quinta-feira, setembro 28, 2006

manual do anti-marketing político II

não voto em candidato que repete a nos fartar, o sinal de positivo. é o famoso candidato artrite-crônica, nero da nossa indulgência. e sempre que vejo o v da vitória, naquelas caras idiotas, fico a imaginar aonde é que eles pensam que vão enfiar aqueles dedos, ou melhor a mão inteira.


reta final de campanha. uma das mais pífias em forma e conteúdo, inteligência aplicada e princípio moral aportado. fazemos a partir de hoje um apanhado geral, o que significa no mínimo meter a mão em bosta. como dizia um velho slogan da une, “ se o mundo é uma merda, e queremos transformá-lo, temos de lho meter a mão”. então, daqui, da nossa lajezinha, onde traficante de espaço, analista de escândalo, proxeneta de influência e estagiário de mau caráter, não toma chá verde, lanço a minha mão.

algum slogan memorável? algum jingle chiclete? alguma vinheta bordão? algum debate antológico? alguma logomarca anti-standard? pois, já começa e podia terminar por aqui.

quer a nível presidencial, quer a nível estadual, as campanhas não tiverem mínimo grau de evolução e criatividade se comparadas as anteriores. muito pelo contrário. o que ainda se vê foi apenas involução de princípios, sejam éticos, sejam morais, sejam profissionais. os seguidores da escola americana do marketing eleiçoeiro, continuam adeptos ferrenhos de uma só ferramenta: a delação a qualquer preço, premiada com honorários incomesuráveis, ainda mais se considerados os desdobramentos nas praticas dos governos eleitos, ou reeleitos. o negócio é cavar falta, drible? só nos 171 de escândalos e dossiês pré-fabricados. haja colunas de fumaça, clipeszinhos de bunda muito pouco acalorada e sobraram as tentativas de uso do gás hilariante na democracia. o que por pouco não causa efeitos do gás sarin. o qu também leva a seguinte conclusão: já tivemos calhordas aglutinados às campanhas mais eficientes e inteligentes. sejam como marketeiros, assessores e candidatos. e que nesta rinha duda fez falta.

campanhas milionárias sim. práticas e resultados eficientes? dirão que sim os vencedores, mas a um custo altissimo em desgaste de patrimônio político expositório acumulado, ou rejuntado como queiram, o que equivale a dizer que vários dos candidatos vencedores seguirão em frente mas com o figurino bastante esgarçado, sindromes do estômago revirado a que se descomposturaram para tornar-se vistos.

o discurso político empolgante definitivamente não existiu nesta campanha. aliás, sequer o escândalo empolgante, se é que poder-se-ia tratar algum escândalo assim. mas isto é assunto para o desdobramento destas observações, que pela ordem, dar-se-ão , tratando da candidatura presidencial, e da estadual, tomando-se como exemplo o estado de pernambuco.

o fato certo é que o voto desta vez não foi amarrado por dentaduras, alpercatas ou laqueaduras majoritariamente. foi pela barriga. bem ali onde nascem os deuses. que de há muito já escolheram seu prometeu. rasteira nos publicitarios de ocasião, malversadores do vocábulo estratégia. eles, para quem na maioria perna de pau no jogo político, craques de araque só em tempos de campanha, perceberam, tarde demais, que lá atrás, alguém com visão precisa e medonha, enquanto ideológo dos primeiros socorros, buscou na maleta de estrategista o binóculo da visão que perpetrou o cálculo que a 70 reais por cabeça, seria muito mais barato conquistar um eleitorado que, em vez de consumir esperança vendida ao preço abusivo de campanhas expressas em logomarcas de macdonald´s, fidelizou seu voto a cardápio comestível que mantém a fome na temperatura certa, ainda que servido anos inteiros como bóia-fria.

enquanto isso, localmente, o candidato geléia-de-mocotó… bom, vamos deixar para amanhã ou depois as sobremesas, ainda que não servido hoje, só entrada, o prato principal. a nossa bolsa é pra família pra lá de grande.

sim, eu também não voto em candidato detergente: aquele que a toda hora fica dizendo que tem as mãos limpas, porque ai tem.

Nenhum comentário: