terça-feira, outubro 04, 2005

façam o seu jogo, senhores

semana passada, audiência pública comissão de educação senado para discutir projeto senador leonel pavan que regulamenta a profissão de publicitário.

participaram, a convite, vice-presidente da FENAPRO, humberto alves mendes; assessor jurídico da ABAP paulo gomes de oliveira filho, petrônio correa, presidente CENP. também convidados, olivetto e nizan, fizeram letra morta ao convite.

abaixo palavras do eloy simões, representante da SAPESC:

“A Comunicação Social e a Comunicação de Marketing mexem com o
comportamento das pessoas. Despertam desejos, alertam para necessidades, e quando mal feitas podem alterar o equilíbrio emocional.

Para isso, utilizam-se de disciplinas sofisticadas, como a psicologia, a
a sociologia, a antropologia, arte, estética, criatividade, ética etc. E isto exige estudo, conhecimento.

A comunicação social e a comunicação de marketing contam, hoje com a forçados meios de comunicação de massa – TV, jornal, revistas, rádio, outdoor, mídia extensiva, mobiliário urbano etc – dos meios de comunicação segmentados, da informática, da internet e das diversas especialidades do marketing. E isto exige ética e talento.

A comunicação social e a comunicação de marketing administram valores quealgumas vezes superam a casa das centenas de milhões de reais, mas que muitas vezes não passam de exíguas dezenas de reais. E isto e exige obstinação ética, seriedade.

A comunicação social e a comunicação de marketing trabalham, cada vez mais, em busca de resultados a curto prazo para os anunciantes, mas ao mesmo tempo na construção do valor de marca, do branding. E isso exige é tica eprofissionalismo.

Não se pode brincar com elas.

Durante quase quarenta anos, como co-fundador e júri do Prêmio Colunistas,andei por este país analisando e julgando trabalhos de comunicação e conversando com profissionais locais. Trabalhei em agências multinacionais e nacionais, enormes, grandes, médias, pequenas e micros de S. Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e Florianópolis. Lecionei em cursos de comunicação de S. Paulo e agora na Unisul – Universidade do Sul de Santa Catarina. Dirigi o departamento de marketing de importante instituição. Desde sempre tenho, como colunista, exercido a função de analista da Comunicação Social e da Comunicação de Marketing do país. Coordenei um livro, escrevi outro e estou ultimando mais um sobre o assunto. Faço consultoria para empresas de comunicação social e de marketing, para meios de comunicação e para fornecedores do setor. Trabalho na implementação de um sofisticado sistema de comunicação da Unisul, que inclui comunicação interna, portal, televisão, rádio, jornal, editora, hipermídia e revista.

Acho, por isso, que posso me considerar um razoável conhecedor das coisas que acontecem no setor, em nosso país.

E daquilo que vi e aprendi, posso assegurar que também nessa área existem dois brasis: o Brasil das maiores empresas de comunicação social e de marketing, cuja grande maioria está localizada no eixo S.Paulo-Rio de Janeiro e o Brasil real.

O primeiro reúne as 240 agências associadas à ABAP, parte das quais multinacionais, e que oferecem 3.800 empregos diretos. Já o Brasil real tem mais de 9.000 agências espalhadas pelo país, que geram mais de 47 mil empregos diretos e mais de 129 mil empregos indiretos.

O Brasil das maiores empresas de comunicação social e de marketing não tem interesse em uma regulamentação da profissão que assegure aos que concluem os cursos de publicidade e propaganda o direito de exercer, com exclusividade, a profissão . Elas têm lá suas razões. Alegam, por exemplo, que alguns dos mais importantes profissionais da área não freqüentaram esses cursos. Verdade, embora curso de comunicação nenhum iniba conhecimento, ética, talento, criatividade e dedicação. E embora também para cada profissional não formado bem sucedido existam dezenas de jovens formados que não tiveram a oportunidade de sê-lo.

Por incrível que pareça, essas empresas de comunicação social e de comunicação de marketing vêm conseguindo segurar o processo de regulamentação. O resultado é isso que estamos vendo: uma atividade desprestigiada, pressionada, criticada, cercada de enorme desconfiança, onde não se sabe direito quem é publicitário, habitada por um sem número de curiosos, onde uns poucos ganham muito, e uns muito ganham pouco. E onde mais de duas centenas de projetos no Congresso, tentam, de todo jeito, coibir as atividades do setor.

Mas os verdadeiros profissionais que nelas trabalham, os jovens que se preparam para exercer a profissão, as empresas do Brasil real – e a própria profissão - precisam que essa regulamentação aconteça, porque as protege contra a picaretagem, o amadorismo e a falta de escrúpulo, aos quais, por serem micro, pequenas e médias agências são mais vulneráveis.

É uma pena, senhores presidentes, que não estejam representadas nesta mesa duas categorias que serão diretamente beneficiadas com a regulamentação: a dos profissionais e a dos estudantes. Se estivessem, tenho certeza, manifestariam solenemente seu apoio à iniciativa do senador Leonel Pavan.

Em Santa Catarina, empresários da publicidade, funcionários, estudantes e o meio acadêmico, que fazem parte do Brasil real, vêm discutindo seriamente essa questão, liderados pelo Sapesc – Sindicato das Agências de Propaganda de lá com o apoio ACP – Associação Catarinense de Propaganda. Ali, como no restante do Brasil real, eles sabem onde o calo aperta.

E o Sapesc, depois de ouvir a todos, elaborou uma proposta de aperfeiçoamento do Projeto Pavan, que tomo a liberdade de lhes entregar.”

Na proposta que entreguei destaco os seguintes pontos:

. Exige que os novos profissionais sejam formados em publicidade e propaganda.

. Cria o Conselho Nacional e os Conselhos Regionais de Publicidade, com autoridade suficiente para conceder o título de publicitário e para excluír da atividade profissional quem não obedecer à risca os parâmetros éticos existentes. Terá, assim, papel similar aos Conselhos e às Ordem de quase todas as demais profissões. Se existisse a regulamentação profissional e em conseqüência esses Conselhos, pessoas envolvidas nem escândalos como o que estamos assistindo agora, já teriam sido cassadas.

. Prevê, também, que nenhuma agência poderá ser criada sem que publicitários façam parte da sua constituição.

Eu estava ali, é bom que se diga, como representante do Sapesc. E penso que o resultado da reunião foi amplamente satisfatório para quem, como eu, defende a necessidade de regulamentar a profissão. A própria ABAP, ali representada,até aqui uma ferrenha adversária da regulamentação, manifestou-se favoravelmente para que ela aconteça. Curiosamente a posição contrária foi manifestada pelo presidente do Cenp, mas mesmo este concordou que o assunto deve ser discutido. Por sugestão dele haverá uma próxima audiência,desta vez com a presença de representantes da APP, da ABP, da ESPM, da ARP e dos estudantes.

Foi bom, mas a luta continua. E como você já deve ter percebida, essa é uma conquista que vai depender muito do interesse dos profissionais do setor e, principalmente, dos estudantes que se preparam para entrar nele."


próxima quinta feira, comento questão. significativo ou suspeito que nizan, washington não tenham aparecido. descaso ou comissão não vale a viagem ?_

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