capítulo 1. tomem vergonha na cara!.
revogue-se todos os demais capítulos e ou parágrafos - ou disposições em contrário.
acho que foi capistrano de abreu que escreveu.
boa parte dos publicitários brasileiros a frente do negócio está envolvido em falcatruas de toda espécie. é a isto que chama-se no brasil ser bem sucedido nos negócios.
fazer boa publicidade é o que menos importa.
não dá lucro faz tempo.
pelos menos destes que permitem que um publicitário seja notícia como o homem da mala preta.
antes, isto ,no máximo, significava que ele tinha uma sansonite.
e sobre seu caráter ,no máximo poderia dizer-se que era ela falsa.
mas ninguém duvidava do conteúdo.
tinhamos vergonha até de ganhar o que ganhávamos quanto percebíamos que nosso salário era 30,40,50, vezes o salário mínimo.
é certo, que ninguém devolvia o salário.
mas estavamos em paz com a nossa consciência pequeno burguesa deslumbrada.
e se não, a apaziguavamos bebendo proletariamente até não poder mais em algum boteco do leme ou posto seis.
tanto que, apesar do salário, o dinheiro acabava.
ainda assim tínhamos crédito para o taxi com o garçom.
que no dia seguinte recebia sua gorjeta em dobro, nosso ideal de justiça e democracia.
éramos publicitários, aqueles caras tipo meio malucos que faziam anúncios, muitos dos quais o povo adorava. e não queríamos nada mais que um puma ou um lafer: nem fazenda, nem casa de praia, nada. o que importava era o fígado bom, o pau em cima, e cabeça rápida e acima da média. não tinhamos tempo para o resto fazer boa propaganda era a nossa vida.
tinhamos vergonha na cara. e não só de fazer o que estão fazendo.
acima de tudo, de fazer propaganda que é um verdadeiro roubo a inteligencia, ao bom gosto e ao patrimônio que uma geração havia nos passado.
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