iniciei a conversa com o canalha do meu jeito predileto: usando de violência desnecessária.
—não minta pra mim, seu bastardo, ou arrebento sua cabeça com este peso de papel ridículo.
—nota-se que você é do ramo. isso é um leão de outro.
—não tente desviar do assunto. Foi você quem matou a idéia de laura, não foi ? vamos confesse!
—não sei de que idéia está falando, mas se for boa estou na ficha. pportanto, porque acha que eu faria uma coisa dessas ?
—ela é muolher, diretora de arte e ganha mais que você. tá bom ou quer mais ?
—absurdo! laura é fraca, mediocre. nunca teve uma idéia na vida. tem mau hálito, pêlo embaixo do bralo e unha encravada. dizem até que é sapata.todas as idéias partem de mim. eu sou o criativo. eu…
laura chega de repente.
—laura querida!não more mais., estava falando de você. do seu talento, dedicação, charme, de como criamos coisas maravilhosas juntos.
a cena me deprimiu. resolvi ir embora e encher a cara.
página 42/43 do leão maltês, capítulo 3 do livro do henrique szklo. a novel
a continua no livro. mas acaba por aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário