nizan guanaes usa de uma "parábola" para explicar o sucesso, inclusive o seu. diz que em todo almoço de família tem aquele tio que opina sobre tudo tudo mas que não fez, não realizou, nada. muito prazer, eu sou o tio desta história. e que ele não é de dizer, é de fazer, o que ninguém em sã conscência ou mesmo tresloucado pode contradizer.
entre colegas, mais ou menos amigos, mais ou menos inimigos, consigo gerar um coeficiente de antagonismos capaz de colocar estações espaciais em órbita, simplesmente porque defendo, as vezes até destrambelhadamente, o less is more em propaganda, a fuga âs tendências, a elaboração do minimalismo, não como afetação, mais como derivação esteticamente trabalhada do príncípio do unique selling proposition. e, acima de tudo, o belo e criativo em contraposição ao hard-sell caixão, a estética do grito, das marcas de meia página, a subestimação de que o consumidor é tapado, brega, ignorante, esteticamente imune a sofisticação do simples na formulação publicitária e que o cliente nunca vai aceitar inovações. como devem imaginar minha vida não é fácil, sob todos os aspectos. é o preço que se paga por querer o bom sem ser o bom, imagino. e ainda assim, depois de tanto tempo, caso perdido? continuar, mesmo às custas de prejuízos financeiros, a perseguir tais princípios e jamais, leia-se em caixa alta, acreditar, mesmo não sendo caso bem sucedido, que a salvação do negócio não está em abrir mão disso, muito pelo contrário. resumindo: o tio não está fudido. tá fudido e meio.
mesmo sem saber, nizan era meu aliado. pois se existe um cara que faz hard-sell(toda propaganda criativa - não criativosa- bela e sedutora é hard sell, quem anda cagando no poleiro é que cristalizou este conceito de hard-sell como a maioria entende)com todos os atributos que entendo como positivos e ainda assim soar como propaganda criativa por excelência, este é o guanaes. o filho da puta não tem concorrência nisto, e arrisco dizer, mesmo a nível internacional.
a tigresa passeia por entre a agência e isto é nota de blue bus e penca e meia a mais de hebdomatários spicizês. notícia também é a nova escada que liga os andares da áfrica cada vez mais agigantada. acendem-se as lâmpadas e junto vem a notícia de que a ddb entra o capital da ypy, só faltou o nizan vestido de baiana descendo ou subindo as escadas.
enquanto isso no éter, um comercial da amanco estoira todos os princípios que fizeram do nizan o magnânimo. conceito e formatação, incluindo texto que o próprio reprovaria com um esporro sem tamanho anos atrás, sacadinha pseudo-instigante em malha comparativa que deu vergonha até na tigresa-deve ter sido por isso que ela sai do primeiro plano - ao fim para anunciar que a amanco é o bicho papão que vai trucidar a empresa cujo tigre encurrala os micos da concorrência, esta também mal das pernas em comunicação.
mal começo a escrever mentalmente estas observações, e carlinhos brown, a praga que retorna ao chico o bordão " você não gosta de mim mas a sua filha gosta ", espouca na tela, na versão timbalada canífera, tubífera, canibal será? zoando uma trilha - mais uma composição do nizan ? - em que tubo dá com tudo e sabe-se lá quem mais vai ficar entubado. plástico até o comercial pode ser, principalmente em tvs de plasma e no cinema, e morre aí o foco em tubos, de plástico.(eu não estou querendo que o comercial apresente os diferenciais que creditam a amanco como empresa de tecnologia de inovação no setor de tubos, e por isso criar diferenciais de superioridade para além dos intangíveis(quanto a mim nem isso) frente a tigre. mas dizer só que é a bam-bam-bam mundial, até aí morreu neves, por mais que sejamos colonizados).
mas, cacete! eu estou cutucando a fera, o nizan, com vara curta. alguém, cuja capacidade, dizem as más línguas, motivou um movimento de boicote em são paulo à sua chegada - movimento stop o baiano - pois mentes premonitoras já antecipavam que ele comeria o mercado pelas bordas, pelo meio, e sabe-se lá de que maneiras, o que só é confirmado por tudo que foi concretizado e com que brilho e com que pujança.
e, como todos, eu também fico pensando no pudim que não me cabe, justamente por pensar assim, e em mais uma fala entre as muitas do guanaes: "nem sempre você tem de ser criativo. as vezes copiar algo que já deu resultado é mais eficaz" e cai-me a ficha que já serviram a sobremesa pra todo mundo e que não sobrou nada para mim.
mas talvez por isso mesmo, de pança vazia, ponho-me no lugar do consumidor que vai comprar tubos. na hora do balcão, e bem antes. o que é que ele leva na mente?- enquanto o nizam enche o bolso - o arranco de tamanco da avanco? ou o o tigre a soprar-lhe no ouvido que você vai pagar o maior mico se levar a marca concorrente ?
barriga roncando, quase tanto como ronco de tigre, martela-me a cachola o leit-motiv que sempre me guiou, e que até na paraíba fiz valer, incrustando-o numa agência que desmantelou-se justamente por não respeitar esta fome de qualidade,
trocando-a por outro tipo de alimentação, que só gera caganera emperdenida, com o formato de bosta de sempre.
"a nossa filosofia baseia-se num conceito muito simples: criatividade e eficácia, bom-gosto e funcionalidade, devem ser, ao mesmo tempo, estéticos e acessíveis. é nossa obrigação profissional transformar o comum em algo especial e elevar o banal à categoria do sofisticado”.
até quando o tio vai ficar sem sobremesa ? ou a pergunta deveria ser; até quando vai ficar na merda? ou ainda: quando tempo esta gente toda leva para acostumar a comer merda ?
quanto a mim vou continuar acreditando que sobremesa engorda, tá aí o nizan que não me deixa mentir.
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