cerveja pra brasileiro basicamente significa futebol, praia, mulher e música (pagode ainda reina, mas tem funk dentro e claro, brega, axé e calypso)não necessáriamente nesta ordem( a música e o básico) mas de preferencia tudo muito junto ou seja: dor de corno, penalti roubado, azaração, contar vantagem, afogar as mágoas, porrinha, popozão, ricardão, zoeira, boteco pé sujo, bar do centro, de periferia, bar de calçada, urso, muita conversa politicamente incorreta, dominó, muita quebra daquele mandamento do não cobiçarás a mulher do outro, o carro do outro, as férias do outro, muita queixa da sobra e do cunhado, enfim: meu chefe é um filho da puta, cê viu a mina nova da recepção? cabe de tudo naqueles copos da nadir figueiredo, porque cerveja é vida por trás e na frente do balcão. o que ainda não pegou por aqui foi boutique de cerveja, aquela lojas-quase-bares-lojas, onde se tem a disposição centenas de marcas da loura gelada, que muitas vezes é mulata, preta, cinza, vermelha, roxa, amarela, grená e muitas delas com um teor de alcóol que faz cachaça piá. resta o consolo de que não inventaram local ainda melhor pra se tomar “uma ceva” do que bar ou coisa mas parecida com vagabundo. e aí pode ser da praia ao subúrbio. da laje a beira do canal. vale até bar vizinho de cemitério, que ainda tem muita alma boa cheia de histórias pra contar.
e assim muitas e muitas campanhas memoráveis incorporavam a vida do brasileiro a seus rótulos. bons tempos de brahma versus antártica, ao quais se incorporou a kaiser do baixinho, que logo algum especialista de marketing detonou (especialista de marketing não entende porra nenhuma de cerveja como se pode ver pelas campanhas que obedecem aos briefings – a da nobel é uma delas – afirmando que apesar do reminder os potenciais bebedores de kaiser teriam vergonha de se identificar com marca que tivesse tal ícone. quanto a mim penso que dificil é se identificar com a falta de ícones criados enquanto a kaiser esteve nas mãos da w(que vexame) e da fcb, agora draft/fcb. e, pior a emenda do que o soneto, com o baixinho fudedor do agora explicitamente requentado e de tal modo artificialmente forçado, que o piercing da karina lhe parecia grande sacada entre os dentes.
depois tivemos a criação da ambev e a coisa começou a degringolar. é como se você fizesse de dois times como flamengo e fluminense, grêmio ou internacional, vitória ou bahia, fortaleza ou ceará, uma seleção estadua,l estimulando o racha ao mesmo tempo que justificando o combinado, quisesse convencer de que todo mundo é bom no racha e que não houve troca de camisas. zeca pagodinho já surgiu nessa, no meio de uma ação, que bom bebedor de cerveja que se preza não engole.
número 1 dali, a experimenta daqui, e a coisa foi definhando, até chegarmos ao slices of life da skol que leva menção honrosa(a glória segundo o texto do andre martins publicado ontem) mas que nem de longe é uma campanha a altura das melhores tradições da cerveja. isso sem falar nas campanhas internacionais que demostraram que até com gente agonizando é possível criar campanhas “estupidamente geladas”, mesmo em países de clima frio d´alma mas de propaganda memorável, sem uma gotinha sequer de bunda, que foi o que abundou até recentemente. só comprovando aquela teoria de prática provada de mesa de bar: que quando uma das cabeças esquenta a outra não funciona, o que no caso dos autores destas campanhas bundas só confirmou a falta de tesão para com a propaganda.
mas esta conversa toda acabou me deixando com sede. vou tomar uma? itaipava, mulata, polar, colônia, original? dependendo da região, e não só da propaganda, cada vez mais você tem escolhas melhores, principalmente na região sul, do que aquelas que lideram o share of mind de acordo com o investimento em marketing e mídia: skol, antartica e brahma, respectivamente.
só não me arrisco a tomar aquela com nome e água? de bateria delco, a belco. preconceito tipo "classe ahhhh"? ou seria um zé ruela por isso?
bom, amanhã a gente mata a saideira(e o mestre).
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