O debate corria solto.
Assuntos de interesse dos profissionais, das agências, dos meios de comunicação, dos fornecedores e dos anunciantes eram, ali, debatidos intensamente. Aí, ele levantou o braço e, com ar superior, pediu a palavra ao presidente da Mesa:
"Essa discussão toda não leva a nada, porque não há mercado para tanta gente."
Na platéia, lotada de estudantes de comunicação, houve um silêncio geral. Ninguém entendeu porque ele tinha trazido à baila um assunto que desviava completamente do que era tratado até então ali. Na mesa, ao lado do presidente, ele sorria feliz. Tinha conseguido o que queria: aparecer.
Volta e meia alguém levanta a questão do "não tem mercado para tanta gente", pregando um susto na garotada que investe tempo e dinheiro "embora muitas vezes este saia dos bolsos do pai, da mãe ou de outro alguém" em um Curso de Comunicação.
Puro sadismo. Ou desconhecimento do que está ocorrendo por aí. É só dar uma olhada.
Diz pra mim: quantas empresas você conhece ou ouviu falar que não tem alguém para tratar da sua imagem, da sua comunicação?
Quantas empresas você conhece, que tem um péssimo trabalho de comunicação porque é atendido por amadores ou incompetentes, ou trabalha diretamente com veículos?
Quantas empresas você conhece que trabalha empiricamente com outras ferramentas de comunicação, e nunca ou quase nunca com m mídia?
Quantas vezes você deu uma volta pelo interior do Estado e descobriu, surpreso, uma empresa que faz produto de excepcional qualidade mas que nunca se preocupou em se comunicar corretamente?
Quantas vezes você se preocupou em analisar as dificuldades que emissoras de rádio e jornais regionais e locais enfrentam porque não dispõem de um só profissional de comunicação capaz de planejar, criar e produzir anúncios e campanhas de boa qualidade?
Tudo isso é espaço que precisa ser ocupado, se quisermos fortalecer o negócio da comunicação como um todo. E ocupado por gente preparada, entusiasmada, talentosa, jovem, disposta a criar sua própria empresa ou a desenvolver um trabalho profissional ou vier a trabalhar.
do eloy simões, em outubro de 2003.
ao que parece, pelas próprias palavras do eloy, vê-se que não há mesmo mercado. o espaço já foi ocupado. e como a supremacia numérica da quantidade de calhordas, incompetentes, lambe-cús, coroneiszinhos é muitíssimo maior que a qualidade dos poucos profissionais, seja no markekting, na publicidade, no jornalismo, ocupar espaço é uma tarefa que exige destes mesmo profissionais muito mais que tutano e dedicação. escolham as armas. e logo porque o referendo vem aí.
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