lembra quando você era pequeno e diziam que no ano 2001 seria tudo diferente ?
lembra aquelas reportagens e seriados mostrando carros voadores ? lembra dos jetsons ? pois é. o futuro chegou e não é como se imaginava. a paris de hoje é igual à paris de ontem. e será igual a paris de amanhã.
o rio de janeiro continua lindo. são paulo continua produtiva, pulsante, apesar do trânsito infernal. e as pessoas mudaram ? muito pouco. continuam solitárias. continuam estressadas. continuam buscando o sucesso pessoal e profissional. continuam procurando uma família. continuam com pouco tempo para tudo. mas, sobretudo, continuam com capacidade de se emocionar. e essa emoção pode vir com uma música que eles ouvem(sim, a música mudou).
infelizmente o tecno chegou para ficar, como uma peça de teatro, como um bom jogo na televisão. e porque não com a propaganda ?
é verdade que a propaganda ruim continua mudando. um hora ela fala besteiras. noutras, ela não é pertinente. às vezes, ela esquece de vender o produto. em outras, ela não acontece.
agora a propaganda boa não muda. desde os anos 60, a propaganda boa é a mesma. ela fala com o coração das pessoas. como a DDB fazia os anos 60 lançando o fusca. ou seja: dizendo a verdade e ao mesmo tempo emocionando, fazendo graça, trabalhando com o bom humor os pontos-de-venda da marca. isto acontece porque, se antes as marcas eram iguais. imagine hoje. com o desenvolvimento tecnológico e uma acirrada competição industrial, as marcas estão se tornando mais iguais a cada minuto. o que sobra para a propaganda? o bom humor. dizer a verdade sobre os produtos. falar com o coração das pessoas. criar entretenimento. ser sério, sem ser sisudo. ser moderno, sem ser modernoso. o papel da propaganda é diferenciar a marca usando argumentos novos para mostrar que um produto é mais simpático mas bem-humorado mais amigo, de quem está assistindo a TV ou folheando a revista, ou ouvindo o rádio, ou abrindo um banner. como se fazia no passado. e como vamos fazer no futuro.
affonso serra, na edição especial da vogue brasil,a nova cara da propaganda, edição mais arquitetônica do que filosófica, onde 12 agências apontavam os caminhos da propaganda no já longíncuo 2001.
reler a matéria me faz reaprender que exercer futorologia é tão arriscado quanto exercitar arqueologias, embora, convictamente, serra acerte na manutenção de alguns princípios.
o curto-longo espaço de tempo entre 2001 e 2005 mostra que estamos vivendo tempos onde em progressão geometrica, evolução, revolução ou involução, como queiram, o tempo nos coloca sim em novos tempos, medidos por novas medidas. e este é o grande busílis d´agora por diante. não é só a nanotecnologia. e sim como mensurar o tempo do que já não é, embora posto como tal, sem deixar de fazer as coisas a seu tempo.
por falar nisso, paris não é a mesma, como nos mostram as imagens da destruição causadas pelos imigrantes que, por enquanto, ainda não chegaram ao quartier latin.
blogs e ipods, celulares mix, deixam de ser gadjets, e tornam obsoletos certos brinquedinhos dos jetsons, estes sim ainda a frente de muitos mangás.
e, enquanto introduzia na ska, o ska das edições trojan, um certo pedro lima catatonicamente colocava o tecno na mesma linha de preferêndia dos meus blues, afundando o conceito de bate-estaca, enquanto fuçavamos bons lps em vinil para presentear seu pai que só destes escutava.
serra precisa conhecer o pedro lima. assim como nós precisamos conhecer cada vez mais do que não conhecemos para poder tocar o coração das pessoas.
ih! mas alguém copidesque isso por favor que tá mais pra gasparetto e lya luft do que para hilda hilst.
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