ontem publicamos um anúncio da expressão, então house da varig e agências de outras contas, publicado em 90. e ficamos de comentar e receber comentários, recebemos apenas um do incansável vc - vasco condessa - o que mostra que nossos leitores não gostam de expor-se ou o assunto não lhes interessa - aqui tratamos basicamente de publicidade e outras coisas também mais invariavelmente sob a ótica da publicidade, pelo menos daquilo que considero aceitável como boa ótica publicitária.
o anúncios suscita algumas questões que não se perderam no tempo.
a) necessidade de mostrar números para dar a credibilidade; nada como qualquer idiotice ou estatística desparafusada para tornar credível qualquer absurdo sim ou não estilizado. não refiro-me especificamente ao anúncio em sí. mas lá os números consideram apenas variáveis diretas e não mencionam nada quanto as indiretas. aliás desde então fiquei curioso em saber quanto as empresas que não anunciaram deixaram de investir - ou gastar como gostam os clientes de dizer - para haver uma comparação mínima entre perda de faturamento, capital investido, projeções, taxa de inflação corrente, juros, etc. e os valores atrelados a perda da liderança. não estou jogando contra. sou publicitário e acredito na publicidade. mas não gosto de deixar brechas naquilo que faço; para que os clientes não me confundam com cartomantes, por exemplo;
b) por outro lado, com base nos mesmos tais números podemos dizer que noventa e nove por cento das agências foram incompetentes em não conseguir convencer os clientes de tamanho desperdício em poupar seus cofrinhos com medo da recessão; e que noventa e nove por cento dos gestotes, diretores de marketing, ceos, deveriam ser sumariamente demitidos por tamanha ablação. como pode um gestor permitir que a empresa em meio a uma recessão acumule tamanho prejuizo por falta de investimento, idem perda de vendas e ranking ?
c)que as agências perdem a credibilidade porque também noventa e nove por cento delas quando sente a mais leve brisa de recessão(quando não a inventam) soltam os passaralhos demitindo gente as dúzias. cortando até o cafezinho(mas não o uísque) permitindo que se instale na empresa um clima de fazer inveja a velório de bons filhos únicos. aliás já estive em estruturas onde o diretor financeiro ficava junto a maquina de café e água para fiscalizar não o consumo excessivo dos líquidos, homessa!, mas sim se os funcionários usavam mais de um copo, o que acabam por fazer já que os fabricantes dos tais copinhos não raciocinam que o café quente faz com que use-se mais de um para se poder segurar os goles quentes(estratagema de marketing para aumentar as vendas forçando o consumo em dobro, triplo, desperdício ?);
d) em que pese minha simpatia a iniciativa do anúncio, fico também preocupado porque noventa e nove por cento das agências não faz patavinas em termos de atitudes de mercado daquilo que recomenda aos seus clientes, o que leva-me a conclusão, sempre com base em números, que noventa e nove por cento das agências vai levando na base do marketobol o negócio; uma vez que nem elas nem os clientes estão preparados para qualquer ameaça de recessão. aliás tem gente que não está preparado em tempo algum. todos defendem o mercado, mais o mundo não funciona by the book. e assim o velho exemplo que costumam usar sempre que nuvens cinzas se apresentam, citado no comentário do condessa, das imensas oportunidades presentes na crise cuja representação nos ideogramas chineses também equivale a oportunidade, vai pras cucuias rapidamente, porque na hora em que a porca torce o rabo, pimenta no cu dos outros é refresco. e todo mundo, corta verba, demite, atrasa pagamentos e que se foda o mundo, contanto que eu mantenha os privilégios de sempre: a casa de campo, de praia, o carro importado, a nova amante( a crise serve para dispensar a velha e a esposa) e por aí vai. e pro caralho também vai a nossa credibilidade enquanto homens de visão do aqui, agora e futuro, que continuam com a tremenda cara de pau em dizer aos clientes que devem investir quando o barco está fazendo água e sem apresentar nenhuma alternativa que lhes proporcione oxigênio com base em mais benefícios do que custos realmente. é nisto que dá viver-se num mercado de traficantes de espaço. na crise, agências entram em crise porque foram incapazes de tornarem-se forte(baixaram as calcinhas em tudo o que levou a perda de qualidade de pensamento e portanto de remuneração) e a seus clientes de modo a enfrentar contra-tempos com outras ferramentas que não o despedimento e o arroxo salarial - minha nossa isto está parecendo discurso antigo do pt e por isso mesmo vou acabar por aqui. mas nao sem antes dizer que agência não pode pregar na base do que faça o que eu digo mas não faça o que eu faço. quem não dá bons exemplos de gestão de recursos, qualquer um deles, não tem a mínima credibilidade para arrancar moedas de quem quer que seja. este é o furo na vela do nosso negócios. nenhum anunciante vai vai continuar a anunciar em meio a perdas para que empresários de propaganda não baixem seu nível de faturamento. só o nível de pensamento. e tome merda no ventilador.
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