Notícia de última hora: a maior procura no Vestibular da Fuvest, um dos mais disputados do país, é por publicidade e propaganda. No tempo em que eu ainda pensava em vestibular, médico e engenheiro eram o começo honroso de uma carreira de futuro.
Fiz propaganda por eliminação: tinha que ser algo que não envolvesse matemática (sambou a engenharia) e a medicina, bem, eu era péssimo até pra acertar o lugar do band-aid, imagine então o médico maravilhoso que eu seria.
Tudo bem que existem outras especialidades, mas realmente, não tinha talento pra coisa. É bem verdade que ninguém também me perguntou se eu tinha talento pra propaganda. Eu não me perguntei.
Enfim, foi nela que eu me meti. E aqui estou. Mais engraçado ainda é que meu pai teve a oportunidade de enveredar pela publicidade lá no fim dos anos 50 início dos 60, mas já tinha um filho pra criar (era o meu irmão mais velho. Eu nunca dei trabalho) e a propaganda era vista como uma coisa meio “marginal”. É bom deixar claro que era um “marginal” por desconhecimento; ninguém sabia muito bem o que faziam os publicitários e portanto, era “marginal” e “perigoso”; mas tudo light. Mas isso não era motivo naquela época para ir parar nas páginas dos jornais, fora se fosse com um anúncio. Era mais como uma profissão que não oferecia segurança e ponto. Ou seja: não é culpa do meu pai eu ser publicitário.
Ninguém imaginaria que uma profissão pouco conhecida, sem uma história clara sobre seus atributos, iniciada por profissionais que nunca fizeram faculdade sobre o assunto porque nem existia; uma profissão que não exigia “estudo” como engenharia ou medicina, iria se tornar a mais procurada cadeira nas faculdades e universidades.
Hoje, quem chega, talvez chegue com mais informação que meu pai tinha. Certamente que sim. Houve a natural evolução da profissão, técnicas novas surgiram, profissionalizou-se a profissão. Formaram-se Clubes de Criação, Grupos de Atendimento, Mídia e escolas especializadas. Seminários, premiações, workshops. Novas tecnologias e ferramentas sofisticadas; Mac, Tiger, Photoshop, Foto Digital. Vieram novos meios, novos pensamentos: Internet, TV Digital, Marketing Viral, eventos, branding. Não há como negar que hoje um estudante pode saber mais e saber melhor o que quer dessa profissão, além de achar que dá pra coisa.
O duro é que depois disso tudo, depois de ter agências e clientes mais profissionalizados, a grande questão ainda é a mesma: dá pra crescer mais o logotipo?
Meu pai escapou de boa.
meu pai não sabia de nada, do marcos apóstolo, ex-diretor de criação da artplan, redator da dm9, rio.
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