1. Tenho sido um áspero crítico da Abap, mas tenho de reconhecer: desta vez ela está sendo genial. Nada, ninguém, nenhuma outra entidade faria melhor. Ao invés de se manifestar diretamente contra a regulamentação da profissão, acionou outros.
Primeiro, a Fenapro, essa sua caudatária, que ao invés de defender, de fato, os interesses de TODAS as agências brasileiras, limita-se a apoiar e a aplaudir tudo o que a Abap, representante das maiores, faz. A Fenapro condenou a regulamentação com tanto entusiasmo que ao citar os participantes da audiência pública do Senado, “esqueceu-se” de que este humilde que lhe fala também esteve lá.
Depois – surpresa! – foi a vez do diretor da ESPM. A surpresa que manifesto aqui não diz respeito à respeitável figura do professor Francisco Gracioso. “Antigo publicitário”, como ele próprio se define na carta que enviou ao Propaganda & Marketing, pertence à geração que desde sempre vem evitando, quando necessário proibindo, a discussão, pelos publicitários, dos seus próprios destinos. (Não é atoa que um Congresso do setor não ocorre há décadas.) Seu pronunciamento, portanto, é perfeitamente compreensível, quando analisado desse ponto de vista. O que não é natural é ver o responsável por uma Faculdade do porte da ESPM dizer aos alunos da Instituição que eles não têm direito de lutar pelos seus direitos.
Não sei se o Cenp já se pronunciou. Se não, vai se pronunciar. A estratégia é clara. Depois, sim, para finalizar, virá a Abap. Genial.
Só que...
2. Só que enquanto isso, a cueca da publicidade vai se enchendo de batom: agências amadoras (e algumas não muito sérias) vão sendo criadas a torto e a direito; picaretas enganam anunciantes e tomam dinheiro deles; a imagem dos publicitários vai para o beleléu; o setor é visto com desconfiança crescente; as houses estão de volta; projetos prejudiciais à atividade se multiplicam no Congresso; e vai por aí afora. Pra quem gosta, é prato cheio.
Eu, particularmente, tenho nojo disso.
eloy simões, em briga de cachorro grande, pena que mordendo o osso da faculdadelazização como bandeira de guerra na luta pela regulamentação da profissão que, dizem, já está, no teor da 4760.
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