segunda-feira, julho 24, 2006

passando o esfregão

pode-se discutir variadas nuances do comercial da brilux.

pode-se se dizer que a produção é melhor que a idéia(obrigação da produção);que a locação exógena - problema de custos? ou recife não tem a luz e arquitetura para fazer algo esteta plástico, minimalista, high-tech, cult, "europeizado" ou que raios seja? - quebra a relação de proximidade com o universo do consumidor local, regional(que tem orgulho de ser nordestino?)do produto, apesar da quina defensável da referenciação externa que é martelo de bigorna para determinados extratos, avançando também na composição de tipos e figurinos; e a sempre questão mais do que discutível,para "homens de marketing",da sempre clamada representação realista/naturalista, seja do ambiente de compra, representado pelo supermercado, com indefectíveis carrinhos, prateleiras ou passagem pelo caixa, seja na demonstração pelo uso no lar, pelas " rainhas do lar" ou suas escravas, que almas sejam salvas, não estão presentes nesta produção, o que mancharia qualquer consciência conceitual.

mas, discutível ou não, vamos poupá-los de elencar itens mais, equivocado ou não, os ares da televisão ficaram mais limpos com esta campanha.

já a consciência, profissional, ou não, são outros quinhentos. seria o caso de dizer que da lima ou do lima, foi feita limonada. se a dose de açúcar e o copo translúcido não são os mais recomendáveis, digo - e luto por isso - que é sempre melhor a queda para cima do que a mesmice acocorada. vamos ver até onde há músculos para esta guinada não retroceder ao que era de rastos, que é o que costuma acontecer em mercados onde a filariose continua endêmica.

agora se gosto ou não gosto, finalmente? well, propaganda não é uma questão de gosto ou achismos. funciona ou não funciona. bom seria se além de funcionar no quesito cumprimento dos objetivos de marketing , ainda avançasse na educação estética,comportamental,educacional, valorativa(e não só do produto, mas moral)e, aqui e alí, política, no sentido de adotar parâmetros de criticidade ante a verdadeira responsabilidade social. mas isto também seria pedir demais na lógica do mercado pois não? então que já nos baste, não corroer os dedos e as roupas de baixo dos e das usuárias,e da inteligência mínima da audiência não queimar o endométrio nos bocejos(o tecido do interior da boca. propaganda também é cultura, é o mesmo, senhoras e senhores, da vagina)

assim como água sanitária não é perfume, embora algumas o tenham. e vice-versa. quem faz do uso, seu costume, que o diga.

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