as listas de discussão vigentes nos clubes de criação de pernambuco, e natal, são uma espécie de trailler e tentativa de aglutinação dos criativos em torno da causa que deveria ser comum: o soerguimento do clube, no caso de pernambuco, o ressucitamento.
o resultado é escabroso.
o clube de criação de pernambuco, que ainda existe? de direito mas não de fato, “ auto-implodiu-se” quando do episódio da edição do seu único anuário, que trazia apenas peças de quatro agências do mercado, coincidentemente? muito próximas a diretoria. já se vai mais de década de catinga.
recentemente, houve movimento para trazê-lo à tona. afogou-se no próprio veneno da mediocridade que pode ser constatada pelo teor das “ discussões” da lista.
a de natal, um pouco melhor, nem assim consegue escapar das choramingas de pedidos de marcas, auto-promoção de bandas e livros, convites à convescotes na ribeira, embora aqui e ali ensaiem tentativas de maior profundidade. ainda que muitas não escapem de equívocos maiores do que os que querem apontar.
talvez, porque originada de um “ mercado menor”, não tem a pretensão dos que acham que recife é um grande mercado. markeopia que não resiste a abertura dos jornais, audição do rádio e televisão, ainda que de soslaio. mas nem mesmo assim, a lista de natal escapa das missivas do tipo, "olha que anúncio genial, vocês já viram? e coisas que ficam melhor ditas numa mijadinha em banheiro qualquer de agência ou de bares de qualquer pontal.
por outro lado, qualquer sinal de vida inteligente em listas, sejam do cc-nat ou ccpe, tornam o articulista sério candidato ao ostracismo e ao vilipêndio dos que por insuficiência de in-formação praticam o achincalhe e o abaixo assinado de geração acéfala mas data venia genia que se conhece.
busílis da questão: para que serve mesmo um clube de criação ? a sensação latente é que clube existe para editar anuário. e pronto. aqui e ali, umas atraçõeszinhas sociais e já tá bom demais. que no fundo todo criativo é como socialite. que é ver seu nome ou foto impresso no que seja. e num anuário então, vai bem pra caralho, que é pra todo mundo ver que eu sou do caralho, afinal tô no anuário. — tu num tá?— então tu não tá com nada. distorção que não acomete só os nossos mercados, basta ver recentes declarações de presidentes de clubes de criação do paraná e minas, só para ilustrar.
na real um clube de criação nunca é encarado como agente transformador da realidade de merda que vive o mercado de criação da região. no fundo todo mundo quer ser pastiche do CCSP, esquecendo que clube – e mercado - não vive de gorjetas. e mesmo ccsp, minúsculo mesmo, peida feio de vez em quando, basta ver o recente episódio do pití do nizan com o " pizzaiolo "carlos righi.
por outro lado, esta egolatria clubística, sempre em causa pessoal, despreza a experiência redentora do CCRJ, um dos clubes mais ativos, conscientes, instigadores,e ativos, que se tem conhecimento: para a profissão, para a cultura brasileira e para a resistência dos bons princípios da profissão. principalmente sob a presidência do monserrat nos estertores dos anos 70. fez coisas pra caralho, do grande caralho, sem nunca ter editado, à época, anúario. e debaixo de muita repressão, diga-se de passagem. seria coincidência que depois que passou a editar anuários, o clube nunca mais foi o mesmo?
mas como anda estamos em fase de listagens, mais funestas do que redentoras, vale citar aquela passagem de um certo redator-diretor de criação pernambucano, hoje em natal, para reflexão: “ estes “intelectuais” ficam desfilando na lista. eu não tenho tempo pra isto, meu tempo é para fazer propaganda da boa”.
será? está ? estamos ?
certo é que vivemos um tempo onde todos os publicitários, inclusive o degas aqui – devem falar ( e escrever, hum!) menos e fazer mais. mais em que medida exercitar outras escritas é fator de oxigenação ou deterioração ? vale a máxima-mínima de que publicitário tem de fazer publicidade e só ? publicitário não pensa extra-briefing ? então tá combinado, ou melhor: tá dominado.
leo burnett costumava dizer que quando você emite uma opinião, vai ter gente do seu lado ou contra. mas se você não a emite não terá ninguém nem contra ou a favor.
guloseimas ou travessuras ? pensar e agir ou agir em não pensar ? ou seria bota fumo no cachimbo do saci ?
a verdade é que a lista de discussão destes clubes de criação nunca discutiu, aprofundou, consentiu, patavinas, sobre foco nas mazelas que envolve os problemas e soluções que enredam a criação; para além dos jobs e suas circustâncias, mas sim do material humano com todas as suas imbricâncias de atuação e concatenação enquanto atividade econômico-social-ideológica. incluindo a união para mudança de condições acachapantes de trabalho que – contínua míopia de marketing dos donos de agência – não significa estar contra eles e sim, muito mais a favor. afinal, não é a criação motor do negócio ?
bem, curupiras e caaporãs podem opinar, se assim o quiserem.
e, of course, haloweens.
quanto a mim, lista de discussão não são listas macarthistas, schindlerianas ou da rainha dos baixinhos. e, muito menos, bocetas de lítios e afins.
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