comercial de televisão d´uma faculdade de ensino fast food utiliza imagens de arquivo para buscar no guepardo metáfora “convicente” para a vantagem representada pela rapidez supositória das novas modalidades de cursos com duração de dois anos - se os de quatro e seis são a bosta que são, imagine a titica destes - sendo ele, o guepardo, o animal mais veloz do mundo. capaz de chegar a velocidade - salvo engano de alguns livros que registram o alcançe - de 110 km por hora. o que, devem imaginar os criadores e veiculadores da peça, bate rápido na cabeça do público alvo. sendo ele, os não se sabe mais lentos ou rápidos, caçados por tais caçadores de cabeça para seus cursos. e que traduzem a peça como mensagem direta ainda que metafórica(na verdade, analógica) de que: quem faz curso com menor duração chega mais rápido ao sucesso no mercado de trabalho. entenda-se que, claro, o chegar mais rápido ao desemprego com o diploma na mão não é o efeito inverso pretendido de tal peça, que passará mais rápido que o animal que o protagoniza.
clap!clap!clap! para the boys and girls que estão por trás e pela frente do comercial. e imaginaram, a custo barato de produção, a idéia que pretende deixar para trás os vagares e vagareza de raciocínio na opção de escolha. e tão para trás, que deles nem poeira comerão. isso é que rapidez, diria uma análise veloz, quase nunca precisa ou exata, de superioridade na levada de vantagem para pegar(ou seria pagar)o seu lugar ao sol, num mercado de trabalho que anda a uma temperatura mais pra congelar espinhas do que para queimá-las com seus uvs.
acontece que a sacada “animal” por excesso de confiança ou ignorância aprendida, nesta mesma mantenedora de tais cursos? esquece que no reino animal, e obviamente os candidatos a tais cursos pertencem a tal reino, ainda que alguns estejam mais para vegetais, outros ainda nem minerais, sejam discentes ou doscentes, incluso publicitários? já citados, as metáforas não se fundem a realidade de todos os propósitos como seria de se esperar. pelo contrário. mais confundem do que iludem, em muitos casos. pode ser que não desta vez?
predador mais do que predado, o guepardo, não anda tão bem das pernas como parece. tem sprint mas não tem resistência. o que em matéria de concorrência em qualquer mercado é um bruta calcanhar de aquiles. ou no popular: corre muito mas corre pouco. pois não consegue correr por nada mais do que seja por pouco tempo. tão tápido como corre, cansa. o que pode ser ainda mais pesado para o caçador do que para o caçado.
sua prole, e eles próprios, costumam ser devorados pelas desajeitadas(e lentas) porém mais eficientes hienas, que continuam com futuro garantido em termos conservacionistas. no mercado de trabalho também. dúvida? basta olhar para o lado e ver a quantidade de hienas que trabalham com você. agora, conte os guepardos? algum? pra contrariar a história?
não bastassem as hienas, os leões, também mais lentos e pesados, se lhes apertam os territórios quando bem lhes apetece. e que também costumam traçar a filhotada como desejum a frente das mamas guepardos que, em que pese sua velocidade, batem em retirada lenta, chorando as pitangas nem por isso menos sentidas, ainda que consentidas diante do nada a fazer ante o a força do oponente cujas mandibulas fragmentam a velocidade futura em papas de pintas.
em resumo: a guepardada toda é tocada pra fora do pedaço de rabo entre as pernas. pernas que delienadas e decantadas como design perfeito para alcançar grandes velocidades, mas que tem no corpo que as movimenta um hand-cap ironicamente limitador. uma vez que para alcançar a velocidade que a coloca em suposta condição da(discutível) vantagem de chegar primeiro, dá-se a custa de tamanha geração de calor(acúmulo de energia térmica sem recursos de dispersão eficiente cursandos) que só tem bote para uma, duas no máximo, tentativas. retirando-se para a fome do descanso. tanto que sua taxa de sucesso nas caçadas chega a duas, três? em cada dez. isso quando em boníssima performance, que os tais cursos de dois anos darão?
e, se mais não fosse, os guepardos estão sob seríssimo risco de extinção. já dependendo de zoológicos para sua conservação, pioneiras que serão nas experiências de clonagem para que se tenha quiçá garantia de sua visão nas savanas, ainda que mais lenta mas vivos a custa de outros movimentos não tão velozes.
e agora, diz aí a turma dos signficantes e significados, dos ícones, simbolos e sinais, que diabo de mensagem esta faculdade está querendo mesmo nos dar, com tal comercial eivado do primado da velocidade?
quanto a mim, é fuja enquanto pode destes cursos. também da agência? que criou tal comercial. e, como tal, não seria o caso metafórico? de se dizer: pernas pra que te quero?
porém, nem tão devagar que seja papado. nem tão rápido que se torne cansado. porque formação educacional e intelectual não é prova de cem metros. é maratona, se não, pior, corrida pra vida inteira. e aí, coitado dos guepardos, sempre correndo atrás na mais completa desvantagem.
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