.....programação pobre da televisão brasileira, na qual vc é praticamente forçada a ver, além de um monte de bobagens, Reinaldo Gianecchini numa performace bichal e apelativa no comercial do creme dental Even... patético....
(lead da natália alves de souza, advogada, diretamente de garanhuns, fritando a patetice, in http://umbocadodecoisas.blogspot.com/2009/02/um-bocado-de-suspense.html).
agora não há mais saída. mas já foi considerada honrosa, até pelo menos meados e idos dos anos 80. depois virou pastiche. um atrás do outro. a inserção de atores hoje, vá lá, celebridades, quando por falta de ideia, ou de grana, para voos maiores, sacava-se o entrecosto onde algum dito cujo atacava de papagaio de pirata do produto ou o reverso. mas havia nem que fosse rasteiramente uma linha de texto atinada ao produto. se não era calcada num copy com algum sense of humor que fosse hard-sell. portanto, sem margem para interpretações dúbias. saída honrosa era isto, antes fosse o tempo também para alguns, que já já estou passando desta para adiante.
hoje o recurso chega a ser vergonhoso. primeiro porque já passamos dos tempos de garotas propaganda (ou garotos), apesar de existirem aquelas de programas das não tão faustas as panicats que se bastam. e que de tão pesadamente engessadas disputam com a borra matinal ou vespertina de apresentadores que interrompem o drama do sequestro para anunciar cogumelos do sol(não nos esqueçamos dos silas malafaias da vida e dos r.r.soares, quando não o bispo, que seguram jesus um pouco mais na cruz para vender o diabo) apesar de sua propalada desenvoltura, garotas e garotos, e apresentadores já não tão garotos e garotas assim,quando comparadas com seus congêneres do passado, mostram-se múmias pra lá de quejandas.
mas voltando ao ponto ou ao pingo, com já dissemos a utilização de ator, num tempo em que o consumidor acha patética, não só a interpretação, mas um talho a cara de pau da associação da imagem com produtos que ele sabe os tais não consumem, é ato falho de quem passa atestado de ignorância as mudanças do mercado, onde a preguiça, a falta de simancol e a malversação de verba pingam-se uns aos outros sem a maior cerimonia. não importa o mestre em questão, vide o acting do stênio garcia para o carreteiro. carga pesada mesmo para ele, um titã dos palcos, reduzido a abacaxi de sangria pela falta de um copy mínimo que fosse. não é difícil imaginar o desastre com galãs candidatos a atores, em comerciais onde a essência do texto não se apresenta nem em pingos, quando mais na totalidade da redação - sem texto, não tem photoshop que costure uma ação que não seja de branco.
mas o problema não fica só por aí. como todos sabemos, atores brasileiros, do tipo bom rapaz, e boas moças(grassi massafera está sambando no ar)tem uma dificuldade atroz de atuarem em tríplice aliança(interpretação, canto e dança) de modo que arriscar além do texto, o canto ou a dança, é pedir para levar bordoada onde ninguém gosta(há quem goste mas não vem ao caso). é o que acontece com o comercial literalmente dançado pelo gianecchini onde o mico do pingo é multiplicado por cada segundo em exibição.
no comercial em questão, para compensar suas deficiências - houve direção neste sentido? - reynaldo, pesado e gasguito, entorna o over-acting, transformando o tubo de pasta em muleta. waal! por maior que seja a vontade de economizar na limpeza do assunto, não se consegue descobrir o que tem a ver a "performance" com o produto. a não ser estabelecer que a "ideia" que move o musical deva vir do aperto dos primeiros pingos do tesão do mijo a mover os criativos da hora, que certamente deveriam ter ficado na cueca - e que não seja aquela samba-canção sedosa que iria bem em reinaldo de outra casseta - pois certamente depois, com algum esforço, sairia alguma coisa melhor, desde que não descambasse para a masturbação, que é o que chamam de bexiga de esforço. - ah! sim, o mancebo volta e meia está no ar fazendo comercial de café na praça, quase concomitantemente ao em questão. café, basta um pingo, faz mal aos dentes. deve ser por aí a relação da performance com o produto. o café modorrento e frio em seu próprio comercial deu de acelerará-lo noutro.
a tentativa de reproduzir em comerciais performance musicais que remetem aos musicais americanos nunca foi o forte da propaganda brasileira. até porque já lá por eles o caminho era traçado de forma original, já que utilizavam o mesmo material. por aqui, findam paródias, por desastre ou consciência da impossibilidade de alcançar a perfeição do original - é preciso verba e mais verba, coisa que nunca houve, e já não há de tempos, sem falar no material humano, que há, mais recôndito, portanto custosa ainda mais a preparação - ainda mais quando nunca assumida a paródia consciente, o que já fizemos quando a criação era composta dos mais variados tipos de formação que produziam uma amálgama mais consistente, sem medo do ridículo mas com senso, coisa hoje que nem com pingo de colas high-tech se consegue.
para o reynaldo, faltou muito mais que um pingo. mas de marília gabriela. bastava um, e se livrava deste em cuecas.
Now playing: marcelo minerbi - watermelon man via FoxyTunes
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