quinta-feira, outubro 27, 2005

geração coca-cola

Importantes líderes publicitários brasileiros reuniram-se na semana passada, em Sao Paulo, para debater o futuro. Para aquecer as discussoes, havia palestrantes como Márcio Moreira, da McCann, Brendan Ryan, da FCB, e Joe Cappo, jornalista do Advertising Age, que relacionou '10 ameaças ao futuro da propaganda'.

Cappo destacou questoes que estao transformando profundamente o negócio da propaganda, como a consolidaçao das agências em grandes corporaçoes geridas por empresários e nao publicitários, a proliferaçao de novas mídias, a necessidade da integraçao entre meios e a dissoluçao da linha que separava a propaganda das demais disciplinas.

Falou também sobre as marcas construídas sem ajuda da publicidade, como Starbucks e Google, sobre a radical mudança no perfil dos consumidores e a banalizaçao das mensagens diante da quantidade excessiva depublicidade veiculada todos os dias.

Cappo botou o dedo em muitas feridas. Disse claramente que o Brasil nao vai conseguir adiar por muito tempo a entrada das centrais de compra de mídia por causa da pressao dos anunciantes multinacionais, que os publicitários parecem ter um caso de amor eterno com as mídias de massa, ignorando muitas vezes o potencial dos novos canais e que as agências nao sao os parceiros ideais para comandar campanhas integradas, porque só conseguem pensar em publicidade. "O problema dos publicitários é que sempre mostram seus trabalhos através de comerciais de TV e nao com resultados de venda dos produtos que anunciam" - disparou.

No palco, estavam também Daniel Barbará, da DPZ, Sérgio Valente, da DM9 e Ângelo de Sá Jr, da Editora Globo, convidados a debater as idéias apresentadas pelo palestrante. Em vez de analisar as questoes propostas, os 3 passaram a maior parte do tempo minimizando os problemas e elogiando a publicidade brasileira. "Nossa propaganda é uma das melhores e nós vamos conquistar o mundo" - afirmou Valente, para logo depois dizer confiante - "Ouvindo tudo isso eu percebo como o nosso negócio está no caminho certo". Barbará, uma das vozes lúcidas do mercado, embarcou na mesma canoa, destacando que as centrais de mídia nao entrarao no país "porque o sistema brasileiro está fortemente apoiado pelos veículos e anunciantes na manutençao do esquema". Sá Jr completou dizendo que as centrais de mídia nao deram certo na Argentina porque fizeram "cair demais a rentabilidade do negócio".

Em outro painel, este sobre o futuro das mídias, Nelson Sirotsky, da RBS, teve o desplante de afirmar que os jornais no Brasil vao bem e nao perdem atualidade em funçao de novas mídias, como a internet. Num debate com anunciantes, presidentes de agências clamaram pela ética nos negócios, mas recusaram-se a questionar a legitimidade das BVs e defenderam teses contraditórias, como a de que os anunciantes nao deviam aceitar viagens pagas pelos veículos, mas que as agências podiam fazê-lo porque têm com eles uma "relaçao diferente", nas palavras de Dalton Pastore, nada menos que o presidente da Abap.

Afinal, que país é esse em que vivem os líderes publicitários brasileiros, tao diferente do mundo real? Se você souber a resposta, por favor, mande uma mensagem para o meu correio.

que país é esse, o dos lideres publicitarios, luiz alberto marinho apertando o cerco no bluebus.

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