terça-feira, março 21, 2006

quase, mais ainda não é isso

A integração do marketing direto com o marketing interativo é uma das coisas mais óbvias que já se viu. Os pontos de convergência das duas disciplinas são inúmeros e qualquer análise superficial mostra claramente os benefícios que uma empresa pode ter ao implantar soluções de comunicação one-to-one integrando ferramentas on e off-line.
O fato é que a internet veio complementar o marketing direto, trazendo os elementos que faltavam para que a comunicação one-to-one se fortalecesse no mercado brasileiro e se tornasse altamente atrativa. A seguir, você vai encontrar dez pontos que demonstram claramente o potencial de integração das duas disciplinas.
1. Essência interativa — A internet é ao mesmo tempo um meio de comunicação e um canal de vendas. É o único ambiente onde o consumidor pode ser envolvido pelo conteúdo, receber o impacto de uma mensagem publicitária e efetuar a compra de um produto. É o sonho de todo profissional de marketing direto.
2. Métricas — Na internet, tudo pode ser testado antes da implementação. E o melhor: com mais rapidez e com custos e riscos infinitamente menores do que em qualquer outro canal ou disciplina. Fora isso, do clique à satisfação do cliente, tudo o que acontece na internet pode ser medido. Ou seja, 100% de todas as atividades on-line de uma marca podem ser avaliados com base em métricas confiáveis e relativamente simples.
3. Flexibilidade — Obviamente, a partir da disponibilidade em real time dos números, as possibilidades de mudanças, correções ou incrementos de uma ação de comunicação ganham um dinamismo muito maior. Os números que aparecem na tela do computador formam um desenho fiel e imediato das respostas dos consumidores. A performance passa a depender mais da ação do que da informação.
4. Custos — Uma vez amortizados os investimentos em infra-estrutura, o custo por contato entre a marca e o cliente tende a ser zero. Portanto, a performance financeira de ações de aquisição, retenção e fidelização está em constante evolução.
5. Conhecimento sobre o consumidor — Na web, o processo de captura de informações e enriquecimento da base de dados é constante. Cada vez que o consumidor visita um site e utiliza um determinado serviço on-line, deixa suas pegadas, que podem ser transformadas em preciosas informações de marketing.
6. Simplificação dos processos — Na internet, a taxa de resposta e a participação do consumidor são normalmente potencializadas em função da facilidade: o cliente não precisa sair de casa para postar um e-mail e o preenchimento de questionários pode ser substituído por diversos outros mecanismos.
7. Performance — A web oferece uma grande quantidade de pontos de contato entre a marca e o consumidor: site, site de parceiros, hot site, banners, e-mail, celular, quiosques interativos, desktop, games etc. Essa diversidade não só aumenta a possibilidade de sucesso de uma campanha como amplia as alternativas para uma marca fugir da saturação e lutar pela atenção de seus consumidores.
8. Segmentação — A internet é a primeira mídia eletrônica com real potencial de segmentação: “mostre este banner apenas para homens de Porto Alegre, com mais de 30 anos e que pretendam alugar um imóvel nos próximos dois meses”. Finalmente, podemos ver a materialização da promessa de personalização das mensagens: em banners, em sites, em e-mails etc.
9. Poder de convergência — Só a internet pode ser integrada em real time com outros canais, como o telefone. Mas isso é apenas um exemplo. A grande notícia é que em pouquíssimo tempo veremos a web como catalizadora na convergência das mídias. A TV interativa está a um passo de se tornar realidade.
10. Um novo estímulo no mercado — A internet fez surgir uma nova categoria de anunciantes que precisam de soluções one-to-one da mesma forma que nós necessitamos do ar para respirar: as empresas ponto com. Além disso, o meio interativo obrigou grandes empresas a mudar o seu mindset, que era 100% voltado para mídia de massa.
Apesar da obviedade por trás dessas idéias, ainda é raro encontrar agências brasileiras que, de fato, estejam estruturadas e preparadas para oferecer soluções one-to-one integrando a internet com outros canais. As iniciativas são muitas. Mas, na maioria dos casos, a falta de especialidade acaba sendo a realidade dos modelos.
É simples entender o que acontece. A internet provocou um fenômeno curioso: de uma hora para a outra, dezenas de anunciantes e publicitários habituados à mídia de massa se viram envolvidos em programas de comunicação dirigida. Tudo por causa da web. Com a necessidade de conhecer e explorar a mídia interativa, a maioria dessas pessoas começou a fazer marketing direto sem perceber.
Com algumas exceções, foi a partir desses núcleos que a internet se desenvolveu na propaganda brasileira. Isso explica o espanto e a indignação de alguns quando se fala em integração de marketing direto com marketing interativo. Isso também explica, em muitos casos, a falta de especialização. No fundo, é apenas uma questão de berço.

internet e MD; enfim, juntou ou quase, paulo sanna

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