Mês passado, a CEO do Yahoo! e
mais quatro designers da empresa — sendo um estagiário — se trancaram no
escritório durante um sábado e um domingo e saíram de lá com a nova
logomarca da gigante finalizada. Marissa Mayer, que recentemente
completou um ano no mais alto cargo da companhia, tem feito um ótimo
trabalho desde então, salvando o Yahoo! dos apertos financeiros que tem
passado nos últimos anos. Mas ela cometeu um dos mais comuns e perigosos
erros do marketing: o “deixa que eu faço”. Marissa que ocupava o cargo
de VP de Novos Produtos do Google antes de chegar ao concorrente, passou
por várias funções em seus 13 anos de empresa, e praticamente viu a
empresa nascer. Lá trabalhou como programadora, designer e gerente de
produto antes de chegar a vice-presidência. Tendo trabalhado direta ou
indiretamente com design todos esses anos, Marissa não apenas adquiriu
conhecimento, como se apaixonou pela área. Ela escreveu em seu blog:
No campo pessoal, eu adoro marcas, logos, cores, design e, acima de tudo, Adobe Illustrator. Eu acho que é um dos programas mais incríveis já feitos. Não sou profissional, mas sei o suficiente para ser perigosa. :)
Uma
das batalhas mais sangrentas entre as profissões modernas ganhou mais
um episódio “interessante” este mês com a chegada da nova logo do
Yahoo! ao mundo. Nova?
Na criatividade, poucas coisas são mais nocivas do que as opiniões alheias. Uma crítica pode matar uma ideia em minutos e esterilizar a criatividade de um indivíduo instantaneamente. Por isso, muitos estudos e a história de grandes artistas apontam que menos pessoas levam a melhores resultados. Já pensou se tivesse alguém ao lado de Da Vinci enquanto ele pintava a Monalisa? Jamais teria sido aprovado e a obra não conquistaria a metade da fama que tem hoje.
Mês passado, a CEO do Yahoo! e
mais quatro designers da empresa — sendo um estagiário — se trancaram no
escritório durante um sábado e um domingo e saíram de lá com a nova
logomarca da gigante finalizada. Marissa Mayer, que recentemente
completou um ano no mais alto cargo da companhia, tem feito um ótimo
trabalho desde então, salvando o Yahoo! dos apertos financeiros que tem
passado nos últimos anos. Mas ela cometeu um dos mais comuns e perigosos
erros do marketing: o “deixa que eu faço”. Marissa que ocupava o cargo
de VP de Novos Produtos do Google antes de chegar ao concorrente, passou
por várias funções em seus 13 anos de empresa, e praticamente viu a
empresa nascer. Lá trabalhou como programadora, designer e gerente de
produto antes de chegar a vice-presidência. Tendo trabalhado direta ou
indiretamente com design todos esses anos, Marissa não apenas adquiriu
conhecimento, como se apaixonou pela área. Ela escreveu em seu blog:
No campo pessoal, eu adoro marcas, logos, cores, design e, acima de tudo, Adobe Illustrator. Eu acho que é um dos programas mais incríveis já feitos. Não sou profissional, mas sei o suficiente para ser perigosa. :)
A paixão pessoal desacompanhada
de conhecimento técnico profissional tornou Marissa uma ameaça real para
a marca do Yahoo!, assim como empreendedor pessoa que tente desenhar
sua própria logo. Quando falo em “marca”, me refiro a muito mais do que
uma combinação de cores, formas e símbolos, mas à estratégia, valor e
objetivos do negócio. Como escreveu o designer Oliver Reichenstein em um
artigo sensacional , “a logo é apenas uma parte de um quebra-cabeças de 1.000 peças”.
Fato é que qualquer pessoa que tenha um conhecimento razoável em design
gráfico e sabe usar o Illustrator –ou pior, o Corel– pode criar uma
marca. E mesmo que você venha de uma grande corporação na qual foi
designer no começo da carreira e trabalhe em conjunto com um grupo de
talentosos designers, criar uma nova logo para uma empresa de bilhões de
dólares em um final de semana é simplesmente falta de profissionalismo.
Só porque você pode, não significa que você deve. Esse é um dos mais
importantes conselhos que um gestor de marketing pode receber.
Porém, criar a nova logo com a
participação do diretor da empresa e um estagiário em dois dias não foi o
único erro no processo de criação. Antes de começar, o Yahoo! fez uma
enquete com os funcionários perguntando se a logo deveria mudar e o que
deveria mudar. 87% disseram querer a mudança, sutil ou radical. E eles
deram algumas dicas:
- Fonte sem serifa
- Tamanhos variáveis das letras
- Baseline irregular
- Ponto de exclamação irregular
- A maioria das logos favoritass usavam letras maiúsculas
Na criatividade, poucas coisas são mais nocivas do que as opiniões alheias. Uma crítica pode matar uma ideia em minutos e esterilizar a criatividade de um indivíduo instantaneamente. Por isso, muitos estudos e a história de grandes artistas apontam que menos pessoas levam a melhores resultados. Já pensou se tivesse alguém ao lado de Da Vinci enquanto ele pintava a Monalisa? Jamais teria sido aprovado e a obra não conquistaria a metade da fama que tem hoje.
Encontrei o gráfico acima em
algum blog algum tempo atrás e achei interessante. Ele mostra a relação
Pessoas x Qualidade na criação do design. Adoro a expressão “design por
comitê” e o ditado popular que diz que o camelo era inicialmente um
cavalo, mas que de tanto “pitaco” (do comitê) virou um animal corcunda e
babão. Um trabalho artístico deve ser desenvolvido por uma, talvez duas
pessoas e decidido por um número igualmente pequeno. Permitir que
várias pessoas com mesmo poder de decisão se envolvam no projeto é uma
ótima maneira de tornar o genial em banal.
Empresários e gestores com pouco
conhecimento de marketing costumam cometer dois pecados graves com
frequência quando se trata de criação gráfica:
1) Querem rápido.
2) Envolvem muitas pessoas.
1) Querem rápido.
2) Envolvem muitas pessoas.
O Yahoo! cometeu essas duas
falhas amadoras e o resultado foi uma logo sem novidade, sem graça e que
não parece representar a imagem de uma empresa de tecnologia preparada
para o futuro. O resultado seria certamente diferente se os três
designers tivessem trabalhado 15 dias, sem a presença do estagiário e da
diretora. Talento e experiência é vital no processo, mas seus
benefícios minguam quando o prazo é curto demais ou há muitas pessoas
envolvidas no processo.
Logos podem ser criadas em 1 hora
ou em 1 mês. Uma grande logo é resultado de um processo e não de uma
mera combinação visual. Já ouvi histórias de clientes que reclamaram por
pagar uma grana preta em um trabalho que durou apenas algumas horas.
Mas quantas milhares de horas foram necessárias para que esse
profissional conseguisse criar algo bom em menos tempo que você leva
para comer um brownie? Paula Scher precisou de décadas de trabalhos e sabe-se lá quantas logos, cursos, “nãos”
e cafés na madrugada para conseguir desenhar a logo do Citigroup em um
guardanapo durante um almoço. Quando a perguntaram como uma empresa
bilionária poderia definir toda sua identidade em questão de segundos,
Paula respondeu: “é um segundo em 34 anos”. Tempo é dinheiro, mas talento, experiência e criatividade são mais caros.
O que Paula teve foi um insight
poderoso, algo raro até mesmo para profissionais do nível dela. Criar
uma logo pode ser rápido, demorado, complexo, simples, caro ou barato.
Pode ser o que você quiser, para quando quiser e todo mundo pode arcar
com uma. Há freelancers que enviam quantas opções você quiser por $30
dólares e outros que criam apenas uma por $500. O que diferencia quem
sabe usar o Illustrator de profissionais é a bagagem que se constrói com
os anos. O que realmente importa em uma logo é se ela faz sentido para o
negócio, se ela transmite a mensagem, passa confiança, se é compatível
com valores profissionais e culturais, se ela se encaixa no
quebra-cabeça de 1.000 peças da gestão de uma marca. É o gestor quem
decide se sua empresa merece o melhor ou qualquer um serve, e lembre-se:
você também é qualquer um nesse meio. No fim, a decisão cai sobre uma
só pessoa, e se ela não tiver essa visão, nem 100 horas de trabalho de
Paula Scher resultarão em uma boa logo.
A resposta para a pergunta com quantas pessoas se faz uma logo é simples: uma, o cliente.
A paixão pessoal desacompanhada
de conhecimento técnico profissional tornou Marissa uma ameaça real para
a marca do Yahoo!, assim como empreendedor pessoa que tente desenhar
sua própria logo. Quando falo em “marca”, me refiro a muito mais do que
uma combinação de cores, formas e símbolos, mas à estratégia, valor e
objetivos do negócio. Como escreveu o designer Oliver Reichenstein em um
artigo sensacional , “a logo é apenas uma parte de um quebra-cabeças de 1.000 peças”.
Fato é que qualquer pessoa que tenha um conhecimento razoável em design
gráfico e sabe usar o Illustrator –ou pior, o Corel– pode criar uma
marca. E mesmo que você venha de uma grande corporação na qual foi
designer no começo da carreira e trabalhe em conjunto com um grupo de
talentosos designers, criar uma nova logo para uma empresa de bilhões de
dólares em um final de semana é simplesmente falta de profissionalismo.
Só porque você pode, não significa que você deve. Esse é um dos mais
importantes conselhos que um gestor de marketing pode receber.
Porém, criar a nova logo com a
participação do diretor da empresa e um estagiário em dois dias não foi o
único erro no processo de criação. Antes de começar, o Yahoo! fez uma
enquete com os funcionários perguntando se a logo deveria mudar e o que
deveria mudar. 87% disseram querer a mudança, sutil ou radical. E eles
deram algumas dicas:
- Fonte sem serifa
- Tamanhos variáveis das letras
- Baseline irregular
- Ponto de exclamação irregular
- A maioria das logos favoritass usavam letras maiúsculas
Na criatividade, poucas coisas são mais nocivas do que as opiniões alheias. Uma crítica pode matar uma ideia em minutos e esterilizar a criatividade de um indivíduo instantaneamente. Por isso, muitos estudos e a história de grandes artistas apontam que menos pessoas levam a melhores resultados. Já pensou se tivesse alguém ao lado de Da Vinci enquanto ele pintava a Monalisa? Jamais teria sido aprovado e a obra não conquistaria a metade da fama que tem hoje.
Encontrei o gráfico acima em
algum blog algum tempo atrás e achei interessante. Ele mostra a relação
Pessoas x Qualidade na criação do design. Adoro a expressão “design por
comitê” e o ditado popular que diz que o camelo era inicialmente um
cavalo, mas que de tanto “pitaco” (do comitê) virou um animal corcunda e
babão. Um trabalho artístico deve ser desenvolvido por uma, talvez duas
pessoas e decidido por um número igualmente pequeno. Permitir que
várias pessoas com mesmo poder de decisão se envolvam no projeto é uma
ótima maneira de tornar o genial em banal.
Empresários e gestores com pouco
conhecimento de marketing costumam cometer dois pecados graves com
frequência quando se trata de criação gráfica:
1) Querem rápido.
2) Envolvem muitas pessoas.
2) Envolvem muitas pessoas.
O Yahoo! cometeu essas duas
falhas amadoras e o resultado foi uma logo sem novidade, sem graça e que
não parece representar a imagem de uma empresa de tecnologia preparada
para o futuro. O resultado seria certamente diferente se os três
designers tivessem trabalhado 15 dias, sem a presença do estagiário e da
diretora. Talento e experiência é vital no processo, mas seus
benefícios minguam quando o prazo é curto demais ou há muitas pessoas
envolvidas no processo.
Logos podem ser criadas em 1 hora
ou em 1 mês. Uma grande logo é resultado de um processo e não de uma
mera combinação visual. Já ouvi histórias de clientes que reclamaram por
pagar uma grana preta em um trabalho que durou apenas algumas horas.
Mas quantas milhares de horas foram necessárias para que esse
profissional conseguisse criar algo bom em menos tempo que você leva
para comer um brownie? Paula Scher precisou de décadas de trabalhos e sabe-se lá quantas logos, cursos, “nãos”
e cafés na madrugada para conseguir desenhar a logo do Citigroup em um
guardanapo durante um almoço. Quando a perguntaram como uma empresa
bilionária poderia definir toda sua identidade em questão de segundos,
Paula respondeu: “é um segundo em 34 anos”. Tempo é dinheiro, mas talento, experiência e criatividade são mais caros.
O que Paula teve foi um insight
poderoso, algo raro até mesmo para profissionais do nível dela. Criar
uma logo pode ser rápido, demorado, complexo, simples, caro ou barato.
Pode ser o que você quiser, para quando quiser e todo mundo pode arcar
com uma. Há freelancers que enviam quantas opções você quiser por $30
dólares e outros que criam apenas uma por $500. O que diferencia quem
sabe usar o Illustrator de profissionais é a bagagem que se constrói com
os anos. O que realmente importa em uma logo é se ela faz sentido para o
negócio, se ela transmite a mensagem, passa confiança, se é compatível
com valores profissionais e culturais, se ela se encaixa no
quebra-cabeça de 1.000 peças da gestão de uma marca. É o gestor quem
decide se sua empresa merece o melhor ou qualquer um serve, e lembre-se:
você também é qualquer um nesse meio. No fim, a decisão cai sobre uma
só pessoa, e se ela não tiver essa visão, nem 100 horas de trabalho de
Paula Scher resultarão em uma boa logo.
A resposta para a pergunta com quantas pessoas se faz uma logo é simples: uma, o cliente.
(artigo do sylvio ribeiro publicado no "pequeno guru" www.pequenoguru.com.br)
misterwalk observa: se aconteceu com o yahoo imagine o que não deve acontecer com você que é um merdinha, segundo seus clientes.
misterwalk observa: se aconteceu com o yahoo imagine o que não deve acontecer com você que é um merdinha, segundo seus clientes.
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