Sobreviver é um processo. Evite se contagiar com gente coisificada e aposte na sua intuição para captar oportunidades. A gente vive num mundo cheio de referências sólidas. Nos apoiamos na firmeza da cama e do vaso sanitário. E respeitamos códigos rígidos. Os relógios estão mais ou menos sincronizados para registrar nosso atraso. Os faróis de trânsito são implacáveis no seu amarelo-vermelho-verde.
Manequins . E as pessoas de nosso dia-a-dia também são rígidas e formais. É o guarda de trânsito que tem orgasmo cada vez que multa alguém e que atende com um ar broxante cada vez que tem que orientar um cidadão.É o caixa do banco e o médico que nem mesmo nos olham nos olhos. Implacáveis nas suas funções.
De tanto interagir com gente coisificada dentro de um mundo cheio de rigidez é um alívio quando ainda nos captamos vivos e representantes aqui na Terra dos grandes potenciais criativos da alma humana. Conseguimos exercitar nosso lado vivo quando damos mais atenção à nossa intuição e talvez venhamos a descobrir que sobreviver é um processo permanente.
Que cada dia, cada decisão, cada relacionamento com as pessoas e o mundo ao nosso redor são apenas flashes de nosso processo líquido de sobrevivência. O mundo e as pessoas podem até a pretensão de serem rigidamente sólidos. Mas nós somos almas líquidas. Tão sutis que escolhemos muitas vezes a leveza poética de um beijo molhado em vez de um palavrão cheio de dentes.
Que nos agarramos com firmeza mesmo é em nossa fé em nós mesmos, na nossa determinação de não desistir nunca diante das tolas dificuldades cotidianas. Somos almas líquidas e poetas ambulantes. E amplos e irrestritos, ocupamos várias personalidades ao mesmo tempo. Somos pais e mães. E filhos e avós. Somos transcendentes. Somos o antes e o depois de nossa própria época.
Sabemos que sobreviver é avançar além da aparência besta das coisas sólidas e dos códigos rígidos. É arrancar do mundo ao nosso redor, com a força de nossa intuição, as necessidades ainda nem sonhadas.
Sobreviver é um processo permanente de chegar antes às respostas. Porque só quem aprendeu a valorizar a sobrevivência enquanto humanos sabe que perto das respostas estão as necessidades ainda transparentes, que ao serem bem cuidadas, podem se transformar em fonte de sobrevivência para cada um de nós
marco rosa. jornalista e diretor da marco direto marketing. colunista da isto é dinheiro,de onde este artigo foi retirado. trabalhou também na folha, folha da tarde, notícias poupulares, jornal da tarde, diário do grande ABC, DCI e, em londres, para o central office of information, orgão de divulgação do governo inglês.
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