Primeiro, ele achou que ela queria pedir alguma coisa: assim que terminasse de preparar aquele coquetel que estava fazendo, iria atendê-la.
Depois, observou: ela não tirava os olhos dele. Era uma loira linda, muito sensual. Sem dúvida, a mais bonita do bar. E parecia estar dando bola pra ele. Então, terminou rapidamente o que estava fazendo e foi o lugar onde ela estava sentada.
“Pois não, senhorita.”
Ela não disse nada. Para surpresa dele, começou a acariciá-lo. Desabotoou-o ali mesmo, passou-lhe a mão pelo corpo. Depois, acariciou-lhe o rosto, e enfiou-lhe os dedos na boca. Ele sentiu um cheio esquisito, mas correspondeu, chupou-os. Estava bom demais. O bar estava completamente vazio e ela a cliente demonstrava uma baita tensão. Ele não viu nada demais em ceder.
Aí, ela puxou o rosto dele bem pra perto do dela. Ele estava excitadíssimo, achou que ia ganhar um beijo na boca. Então, ela sussurrou:“Você é o dono?”
Envergonhado, ele respondeu:
“Não, sou apenas o barman.”
“E o dono está aí?”
“Não, ele ainda não chegou.”
Nesse momento ela o afastou e deixou recado:
“Então, diga pra ele que o banheiro não tem papel higiênico e as torneirasestão secas.”
Aí ele percebeu de onde vinha aquele cheiro.
Não sei quantas vezes assisti – muitas até participei – das cenas:
. Primeira – O Cliente passa um brief para a agência.
. Segunda – Na Agência, a criação se mata para encontrar uma boa idéia e para convencer o atendimento a apresentá-la.
. Terceira – O cliente acha que entende de comunicação e começa a modificar o assunto: “ao invés dessa palavra, ponha....”; “aumente a assinatura”...; ‘. “diminua a ilustração”...; “o texto está muito grande...”; “acrescente......no texto.
. Quarta – O atendimento vai para a criação, layout todo rabiscado, e determina: “o cliente quer desse jeito.” A criação obedece. O anúncio fica com aquele cheirinho esquisito dos dedos da loira.
. Quinta – O cliente se lambuza, sem perceber a merda que lambeu.
( o cheiro da loura, do eloy simões)
Um comentário:
Ó pá, escreves bem. Mas na verdade a parte que mais interessa é a frase "estar dando bola". É que nós os portugueses gostamos mais de futebol que de mulher ou de trabalhar (trabalhar para que??). O resto se ajeita, o importante é (como vocês os brasileiros dizem)"enrolar no trabalho" e ler o jornal A Bola. E depois que o governo peça dinheiro à União Européia. António Sequeira
PS: Sim, nós os portugueses somos burros (o que eu acho ótimo!) mas pelos menos não trabalhamos tanto quanto o resto do mundo.
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