Era uma vez um designer que não emplacava nada de extraordinário por ter clientes com péssimo gosto. Por terem péssimo gosto, seus produtos não tinham boa aparência, vendiam portanto, muito pouco.
O designer ganhava pouco, pois seus clientes, que tinham péssimo gosto e por isso vendiam pouco, pagavam pouco pelo trabalho do designer, que afinal, andava mesmo meio sumido do mercado, pois ultimamente só fazia porcaria.
Por ganhar pouco, o designer nunca comprava certos produtos, como polpa de fruta de graviola, que era mais cara.
Certa vez, ao passar no supermercado, o designer encontrou uma marca de polpa de fruta com preço mais em conta. Meio desconfiado - pois o produto tinha a embalagem horrorosa e preço baixo -, comprou a polpa e fez o teste, sendo surpreendido pela ótima qualidade do produto.
Resolveu ligar para o departamento de marketing da empresa que fabricava a polpa de fruta e agendou uma visita, afim de fazer um "reestudo" das embalagens da polpa de fruta. Falou com o sobrinho do dono da empresa e na segunda já apresentara seu portfólio, fechando negócio em seguida por um precinho camarada.
Passadas duas semanas o projeto gráfico foi apresentado ao sobrinho do dono, que aprovou de cara o material após uma apresentação magistral, cheia de explanações sobre conceitos visuais e técnicas de persuasão. O produto virou um sucesso e em poucos meses a marca da polpa de fruta já era Top of Mind.
Contente com o resultado inédito em sua carreira o designer agendou outra reunião, afim de "renegociar" preços com o novo cliente. Irritado com o designer, o cliente coloca o rapaz para fora de sua sala debaixo de gritos de mercenário e charlatão.
Após algumas semanas, o cliente já vendia outros sabores como água no deserto. Seu sobrinho, que mexia no Corel, adaptou a arte da graviola para goiaba, maracujá, manga e cajá.
Crescida a procura, o preço da polpa de graviola daquela marca subiu bastante.
O designer voltou a comprar polpa de goiaba, que é mais barata. Só que de outra marca, com embalagem mais acanhadinha.
(Sei que não é comum publicar coisas "não-suas", mas achei a cara do cemgrauscelsius. Se achar bacana, publica. Aquele abraço!)
o texto e o posfácio acima são do anderson lima, vulgo "caniço", diretor de criação de uma agência paraibana, que não vou citar, por que ele não assinou como assim, onde apenas o título foi dado por mim(polpa de design), o que é uma marca do cemgraus.
ter publicado não significa que eu ache bacana. assim como não acho bacana até as coisas que publico inteiramente minhas. gostaria de publicar mais textos de outrém, que não alguns mais parecendo enchido de linguiça. mas falta qualquer coisa, que pode ser falta de saco(nos dois sentidos)por parte dos leitores que tem, aumentado não sei se suspeitamente ou substancialmente(blogblogs?). mas isso, não é demérito para o "caniço" eu ou alguém achar ou não achar bacana. eu também não acho bacana muita coisa que publico inclusive as de autoria própria. mas acho-as necessárias, num contexto de contra-opinião a malfadada pulhice em que se tornou a nossa profissão, que aliás, anda recebendo extrema-unção de tudo que é lado, e onde acredito, com humor se encaixa o texto publicado.
bom, o caniço não merecia este rola-rola todo(depois nunca mais me manda nada).mas aproveitei a oportunidade para esclarecer esta posição. aqui faço minhas as palavras de voltaire: não concordo com uma só palavra do que você diz. mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las, excetuando-se, óbviamente, não os textos demolidores(se tiver conteúdo e conceito, pau na moleira, inclusive na minha) mas sim os textos que passem dos limites do politicamente incorreto saudável(não achamos o politicamente correto saudável)em questões de raça, sexo, religião e similares que tenham a ver com o direito para mim inalienável do exercício do livre arbítrio em réquiens humanistas. afora, isso, o resto vale.
resta agradecer duplamente ao caniço a sua colaboração por nos permitir externar esta operação ainda que fique parecendo que eu quis tirar mais partido do que devia. não é o caso definitivamente.
bacana? bom era uma marca de sorvete(ainda não havia polpa como a conhecemos hoje) que se tomava em olinda no tempo em que era bacana tomar sorvete bacana numa olinda que já foi bacana e onde, acredite quem quiser, até eu era assim-assim bacaninha mais polpa do que caroço.
Um comentário:
Gostei...
Rodolfo (www.blablablabrasilia.blog-se.com.br)
Postar um comentário