não saiba como se faz um filme».

E continuou: «[Os clientes] querem-nos do lado deles quando pretendem saber como funcionam as redes sociais, ou um viral, ou como podem melhorar a usabilidade do site ou vender mais 30% só mudando dois ou três clicks». Jorge Teixeira referiu também que o digital «tem algo a ganhar com a crise» e está a ser beneficiado com a mudança dos hábitos de consumo da população.
«Vemos na projecção dos nossos clientes para 2009 que, com a crise, muitos estão a tirar 10% do budget de televisão para investirem 20% em internet. Isto é possível porque os valores são diferentes», resumiu.
Sobre a Excentric, explicou que não é sócio da agência e que recebe parte do «salário-satisfação» pelas «coisas novas e desafios que nunca passei».

O mercado português de marketing digital, a sua saída da DDB, a criatividade portuguesa e a razão pela qual os criativos da sua geração não o acompanharam na migração para o digital são outros dos temas abordados na entrevista ao briefing.

p.s. como diria o compositor, o brasil tornou-se mesmo um imenso portugal.

quarta-feira, abril 22, 2009

inaptidão inata

Eu nunca fui um bom gestor, não apenas por incompetência administrativa, mas por certas limitações de cunho ético, o que, reconheço, não deixa de ser também uma espécie de incompetência. Durante minha experiência como empresário, limitei-me e limitei companheiros de trabalho em ações que agrediam a alguns princípios que ajudaram a nortear em mim uma idéia de correção de conduta. Uma coisa perene e, na maioria das vezes, totalmente desalinhada com as atitudes esperadas de um business manager de qualidade. A essa minha incompetência inata ou cultural, soma-se uma resistência doentia à adoção ou, pelo menos, ao simples reconhecimento de algum mérito nos métodos impiedosos de conquista de mercado e de desenvolvimento empresarial, comumente saudados como próprios dos líderes vencedores. Se isso não me ajuda a fazer fama e fortuna – e, certamente, não ajuda a ninguém (portanto, não sou um bom exemplo para jovens ambiciosos) – tem um aspecto interessante: permite que eu me horrorize com certos conceitos. Isso é bom? Isso é ruim? Não sei dizer, mas, bom ou ruim, acho que é importante. Há quanto tempo você não se horroriza com alguma coisa? Cuidado: horrorizar-se não é reagir com o clássico comentário “fazer o quê, né?”. Horrorizar-se é ser tomado por uma indignação justa, sincera e involuntária. É ser tocado nas entranhas de certas convicções, que não distinguem se a barbaridade é um caso de marketing ou de pedofilia, por exemplo. Um filtro único estabelece os limites da nossa tolerância aos atos e suas justificativas. As reações podem variar desde se armar um barraco em praça pública até escrever um artigo, cuidando civilizadamente de não personalizar a crítica, mas fazê-la apontada a uma prática, neste caso absolutamente legal, aceita com naturalidade e enaltecida pela eficácia. Semana retrasada a coluna do nosso companheiro Francisco Madia – “Ambev: vedando as frestas” - me chocou. Aguçado por uma curiosidade incontida em esclarecer se só chocou a mim, resolvi explorar o assunto na coluna. Tenho consciência de que escrevo em um veículo especializado em propaganda e marketing, daí minha necessidade de saber se a minha reação faz algum sentido ou se, quem sabe, aos poucos, me vou convertendo definitivamente num peixe fora d’água. O colega começa citando Henri Michawx: “Se o lobo se apiedasse dos cordeiros, morreria de fome.” E, com isso, sustenta a tese de que a multinacional belga Interbrew (no Brasil, Ambev) acerta em seus procedimentos de preservação e conquista de mercado. Diz Madia “O líder é impiedoso. O líder não pode vacilar. Como lembram Ries e Trout, todo e qualquer movimento dos concorrentes, por menor que seja, tem que ser rechaçado à força, na porrada e, se possível, de forma exemplar e com humilhação (...)” Ave Maria! O fato é que não me agrada que uma multinacional cervejeira belga humilhe e dê porrada nas pequenas cervejarias brasileiras. Pode ser um nacionalismo idiota, mas preservá-lo ajuda a levantar uma bandeira justa contra o monopólio em voga. O nosso Madia enaltece, ainda, o fato da Ambev “cutucar” as pessoas, oferecendo cerveja estejam elas aonde estiverem: na praia, no supermercado, no aeroporto, no cinema... Bons tempos em que tomar uma cervejinha era uma decisão do consumidor, obedecendo a certos critérios: um encontro no boteco, um churrasquinho em casa... Hoje, o consumo de cerveja virou uma decisão de marketing: o prazer deixou de ser o de beber para se tornar o de vender. Ruy Castro, na Folha de S. Paulo, ironizou o fato do Brasil ter proibido que a marca Free de cigarros fosse associada a um evento freqüentado, basicamente, por velhos fumantes e beberrões – o Free Jazz Festival – e, ao mesmo tempo, permitido que um equipamento voltado basicamente para menores de idade – a tal roda gigante da Lagoa, no Rio de Janeiro – fosse patrocinada pela cerveja Skol. Bem lembrado. Mas tudo faz parte da estratégia que sai da cabecinha do líder ambicioso. Isso traz vantagens pessoais, como salários estratosféricos e bônus que, anualmente, transformam executivos em milionários. Mas também não deixa de ser uma ameaça. Porque essa ostensividade arrogante tem acelerado a criação por parte dos legisladores de mais e mais propostas limitadoras da promoção do consumo de cerveja, o que, por sua vez, torna o exercício do lobby uma prática cada vez mais inflacionada. Enfim, o lobo come os cordeiros até levar um tiro certeiro no meio da testa.


( cruz credo, companheiro! do stalimir vieira, em 22/9/2008, mas pelo visto, infelizmente,por muito tempo de conteúdo cada vez mais atual)

domingo, abril 19, 2009

sacrificado em praça pública, que ainda por cima levava o seu nome

Por que algumas marcas são reverenciadas por legiões de fiéis? Como o nome de um país se torna famoso por sua culinária e seus vinhos? O que faz uma marca de refrigerante permanecer jovem depois de cem anos no mercado?


Gestão da Marca ou Branding é uma disciplina acadêmica nova, mas seus fundamentos sempre foram praticados. Ícones como Harley Davidson ou Coca-cola, Wikipedia ou Greenpeace, exercem impacto imediato em nossas mentes, são logomarcas tatuadas na cabeça de milhões de pessoas!

O valor deste reconhecimento ou brand awareness é incomparável com lojas de tijolo e cimento ou outros assets off-line. A novidade, hoje, é a organização desta matéria de forma sistemática, sendo incluída em bons cursos de graduação em Marketing, Design e Administração de Empresas, ou como especialização.

Um ponto que chama atenção é a franca oposição com grande parte das práticas tradicionais da publicidade, são visões bem diferentes e pouco entendidas.

A boa notícia é que: Branding is Free!* Não custa nada! E o tempo de implantação pode ser, assim, imediato!

Como em qualquer relacionamento entre pessoas, pode ser amor à primeira vista tipo: I-Phone e Twitter ou pode durar gerações como Intel ou a cidade de Paris.

Uma Marca adquire valor e conquista seu espaço na medida que se posiciona com clareza, diz a que veio, e assume esta identidade, tem um posicionamento firme ao longo do tempo e suas ações reforçam esta visão.

O oposto disto é o imediatismo, a promoção vazia, a repetição, a interrupção, que empurra preço baixo e crediário, sempre com seus benefícios mágicos, tudo feito para se vender uma única vez, mas, sem entregar valor real o cliente não volta, não se cria um ciclo produtivo positivo, são só mais coisas ou serviços empurrados goela abaixo do mercado.

Empresas com produtos ou serviços de valor precisam se destacar em seu ramo, devem ser lembradas pelos clientes, e o Branding bem implantado pode ser o meio de conquistar este lugar merecido, é a premiação do SER no lugar de apenas APARECER.

* O sucesso na implantação da Gestão de Marcas deve muito aos conceitos e práticas da Gestão da Qualidade de Phillip Crosby, do "Quality is Free".

(branding is free, do luiz pryzant - imasters)

e por falar em branding, quanto você acha que custaria fazer de um logradouro público, com nome centenário, o nome da sua marca/produto? eu não estou falando daquelas ações de aparecer, como fazem algumas agências da cidade - a especialidade delas é mesmo o auto-aparecimento, e não o acontecimento ou o ser dos clientes que atendem - que patrocinam a manutenção de praças sem a menor importância, junto daquela que ganhou o nome de um produto pela boca do povo que refletiu o momento histórico da denominação em algum momento que consciente ou inconscientemente batizou o logradouro.

estou falando da praça da república que para sempre?, agora não se sabe mais, será a pracinha(de plus ainda o diminutivo carinhoso) do diário. quanto isto custaria para se fazer à vera com qualquer marca desta cidade? jogado fora,conquistado que foi de "graça", pela graça e vênia de toda uma cidade, para não dizer de um estado.


bom, para os brand strategists do diário, isso não deve valer nada, pois abandonaram à sorte a sede que é um marco-espelho do seu produto incrustado no emocional sensorial,geográfico e porque não dizer, racional orientativo da cidade. vão dizer que operacionalmente a saída foi determinada por circunstâncias que na verdade revelam apenas a mentalidade do capitalismo burro de gestão de custos e operação, que nesta hora, para um veículo que diz praticar o marketing moderno, vai para as cucuias. troca da sede do diário na pracinha do diário pelas instalações da cruz cabugá foi a troca da "cabeça de praia" pela guarita da modorra, onde os novos recrutas vigiam o general de pijama fazendo xixi no próprio.

qual o custo maior? manter a sede do diário na pracinha, como guardião do pedaço e de pedaço e um todo de séculos,uma redação de projetos especiais ou perdê-la em nome da lucratividade bolha de sabão habitando uma sede sem marca e com nome de cruz?

a história das marcas está cheia delas em cemitérios(apesar de toda verba gasta e ou economias feitas) e muito poucas, ou quase nenhuma, erguida em praça pública pela mente apaixonada e reverente dos consumidores de maneira free.

esse valor diário é o valor do seculae seculorum que os gestores do diário trocaram por tostões, ou pior ainda, feijões.

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sábado, abril 11, 2009

colocando o pingo nos ís ou não pinguem nim mim o tal mal pingado

.....programação pobre da televisão brasileira, na qual vc é praticamente forçada a ver, além de um monte de bobagens, Reinaldo Gianecchini numa performace bichal e apelativa no comercial do creme dental Even... patético....
(lead da natália alves de souza, advogada, diretamente de garanhuns, fritando a patetice, in http://umbocadodecoisas.blogspot.com/2009/02/um-bocado-de-suspense.html).


agora não há mais saída. mas já foi considerada honrosa, até pelo menos meados e idos dos anos 80. depois virou pastiche. um atrás do outro. a inserção de atores hoje, vá lá, celebridades, quando por falta de ideia, ou de grana, para voos maiores, sacava-se o entrecosto onde algum dito cujo atacava de papagaio de pirata do produto ou o reverso. mas havia nem que fosse rasteiramente uma linha de texto atinada ao produto. se não era calcada num copy com algum sense of humor que fosse hard-sell. portanto, sem margem para interpretações dúbias. saída honrosa era isto, antes fosse o tempo também para alguns, que já já estou passando desta para adiante.

hoje o recurso chega a ser vergonhoso. primeiro porque já passamos dos tempos de garotas propaganda (ou garotos), apesar de existirem aquelas de programas das não tão faustas as panicats que se bastam. e que de tão pesadamente engessadas disputam com a borra matinal ou vespertina de apresentadores que interrompem o drama do sequestro para anunciar cogumelos do sol(não nos esqueçamos dos silas malafaias da vida e dos r.r.soares, quando não o bispo, que seguram jesus um pouco mais na cruz para vender o diabo) apesar de sua propalada desenvoltura, garotas e garotos, e apresentadores já não tão garotos e garotas assim,quando comparadas com seus congêneres do passado, mostram-se múmias pra lá de quejandas.

mas voltando ao ponto ou ao pingo, com já dissemos a utilização de ator, num tempo em que o consumidor acha patética, não só a interpretação, mas um talho a cara de pau da associação da imagem com produtos que ele sabe os tais não consumem, é ato falho de quem passa atestado de ignorância as mudanças do mercado, onde a preguiça, a falta de simancol e a malversação de verba pingam-se uns aos outros sem a maior cerimonia. não importa o mestre em questão, vide o acting do stênio garcia para o carreteiro. carga pesada mesmo para ele, um titã dos palcos, reduzido a abacaxi de sangria pela falta de um copy mínimo que fosse. não é difícil imaginar o desastre com galãs candidatos a atores, em comerciais onde a essência do texto não se apresenta nem em pingos, quando mais na totalidade da redação - sem texto, não tem photoshop que costure uma ação que não seja de branco.

mas o problema não fica só por aí. como todos sabemos, atores brasileiros, do tipo bom rapaz, e boas moças(grassi massafera está sambando no ar)tem uma dificuldade atroz de atuarem em tríplice aliança(interpretação, canto e dança) de modo que arriscar além do texto, o canto ou a dança, é pedir para levar bordoada onde ninguém gosta(há quem goste mas não vem ao caso). é o que acontece com o comercial literalmente dançado pelo gianecchini onde o mico do pingo é multiplicado por cada segundo em exibição.

no comercial em questão, para compensar suas deficiências - houve direção neste sentido? - reynaldo, pesado e gasguito, entorna o over-acting, transformando o tubo de pasta em muleta. waal! por maior que seja a vontade de economizar na limpeza do assunto, não se consegue descobrir o que tem a ver a "performance" com o produto. a não ser estabelecer que a "ideia" que move o musical deva vir do aperto dos primeiros pingos do tesão do mijo a mover os criativos da hora, que certamente deveriam ter ficado na cueca - e que não seja aquela samba-canção sedosa que iria bem em reinaldo de outra casseta - pois certamente depois, com algum esforço, sairia alguma coisa melhor, desde que não descambasse para a masturbação, que é o que chamam de bexiga de esforço. - ah! sim, o mancebo volta e meia está no ar fazendo comercial de café na praça, quase concomitantemente ao em questão. café, basta um pingo, faz mal aos dentes. deve ser por aí a relação da performance com o produto. o café modorrento e frio em seu próprio comercial deu de acelerará-lo noutro.

a tentativa de reproduzir em comerciais performance musicais que remetem aos musicais americanos nunca foi o forte da propaganda brasileira. até porque já lá por eles o caminho era traçado de forma original, já que utilizavam o mesmo material. por aqui, findam paródias, por desastre ou consciência da impossibilidade de alcançar a perfeição do original - é preciso verba e mais verba, coisa que nunca houve, e já não há de tempos, sem falar no material humano, que há, mais recôndito, portanto custosa ainda mais a preparação - ainda mais quando nunca assumida a paródia consciente, o que já fizemos quando a criação era composta dos mais variados tipos de formação que produziam uma amálgama mais consistente, sem medo do ridículo mas com senso, coisa hoje que nem com pingo de colas high-tech se consegue.

para o reynaldo, faltou muito mais que um pingo. mas de marília gabriela. bastava um, e se livrava deste em cuecas.

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quarta-feira, abril 08, 2009

e o nada substituiu o talento

"Serviços! Talentos! Mérito! Bah! Entrai para um grupinho!" ...(telêmaco).

durante muito tempo fomos embalados, e porque não dizer formatados, pelo positivismo contido no claim do prêmio profissionais do ano.

a afirmativa valorativa de que nada substitui o talento era o alento no qual nos ancorávamos, ou escorávamos, quando paulatinamente nos embrenhávamos nos subterrâneos, nem sempre lustrosos das prêmiações e da criação dos míticos nomes do mercado, que vez em quando costumavam desabar no túnel do tempo. tempo que invariavelmente revela, a quem o atravessa, de que ele é mesmo construído sem escoras, por mais que se tente de um jeito artificial ou de outro chegar à luz no seu fim ou auge.

o amadurecimento ou o tempo de travessia costuma não raro apodrecer em vez de aquilatar os enfant prodige que se imaginam vintage impunes às praticas adotadas para chegar aos holofotes por toda sorte de subterfúgios criativos, ou melhor dizendo muito pouco criativos, o que já é constatação de marca ao longo desta década.

muita estrada, muito tempo, muita porteira e muito túnel já foram passados até chegarmos ao tempo twittado que vivemos onde as novelas dos prêmios – e elas e eles próprios – apresentam comprometidos sinais de desgastes. enquadra-se neste caso, por si só desgastado, o comercial que conclama à premiação deste ano. de conceito visual pífio, baseado que está num conceito profissional que é um verdadeiro desserviço a alquebrada conceituação da atividade – publicitário não pensa em outra coisa que não seja prêmio, neste caso o profissionais do ano – o que, verdade ou não, é justamente a tour de force, ou uma delas, do enorme desgaste da imagem que diga-se de passagem nós mesmos criamos frente aos clientes: os sujeitinhos dandies, e em nada responsáveis, perdoem-me o reforço semi-pleonástico, que só pensam para prêmio, incapazes que são de resolver problemas de caixa, com sua vocação notória e irrefutável para a criação de factótuns deles para eles mesmos- é que publicitário adora criar publicidade para publicitários. principalmente para mostrar aos desafetos que eles sim são os fodões do pedaço, o que até não seria um mal, se mal não o fossem tais criações, principalmente quando totalmente desconexas a realidade dos problemas que não só não solucionam, quando não só os fazem piorar. assim como pioraram o valor de mercado das idéias, que um dia vendemos com exorbitância de preço e que agora, como troco, pagamos ainda mais com ágio para trabalhar, nem que por isso também seja também um trabalho de mentirinha.

não vai faltará quem argumente,do silogismo ao arrière-pensée, de que a mensagem é alegórica e especial e temporariamente localizada, portanto privada as conexões com a realidade “idealizada “ de que publicitário só trabalha pensando em prêmio - “magina” - principalmente os da geração bocó-banner, o que a torna ainda mais estranha, e ainda mais ruim e grave conquanto a decapitação ou desconstrução, como queiram, dos sintagmas visuais construídos com base numa semiótica que: muito mais que míope, revela-se estupidamente caolha a realidade que não convém levantar-se, pois pior que a queda dos referenciais conceituais qualitativos da produção é o coice de um prêmio, onde até o talento para prover a sua comunicação foi substituído pelo nada que ao tudo substitui também sem o menor desalento.

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domingo, abril 05, 2009

pois faz mal ao piloro de quem preza a cabeça o vinagre que não cuida dela

sabe-se dele que os gregos, romanos e egípcios já usavam o vinagre de sidra. pelas suas múltiplas utilizações na medicina popular e na culinária atravessou séculos marcando praticas e dietas, o que se mantém até hoje. seja como tempero, energético ou mitigador da sede, para além das suas propriedades ditas medicinais(combate de radicais livres, alguns tipos de câncer, pressão alta, gastrites, etc), eis que o “vinho azedo” acaba por ser ele sim néctar dos deuses.

porém, quando se assiste o novo comercial do vinagre minhoto, “minhotamente” algo desanda dos intestinos para os neurônios, o que sem dúvidas não é reação esperada às propriedades adstringentes, principalmente de quem se propala como segunda marca mais vendida no brasil e líder no nordeste.

há que de se constatar, com temerosidade, que o recurso do non sense habitou de vez as cabeças ditas criativas. cada vez mais é maior o abuso do recurso na forma de um uso sem noção, atabalhoado ao tal ponto em que o achado semiotico de tal comercial eflui, entre outros metáforas de carinho gourmand, ao ápice do verdadeiro“ abraço de tamanduá” que recebe um frango de granja escapelado no colo que suspira maternalmente ante aquilo que vai trinchar.

há quem ache o comercial engraçado, o que decididamente não é o meu caso. tampouco, creio que o rumo do ad absurdum seja o melhor caminho para a afirmação do tempero com carinho no contexto que se pretende inserido. digo desde já que soluções ex-machina requerem, elas também – coisa que também vem lá dos gregos – inteligência e sensibilidade para que construções metafóricas, seja qual for o produto abordado, não denotem apenas a falta de empenho, conhecimento e, acima de tudo, direção de criação, entendendo-se a direção e criação como coordenadas oriundas de todas as partes rumo a referencias de ordem estética e sensorial elaboradamente mais efetivas, e portanto criativas, enquanto eficácia de solução narrativa, outra coisa que também lá os gregos, egípicios e romanos, costumavam fazer muito bem, e com que tempero.

o vinagre brasileiro, dizem os connaisseurs ainda anda distante do padrão de qualidade internacional. sua propaganda então, ressente-se enquanto produto, do produto que se acha capaz de temperar. assim dito, que fique claro que vinagre – minhoto ou não – não é causador de flatulências. provém elas mesmo de outra ordem de coisas, pessoas e ingredientes.

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