segunda-feira, junho 25, 2007

perdidos na selva I

Meu primeiro ato após ser nomeado Diretor de Marketing de alguma grande corporaçao seria - "Será demitido por justa causa qualquer membro da equipe de marketing que autorizar a inscriçao de qualquer peça em qualquer festival publicitário". O mesmo iria valer para as agências que estivessem me atendendo e com o ônus irreversivel de perda da conta, sem dó nem piedade.

Acabei de ler o short list de filmes do Brasil e realizei que tudo nao passa de chacota. Se me permitem, gostaria de fazer uma breve análise.

A McCann entrou com um filme para ONG Dorina. A Talent entrou com a ONG Doe Vida. A DM9 com Luft Logística e CDN. E acreditem, a F Nazca entrou com Lúcio Cunha Estúdios. Tomei o cuidado de entrar no site de todas as agências. Na DM9, a Luft e CDN nao aparecem na lista de clientes. Na F Nazca, a Lúcio Cunha Estúdios, muito menos. No site da Talent, adivinha? Nada de Doe Vida. Sem saber se sao fantasmas ou nao, pelo menos Loducca, JWT Curitiba e Santa Clara, afinal, emplacaram no short list clientes que ajudam a pagar os custos todo mês. Ponto pra eles.

Pelas minhas contas, dos 12 pretendentes a Leao, 7 sao escandalosamente ilegítimos, campanhas para clientes que nao sao representativos no faturamento das agências. Cadê Assolan, Brastemp, Itau, Antarctica, Telefonica, Ipiranga, Bavaria, Mastercard, Santander, Brahma, Coca Cola, Skol e as outras grandes verbas? Sao essas empresas que pagam os salários dos geniais publicitários que as atendem.

Publicidade nao é arte contemporânea, é negócio, business. E negócio caro, que consome milhoes e milhoes de reais todos os meses. Até quando os prêmios vao enaltecer anúncios, filmes, sites, sem sequer saber se eles atingiram os objetivos do cliente? Os prêmios deveriam ser dados para as agências que conseguiram fazer o cliente sair de zero de share para conquistar uma boa fatia de mercado. Para as agências que fizeram o cliente ganhar mais dinheiro, agregar mais valor de marca ou vender mais produtos.
(E os clientes ainda acreditam nos festivais, do luciano guilherme no blue bus).

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