A blogueira Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, que atraiu a atenção da mídia nacional e até internacional nos últimos meses, deve se tornar descartável com a nova corrida pela vida das celebridades instantâneas. Em janeiro de 2006, começa o Big Brother Brasil – pauta exaustiva da imprensa todos os anos. O show de estereótipos fabricados em série, na TV Globo, atrai curiosos ávidos por uma cultura inútil assim como o blog da ex-prostituta Bruna Surfistinha, autora do livro O doce veneno do escorpião – O diário de uma garota de programa .
A ex-prostituta goza de um big brother exclusivo: o seu blog na internet. Nele, Surfistinha é a única protagonista observada. Antes da decisão de abandonar a prostituição, ela até narrava histórias com os homens que transava – meros coadjuvantes anônimos que ganhavam mais ou menos carinhas no blog dependendo do desempenho sexual. Quando deixou a prostituição, começou a contar na internet a rotina com o namorado, agenda de entrevistas, participação em evento beneficente e os novos projetos como escrever outro livro e montar uma sociedade para vender sabonetes – enfim, histórias que qualquer ex-garota de programa, ex-dançarina ou ex-qualquer coisa poderiam narrar... Temas absolutamente irrelevantes para o país, mas que atraem os bisbilhoteiros.
Condição prévia
O Big Brother , ao contrário do blog, tem vários personagens. Eles são transformados em heróis ou vilões no imaginário popular todos os dias. São anônimos que aceitam falar de suas intimidades para milhões de telespectadores e passar vários vexames por causa de futricas – parte do próprio jogo no programa. Tudo pela fama e pela promessa do dinheiro fácil.
O sucesso tanto de Surfistinha quanto do Big Brother depende somente dos mexeriqueiros de plantão, que são alimentados todos os dias pelos fofoqueiros da mídia. A cultura da inutilidade e da banalidade reina nos dois mundos. O programa transforma desconhecidos em famosos, que provocam até gritos de fãs ensandecidos. A ex-garota de programa se transforma em uma das autoras mais lidas do país – sem ter nada de útil para dizer – com o apoio total da imprensa.
A vida passa rápido quando as pessoas percebem que não leram, não ouviram nem viram nada de útil para alimentar realmente o conhecimento. É preferível não assistir televisão do que perder tempo com lixos eletrônicos. E é melhor não ler nada do que ler meras palavras sem significados. O filósofo alemão Arthur Schopenhauer bem dizi a:
"A arte de não ler é muito importante. Consiste em não sentir interesse algum por aquilo que está a atrair a atenção do público numa determinada altura. Quando um panfleto político ou eclesiástico, um romance ou um poema estão a causar grande sensação, não devemos esquecer-nos de que quem escreve para tolos tem sempre grande público. Uma condição prévia para ler bons livros é não ler os maus: a nossa vida é curta."
débora pinho, colunista da exame, no seu bruna surfistinha, a cultura da inutilidade, pra lá do ranço de quem doida pra ter um bloguinho assemelhado ao da rachel?
well, mabel, ainda que a literatura erotica existencial da bunda, perdão bruna, não valha o envelopamento do livro, como se vê nas estantes das livrarias, onde aprende-se cada vez mais que nem sempre livro é cultura, não se pode negar o mérito da surfistinha – ou seria demérito da sociedade ?, afinal, sade, bocage, casanova, miller, anais anin, cassandra rios, baixamos o nível com coisas que até para o pau nos falam cada vez mais superficialmente – de pegar sua marola e dela fazer onda suficiente para não encalhar nas livrarias como o livro do jean. livro que começou vendido na casa dos vinte e poucos e muitos agora na base dos nove e noventa estão mais agarrados a estante pelo peso que nunca tiveram do que anais da sociedade farmacológica, apesar do empurrão na banguela da globo.
entre bruna e o big brother, a surfistinha tem a minha preferência.
afinal, se é para ficar punhetando, seu manual de programa, por mais rasteiro que seja, ainda tem mais nível do que o bbb. pelo menos ao ler o livro da rachel, se você ficar de pau duro – desculpem as leitoras, vá lá, de clitoris duro – de mão em mão tem a certeza de que ele não vai baixar repentinamente por força de comentários capazes de causar mau súbito, não bastasse o pedro miau. se livros há que não calam, este não não fala.a não ser ao pau, no sentido literal, ainda assim meia bomba. faz a linha, não necessáriamente nesta ordem, melou, limpou, pagou, pronto. só engana-se quem quer.e muita gente quer.
destarte, você já entra no “túnel” da página seguinte devidamente avisado que vai levar uma vaca no lombo de escorpião.
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