quinta-feira, março 09, 2006

entalado, o cinema

A revolução que se esgota das modernas salas de projeção, que no passado chamávamos de cinema e hoje e no conjunto foram rebatizadas de multiplex e outras denominações, acabaram notabilizando-se pela pipoca. Claro, existia toda uma releitura do negócio, a otimização e diminuição da mão-de-obra e de cópias de filmes necessárias para a operação de 8, 10, 12, 16 salas simultaneamente, e muito mais. Mas, e para a história, os megabaldes de pipoca converteram-se numa espécie de logomarca dessa revolução. E de quebra, a venda da convencional e prosaica pipoca, respondia e ainda responde por parcela substancial do lucro das empresas do setor. Mas, durou pouco. Entre 10 e 20 anos.

Desde a virada do milênio que as nuvens foram se formando. E a partir de 2003 e 2004 começaram a despejar água num sucesso que segundo alguns era para sempre. Em 2005, a sirene de perigo passou a soar intermitentemente, e agora, descobre-se que a fórmula se esgotou, ou melhor, foi esgotada por alternativas novas, melhores, mais confortáveis, mais acessíveis, com uma relação custo x benefício bem mais simpática. Ainda que não proporcionando, necessariamente, as mesmas emoções das salas de cinema.

De um lado, a venda de DVDs quebrando recordes: players e discos. Só em 2005 as distribuidoras de filmes venderam no Brasil, exclusivamente para uso domiciliar, mais de 20 milhões de discos em DVD – 60% a mais que em 2004. Sem falar no total de cópias vendidas para as locadoras – 8,8 milhões, o dobro de 2004. Os chamados “home theaters”, em diferentes versões, passaram a caber em praticamente todos os tipos de bolso, das classes A a C baixa. De R$ 80, 100 mil, a menos de R$ 2 mil em 10 prestações sem juros. E sair de casa, pegar o carro, parar e pagar o estacionamento, a pipoca, o ingresso, o lanche, com todos os riscos envolvidos, foi perdendo o encanto... Não deu outra: queda de 20% na receita dos cinemas em 2005.

Assim, procura-se uma nova pipoca para o cinema. Da mesma forma como as locadoras procuram se reinventar diante de um formato que cada vez mais – conforme nossos consultores vêm comentando e alertando há exatos 6 anos – as pessoas preferem comprar a alugar, desde o ano passado mais que comprovado pela decisão da NIELSEN de auditar as vendas do setor, à semelhança como procede com produtos de higiene, beleza, e alimentos. 2005 marcou o primeiro ano dos serviços da NIELSEN nesse território, revelando a WARNER na liderança da categoria com 25% das vendas, seguida pela FOX com 21%, Universal 19%, Disney/Buena Vista 14%, Paramount 12%, e Sony 9%.

Sem falar na pirataria...
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