sexta-feira, agosto 18, 2006

a não representatividade que desmanda

....Outro dia foi veiculada uma notícia que, tenho certeza, pegou muita gente de surpresa: a ABAP está desenvolvendo o novo código de ética da propaganda brasileira. O projeto é capitaneado pelo paranaense Hiran de Souza. A idéia é concluí-lo até 20 de setembro.

Li a notícia pros meus botões escutarem, eles lascaram uma pergunta: com ordem de quem?

Não entendi bem, retrucaram: como pode, uma entidade que representa menos de sete por cento das agências brasileiras, ditar regra de conduta para os outros mais de noventa e três?

Tentei explicar que o código atual está envelhecido e precisa ser atualizado, ficaram mais zangados ainda.

“Seu burro! O código atual é o resultado de um trabalho desenvolvido por uma equipe formada por alguns dos mais importantes publicitários brasileiros." E a profissão ainda era incipiente, com um número muito menor de profissionais. Que eram, inclusive, em sua maioria, sem preparo.

De vez em quando meus botões ficam malcriados. Grosseiros, até. No entanto, tenho de reconhecer: desta vez têm razão de ficar zangados.

Afinal, quem deu à ABAP autoridade para impor um novo código de ética à publicidade brasileira? Ela tem o direito – o dever, inclusive – de propor. Qualquer um de nós tem. Mas determinar que será assim ou assado daqui pra frente sem ouvir a comunidade publicitária? Isto se chama ditadura do poder econômico, já que as duzentas, segundo a própria ABAP, são responsáveis por setenta e cinco por cento de todo o investimento publicitário brasileiro. Mas se as demais não têm esse dinheiro todo, possui o direito conquistado no dia a dia de trabalho.


Nada contra o Hiran, que por sinal é competentíssimo, mas nós, todos nós que militamos nesta profissão, temos de opinar. Em um Congresso. Se a ABAP não quer que esse evento aconteça e os profissionais, como cordeiros, obedecem, ela que arranje outro jeito....

extrato do mania de grandeza, do eloy simões.

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