o festival de publicidade em língua portuguesa é uma boa idéia. daquelas que ficamos sem saber se atiraram no que viram e acertaram no que não viram ou se foi ao contrário. mas o fato é que o festival vem ganhando endurance e a idéia de reunir a produção publicitária lusófona, apesar de tantos sotaques very british ou in american style permearem um quase tudo, deve ser, não só saudada, mas efetivamente apoiada.
mas caramba, senhores organizadores, um pouquinho mais de cuidadinho e menos complexo de inferioridade cultural. o material de televisão que anuncia o festival que nos chegou ao brasil, pelo menos para mim via televisão educativa brasileira, não faz jus a qualidade da publicidade já alcançada por portugal. um tipo muito sem graça numa fatiota pior ainda a fazer trocadalhos do carilho numa interpretação tênue a remeter aos festivais canônicos, como se sua citação, ainda que em nuances de chiste, fosse necessária para referendar um festival que reúne uma parte da criação publicitária de portugal, brasil, moçambique,angola, cabo verde, quiçá guiné, são tomé e príncipe e com material ou não timor. A riqueza multifacetada dos nossos sotaques e abordagem traduzem por isso mesmo possibilidades muito mais amplas de comunicação criativa diferenciada e com mais pica, ainda que todos saibamos que muitos padrões adoptados sejam colonizados. um dos pilares do festival, imagino, é justamente, possibilitar a amostragem não só do que se faz em língua portuguesa mas sobretudo do que é possível fazer no sentido de enriquecimento conceitual ou seria conceitural ? (conceito cultural). em vez da piadinha de publicitário de paises subdesenvolvidos porque não elevar o nosso subdesenvolvimento a patamares maiores do que o exotismo ? lusofonia não pode ficar só no briefing. tem que estar nos sotaques, no coração, na cabeça, na veia, nos peitos, no culhão (nas bundas dispensável)e, é claro, nas atitudes inclusive publicitárias. afinal, to be or not to be lusófonos na essência ?
Nenhum comentário:
Postar um comentário