terça-feira, abril 25, 2006

deixa eu falar. deixar eu deixo, mas e eles ?

o livro do mês aqui recomendado ontem, na verdade é um capítulo que ganhou vida própria do " deixa eu falar", também do roberto menna barreto, da summus, 2006. deixa eu falar é um livro de ensaios diversos, ainda que com uma tônica na temporada passada pelo roberto em berlin. soltar o capítulo das engrenagens do negócio, foi inteligente, porque permite o acesso mais fácil ao ensaio que tem diversos méritos.

no entanto, na página 121, encontramos um ensaio que mais parecer um ajuste de contas. destes que todo mundo em propaganda tem ou gostaria de fazer - eu já fiz o meu em forma de ficção aqui no cemgraus e, talvez, só de sacanagem, faça como o roberto. pois se quer saber tô pouco me lixando se alguem ganhou leão com meu trabalho - fiquei puto é ver o sujeito falando da ironia do título, que era meu, que segundo o usurpador(dada as circustâncias, era um concurso de young creative, não seria usurpador se ficasse calado)nascido na terra do totem da ironia(eças meus filhos, redatores que não lêem porra nenhuma) continha blá,blá,blá, esquematizando como ele chegara ao que cheguei* com meia taça de vinho, e num piscar de olhos.

mas hoje a questão é do roberto: em o dia em que quase ganhei o prêmio pela criação do melhor comercial do século XX, mena barreto, acusa nizan guanaes, e seu então diretor de criação, washington, de chuparem o roteiro de hitler, publicado pela primeira vez em seu livro, criatividade em propaganda, editado seis anos antes, e manda ver textim por textim, a coisa toda, ora destilando desafios até judiciais, ora destilando fina ironia(ela sempre ela que seríamos de nós sem ela?) ao frisar que para quem devia tanto a ele, pelo menos esperava receber um recado com uma abraço se o comercial fosse escolhido o melhor do século XX. como não foi, diz roberto, deve ser por isso que não mandaram. (não há registro de resposta do nizan ou washington, nem no da toca dos leões, onde o assunto é pedra de toque).

bom, pelo menos, do diretor de arte, eu recebi o telefonema, reconhecendo e registrando que quando subiram para receber o prêmio (sim, eles foram os young creatives ouro do ano) só pensavam em mim. o redator, o tal, usurpador, meses depois, ainda perguntava ao diretor de arte, conto a história um dia, talvez: - e então, o cara é mesmo bom ?

pense em mim, chore por mim, não não chore por ele. bom, eu já vou somando dois leões que não são meus mais fui eu que fiz. andaria a inaugurar uma nova categoria ? a do idiota objetivo ?

* tim, tim, a sua indiferença. na peça aparece como um brinde a sua indiferença, porque o tal redator achou o título muito agressivo, para uma peça que tinha um esquálio africano, pele e osso, com um taça na mão, a ser enchida por um garrafa de espumante.

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