súbito o vidro do quebra-vento quebrou. bati a porta e nem ví. quando voltei alguém disse quebrou quando você fechou a porta. ái,ái,ái, meus macaquinhos. vai ser uma foda! já fui logo antecipando . môsca branca. em recife, terra de ninguém, nada se acha, quanto mais o vidro do quebra vento do gurgel tocantins. um carro 91 e ainda por cima de fábrica de massa falida. solução local ? mandar fazer. estamos em 2005, um vidrinho temperado de nada, consegue-se né ? consegue não. dois dos mais renomados endereços, belga e san marino, dizem que “ nosso forno não aceita peças de tamanho reduzido”. puta que merda! tanta tecnologia e um vidrinho de nada, ainda mais reto,não pode ser fabricado. cacete! olham-me com uma cara como se estivesse pedindo para fabricar a lasca que soltou-se do ônibus espacial. tô mesmo é fudido, já devia saber. afinal venho já me ferrando por ter inventado de restaurar um jeg, jipe produzido pela dacunha nos anos 70, que quase ninguém sabe o que é.
chego a conclusão de que certas empresas estão confundindo o conceito de pensar grande. pensar grande para elas é só faturar contas grandes e ignorar o pedido daquelas pequeninas coisas que significam muito emocionalmente para o consumidor.e isto faz-me lembrar o sistema de brian epstein do qual nasceu os beatles – quando algum desavisado procurou um disco do beatles quando eles não existiam, briam anotou e correu atrás. o resto é história. bem, e ainda que for a de linha, existem gurgéis pra cacete rodando. afinal, foram produzidos mais de 40 mil . e olinda, é a cidade-dormitório onde eles se acotovelam.
mas a melhor tirada deste tipo de pensamento do pensar grande, foi a resposta do dono da vidraçaria no bultrins junto da igreja universal de deus: “fazer eu faço , mas sabe como é: vai dar muito trabalho, faço não”.
rateio de igualdade entre grandes e pequenos no brasil esta postura de pensar grande, de fazer o grande, de considerar apenas o grande, acaba por produzir mais estragos do que benefícios. mas aí você diria: mas camarada você está vendo a coisa por sua ótica de vidro quebrado. pelo lógica da produção, não compensa mesmo ter,fazer,produzir tal vidro. mas esta é a lógica do capitalismo de produção que os mesmos homens de marketing dizem estar sepultado na medida em que o marketing de produto deu lugar ao reinado do marketing do consumidor e dos nichos. e até do “anti-marketing”, no sentido de respostas aos outsiders.
num país onde a frota de automóveis envelhecida ainda é maioria no mínimo é burrice dizer que não há mercado para quem pensando grande, pensa pequeno e localizado.
sim, o vidro já está vindo da yamauto, são paulo, custando os tubos mas o frete. estes pensam pequeno mas fazem contas pra lá de grandes. este dinheiro pago – porque a maioria dos donos de carros antigos paga mais caro por qualquer peça – o valor utilitário e o valor emocional – poderia ser ganho por aqui. E o boca a boca faria as delícias do caixa.
mas isto não interessa para quem pensar grande sem pensar pequeno. o que também leva a markeopia ou a míopia de marketing como queira.
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