Um dos maiores problemas de nossa atividade é o piloto automático.É aquela coisa certinha, feita com base na experiência, na segurança, no jogo de retranca, na falta de empenho e de risco.Ele está em toda parte, do cliente às produtoras, e em todas as áreas, do planejamento à mídia. Até a criação, que tanto glorifica a originalidade e a ousadia, via de regra acaba caindo na armadilha do piloto automático.
Os problemas advindos do piloto automático não aparecem imediatamente à sua “utilização”, mas são inevitáveis a médio prazo. Porque são problemas realmente graves, que às vezes se tornam quase insolúveis, pois os efeitos do piloto automático vão “comendo” as bases de uma relação cliente–agência, a identidade de uma marca, a participação em um mercado ou a reputação de um profissional até um ponto em que pode não sobrar mais nada capaz de virar o jogo.Em meus quase 30 anos de trabalho neste campo do marketing e da comunicação, já pude observar as terríveis conseqüências do piloto automático: não foram poucos os profissionais, marcas e empresas que vi saírem de posições sólidas e privilegiadas para desabarem na irrelevância e até desaparecerem.
Existem duas formas de enfrentar o problema:1. Evitar entrar nesse jogo, mediante uma postura sempre ativa, não-conformista e de não deixar as coisas caírem no relaxamento da facilidade. Mas este é um desafio bastante difícil, em função da tendência natural das pessoas e das instituições caírem na rotina das certezas e da mediocridade.2. Tomar consciência do problema ainda na fase inicial, de modo a lutar contra ele a tempo de reverter seu estrago. Esta é uma maneira mais fácil de enfrentar o piloto automático, pois não contraria a tendência da adoção de rotinas. Mas esta solução pede uma atitude cíclica de análise crítica e a disposição e vigor de escapar desse caminho fácil, mas desastroso.
(cuidado com o piloto, do rafael sampaio, síntese da matéria para a tv portal)
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