nem cascudo nem peteleco. upper-cut. cena passada do abominável "aprendiz". a ppp da vez da nossa profissão. presunçosa paródia pôia brifada em arcabouços de show-reality. preview da premiação onde foi calcinada a sintaxe-desabafo, do candidato a loja dos quinhentos de manhattan. aquele zé-alguém que ousou subverter, sabe-se lá porque bílis, as regras da competição. ainda que metaforicamente, com todas as conotações e denotações do ato, pois enquanto aprendiz alçou-se ao topo sob pressão e despediu o patrão, despedindo-se do programa. e, não metaforicamente, levou de feed-back um bilhete azul em verbal de dupla demissão, na verdade tripla, a dele mesmo e a "dupla" do justus, com o adendo: você não só fechou a porta para comigo - o que já é fechar muitas portas - como fechou muitas portas na geral do mercado.
o aspecto janota de roberto justus ou quase dandy, um dandy pressupõe alguns requisitos que faltam ao juju, que hoje estou mais para oscar wilde do que para fischer, neste caso ele um aprendiz? - sim, eu também estou fechando portas. mas como não sou chaveiro nem marcineiro, não devo viver por conta disso muito preocupado já bastando o que me preocupa na conta da padaria - contribui para a face dura e cortante da questão. uma questão de estilo para o roberto, entre dentes perfeitos, corte de cabelo duvidoso e ternos de corta bolso dos comuns mortais, exercendo em sua lacônicidade a postura de um ceo mão de ferro: sem humor, rosto crispado. sem esconder que o jab de esquerda do postulante a aprendiz machucou seu ego, apesar de sequer desarrumar sua sobrencelha, crispando-lhe o rosto como uma bofetada sem luvas. foi um momento risível, tornado tenso, pelas regras que os professores ensinam aos aprendizes com maioria esmagadora: a subversão das regras é inadimissível, assim como os sorrisos que não façam parte do espetáculo e o riso a bandeira despregada, nunca em público. imaginem a cena reescrita com espontaneidade e meia-dose de humor: em vez do risível, boas risadas. um "que é isso garoto, se não guenta porque veio? " sem ferinidade. a manutenção da autoridade sim. mas com a flexibilidade de quem tem a superioridade na gestão e na manipulação de comportamentos na palma da mão. chama-se a isso, savoir faire. não seria mais justus?
esqueça. contradiz visceralmente as regras internas do negócio e a ética da autoridade que nos regula e governa. nosso negócio é sério ou melhor: sisudo. apesar de toda um aura fake que nos atribui descontração e um capacidade de subverter as regras para que assim, virado o mundo de cabeça para baixo, possamos achar o tal angulo competitivo, nem sempre assim virado de ponta a cabeça. nós publicitários adoramos criar este clima de profissão liberada. o que me lembra em muito a fuga das galinhas, nós que somos, poedeiras, a imaginar-mo-nos com asas, apenas matéria torta e penas. muitas penas.
dizem que um dia nossa capacidade de subversão intelectual e comportamental foi admirada, estimulada e permitida. mas apenas na área de serviço deparmamentalizada por criação. a gaiola das loucas. os engraçadinhos de plantão, os fashion-boy do segundo andar. mas, desde que "não se metam na parte séria do negócio", que nosso negócio não é de graça ou seja: temos de mostrar que somos uma empresa séria. mais ou menos como o filho do caseiro que pode utilizar a piscina mas que causa constrangimentos se nada melhor que o filho do patrão. isso é o máximo de liberalização que nos foi consentida. piscina e caldo. já que apenas os realmente subversores de ação, pularam fora para outros negócios, ou para dentro do negócio com outros tipos de permissividade. ainda que muitos deles, tenham passado de subvertores a detratores e tratores de subvertores, realimentando o círculo.
obviamente há uma parte nefasta da subversão. a esta não estou me referindo, nem aplaudindo. foco a que contém elementos que possibilitam a oxigenação do negócio.a transmutação de alegria em lucro. descontração em objetividade. sisudice em flexibilidade. pirâmide em círculo.
.... — eu o estou demitindo da minha vida.
.... — e você está duas vezes demitido.
fosse você gestor de potenciais diferenciadores e em qual das duas atitudes identificaria vetor de positividade e empuxo para fazer a sua empresa melhor: a do " fraco" que perdeu a cabeça. e que mandou ver o que milhões de pessoas gostariam de fazer mas engolem à seco?(por isso mesmo decapitado com uma estocada de execração, o velho exemplo que vem desde os tempos da inconfidência mineira). ou a do forte? compelido pelas câmeras a bater no ceguinho com a firmeza e a elegância de quem sequer afrouxou a gravata.
aprendiz de feiticeiros quando empossados quão justus serão?
* entendo que a publicidade desde a clássica definição do marketing é um dos seus pês. por outro lado, se hoje fazemos comunicação de marketing de marcas, da área de criação ou não, o nosso negócio é este, direta ou indiretamente.
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