sexta-feira, setembro 29, 2006

manual do anti-marketing político III

não voto em candidato topa-tudo por dinheiro. aquele que tem respostas para todos os problemas do estado, apesar de causador, por omissão ou inépcia de boa parte deles.
menos ainda em candidato-replay. aquele que agora na oposição pede para bater o penalty que já perdeu.

o debate orquestrado pela outrora vênus platinada, hoje mais pra achatada, praticamente encerrou a campanha política em pernambuco.

mediado pelo indiana jones da caatinga, chico josé, duro, prepotentemente inábil, tal qual meganha de baixa patente de plantão, a vigiar presumíveis dobermanns, com aura de autoridade destemida, creditada a suas desventuras enquanto repórter, contribuiu para fazer a noite de terça rough de casseta & planeta versão papeiro da cinderela. afinal, pra encarnar seu creyson, é preciso talento, e nisto, humberto o mais encarnado para o papel, nem a voz, apesar de uma certa aquisição.

não é preciso enxergar dois palmos mais à frente para imaginar que o busílis do debate seria o embate de mendoncinha e o menino de olhos de photoshop, eduardo campos. e de todos contra o mendoncinha. coisa feia. de turma de menino de colégio que se destestam e querem assumir a presidência do grêmio. mas que não tendo como bater sozinhos no desafeto, juntam-se para tirar proveito em causa própria. acotovelando-se, enquanto falso pacto de combate em causa única. e nisto sobram cotoveladas para todos os lados, inclusive para o telespectador.

isto posto, areinha quente pra quem é valente. e o candidato a valente é até então o valete de jarbas. tido como geléia de mocotó, ou seja: se tem substância, muita gente ainda dúvida, já que inodororidade e sensaboria sobram. predicados aliás, já apontados por aquele que de inocêncio não tem nada. e que mais parecendo óleo de soja do que azeite de oliveira, perdeu para mendoncinha o direito postergado à candidatura, definitivamente retirada após.

menino doszoio de photoshop de um lado, acusando upper-cut, supostas escutas telefônicas envolvendo propinas(até nisso falta de criatividade) e de outro, humberto, cuja assessoria parece nunca ter ouvido falar em fonoaudiologia, para minorar aquela voz rascante, que nada ajuda a patetada de uma indiciação prevaricada ou não, providencial guarda-baixa no fígado, para a candidatura de eduardo. o que por sua vez, deixou mendoncinha num quase mano a mano em campos eduardo. salvo por beliscadas aqui e ali dos eternos segundos. o candidato do psol, alguém se lembra o nome? o juiz do partido de morte, aquele que quer que nós usemos o dedinho(que ele faz o resto) e o candidato que quase, eu disse quase, se constituiu em terceira força política, rivaldo soares que deu bons dribles no timing apertado, ao longo da campanha, nas limitações da legenda e, na cama de gato que seus partidários lhe deram, momento em que para projetar-se em grau de idoneidade maior que a sombra, criticou contudentemente candidato do partido. talzinho que deu entrevista fantástica a emissora, revelando o patife que era. neste caso parece que rivaldo aprendeu que o correto nesta campanha(só nessa?) não ganha voto nem dentro, quanto mais fora do partido.

mal soou a lagarda, e o que se viu foi a tentativa, sem técnica, de disparatados golpes baixos, travestidos de bravatas de todas as partes. todos candidatos incompetentes em se dizerem competentes. mas ainda mais incompetentes nas agressões para afirmar isso. nenhum supercílio atingido, apesar dos corners de alguns. ao final, muita mão machucada pela bleforragia acentuada.

e esqueçam esta demagogia de debate para apresentar, esclarecer, discutir progamas. o programa é saturar a denúncia até o insuportável da defesa. não menos calhorda, porque sempre esboçada em contra-ataque que não vai além na baixaria porque lhe falta combustível. aqui e ali umas revelaçõeszinhas tipo revista contigo, tv da gente, e pronto. eis o retrato do debate q-suco sem.

como em política, já dizia uma raposa velha, o que vale é a versão, e não o fato, jornais comprometidos? amanhecem dizendo que mendonça deu a volta nos demais candidatos, completando a movimentação da banda labareda.

só não se sabe que volta é esta. volta ao mesmo lugar? de volta ao começo? volta e meio vamos dar? mudanças na volta? ou mendonça em volta de jarbas pra não variar?

e não me peçam para esmiuçar o debate, que é para eu não ter de responder: que debate? houve debate? você já assistiu algum debate na sua vida?(só se for no século passado) ou só voltas e voltas? a expedientes de gastos e desgastes que só nos trazem de volta à mesma conclusão: mendonça funciona como valete de jarbas. papel perfeito para quem é amorfo, ensimesmado, e nem com holofote de aviação engana que tem luz própria. humberto, que desde o ministério semre teve espada de dâmocles sobre a cabeça, é o anti-candidato por excelência. seu cavanhaque não ajuda, as olheiras idem, voz ibiden e o discurso não convence nem meio partido que ele seria valete de lula em pernambuco(um estado destinado a ser governado por valetes?). e eduardo(que alardeia sintonia com o presidente, portanto apto a eleger-se um valete) não reedita o avô em nenhuma da suas qualidades. inclusive da feiura, que conferia um toque de verdade a realidade sagazmente apresentada por arraes. ou você acha que a verdade é mesmo bela?

luiz vidal, katia telles, oswaldo soares(mais algum? com cara de nenhum?) ficaram de fora. espécie de WO consentido. eu disse com sentido? então alguma coisa no debate fez sentido apesar do non sense à democracia que nega direitos iguais pregados a todos.

debate? sim, claro. a democracia anda debatendo-se faz tempo. qualquer dia ela consegue nos convencer que de que sempre esteve em crise por falta dos menores princípios.

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