terça-feira, outubro 31, 2006

o que é que a norah jones tem a ver comigo, com você e com a propaganda que eu faço?(parte II)

a propaganda do hoje em dia aparece, quando, em bipolarização.
ou se tem aquela falsamente manca, pois de nascença pela idéia mas atribuida as chorumelas de tamanho do mercado, ou se tem aquela gigantóide, só possível nas incubadoras de grandes verbas.

a questão é cristalizada pela visão quase maniqueísta do tamanho enquanto desempenho. afinal, o que deveria importar não seria o tamanho, ou melhor, a qualidade da idéia ? e muito embora a quantidade de verba influa na realização qualitativa da idéia, não é certo, como provado, de que verba demais significa idéia demais, a julgar pelas mega produções cujas idéias não preenchem o cérebro de uma minhoca.

com a popularização da tecnologia muito dos problemas antes atribuidos a falta de grana, enquanto produção, praticamente desapareceram. no terreno da produção, não tem sido a verba a determinante da baixa qualidade e sim a baixa qualidade da idéia por trás e frente das cameras. antes que você diga que não é bem assim, eu digo-lhe que não é bem assim quando se imagina que vai se produzir alguma coisa que preste em termos de vídeo com 200 reais. aí, nao tem conversa, muito embora, digam haja mercado, como bem? se vê ?

estamos falando de verbas possíveis e adequadas à idéia, cuja excelência dá-se não só pelo seu poder de atração e diferenciação, não necessariamente nesta ordem, bem como por adequação a realidade da verba existente. e neste, como noutros casos, é o talento, o tamanho da idéia – e muitas vezes da ousadia – que faz a diferença. inclusive a ousadia de dizer para o cliente que não fazer televisão é a saída para a adequação ao pretendido diante da verba disponível. agora se o tamanho da qualidade do convencimento adequa-se ao tamanho da qualidade da compreensão por parte do cliente ou seus gestores da comunicação ai é outra a história. dir-se-ia que é a ai onde quem tem competência criativa muitas vezes não se estabelece.
se ainda assim, você é daqueles que continua achando que sem verba não há negócios, estabelecidos os princípios bem aceitos de que obviamente de teco-teco não se vai à lua. conquanto, ciente de que nem todo o cliente precisa ir tão longe para ser notado, comprado, fidelizado, a analogia musical vai lhe passar batida. por mais que você aplique a si seu gosto musical, seja forró de plástico, axé, eletronic music, hip hop ou samba de breque.

amanhã damos uma passada final na tablatura toda pra você não dizer que ficou por fora porque não sabe ler partitura. depois, se vai usar acorde diminuto ou aumentado será por sua conta.

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