Inextirpável no ser humano, mesmo o mais sensível, o gosto perverso de contar piadas sobre minorias (no Brasil, negros, judeus, portugueses, bichas) grupos já discriminados pela natureza(anões, corcundas, aleijados), pessoas marcadas por características dramáticas(caolhos, capengas,manetas), ou com defeitos ridicularizáveis(gago, fanho,surdo), etc.
Quanto aos grupos étnicos, as piadas no Brasil, se referem desprimorosamente a argentinos(que por sua vez nos chamam de macaquitos)franceses,alemães, porém, preferivelmente, detratam judeus, portugueses e negros. Mas, reparem bem, vocês já ouviram português contando piada de português, é comuníssimo judeu contar piada de judeu, mas eu, pelo menos, não me recordo de negro contando piada sobre negro. A explicação me parece simples; a piada sobre português(burrice) ou sobre judeu (principalmente argentarismo) é perfeitamente assimilável. A sobre negro(vagabundo,ladrão,primata,fedorento) é dolorosamente ofensiva, humilhante, não assimilável pelos, sem trocadilho, alvos(….)
(,,,,) Mas tenho de reconhecer que existem muitos intelectuais que nos tratam, a nós, negros, de igual para igual – o que lhes dá um grande sentimento de solidariedade humana. E lhes permite ir contar anedotas racistas no primeiro bar grã-fino em que preto não entra. (Beto, personagem de “ Os orfãos de Jãnio”, 1978.
millor, o irritante guru do meyer, nos aniquilando outra vez com sua anti-lucidez ao que nos é imposto, posto que a aceitamos.
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