queridos meia dúzia, duzia e meia de leitores:
quarta ah portuguesa, coisa mais brasileira, às vezes, está sob égide de expressão considerada brasileirismo informal, trazida à tona pelo mr. lula da silva. aquele que, não sabendo nada, sabe de tudo ou seria exatamente ao contrário ?
facto que no meio de um mais discurso de menos, cuja única virtude é não ser tão longo quanto os de fidel, o presidente da republica federativa, doida para não o ser, do brasil, o pais irmão, que os irmãos do outro lado do oceano querem ver longe das vossas praias, soltou o têrmo:” é muita urucubaca, é muita gente torcendo contra”.
torcendo contra? mr. lula luiz, mais para pangrácio do que para ignácio, não sabe o que é viver no mercado publicitário de cá e de lá. nele teria perdido não um mas todos os dedos, anéis juntos, se dependesse de torcida a favor.
corremos para o dicionario, inclusive já com a curiosidade: qual seria o equivalente do termo em portugal? que sim, também vive seus incontáveis dias de urucubaca? atingido aos toldos de quem abrigado por seja qual for a nacionalidade.
o dicionário aurélio, o novo, traz registro à míngua. muito pouco ilustrativo e prestigiante para a colônia quase açoriana que nos migalha leitura. em compensação, tem verbetes providencais para quem anafalfabeto de compensações como eu.
zap para o dicionário do mestre houaiss, tido como o mais completo da língua. ficamos sabendo que o têrmo significa má sorte no que se faz ou intenta. expressão, cuja base é urubu – o aldo rabelo vai logo colocar mais um adendo no seu projeto de associações politicamente incorretas, aldo rabelo, patrícios, é o presidente da camara de deputados do brasil, orgão que perdeu o dep e não foi por urucubaca, foi por falta de decência mesmo.
sim, urucubaca, traz o conteúdo de ave da agouro que presencia e banqueteia-se dos cadáveres. há registro de que a expressão era usual na época da gripe espanhola. e, gripe por gripe, urucubaca por urucubaca, temos agora a gripe aviária, no fundo, descobrem pesquisadores, mutati mutandis, mutagenia variabilis do nosso tempo.
urucubaca é cabeça de burro, sim seu aldo, e suas variações sinõnimicas: apolitana, azango, azar, baldão, cábula (tá vendo no que dá cabular aula ?), cafifa, cafinfa, cagura, caguira com e sem trema, caipora, caiporice, caiporismo, camarço, enguiço, galinhaço, inhaca, jetatura, macaca, mofina, pé, pé frio, peso, pontapé, tanglomanglo, tumbice, desdita e haja urucubaca brasil, portugal e mundo a fora.
se sorte tem quem acredita nela, parece que urucubaca tem vida própria. abate-se sobre você como chulé. depois nunca mais solta. é a psoriáse da aura.
mas afinal que estória, os puristas dizem que ainda assim é história com h, é esta de urucubaca no bacalhau?
bem é post da semana vindoura postado do eduardo VII, mas não de madrugada.
saatchi em portugal, nem de longe da família, urucubaca ?
multinacionais no porto, nunca visgo, urucubaca ?
taxiando, taxiando, young albano´s urucubaca?
brasileiros à deriva no mercado, urucubaca ?
filme de burro, cabeças de leão, urucubaca ?
mortes à rodo nas auto-estradas, urucubaca ?
z, eterna no take-off, sobrecarregado de fantasmas, ucucubaca ?
fischer que nunca mais vem, urucubaca ?
portugal na cee, dormindo na seda, caindo da cama e acordando na lama, urucubaca ?
luis inácio lula da silva no porto, urucubaca ou febre aftosa?
bush,e bota urucubaca nisso, urucubaca?
enchentes, tsunamis, terremotos, marremotos, ciclones, furacões, sida, espécie humana em destino de dizimação ladeira abaixo, urucubaca, maior de todas ? velho testamento verbo sinistro na voz em contra-canto de islâmicos e evangélicos ?
bons tempos em que urucubaca apenas era a má vontade de ter a sogra, as broacas, ou cunhado, no almoço do domingo.
só não diga que levar com o cemgrauscelsius é urucubaca.
lê apenas quem quer e tem ou não tem juízo. urucubaca?
por falar nisso, urucubaca stenzel ? grão vasco nela.
Um comentário:
ora viva! salve o vasco, senão o das índias o das boas tintas.
dizem que os grandes viajantes são aqueles que conseguem fazê-lo mesmo sem sair do lugar.
ao viajar no blog resta o consôlo de que aqui não se assaltam portugueses ou de que nacionalidade sejam.
tampouco extraviam-se malas :) esta vai para o dicionário de amanhã.
e, para os de boa vontade, sempre há de haver souvenirs.
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