terça-feira, abril 11, 2006

bolsa de empregos, furada II


fala sério? você conhece alguém que depois de ficar desempregado arranjou emprego via bolsas de emprego ?(se arranjou duvido que dê seu depoimento cheio de orgulho) mais sério ainda: você contrataria alguém que colocasse seu nome numa dessas bolsas ? então ? porque raios existem tantas bolsa de emprego? descargo de consciência, sentimento de solidariedade mal enfurnado ? ou puta de uma sacanagem: idéia de algum sádico que é pra documentar ao escárnio geral que chegastes ao fundo do poço.

aconteceu. sabe-se lá porque. você olhou de mal jeito, flertou ou passou a mão na bunda a menina da recepçao - que dessa vez tinha um caso com o supervisor - reafirmou seu ponto de vista sobre a campanha contrariando o diretor de criação. ou foi o passaralho e até mesmo, mereceu: não tava bom das pernas naquele momento e teu trabalho tava abaixo da média. tás na rua, velho. fudido e mal pago. e aí não se sabe o que é pior. começar ou recomeçar de novo.

dizem os entendidos, que o grande segredo é desenvolver a tal cadeia do marketing interativo, ditu cujo pessoal. o que sem a verve que me consigna diariamente, pressupôe, nisso toda gente concorda, muita babada de saco, muita falta de caráter, na maioria das vezes, para tornar-se membro da tchurminha: ou seja, engolir sapos, ser um cara meio amorfo. mas legal sacumé ? , trabalho nem precisa ser tanto ? por outro lado, fina ironia, quem está(muito bem) empregado nunca precisa, nem da bolsa nem da tchurminha. não é o caso do segundo ou terceiro time, aquele composto de gente que respira a segundona agradecido por não estar na terceirona e se queda contente por estar nas escolas do segundo grupo, melhor ainda se é destaque. de qualquer carro alegórico que não quebra. é nessa faixa que a tábua imbica. é nessa faixa que está a maioria de todos nós.

as tais bolsas são recheadas na maioria por iniciantes, a quem bate a ilusão da exposição por mais uma via de acesso - e quando a bolsa está inserida num site especializado a ilusão aumenta - ou por mão de obra " mais madura" ou seja: não é que seja decadente, aliás tem gente muito boa(eu ainda não estou nas bolsas) como vimos nos exemplos de ontem, e capazes de dar uma sacudidela no caixa, a favor, de muita agência que menospreza-lhes o talento e a vivência, que apesar de tudo oque se tem dito, pode fazer a diferença na estruturação de negócios. claro, que se a estrutura vive de arrumadinhos, isso não importa muito, o que pode se considerar, mesmo assim, um erro estratégico.

o fato é que o primeiro e decisivo passo para arranjar emprego, é estar empregado. se você está empregado, os empregos aparecem como cunhados no churrasco dos domingos. e aí, instala-se o círculo vicioso. se quero, indico a minha vaga para alguém da tchurminha. se não quero, também indico. e não sei se já repararam, são sempre os mesmos que estão no lugar de sempre. a tal renovação do mercado, não acontece, salvo no regime da troca de mão de obra barata por mão de obra mais barata ainda.

mas onde queremos chegar ? amanhã, terceiro e último capítulo, descobrirá. e aí vamos falar das liistas e bolsas de emprego dos clubes de criação(sim alguns deles tem) e da sina dos envios de currículos e mails que para 99.9 das agências não passam de spans.

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