quarta-feira, novembro 30, 2005

jesus é fiel

o amigo nunca é fiel. só o inimigo não trai nunca. o inimigo vai cuspir na cova da gente. nélson rodrigues.

7 comentários:

Alex Camilo disse...

"Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"

Augusto dos Anjos, é claro.

celso muniz disse...

alex, augusto, apesar de augusto, não é anjo que pouse a mesinha de cabeceira das moçoilas e moçoilos que leem os malditos da moda babando-se em milk-shakes como se sangue fosse, amarrados a fiapos de brida entre os aparelhos.
seus leitores, dos anjos, das duas uma: ou tem catarro nas ventas ou nos pulmões do cérebro correm-lhes em vivo sangue a sensibilidade dos enjeitados - outsiders, para ficar mais chic. pronto.
contudo a inteligentzia ou burrtzia nacional morre de medo de ser vista com um exemplar de augusto nas mãos. corrói-lhes a pulseira dos relógios, solta-lhes o parafuso das lentes, mancha-lhes o fundo das cuecas. a grandeza de augusto dos anjos é a faca de cabo virado que a própria paraiba embainha na essência do que hoje é: não sendo catarse de sí própria, uma grande escarrada que se espraia brônquios de manaíra afora, fluídos de uma moçada que parece se perdeu desde que a leitura de augusto deixou de ser obrigatória no liceu.
a desproporcionalidade do talento e temática sem iguais na poesia brasileira e quiçá - ajudem-me porque sou ignorante, meu catarro é pouco, mundial - ainda fazem de augusto dos anjos um verdadeiro poeta mal dito, o que convenhamos é uma grande merda para todos nós.

Alex Camilo disse...

Eu creio que a Paraíba tem uma sina, que é parir loucos de poesia. Não sou paraibano nato, nasci pernambucano de Caruaru, fui retirante na paulicéia, exilado na Mauriztad e finalmente, depois de muito bater perna, parei aqui na Filipéia. Derramei todo esse miolo de pote só pra dizer, que desde que peguei gosto por poesia uma pergunta não me sai da mente: como é possível um só estado produzir loucos da estirpe de Leandro Gomes de Barros, Zé da Luz, Zé Limeira, Inácio da Catingueira,Lino Pedra Azul, Ariano Suassuna, Sergio Castro Pinto, Saulo Mendonça, Bráulio Tavares, Lúcio Lins e principalmente Augusto dos anjos? Essa não é só uma terra de muitos bardos, aqui pululam mentes de uma verve tão inventiva, bizarra e bela de fazer corar de vergonha qualquer filhote de dadaismo/surrealismo, discípulo do nonsense, punheteiro intelectual, poeta marginal ou maldito de boutique. Na minha opinião, se há algo de particular na literatura paraibana é essa coragem que seu poetas têm de mandarem o mundo pras picas e viverem no limiar entre loucura e genialidade. E isso, caro Celso, me fez querer ser paraibano, mesmo que postiço.

Um abraço

Alex Camilo disse...

Celso, se tu quizeres abrir outro blog, só pra contrariar, já tenho uma nome que dá certinho: CONTRACELSO

Menina Positiva disse...

Faz sentido... Abraços

celso muniz disse...

caro alex: contracelso já deve ter por aí os montes. os caras é que são desorganizados:) ou eu sou imune- nem tanto- a "vudu". mas guardo a sugestão.

quanto ao jorro produtivo poético paraibano, não esqueçamos a música e as artes plásticas - apesar de haver também muito artista de plástico - ele se fazia revelar no correio das artes que em tempos saudosos frequentei, claro como enxirido. já deixei muitas pegadas nas areias de cabedelo a coqueirinho. e parte de mim ainda escuta o bolero de ravel, quanto a mim melhor em vinil, mas ser paraibano é duro pelo outro lado das gentes que habita a terra esvaziada por sua elite, politica principalmente e da classe endividada que perambula suas prestações para manter em forma a pose de todas as manhãs na leitura das colunas sociais, seixo na poesia da terra.

Anônimo disse...

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