terça-feira, outubro 03, 2006

responda a você mesmo


ibope e reader´s digest escolhem washington olivetto como a marca publicitária mais confiável do mercado.

em que pesem todas as malversações contidas nos processos de escolha, não deixa de ser significativo que washington assim o seja. foi vencedor em primeiro turno, 52% dos votos. número incontestável pela qualidade da concorrência, e ainda mais no momento em que nizan se tornou um monstro do negócio(s). e em que toda uma geração que nada fez(e provavelmente nada fará) e que vive a dizer, e não é de hoje, que olivetto não é mais de nada, entenda-se por isso, que não cria mais nada “ leão de ouro “.

apesar de vivermos num momento em que leões são abandonados nas ruas e recolhido com dificuldades, as velhas jubas ainda pensam das suas. mais do que chorar unhas e presas perdidas, trazem presa a carcaça algo mais do que carrapatos as costas. o que é sempre mais salutar do que o fazem as jovens e velhas hienas do mercado.

a w/brasil vai conquistando contas no rio, garantindo a feira, pelo menos com a conquista de um supermercado, no momento em que o mercado do rio assiste a dissolução e ou fusão de novas agências – macgyver, 11/21 – esvaziamento da contemporânea – que fazia um propaganda assim chamada com um time de faixa etária considerado dinossauros para os jovens de plantão, que se imaginam jovens para toda vida, apesar de já tão gagás.

são paulo não vai mal, visto assim por fora. como só por fora todos vêem são paulo. se soubessem o que se passa por dentro não fariam nem metade dos comentários que fazem. e mais do que portfólio, exercitariam dieta em sopas de vômito para levar a carreira em frente.

concomitantemente a escolha, outras manchetes trazem a argentina como bola da vez, realçando a performance de “nuestros hermanos”, assentada na ferramenta criatividade exercitada “ con cojones” no mais grave período da crise econômica. o que no brasil costuma “ acabar com o recreio”, sob o chavão do refrão, agora a coisa é séria, não dá pra brincar, temos de ser hard-sell, e tome passaralho no pessoal e caixão pra criatividade. e justamente agora, que a nossa propaganda, dizem os entendidos do mercado, a julgar a performance em cannes, está desmilinguida — também por outros critérios? ou este é que é o critério?

a marca mais confíavel da publicidade brasileira defende e conceitua que faz uma propaganda pop, cara de brasil inteligente e ginga de malandro ou seria o inverso?

não maldigo o washington. muito pelo contrário. ele me ensinou, mesmo sem saber ou sem querer – e eu não devo ter aprendido direito – que a idéia brilhante normalmente não é a jóia, é o bilhete(há quem toque a jóia por flores) assim como, a usar tênis dourados, gravatas espalhafatosas e blazeres brancos(não usar nunca em portugal, menos ainda as meias) e quando já em situação de extremo ridículo, ser salvo pela palavra mágica: mas ele é publicitário( não faça isso hoje em dia porque você será linchado).

em meio a tantos nomes igualmente talentosos, alguns até dizem que são mais sendo menos ou vice-versa, washington tem uma história, no mínimo, de confiança correspondida. o que não o exime de algumas cagadas. sempre salutares para ativação do simancol e reativação daquilo que sacode os neurônios, o que explicaria em parte esta escolha.

ser confiável, antes de ser criativo, parece ser a questão.

baseado nesta premissa, a qual agência entregaria você a sua conta?

teria coragem de responder a sua ?

sim? parabéns! você acaba de entrar para o short-list do prêmio pinocchio.

como você mesmo fez saber, criatividade e confiabilidade, nem sempre são os critérios para escolha de uma agência.

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