sábado, outubro 07, 2006

projac da mata sul

a prefeitura do cabo de santo agostinho deu de agora veicular uma campanha - assim como outras prefeituras - onde o santo está procurando até agora o agostinho deste cabo que se vê no filme mas não se vê na real.

a praia mostrada é uma maravilha. de dar água na bôca. desde que a panorâmica de gaibu ao fundo não se mostre em close do canal, que deságua para alegria das crianças em seus narizes mergulhados na bosta de suas entranhas expostas a céu aberto, para folclore dos turistas que nem sempre descobrem o sal da terra. o mesmo aplica-se a praias de enseada dos corais, onde as construções fizeram-lhe fossa. de bônus tem um banho de lama que até defesa sanitária não guarda na dispensa.

em meio ao filme um casario presépio é mostrado com uma luz de enternecer. quem conhece o cabo e suas entranhas sabe que não é bem assim. a coisa é feia de doer sem precisar do preto&branco que nunca é mostrado em propaganda de govêrno.

este idéario de divulgação, que não esquece de focar da bailarina manca na marca das terras partidas entre brasil e áfrica, foca as obras em escolas, viaturas e hospitais, com enfeites à realidade com papel celofane. prática tida e visto como ação publicitária efetiva. mas não seria melhor então distribuir óculos 3-d junto com para a população não se reconhecer a sí e cidade onde vivem?

principalmente em dia de feira o efeito podia até minorar a fome de uma cidade que se come a sí própria todos os dias. mas que é servida como pudim de sobremesa em dia que autoridades vão comer a merenda escolar.

e pra completar, na cola, o loteamento cidade garapu aproveita a onda e tenta desencalhar os pedaços de barro em lama que no verão transformam-se, pela propaganda, em mais privilegiado metro quadrado do litoral sul, exatamente como a cidade.

se morar na cidade garapu e no cabo de santo agostinho, era tudo que você queria vendo tal ação de comunicação, prepare-se para ficar sem ação quando lá chegar.

tal como o projac, melhor não visitar e ficar apenas com a impressão mais do que certa de que a arte perde a graça quando imita a realidade com seus palácios de compensado e águas azuis da mais pura lona plástica.

quanto aos "publicitários" envolvidos, vestir a verdade com roupa de domingo, ou seja, maximizar os pontos positivos da cidade, decididamente não é dobrar o cabo da boa esperança como se fosse ele o cabo de santo agostinho.

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