sexta-feira, abril 07, 2006

agências grandes não disputam mais só entre sí, disputam até o mercado das pequenas ou seria o contrário ?

calma, calma! que por enquanto não é aqui(não é ?) mas em portugal, a briga já está assim. verbas consideradas impróprias para agências pequenas, são disputadas à tapa pelas agências grandes. por outro lado, as estruturas pesadonas tão levando pau das ditas independentes ou pendentes como queiram, hot-shops, ou outsiders. serve de exemplo para agências novas que estão surgindo acreditarem que é possível brigar com cachorro grande usando a criatividade, inclusive nos formatos, para fazer ferida nas grandes. mas peraí ? não já vimos este filme antes ?

No sector das agências de publicidade o ano não promete ser fácil. Ao nível internacional a guerra entre pequenas e grandes agências deverá agudizar, assim como a necessidade de encontrar novas fórmulas de remuneração.

1-Contas transparentes

O ano passado foi marcado pelo escândalo nas contas do gigante Interpublic, com o grupo a admitir erros e a apresentar uma revisão para baixo nos lucros no período entre 2000 e 2004. A revisão indicou que afinal os lucros da multinacional foram cerca de 400 milhões de euros a menos que o declarado anteriormente. Desde que o Sarbanes-Oxley Act entrou em vigor que as empresas de maioria de capital americano são obrigadas a explicarem detalhadamente as suas receitas. Daí que os pagamentos de produtoras, de meios ou de gráficas, até aqui 'escondidos' na facturação, não sejam mais aceites. É isso que leva as multinacionais a procurarem ainda mais novas formas de remuneração.

2-Mais e mais trabalho

A filosofia das agências, quer sejam de meios, comunicação, relações públicas ou de publicidade, parece ser sempre a mesma: tudo é trabalho e tudo é área de negócio. Isto porque é cada vez mais difícil dizer onde começa e acaba a área de trabalho de uma agência. Se não vejamos. As agências de meios entram agora no soft sponsoring, nos eventos e no desenvolvimento de conteúdos, de criar diversas soluções. As agências de publicidade querem também avançar para as áreas de internet, marketing relacional e branding. A concorrência vai apertar.

Guerra entre grandes e pequenas

A disputa entre as grandes e as pequenas agências de publicidade é cada vez maior. O ano que agora terminou está cheio de exemplos. Em 2005 foram vários os anunciantes globais que mudaram as suas contas para pequenas agências e muitos destes anunciantes são de peso. Um desses casos foi a conta da Mini, da BMW, que entregou a criatividade da marca à agência Butler, Shine, Stern & Partners, uma agência independente da Califórnia, Estados Unidos. A Coca-Cola foi outro gigante a entregar a sua conta global, que está avaliada em mais de dois mil milhões de euros por ano, à Wieden & Kennedy. E isto num concurso em que estiveram presentes agências como a Berlin Cameron, a Ogilvy & Mather, a Publicis, a McCann Erickson e a Mother. A mesma agência ganhou ainda a conta da Eukanuba da Procter & Gamble. Para as empresas esta parece ser uma solução cada vez mais interessante e a escolha prende-se muitas vezes com a facilidade que as pequenas agências têm em responder aos clientes de forma mais célere, com soluções mais arrojadas e não estão presas a formatos ou a redes internacionais ou mesmo a conflitos entre clientes. As multinacionais, por sua vez, desconfiam destes argumentos apresentados pelas agências mais pequenas.

Fontes consultadas: Adlatina.com, BlueBus, TrendWathching.com, Advertising Age, Oregon Live, Yahoo Finance, Meios & Publicidade, Diário Económico, Adverblog.com, Goodtechnology.com, Brand Republic, Marketeer, Meio e Mensagem, New York Times, El Mundo, Strategies e Campaig.

três avisos para as agências, no semanário português especializado meios&mensagem, publicada em janeiro.

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