pelo sim, pelo não, não faça do seu voto uma arma. a vítima pode ser a liberdade de ser você mesmo. sagazmente morto ou estupidamente vivo.
pelo sim, pelo não, seu voto é uma arma. você pode ser vítima da liberdade de ser você mesmo ou de não o ser. sábio morto ou estúpido vivo, os dois lados estão apertando o gatilho indiscriminadamente, como convém à dominação.
país que tem o mais moderno mas não invejado conjunto de leis, não se pode nem dizer que no brasil tudo funciona ao contrário, apesar de. estatuto de idosos tratam velhos — melhor idade é o cacete! como crianças. estatuto de crianças e adolescentes tratam infanto-juvenis como fossem séniores. polícia age como ladrão. ladrão age como polícia. não violentos agem como nazi-fascistas. nazi-fascistas agem como greenpeaces. greenpeaces agem como governo. governo age como não-governo.
aós o espetáculo da entrega de armas, fugidio tal qual o espetáculo do crescimento, temos o espetáculo do referendo, onde os atores sociais, seja qual for o resultado da votação, serão dizimados aos milhares, sem que haja a menor comoção ou indignação.
bons tempos em que bandido era bandido pra valer - sem a concorrência que tem agora. bons tempos em que bala tinha endereço certo, que ninguém se dava ao luxo de atirar a esmo. bons tempos em que havia diferença ente urna e urna funerária.
agora é luto só. estamos atados a falsa democracia de aparências, de argumentos de cidadania, liberdade de escolha, vida e morte, racionais e emocionais. apenas como reféns de nós mesmos. numa pantomima que mata mais do que qualquer outra coisa.
espectro de povo que não vale a bala que leva, vida que dança fora do ritmo no baile que leva da existência.
Um comentário:
soco na boca do estômago.
um golpe de arma branca no cerne das questões.
a discussão sobre o referendo é (e está sendo discutida)realmente extremamente superficial.
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