Tomou mais um gole de cachaça, decidiu: “vou me suicidar.”
Aí, começou a pensar em como faria isso. Outro gole, concluiu: “vou tomar veneno”. Todavia, não queria dar trabalho a ninguém. “Já dei trabalho demais.”
Um último gole e achou a solução: “já sei, vou me suicidar dentro de uma da cova. Assim, não dou trabalho para ninguém. É só jogar terra em cima”.
No dia seguinte, o coveiro encontrou o corpo. Tiveram de tirá-lo de lá para fazer os procedimentos necessários. Deu muito mais trabalho do que se fizesse as coisas direito.
2. Tempo houve em que a chegada do Carrefour em uma cidade era um grande acontecimento. Os habitantes sentiam-se importantes, honrados com o novo morador.
Infelizmente para essa rede de supermercados, ela não soube cultivar a boa imagem. De erro em erro , se desgastou. Hoje, o consumidor vê o Carrefour como mais um. Apenas mais um.
3. O que acontece com a maioria dos nossos varejistas?
Em primeiro lugar, com uma ou outra exceção, eles se comunicam mal. Veja o que ocorre na televisão e no rádio, por exemplo: o varejo voltou a gritar.
Sem a menor cerimônia, ele entra aos berros na casa da gente.
Veja os anúncios: layout de péssima categoria, textos de arrepiar.
Ao presumir que somos todos surdos, cegos e de mau gosto, irritam-nos. E ao nos irritar, arrebentam com o processo de construção do valor de marca. Como aconteceu com o Carrefour, desleixado que passou a ser com sua comunicação.
Aí – eis o segundo lugar – agarram-se desesperadamente no argumento do preço mais baixo, empoleirando-se todos em um mesmo galho.
4. Só que mais cedo ou mais tarde, ele quebra. Ao agir assim, renegam a teoria do posicionamento. Jogam no lixo a oportunidade de criar um bom conceito. E despencam.
“O importante é que venda”, dizem. “O resto não quer dizer nada.”
Bem feito. Ao fazer assim, agem como aquele suicida. Tomam o veneno, escolhem o lugar para morrer e escolhem mal. Porque quando a morte vier – e mais cedo ou mais tarde virá - dará um trabalho danado para justificar sua causa.
Mas, pelo que dá para perceber, pouco importa. Afinal, terão mesmo conhecido o fim.
eloy simões, da sua trincheira no acontecendo aqui(é lá em florianópolis, mas por acaso não acontece aqui e ali também?)
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